Volume 1 – Arco 4
Capítulo 23: Trabalho Sujo
A noite densa e escura, não era local pra criança, era nesse tipo de lugar que Yami e os demais, estavam sentados em uma mesa com pratos de takoyaki ali, esses que o homem não enrolou para comer, era seu prato favorito.
— Eae, é um bom acordo não acham? Hahaha!
A ruiva pegou um dos espetinhos e se debruçou na mesa com um leve sorriso, essa era uma oficial de alta patente da Karma, Iruka Megumi.
— Todo esse dinheiro para matar uma criancinha? Hahaha, Yami-san tem algum rancor contra ela?
O gordo bocejou, estava sentado quase caindo da cadeira, esse era outro oficial de alta patente da Karma, Riki Nebo.
— Uaaaahh, quanto mais rápido terminarmos, mais rápido vamos acabar pra poder dormir…
Iruka furiosa rosnou para a preguiça daquele homem, não entendia como alguém assim poderia estar no mesmo nível que ela.
A garota sombria seguiu quieta e bem concentrada sem nem comer e se mexia o mínimo possível, essa era outra dos oficiais de alta patente, Kurusu.
Iruka repentinamente sentiu um formigamento no corpo e botou ambas as mãos na sua traseira, olhando furiosa para trás ela via o olhar do velho para ela, exalava certa perversão.
— Velho lixo, o que tá olhando, hein?!
— Só estava olhando, que bela calcinha está usando, Iruka-chan, é uma Belle Intime?
A ruiva fez uma feição de aversão indo para longe do velho, e rosnando.
— Yami-san! Eu vou matar esse pervertido!
Yami seguiu apenas sorrindo vendo isso e ao seu lado olhou Tatsuta com uma feição de desdém.
— Então… Esses são os pilares da Karma?
— Não os subestime… Apesar do jeito, eles foram escolhidos por mim, são todos bem poderosos, na hora certa, eles fazem qualquer um ficar de queixo calado.
— Acho que confundiu os ditados…
Ele suspirou indo embora enquanto o assassino seguiu sorrindo.
Kurusu se aproximou de Yami, ficando bem quieta sua aura era bem calma e serena, apesar de sua aparência tão sombria.
— Yami-san, se me permite perguntar, por que está querendo a garota viva?
— Ora, por que seria? Dinheiro! — disse sorrindo, aquele homem era movido por isso, todas as suas ações giram entorno de quanto ele irá ganhar. — Essa missão, são uns extremistas religiosos, querem que a pirralha morra por achar um insulto o poder dela, e também pelas dividas da família dela, vamos fazer que nem fizemos aquela fez em Shinjuku.
— Um corpo falso?
— Exato, eu vou entregar o corpo morto pra eles, e com a garota verdadeira, eu posso achar alguém que queira pagar bilhões pra ter a vida eterna, eu pessoalmente não tenho interesse em viver pra sempre, mas sempre vai ter gente querendo isso por ai, hahaha!
As risadas dele ecoaram bem alto, a lua brilhava no céu até se tornar um sol, sol que iluminava uma cidade, Kurumi e Towa olhavam aquela vista linda, uma cidade grande cheia de atrações diversas.
— Kyoto! — ambos gritaram exalando sua grande animação.
Os dois partiram correndo animados, pareciam duas crianças animadas, Hibari suspirava com aquilo, realmente impressionada com tal jeito infantil.
— Achei que deveríamos não chamar atenção… Da pra acreditar nesses aí, Shizuki?... Shizuki?
Ela notou a falta do parceiro e ao olhar pra frente ele estava com um mapa e panfletos junto de Muno.
— Regra número 9 dos assassinos de aluguel, não confundir negócios com prazer — ele disse.
— Mas estamos de férias!
Ele sorriu indo junto de Muno, ambos indo em direção a um dos castelos de Kyoto.
Hibari suspirou, ela voltou a andar ao lado de Shizan, ambos agora sozinhos, ele sorria calmo e ela com uma feição seria.
— Tem uma barraca ali vendendo batata recheada com ova de peixe, quer que eu compre um pra você? Você gostava desses quando era criança.
— Eu não entendo, você, não era só a gente escoltar a garota?
Ela realmente estava confusa, desde sempre foi ensinada, apenas cumpra sua missão, por que tudo isso? Aquilo não era algo comum de se ver em Shizan, eram assassinos, então por que correr esse risco?
O loiro sorriu e moveu o rosto dela pro lado, ela se chocou vendo Kurumi e Towa juntos com sorrisos puros e brilhantes, exalando uma simples felicidade enquanto olhavam as diversas barracas.
— Eu não quero ser um herói nem nada, é só que… Essa garota nunca teve a chance de se divertir e agora está dando os passos rumo a morte, acho que… É justo dar pra ela o mínimo de diversão no final, não é?
Hibari seguiu realmente chocada, aquele era um lado que ela nunca antes havia visto no loiro, lado que ela nem sabia que podia existir, ela riu de leve e foi andando junto dele.
— Pra quem se denomina “Deus da morte”, você é muito bonzinho.
— Você acha? Hahaha!
— Ela não foi… A única garotinha que você já salvou — disse Hibari com um pequeno sorriso puro que fez o loiro seguir sorrindo e foram andando. — Anda, vamos comer aquela batata, você compra pra mim!
Em outro ponto, Kurumi e Towa iam correndo por toda a cidade, ambos nunca haviam passado por cidades dessas com tantos locais.
Passavam por cabanas de comida comendo bastante, vendo artistas de rua, e até iam até um malabarista em chamas fazendo o malabarismo ali.
Eles seguiam até achar um parque de diversões e novamente esboçavam largos sorrisos, passavam por ele todo, indo nos mais diversos brinquedos, montanha-russa, bate-bate, tudo sem em nenhum momento perder seus sorrisos tão animados e puros.
E sob o brilho da lua, a dupla estava numa roda gigante, com o garoto com um enorme algodão doce, haviam passado o dia inteiro brincando.
— Hahaha! Isso é tão perfeito! — disse Towa. — Kyoto é o melhor lugar do mundo!
— Naaah, Tokyo é bem melhor.
— Tá brincando? Kyoto é o lar das tradições, maiores arquiteturas do país, a floresta de sakura!
— Bom, a comida de Tokyo é mil vezes melhor, tipo em Shibuya, lá tem uma ótima comida e muitas garotas gostosas.
— Gostosas? Hahaha! Aposto que você faz sucesso com as garotas, né? — disse sarcasticamente com um sorrisinho.
— Cala a boca! Eu tenho até um restaurante, todas as garotas iam amar ficar comigo!
— Você tem um restaurante?!
— Aham, a melhor comida do mundo! Apenas presente em Tokyo, hahaha! Quando isso acabar eu vou te levar lá e…
Ao falar isso ele se tocou e ficou quieto assim como Towa, o brilho em ambos sumiu ficando ambos levemente quietos.
— Foi mal…
— Não… Tá tudo bem. — Ela fez uma feição pensativa e esboçou um leve sorriso. — Sinceramente pra mim isso já é perfeito, eu sempre sonhei em viver assim.
O garoto se chocou sendo imerso em seus pensamentos, lembranças de todo seu tempo como escravo e nisso ele também lembrou da fala dele com a garota.
— Eu me enganei sobre você. — disse sorrindo de leve fazendo a garota ficar confusa. — Eu achava que você já tinha conseguido a vida dos sonhos, mas na verdade… Você é como eu, preso e apenas tendo a vida dos sonhos como… Um sonho, haha!
— Ah? Vida dos sonhos?
— Isso aí!
Ele levantou com um sorriso e brilho no olhar puro e com os braços levantados, estava com o brilho da lua refletindo em seu olhar, fazendo a garota se corar de leve.
— Poder comer o que eu quiser, ir aonde eu quiser, fazer o que eu quiser sem ninguém ou nada pra me prender! Essa é a vida dos meus sonhos!
A garota ficou ainda mais vermelha sorrindo e colocou ambas as mãos segurando a barra da roda gigante.
— Acho que… Eu também gostaria de viver essa vida.
Ambos se olharam sorrindo e se aproximaram.
— Que casalzinho mais fofo! — disse uma voz sinistra não muito dos dois.
Ambos se chocavam com aquilo e olhando para cima viam Iruka bem encima da roda gigante com uma feição furiosa e dois aros, um em cada mão.
— Eu odeio casais fofos!