Volume 1 – Arco 4
Capítulo 21: Rastros
A fumaça preenchia aquele ambiente escuro que Yami e Tatsuta estavam, o assassino estava com um cigarro na boca e segurando papel de loteria, seus olhos passavam por ele.
— Merda! — disse furioso, ele amassou o bilhete jogando-o fora, Tatsuta apenas seguiu calmo, pensando que provavelmente ele havia apenas perdido dinheiro em apostas, algo corriqueiro para aquele homem, embora ganhasse uma quantia enorme em seu trabalho, mais de metade ia pro bolso dos cassinos, o que o levava sempre a buscar mais dinheiro e seguir o ciclo.
— Acho que você já pode parar de vadiar e começar seu trabalho, não é?
— Tá doido por acaso? Nosso oponente é o Deus da Morte, o terceiro maior assassino do mundo… — a mente de Yami ficou se lembrando de Shizan, de quantas missões inacreditáveis e feitos que o loiro havia realizado, nisso ele se levantou tirando o cigarro após um trago. — Se ele não perdesse tanto tempo brincando de baba, ele com certeza seria o número dois, se duvidar até número um.
— É, o Major já falou disso, o ranking não é sobre força, mas sim sobre ser assassino, taxa de sucesso de missões, gosto dos investidores, o Deus da morte a maioria das missões ele repassa pros pupilos dele, o que faz a taxa de sucesso dele ser de 79%.
Ele disse suave pensando, sabia muito bem que aquele número era grande demais, afinal sendo um assassino grande, tal quantia passava facilmente de mil, número alto pra qualquer assassino.
— Mas se estivermos falando apenas de poder, ele sem dúvida alguma deveria estar mais alto no ranking.
— Exato, ele não é alguém que se enfrente de forma direta.
— Parece que você vai jogar pelas suas regras — Ele sorriu ao dizer aquilo assim como Yami também, ele era esse tipo de pessoa, alguém que não se importa de jogar sujo e atacar pelas sombras. — Qual seu plano?
— O que você acha? É hora da Karma entrar em ação.
Saindo de tal cenário, Kurumi foi andando por entre uma floresta na procura de Towa, ele rangia enquanto podia ver a lua atrás.
— Garota mimada, não aguenta umas verdades…
Ele seguiu e nisso ele tropeçou, ao levantar e olhar pra trás ele via seu sapato preso no chão em um liquido branco, viscoso e embora tentasse tirar seu calçado, não conseguia e tocando o liquido, sentindo a espessura sendo extremamente similar a uma cola muito potente.
— O que é isso? — indagou, abrindo sua mão e invocando Yanagiri, com um simples deslize cortava o liquido pondo seu calçado e olhando mais a frente ele arregalou os olhos, sua vista era de vários outros desse liquido, porém todos em larga escala em formatos similares a teias de aranha.
Se aproximando ele estranhou, podia até não entender muito sobre insetos, mas sabia que não deveria existir algum tipo de aranha desse tamanho.
Seus pensamentos foram então cortados por um alto som, tendo sua atenção chamada ele correu para investigar, já imaginando algo ruim.
— Que isso?! — Exclamou bem alto com aquela visão.
Em sua frente, estava a maior aranha que poderia imaginar, tamanho até mesmo maior que de um elefante, passando facilmente dos 10 metros, suas patas eram afiadas e com leves pelugens e na parte de trás havia em vermelho um símbolo de uma caveira.
Em uma das várias patas da aranha, estava Towa amarrada nas teias, seus braços, pernas e sua boca, apenas dando para vê-la em desespero chorando.
— Towa! Ahhh, que grande merda! — Ele rangeu até parar ao ouvir um riso alto, ele moveu sua visão para cima da aranha, difícil devido ao tamanho enorme da mesma.
Bem em cima dela havia uma mulher sentada de pernas cruzadas e rindo.
— Hahahaha! — Era uma mulher alta com um cabelo branco com duas longas mechas chegando na altura do peito, vestia uma blusa preta de mangas longas cobrindo suas mãos e deixando apenas alguns dedos livres e a parte de baixo um manto aberto mostrando as pernas. — O chefe disse que era pra enfrentar o grande Deus da Morte, mas não disse que ele era só um pirralho! Hahaha!
O jovem se chocou, mas antes de poder pensar ele se moveu por puro instinto num salto, desviando de uma cravada da pata da aranha, nisso ele no ar olhou a mulher que sorria para ele.
— Me mostre o poder de uma lenda, Deus da Morte!
Ela seguiu com diversos golpes com suas patas, Kurumi foi correndo desviando, ele saltava, porém, em um desses saltos ele era acertado por uma teia que prendia suas pernas.
Ele acabou caindo longe machucado e rangia, surgindo Yanagiri e cortando a teia, ele moveu os olhos focando na mulher.
Logo a aranha cuspiu uma série enorme de balas de teia vindo em encontro a ele numa velocidade enorme, o garoto seguiu parado firme, ele respirou fundo movendo os pés e segurando Yanagiri.
Ele começou a mover sua faca numa série de deslizes, tais deslizes iam cortando o máximo daquelas teias, ele exalava uma chama e determinação nos olhos e foi cortando todas em uma série precisa de cortes e se lançou contra a aranha, ela moveu sua pata a qual ele desviou correndo encima dela.
Rosnando, ele se lançou contra a mulher pronto para realizar um corte direto, ela sorriu e nisso um brilho acertou o garoto, vendo um soco inglês na mão dela, ela acertou um soco profundo nos países baixos do garoto, isso o fez arregalar os olhos hesitando de dor.
Ela acertou um segundo soco contra o maxilar dele o mandando para o ar e a aranha então foi com a pata acertando um golpe no abdômen dele que o jogou no chão.
— Me subestimou Deus da morte?! Hahaha!
Ele cuspiu o sangue e se levantou e nisso olhou ela.
— Só pra você saber, eu não sou o Deus da Morte, e você deveria agradecer por isso.
Ele sorriu e posicionou a faca agora suspirando.
— Se fosse ele, ele teria vencido você facilmente, mas agora eu fiz uma promessa… De superar ele e todos os outros, então, não posso ficar perdendo meu tempo com um insetinho.
Ele sorriu enquanto a mulher seguiu com desdém o olhando.
Uma cena realmente desagradável, digna de vomitar e horrível para ser vista após o almoço, era isso que Hibari e os demais viam.
Bem na frente dele tinha vários corpos mortos e uma grande quantidade de carne morta rastejando e indo até Shizan, ele estava com sua pá em mãos e sua cabeça encostada nela, em sua frente estava um homem preso por uma quantia enorme de carne morta, prendia seu corpo e uma bela quantidade estava em sua boca o engasgando.
O loiro apenas estava com uma feição calma e um leve sorriso, não mostrava nada, para ele aquilo era algo rotineiro, uma cena normal que já havia testemunhado mais vezes do que podia contar.
— E então, já estão satisfeitos? — disse o homem, nisso a carne morta saiu da boca do homem o fazendo voltar a respirar ofegante e em desespero. — Já esperava que a gente fosse cruzar com gente como vocês.
Ele mudou sua postura agora indo calmamente até aquele homem e colocando a pá contra o pescoço dele levantando e o fazendo olhar Shizan nos olhos, vendo aqueles olhos profundos, embora calmos tão desprovidos de luz, um olhar sombrio de alguém que já havia perdido qualquer pureza, realmente aterrorizante.
— Vocês são a “Karma”, não é?
— Karma? — Hibari indagou.
— São uma organização de assassinos ilegais — Shizuki respondeu, ele se aproximou dela enquanto Muno estaria ao lado dele comendo um sanduiche de geleia. — Apenas matamos pessoas que o Major disponibilize matar, Karma é uma organização de assassinos, eles matam qualquer pessoa focando exclusivamente no lucro, são desprezíveis.
A garota ficou pensativa ao ouvir isso, já tinha ouvido falar aqui ou ali sobre isso, embora nunca tinha dado atenção, não imaginava que cruzaria com alguém assim tão cedo.
— Vamos, eu tirei aquilo para que você pudesse falar, estou interessado em saber mais sobre você, começando… Além dos seus amiguinhos que eu matei, quantos mais vieram?
— E-eu só vim com mais uma pessoa! Eu juro, a Yamede-san.
— Yamede? Quem seria?
— Ela é uma assassina do ranking, a número 542, ela é a mais alta da Karma, abaixo apenas dos Chefões, a sua garota… Com certeza já tá morta!
Ele disse com pavor e Shizan calmo apenas seguiu parado quando a carne simplesmente apertou com força total, esmagando completamente o corpo daquele homem e o consumindo com o restante da carne morta, deixando apenas as roupas caídas no chão.
— O que a gente faz? — Shizuki indagou com preocupação.
— Vamos nos espalhar pra procurar, o Kurumi foi atrás, mas eu acho melhor nos verificarmos! Se espalhem!
Todos ouviam isso e iam se espalhando com Muno ainda comendo seu sanduiche e indo junto de Shizuki.
Um pouco mais fundo na floresta, Kurumi seguiu correndo para desviar das cravadas de pata da aranha.
— Patético! É sério que o Deus da Morte tem pupilos tão fracos, capazes de ser vencido por insetos?! Hahaha!
Ele seguiu correndo e olhou de relance pra Towa, por dentro ele estava com uma grande raiva já que isso tudo havia vindo de “pirraça” daquela garota.
Esquecendo isso ele focou e saltou concentrando bastante força com Yanagiri estava decidido a acabar tudo com apenas aquele golpe.
Yamede sorriu quando a aranha cuspiu uma teia que acertou bem nas mãos que seguravam a faca.
Ele com isso ficou tentando cortar com a faca, porém sem conseguir e estranhou rosnando.
— É inútil! Essa teia é diferente das demais, ela não só é vinte vezes mais pegajosa que cola, com é absurdamente resistente! Não irá ganhar aqui!
Ele esboçou uma feição de aversão e nojo com aquela gosma tão melequenta ficando a balançar a mão e se distrair e nisso ele acabou por receber uma pancada de uma pata que a lançou para bem longe o fazendo cair em uma árvore.
— Merda… Eu tô apanhando pra um inseto?
Ele se levantou e logo saltou, pois, a aranha estava ali de novo, ele não conseguia soltar suas mãos ou usar a faca devido a teia, uma situação realmente complicada.
“Beleza, que se foda, se não pode ser na faca, vou encher essa vaca de porrada!”
Ele nisso saltou desviando de outra patada e dessa vez foi correndo o mais rápido possível pela aranha e saltou dando uma forte joelhada no rosto de Yamede.
Ambos nisso acabavam caindo do topo da aranha e o garoto ia em toda queda dando a maior serie de chutes sem parar contra a mulher nem mesmo a dando tempo pra pensar ou ter a chance de reagir.
Ao caírem ambos no chão, ela estava caída machucada e olhou a aranha feroz.
— Aranha estupida! Já esqueceu do nosso pacto?! Mate esse pirralho!
Ela estava extremamente machucada e a aranha novamente soltou seu jato de teia contra o garoto que desviou saltando e nisso a teia acabou acertando Yamede a prendendo a fazendo berrar com nojo profundo.
— Inútil!! Tira isso de mim agora!!
A aranha cuspiu um jato de um liquido verde similar a ácido contra a mulher e o garoto ao ver isso sorriu se lançando, já imaginando o que era ele colocou a mão de leve fazendo a teia se desfazer e libertar suas mãos, nisso ele ainda no ar desceu contra Yamede.
A mulher ficou congelada, em sua frente apenas podia ver aquele garoto exalando uma aura sanguinária prestes a descer sua faca contra ela que estava fraca demais para correr.
Ele desceu a faca bem forte contra o estomago da mulher a fazendo cair nocauteada no chão.
Ele então disparou contra a aranha que foi soltando diversos jatos os quais ele desviava.
— Merda, pelo jeito não tem escolha — exclamou, ele realizou um corte com a faca em seu braço soltando bastante sangue que ele deixou todo pingar na lâmina. — Engole tudo, sedenta!
A faca absorveu todo o sangue e cresceu até ficar relativamente maior e ele sorriu sadicamente, um sorriso bem largo que a maioria das pessoas sentiria dor nas bochechas ao expressar.
Ele foi correndo e girando a faca ainda com o sorriso e nisso ao saltar cortou fora a perna da aranha com apenas um golpe.
A Abominação apenas berrou agonizando dando para que o garoto saltasse e enfiasse sua faca no olho dela afundando com grande força, ele começou a esfaquear sem parar várias e várias vezes o olho dela, ficando cada vez mais e mais sujo de sangue.
— HAHAHAHAHA!! — A risada do garoto com as esfaqueadas ia ficando cada vez mais e mais altas, crescendo a cada estocada até que a aranha apenas cedeu caindo no chão morta. — Vá pro inferno, bicho maldito!
Ele ainda com o sorriso olhou para trás vendo Yamede já acordada, a mulher estava totalmente aterrorizada com a visão.
Ele então foi andando lentamente até ela, a cada passo o medo dela aumentava, a sombra dele ia engolindo-a, o sorriso no rosto de Kurumi era tão mais tão largo que nem podia ser considerado humano, a mulher apenas era dominada e afundada em um único sentimento… Medo.
— Por favor… Perd…
Antes mesmo dela terminar, sua cabeça voava, com um único corte ele havia arrancado a cabeça dela que caiu perto de Towa.
A garota vendo aquilo ficava aterrorizada e ao olhar pra cima, ali estava Kurumi com a faca erguida, ela apenas fechou os olhos com extremo medo e se tremendo.
Ao abrir ela se chocou vendo que ele havia a soltado e ficou olhando-o com uma feição de espanto.