Hitman Brasileira

Autor(a): Ryan VC


Volume 1 – Arco 4

Capítulo 27: Noite Profunda

Já um pouco mais de meia noite, as ruas da cidade estavam quase vazias devido a densa e escura noite, entre uma dessas ruas estava Kurumi correndo desesperado ainda cheio de sangue e com um telefone em mãos.

— Atende logo, porra!

Exclamou ainda correndo, em seu telefone estava o número de Hibari tentando contatar ela.

Ele rosnava até que ao olhar pra frente ele via a sombra de Hibari.

— Hibari! Eu tô aqui!

Ele foi correndo até ela com certa preocupação, a situação havia ficado complicada já que Towa havia sido pega.

A cada passo ela ficava cada vez mais longe com ele rosnando com isso até que saltou nela e acabou passando reto, caindo no chão confuso.

— Mas que… Porra?!

Ele ficou sem entender aquilo, logo ele ouviu um som de risadas ecoando no local, instantaneamente ele se posicionou confuso, olhava ao redor tentando encontrar a origem das risadas e logo sentiu algo estranho, olhando de relance pra trás ele via alguém se jogar encima dele.

Ele caia no chão furioso com encima dele estando… Hibari.

— Ahhh!! Hibari qual seu problema? Por que ficar correndo daquele jeito e depois se jogar encima de mim?!

— Que que cê tá falando idiota? Foi você que correu quando eu te chamei!

Ambos estranham isso percebendo algo estranho e ouviam um som, de novo alguém caia encima deles, dessa vez sendo Shizuki e Muno.

— Ahhh, que merda! — Kurumi bradou.

— Que vocês tão fazendo aqui, onde tá o Shizan-san?

— Que? Ele não tá com a gente!

— Mas a gente viu a sombra do Muzaka-kun!

Eles se levantaram e nesse momento Hibari e Shizuki se olharam já imaginando o mais provável.

— O Kurumi disse que também viu a minha, então acho que vocês sabem o que isso significa.

— A gente viu o reflexo um do outro? — Kurumi indagou.

— Não seu imbecil! — disse Shizuki até que notou os machucados no parceiro. — Você parece tá mal.

— É, você também tá mais fudido que o comum.

— Parem com essa merda! A gente caiu numa armadilha!

Disse Hibari batendo na cabeça de ambos e eles logo viam uma enorme sombra na frente deles, uma sombra sinistra do tamanho de um gigantesco anjo.

O corvo se desfez e nisso saiu Kurusu com uma feição séria para os quatro.

— Só agora perceberam?

O grupo se juntou a olhando ficando com feições sérias a olhando, com exceção de Muno que estava caída no chão.

— Então foi essa aí — disse Shizuki.

— A gente não tem tempo pra isso, temos que salvar a Towa!

Hibari e Shizuki ficaram chocados ao ouvir isso eles olharam com feição de espanto para ele.

— Você perdeu a Towa?! — ambos disseram em sincronia.

Ambos estavam prontos para brigar com ele quando perceberam a feição dele, ele estava quieto e sério, bem no fundo o sentimento de culpa estava consumindo o garoto.

— Hmmm, então a princesa perpétua já está nas mãos do mestre, Iruka cumpriu seu propósito.

— Mestre? — Shizuki indagou ao ouvir isso, ela já suspeitava disso, agora teve a confirmação. — Ela tem acesso ao mestre, isso significa que se derrotarmos ela, podemos salvar a Towa!

— É, você tá certo — disse Kurumi que logo sorriu, sentindo um alivio, ele então tirou sua faca e foi andando já pronto para ir, porém foi impedido por Hibari.

Ele estranhou isso com ela ficando bem quieta e com uma feição séria.

— Kurumi, eu sei que você é do tipo que age e depois pensa, mas até você deve entender isso, ela juntou nos quatro aqui, sabe o que isso significa?

Ele ouviu isso e ficou pensativo, ele por um segundo parou e olhou a posição da mulher, estava totalmente aberta sem ligar para nada, como se eles nem sequer representassem uma ameaça, mesmo não sendo alguém tão inteligente, até ele conseguiu entender o motivo.

— É porque ela se garante numa luta com nós quatro de uma vez!

Os olhares do grupo para com a garota continuaram, agora a olhando com certo grau de preocupação enquanto ela seguiu bem calma.

— Agora que vocês falaram… Ela realmente passa uma sensação estranha.

Hibari se posicionou e deu alguns passos pra frente.

— Muno, fica atrás, Kurumi pela esquerda, Shizuki pela direita, eu vou por trás.

Muno foi andando e ficou atrás algumas pedras enquanto o trio se posicionou invocando seus respectivos fardos.

Hibari arrancou uma página que se formou em uma espada medieval.

Sem muito tempo ambos os três partiram na direção da mulher, vindo de lados diferentes e ela apenas seguiu parada.

Ambos os três estavam prontos para acertá-la, porém no último segundo ela sumiu, fazendo ambos ficarem confusos e sentiam uma sensação estranha, com nenhum deles sendo capaz de se mover.

— Meu corpo, não se mexe… — disse Hibari rosnando.

— Pra onde ela foi? — Shizuki indagou tentando olhar ao redor e pensando.

Kurumi ia sentindo um aperto quando olhava algo estranho no chão e se chocou.

— Olhem pro chão! — Ele exclamou.

Os dois assim fizeram e receberam um leve susto, a sombra de Kurusu no chão em uma escala bem maior e segurando as sombras dos três.

— Vocês realmente acharam que poderiam me vencer?

Kurumi se irritou, ele ficou apreensivo e pensando em Towa, ele apenas sentia um enorme sentimento de culpa culminado com raiva e nisso começou a deslizar a faca contra a sombra numa série enorme de cortes, mas seriam inúteis.

— Para com isso, tá gastando energia de graça, não da pra acertar uma sombra! — Shizuki exclamou.

Hibari naquela situação rosnou pensando o que poderia ser feito, mas sem tempo para terminar o pensamento eles foram lançados longe.

Eles haviam caído longe perto de Muno que se aproximou preocupada para ver.

Kurusu acabou saindo da sombra, estava agora como antes em sua forma humana, porém com duas grandes asas negras.

Eles levantaram e Kurumi viu aquilo assim como os demais que estranharam aquelas asas.

— Aquelas asas são o fardo devem ser o fardo dela!

— Não, não são. — Shizuki respondeu, chamando a atenção dele. — Ela tava atacando a gente e usando esse poder mesmo sem as asas, não dá pra usar o poder de um fardo se ele não estiver invocado.

— Mas, então… Qual o fardo dela?

Ele ficou realmente chocado com aquilo e os outros dois seguiam intensos.

— Fardos sempre são manifestações, mas… Ela não invocou nada, nenhum objeto, criatura, ela… Não tá usando um fardo… — disse Shizuki.

O garoto ficou realmente chocado com essa fala, mas antes que ele pudesse pensar muito, a mulher sumiu e reapareceu atrás deles os acertando um chute por trás.

Nisso ela se lançou voando girando como uma broca que acertou Kurumi bem no estômago, o fazendo cuspir sangue.

Ela girou e nisso acertou um chuto no rosto de Shizuki que veio para um ataque surpresa pelas costas.

E por último ela foi até Hibari a acertando um soco bem fundo no rosto dela, porém ela defendeu com a espada que se quebrou a fazendo apenas ser arremessada pelo impacto, caindo bem encima de Muno fazendo ambas caírem no chão.

— Não é só o poder dela… Ela também tem uma força física inumana.

Shizuki e Muno estavam ajudando Kurumi que se levantou arfando, Hibari era a única em pé um pouco a frente deles com uma feição bem séria.

— Beleza… Eu não pensei que teria que usar isso tão cedo…

Ela abriu novamente o livro e nisso ela arrancou uma página a qual ela lançou, Kurusu veio novamente voando para a derrubar, porém de repente surgiu um ser gigante bem na frente dela, uma espécie de Minotauro dourado com olhos vermelhos, era enorme e com braços muito musculosos além de uma armadura.

— Esse aqui, eu consegui numa missão faz uns meses, ele sozinho… Derrubou um pelotão inteiro do governo incluindo um Comissário… O Guardião da força e do poder… Tauros!

O Minotauro berrou exclamando poder e nisso realizou um tapa com ambas as mãos liberando uma rajada sonora absurdamente potente que acabou lançando a mulher para longe e machucada.

Ela viu que havia sido um dano potente e enxugou o sangue feito e se levantou.

— Então essa é a mais forte.

A mulher novamente levantou voo e se lançou contra ela em uma velocidade enorme, vendo isso a garota arrancou outra folha, dessa vez surgindo um Katar em sua mão direita com duas lâminas similares a garras.

Ela correu, e nisso saltou usando Tauros de apoio para ir para o céu de encontro a inimiga, logo a garota começou uma série de deslizes paralelos com a arma.

Kurusu foi desviando da maioria e notava que estava ficando mais difícil até ela ser pega em cheio por um corte, corte esse forte o suficiente para arrancar fora um braço e uma asa dela.

E sem muito tempo para pensar Hibari saltou e outra rajada de palmas de Tauros veio, forte o suficiente para a mulher atravessar várias árvores e cair bem longe sangrando e arfando.

— Ha… Ha… Esse fardo “Katar do azar” a cada golpe que eu erro ele vai ficando cada vez mais forte e mais rápido, e isso apenas acumula! — disse Hibari arfando com uma feição séria.

Kurumi ficou totalmente incrédulo com os olhos arregalados e realmente chocado.

— Eu… Sabia que ela era forte, mas… Isso é inacreditável!

— Essa é a mulher que ocupa a 333° posição dos assassinos.

Hibari deu alguns passos a frente se manteve alerta procurando a mulher até que notou que ela sumiu, logo viu uma sombra passando rapidamente e viu a sombra apenas destruindo Tauros.

— Tauros!

— Hibari, cuidado!

Ela ouviu isso e logo olhou para trás com Kurusu surgindo da sombra da garota que se chocou e foi movendo Katar para reagir, mas antes de conseguir ela tinha seu estômago atravessado pelo punho dela.

A garota ficou com os olhos arregalados e babando sangue aos poucos tendo sua visão ficando turva e o simples ato de ficar de olhos abertos se tornou um desafio para ela.

—  Você parecia tá cansada, se estivesse inteira acho que seria um problema. Esse livro, você é a tal Rainha dos Demônios, não é?

Hibari seguiu sangrando, mas agora rangeu os dentes, estava sentindo sua vida aos poucos acabar.

— Um lixo como você?! Escravizando e roubando fardos, vocês humanos são desprezíveis!

Ela acertou uma joelhada que a jogou a garota no chão e então foi se aproximando.

— Você me mutilou! Você indiscutivelmente é forte, só que… Eu sou mais!

Ela abriu bem sua asa restante exalando um olhar assassino para a garota, ela ainda no chão estava tentando ficar acordada, dando o máximo de sua determinação em força, porém, acabou cedendo.

Ela fechou totalmente os olhos desmaiando e seu Katar junto com Colecionador sumiram, enquanto uma poça do sangue da garota começou a se formar.

— Hibari! — Kurumi berrou. — Fica com a Muno, eu vou lá!

— Kurumi!

Ele foi indo desesperado, ele invocou sua faca e foi indo bem rápido a cada passo a asa foi se aproximando dela, fraca demais naquele estado para sequer se defender.

Shizuki estava junto de Muno ambos com feições de desespero sentindo todo o peso daquela situação.

Todos esses sentimentos tão agitados, tão diferentes e mistos… Cessaram.

Todos os ali presentes apenas congelavam, Kurumi, Shizuki, Muno e até Kurusu, cada um deles apenas ficou totalmente congelado sentindo algo imenso, uma pressão totalmente assustadora, tão forte que era capaz de os esmagar, nenhum deles sabia oque era aquilo, era apenas uma presença os deixou totalmente incapazes.

— O-o que é isso? — Kurumi balbuciou ainda estético na mesma posição, apenas tremendo um pouco, banhado naquela sensação.

— Mas o que é essa sensação? Não é o mestre, é muito mais… Muito mais assustador.

Eles então ouviam uma risada ecoando, caçando a origem dela eles viam a uma distância relativamente longe, um vulto, mesmo tão longe, a presença os alcançava?

Em uma fração de segundos após isso o tal vulto se lançou na direção deles, uma velocidade totalmente inacreditável, deixando algo voar pelo céu, sendo um chapéu e um sobretudo.

— Ora, ora, ora… Vocês realmente não conseguem fazer nada sem mim, não é?

Logo um barulho de metal batendo no chão algo se cravando, e o vulto era ninguém mais ninguém menos que… Shizan.

Estava com um sorriso e uma feição calma enquanto apoiado em sua pá que havia acabado de botar no chão.

— O chefe ter que resolver o problema dos funcionários toda hora não é algo muito bom, sabiam? Já é a segunda vez.



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