Volume 1 – Arco 4
Capítulo 24: Açougueiro
O grande e famoso castelo Nijō de Kyoto, milhares de pessoas passavam de lá pra cá diariamente, entre essas diversas, Muno e Shizuki estavam ali, analisando impressionados a estrutura.
— Grande, grandeee! Eu amo coisas grandes!
— Acho que a gente pode tirar uma foto — disse sorrindo, ele logo se aproximou de um homem gordo. — Senhor pode tirar uma foto pra gente?
— Uaaaah, desculpa eu tô tão cansado… — respondeu o homem, sendo ninguém menos que Riki, falando num tom de quem havia acabado de acordar. — Aqui, invés disso, tomem esse chã, especialidade da casa.
Ele estendeu para ambos duas xicaras de Chã, Shizuki ficou meio precavido, afinal ainda estava em missão e era uma situação bem “inusitada”.
Antes que ele pudesse sequer agir, ele recebia o chã na boca por Muno que enfiava a bebida na boca dele e bebia a sua.
— Tão docinho! Eu amo coisas docinhas!
Já em outro ponto da cidade, estavam as lojas, circulando diversas pessoas com compras, e entre elas estaria Hibari.
Como já era de se esperar de uma acumuladora, ela não havia se segurado, comprado o máximo de coisas e assim ficando com diversas sacolas, ela ia sorrindo enquanto estava sozinha, havia se perdido de Shizan que não aguentou o ritmo dela.
— Essas coisas vão ficar perfeitas na minha coleção! Cadê ele? — disse a garota olhando ao redor a procura de Shizan.
Sem perceber pra onde estava indo, ela acabou esbarrando em alguém fazendo suas coisas caírem.
— Ai! Hmm, desculpa — disse Hibari.
Ela se abaixou e foi pegando suas coisas bem na frente dela a pessoa em quem ela havia esbarrado era Ogawa que foi ajudando-a com um sorriso.
— Não se preocupe minha jovem, ohh, olha só você tem bom gosto!
A garota ficou confusa e logo fez um olhar de desprezo vendo o velho com em mãos uma caixa com suas calcinhas.
— Caleçon. As calcinhas da Caleçon, sexy e elegante, mostra o suficiente da banda com aquelas "perninhas", e ohhhh, é de renda!! Melhor ainda... Perfeita pra ocasiões especiais, mas nada te impede de usar no dia a dia, não é? Ótimo gosto!
A garota se afastou com uma feição de repulsa extrema, aquele homem era realmente desagradável, na mente de Hibari apenas estava perdida no pensamento de ter encontrado alguém ainda mais pervertido que Kurumi e o quão repulsivo era esse fato.
Ela apenas pegou suas coisas e se afastou bufando com seus dentes cerrando e sua veia saltando.
De volta a vista de Kurumi, ele estava com Towa atrás dele com ele em guarda.
— Fica atrás de mim, Towa — exclamou rapidamente tirando Yanagiri e ficando em posição.
— Uma faca? Então não é o Deus da morte — disse a mulher, ela havia se preparado bem, estudado bastante antes daquela missão. — Já que tem uma faca você deve ser o novato estrela, o 1.920 “Açougueiro”, né?
A garota se encolheu levemente atrás do garoto não que adiantasse de muita coisa, ela podia ver os olhos daquela mulher a encarando diretamente, como se fosse um falcão mirando em sua presa.
— Eu tava com medo de você estar com o Deus da Morte, mas já que é só esse novato, posso te capturar sem problemas!
Ao abrir suas mãos dois bambolês surgiam, um em cada mão da mulher, sem muita delonga ela os lançou contra o garoto que facilmente defendeu com sua faca, fazendo ambos os bambolês serem cortados.
Iruka sorriu, notando que estava lidando com alguém relativamente forte, ela novamente lançou outro bambolê o qual ele facilmente segurou com sua mão.
Ele estranhava aquilo, não havia sido jogado com tanta força, ou a mulher apenas era fraca? Não importava.
A mulher seguiu sorrindo e então saltou realizando uma manobra no ar e passando seu corpo pelo bambolê que ainda tinha em mãos e nisso ela sumiu do ar.
O garoto ficou chocado e por instinto ele olhou pro lado sentindo um punho em seu rosto, sendo Iruka que saia do bambolê da mão dele.
Tal soco havia lançado o garoto para fora da roda gigante o fazendo cair numa queda alta.
Ele rosnava sem entender, aquilo era obviamente um fardo, mas havia o pego de surpresa.
Towa correu até a borda preocupada e viu que ele havia se prendido na roda gigante e estava arfando.
Antes que ela pudesse se acalmar Iruka lançou outro bambolê entrando no que estava em sua mão e reaparecendo bem na hora para dar um chute que afundou no peito do garoto o fazendo atravessar outra cabine.
Ele novamente ia caindo e novamente ficou sua faca na roda gigante e dessa vez se impulsou para ir contra a mulher, ele foi bem alto e foi descendo a perna para um chute potente, porém ela moveu o bambolê, fazendo ele acabar caindo em outra cabine da roda gigante.
— Merda! — Ele berrou, realmente furioso e rangendo os dentes, aquele poder era extremamente irritante, embora agora ele já o tivesse entendido.
O fardo de Iruka, “Argolas Mágicas”, permite que ela manifeste bambolês, tudo que passar por um aro, poderá sair em outro aro, diferente da maioria dos fardos, ela pode criar quantos quiser, podendo criar diversos bambolês.
— Você é mesmo forte garoto. Se lutássemos fisicamente você venceria, mas bastou eu usar um pouco a mente e você já foi totalmente submetido! Hahaha!
Ele rasgou o teto da cabine e saltou ficando encima, a mulher lançou dois bambolês contra ele os quais ele com sua faca apenas desviou fazendo eles se separarem e irem para direções opostas, ela sumiu e reapareceu em um dos bambolês e Kurumi rapidamente lançou sua faca contra ela que novamente sumiu para outro o outro bambolê agora lançando um bambolê com força que acertou bem na nuca dele.
Ele acabou caindo da parte de cima segurando com os pés para não cair da cabine.
Towa vendo aquilo andou até a ponta vendo-o, preocupada, ela se tremeu e colocou a mão no bolso revelando estar com uma pequena pistola nos bolsos e pronta para agir.
— Towa! Fica parada e não faz nada! — Ele berrou para a garota que se chocou. — Eu vou cuidar dessa vadia, eu não vou deixar ela te tirar o pouco tempo que você ainda tem de diversão!
A garota novamente se corou, ela se tremeu, estava sentindo algo diferente, embora quisesse muito ajudar, ela não queria insulta-lo, ela não queria que ele se machucasse, estava sentindo algo inédito.
— Que cavalheiro, isso já tá me dando nojo!
Ela ficou parada ali, com dois bambolês, lançando um contra o garoto que lançou Yanagiri contra ela, a faca e o bambolê passavam na mesma velocidade, e a mulher apenas fez a faca passar pelo bambolê que tinha em mãos a fazendo sair pelo outro bambolê que estava indo contra Kurumi e o acertar uma faca extremamente funda e forte em seu abdômen.
Ele berrou, caindo e nisso não apenas caia da cabine como da roda gigante ficando caído no chão com a faca no estômago.
Ele estava a um passo de desmaiar estando sangrando bastante e Towa via aquilo em desespero com Iruka rindo.
Bem no chão, ele preste a fechar os olhos olhou para Towa, sua mente o relembrou de toda aquela diversão, do porque ele estava lutando, um belo combustível e fonte de determinação para que ele se levantasse.
Ele se levantou arfando e nisso arrancou a faca, toda cheia de sangue que aos poucos sumiu com ela crescendo e ele arfou enfim se firmando no chão e olhando aquela mulher, não deixando de vazar seu ódio a partir daquele olhar, diferente de sua feição sádica e sorridente, ele agora estava apenas com uma feição de puro ódio, ódio demais para seu corpo conter o deixando vazar de forma imensa, como uma aura demoníaca.
Iruka via aquilo, tal aura era realmente assustadora, todo seu corpo por um segundo tremeu, a presença daquele garoto era pavorosa, ela mostrou uma feição de medo e deu um leve passo pra trás.
“Ele é um demônio? E-eu to com tanto medo assim desse pirralho? Iruka, lembre do Yami, ele é mil vezes mais assustador que esse pirralho que ainda nem tirou as fraldas, além disso, eu não preciso lutar, posso sumir daqui com essa garota agora mesmo! Oque ele pode fazer a essa distância?”
O garoto suspirou e se firmou com seus pés, assumiu uma postura de corte, similar a um batedor de baseball, suas veias nos braços saltavam com a lâmina de Yagiri estando bem maior que o comum com todo o sangue, ele se posicionou pondo a faca bem pra trás, fazendo a ruiva estranhar sem saber o que ele iria fazer.
Nesse momento ele logo deslizou a faca com toda sua força, realizando possivelmente seu corte mais forte até hoje, realizando um corte pressurizado colossal, tal corte foi rasgando o céu até simplesmente cortar a roda gigante ao meio, fazendo a parte de cima se soltar, Towa que estava nas mais encima se segurou para não se machucar, já Iruka perdeu totalmente a estabilidade caindo.
O garoto então realizou outro corte extremamente poderoso na mulher que olhou de relance chocada.
Ela sumiu o fazendo sorrir, crente que ela havia desistido.
— Que demônio assustador! — disse a mulher, não tão longe assim dele, mas em um dos diversos bambolês que ela havia jogado ao passar da luta.
Towa saiu da roda gigante e foi andando vendo aquilo, ela ficou ali parada, novamente alisando a pistola e cerrando os lábios se contendo tanto para não atirar.
“O que tá havendo comigo? Por que essa mulher machucar o Kurumi… Me irrita tanto?!”
Ele rosnou e se lançou na direção dela, sorrindo ela abriu a mão e mostrava apenas um bambolê, porém moveu mostrando ter uma quantidade enorme de bambolês os quais ela lançou contra ele, criando um loop no qual ele ia passando de bambolê a bambolê totalmente preso e sem tempo para sequer agir, chegando até a ficar enjoado, uma sensação similar a andar de montanha russa.
— Mas… Que… Merda! — disse o garoto em meio ao loop, cada frase dita após passar um bambolê, saindo e entrando no outro.
— Esse é meu grande, Looping Infinito, boa sorte pra tentar sair, hahaha! — A mulher saltou se aproximando de Towa que se tremia no chão com medo. — Você vem comigo, pirralha.
— Kurumi, socorro!
Ela moveu um bambolê fazendo com que a garota sumisse.
Aquela visão chocou o garoto, ele arfou e nisso rosnou, sua mente estava perturbada com isso, ele cerrava os dentes de forma intensa.
— Vadia…
Ele seguiu ali enquanto Iruka ficou rindo, o garoto ficou pensando, refletindo enquanto estava apenas com ódio, ele retirou sua faca e mirou e nisso ele a lançou com um puro sentimento de ódio.
A faca foi girando e nisso cortou fora a perna dela que caiu no chão berrando.
A mulher berrava com aquela dor intensa e a faca sumiu e ao notar novamente a mesma ação agora a fazendo perder a outra perna.
A faca novamente sumiu e voltou para as mãos de Kurumi, ele a olhou friamente.
Ele ficou mirando a faca com a mulher começando a entender, o suor escorreu no corpo dela e suas pupilas dilataram, imersa num profundo medo ela começou a engatinhar tentando fugir.
— Socorro!! Alguém me ajuda por favor!
O garoto passou por mais um bambolê e nisso lançou a faca com uma força inacreditável, ela foi até mesmo rasgando o céu e chegou simplesmente se cravando no crânio da mulher.
O corpo dela apenas caiu com uma quantidade enorme de sangue e miolos de cérebro vazando da cabeça, os bambolês sumiram e nisso o garoto voltou pro chão, ele retirou a faca e virou o corpo da mulher
Seus olhos estavam mortos a boca aberta com certo sangue e uma feição de extremo medo, ela estava aos poucos morrendo enquanto via a imagem de Kurumi, apenas aquele vulto sinistro em sua frente.
Antes de poder mais nada logo ela sentiu um pé em seu rosto, o garoto começou a pisotear a cabeça dela varias vezes, mesmo que já estava praticamente morta, ele não se importou, apenas quis fazer com que aquela mulher recebesse a maior quantidade possível de dor antes de morrer.
Ele a pisoteou até o rosto dela ficar totalmente deformado e então a chutou para o rio, fazendo o corpo morto ficar a deriva boiando no rio.