Volume 1 – Arco 3
Capítulo 14: Explosão
A lua cheia iluminava a cidade de Tokkaido, já era em torno da 1 da manhã.
Shizuki e Momoki estavam de frente um para o outro trocando olhares fixos em silêncio.
— Queria tanto assim falar comigo? — Momoki cortou o silêncio, sorrindo.
Shizuki apenas seguiu frio com sua feição inalterado e totalmente inescrutável.
— Mas uma perguntinha, se me permite — prosseguiu. — Quem é você?
— O Assassino Silencioso — respondeu Shizuki, num ar frio.
Momoki se chocou de leve com a tal resposta e de seu sorriso começou a soltar gargalhadas.
— Um assassino de aluguel? — indagou. — Estou ficando tão famoso assim?
— Sua tentativa de matar o ministro está cancelada.
Shizuki foi se aproximando e retirando suas mãos dos bolsos.
— Vocês são tão simplórios, meu objetivo fará bem a todos, até a sua organização e a você também — respondeu ainda sorrindo. — Eu tenho motivos para isso, não quero só fazer uma carnificina idiota, oque eu realmente quero é…
— Eu não tenho que saber — cortou Shizuki, friamente.
O homem se chocou com aquela fala e voltou a atenção ao garoto.
— Eu não preciso saber se tem motivos os quais são — disse friamente. — Eu só preciso te matar em nome da minha missão, tudo que eu preciso saber é que você é o meu alvo, e sem você o país irá ficar melhor.
Ele ao ouvir isso arregalou os olhos e rosnou com sua veia pulsando.
— Oque você sabe sobre melhorar o país?! — bradou, furioso. — Maldito, eu estou fazendo exatamente isso, você é uma das pragas que sujam nossa nação, eu vou acabar com você agora mesmo!
O garoto seguiu o olhando já a uma distância de poucos passos de Momoki.
Ele abriu sua mão e surgiu sua Katana, Shizuki correu na direção de Momoki e deslizou a lâmina contra ele em um corte diagonal.
Momoki facilmente desviou indo para o lado e nisso começou a saltar e se mover freneticamente desviando de vários deslizes.
Shizuki estava o dominando, obrigando o homem ter que ficar se esquivando a cada segundo de cortes de diversas direções.
“Ele é muito bom na espada, os movimentos dele são rápidos, se eu não tomar cuidado ele pode me cortar fácil.”
Eles seguiram assim até que o olhar de Momoki brilhou ao ver uma brecha, ele se lançou passando Shizuki e seguiu sorrindo.
“Ficou cansado, não é? Isso abriu uma brecha nos seus cortes, agora eu posso partir pro ataque.”
Momoki chegou ao outro lado e foi dar um soco no assassino que defendeu com sua lâmina.
O homem seguiu numa série de socos e socos os quais ia fazendo o garoto recuar.
Shizuki demonstrou um pequeno sorriso o qual fez Momoki estranhar, ele seguiu os socos até que acabou por acertar uma parede de concreto a qual seu punho atravessou.
— Ahhh! — berrou Momoki com aquilo.
“Maldito, ele criou a brecha de propósito, ele queria que eu fizesse isso.”
Ao olhar pro lado ele viu de relance Shizuki com a katana levantada, ele a desceu numa velocidade enorme acertando um corte em Momoki.
— Ah? — O homem indagou ao notar que não havia recebido um corte.
Logo ele se lançou tirando seu punho da parede e ficou um pouco longe confuso.
"Ele errou?"
Shizuki ressurgiu atrás de Momoki levando sua espada para outro corte, o homem foi desviando dos cortes e acertou um chute no maxilar do assassino.
Momoki então foi pra cima do garoto que em resposta balançou sua Katana novamente em um corte horizontal contra o estômago de Momoki, novamente sem cortar.
Momoki caiu no chão um pouco atrás e arfou perplexo.
“Ele não errou, eu senti a espada dele, mas… Como ele não me cortou… Espera, Assassino Silencioso… Será que?...”
Shizuki apontou a katana para Momoki com um olhar frio.
Lâmina Cega: Uma katana totalmente cega, pode ser algo fácil como papel ou algo duro como diamante, ela não é capaz de cortar absolutamente nada.
No chão Momoki foi se contorcendo até que começou a gargalhar bem alto, levantando a cabeça.
— Hahahaha! Então era só isso? Uma habilidade dessas? Hahaha!
Ele se levantou e passou a mão para tirar a sujeira do terno.
— Chega a ser engraçado algo assim, uma Katana que não consegue cortar nada — Ele sorriu olhando para o garoto. — Já ouvi sobre você, você foi quem executou um velho conhecido meu.
O garoto seguiu firme e quieto ainda segurando a katana pronta pro ataque.
— Ah, qual você disse que era seu nome mesmo? — indagou calmamente. — É meio falta de educação não contar seu nome para alguém.
Ele apenas permaneceu quieto e frio.
— Ah, muito bem, eu estou sendo rude, deixe eu me apresentar primeiro — disse Momoki. — Meu nome é Momoki Rei, líder e fundador da facção Filhos do Amanhecer.
O garoto se lançou em grande velocidade na direção de Momoki e realizou outro corte diagonal e seguido de uma grande série de vários cortes, todos sem efeito.
— Acho que não tenho porque desviar, né? Hahaha.
Shizuki seguiu frio exalando uma aura gélida em um silêncio constante, o homem moveu sua mão para um soco contra a face dele e quase perto de acertar o garoto sumiu.
Momoki se chocou com aquilo e Shizuki surgia atrás dele o acertando um chute em sua nuca o jogando longe.
"Quando ele ficou tão rápido?!"
Ele arregalou os olhos ao pensar isso e logo se levantou e Shizuki já estava ali, ele segurava sua Katana com a lâmina e a deslizou dando uma forte pancada no rosto de Momoki com a empunhadura.
Era uma pancada forte que abalou o homem e Shizuki seguiu sem parar com várias pancadas o fazendo cuspir sangue.
— Você nem vai falar nada? — Ele se levantou e foi passando a mão para limpar o sangue. — Até quando vai ficar em silêncio? Me diga… Quem você é?!!
— Para de gritar! Você é tão chato quanto ele… — respondeu frio. — Eu odeio falar enquanto luto, por isso sou o Assassino Silencioso. Então faça um favor…
Ele seguiu sua feição fria e moveu seu indicador até seus lábios.
— Faça silêncio — Sussurrou.
Ele novamente se disparou contra o homem e moveu a katana para um corte e Momoki apenas seguiu parado.
Shizuki sumiu e reapareceu na direita dele o acertando um chute contra o maxilar.
O garoto seguiu correu agora vindo com pancadas de diversos lados numa velocidade surreal até que por fim, ele parou ao longe com Momoki arfando e limpando o sangue.
— Já entendi… Sinceramente eu achei estranho, é impossível um fardo ser assim tão inútil, mas ele é só um disfarce — respondeu com uma feição séria.
Ele se firmou e passou o dedo no rosto limpando seu sangue.
— Você não é capaz de cortar nada, mas a cada corte que acerta, você fica mais rápido — afirmou Momoki. — Tentou me fazer acreditar que era algo simples, para que eu baixasse a minha guarda contra seus cortes, assim aumentando sua velocidade, plano astuto, Silencioso.
Os lábios do homem tremiam até que por fim ele voltou a sorrir.
— Mas pro seu azar, eu sou totalmente capaz de lidar com isso! — exclamou, dando um largo sorriso em uma feição psicótica.
Logo ele correu, ele fugiu correndo em grande velocidade para longe e Shizuki foi atrás sem dificuldades.
O homem sorriu e em meio a corrida ele viu algo e saltou por entre as folhas de uma árvore.
Momoki pousou no chão com as mãos fechadas e o garoto ficou perto dele o olhando confuso.
— Veja só, que coisa bela — disse sorrindo e abriu as mãos.
Ao abrir as mãos revelou um pequeno esquilo filhote.
— Meu novo amiguinho, muito fofo, não? — disse sorrindo e se levantou com sua mão acariciando o esquilo. — Qual nome eu devo dar? Alguma sugestão?
Ele olhou calmo para Shizuki que estranhava aquilo sem tirar os olhos dele.
— Oh, já sei, estamos no mês de Abril e hoje é dia 5, então irei lhe chamar de Shigo — exclamou sorrindo calmamente. — Você gosta do seu nome, Shigo?
Ele seguiu acariciando o esquilo e Shizuki foi se aproximando.
— Já chega — disse Shizuki, frio. — Se tá tentando me distrair, saiba que não vai funcionar.
Ele voltou a segurar a katana pela lâmina e se aproximou de Momoki que ainda acariciava o esquilo.
— Aqui, de oi pro meu amigo.
Ele jogou Shigo para Shizuki e no ar o esquilo explodia em uma explosão bem encima do garoto que apenas via o brilho da explosão com os olhos arregalados.
Era forte o suficiente para o jogar contra uma árvore o fazendo bater de cabeça e cair no chão.
Shizuki não se mexia estando com bastante sangue e de olhos fechados.
— Acho que isso foi barulhento demais pra você, não é, “Silencioso”? Hahaha.
Ele olhou o garoto de perto o vendo sem se mexer e apenas foi embora.
Algum tempo após isso, Kurumi estava pingando sangue com todos os cientistas tendo sido mortos.
Ele estava com um pulso em mãos vendo o relógio daquele corpo.
— Já passaram da uma da manhã?! — exclamou, chocado. — Tinha muitos caras, olha como minha faca tá suja.
Ele olhou Yanagiri bem suja de sangue e nesse momento o sangue começou a sumir, tanto da faca quanto de Kurumi e a lâmina cresceu um pouco.
— Oque? — Ele estranhou com os olhos arregalados. — Uou! Ela absorveu o sangue? Ahhh, sem tempo pra isso Kurumi!
Ele saiu correndo andando.
— Eu preciso encontrar aquele cara!
Ele seguiu correndo, passou por toda a cidade e após algumas horas, ele viu ao longe o carro de Momoki caído.
O garoto foi correndo se aproximando e seguiu uma trilha de sangue e pegadas quando então ele se chocou.
Os olhos do garoto arregalaram com na frente dele estando Shizuki caído em frente a árvore na mesma pose de antes com o sol nascendo atrás.
— Merda! — Ele exclamou se aproximando.
Ao chegar ele moveu sua mão de encontro ao pulso dele e então seguiu chocado tirando a mão e pondo na boca.
— Ele morreu… — disse em choque.
Logo ele notou algo no bolso dele e ao retirar era uma identidade, tendo a foto de Momoki.
— Uma identidade? — indagou a lendo. — Momoki Rei… Ele… É o líder, não é?
Ele ficou chocado olhando Shizuki.
— Você… Até o final deu tudo de si pela missão…
Ele seguiu quieto chocado com sua mente sendo atingida por memórias da noite anterior.
Ele e Hibari estavam na mesa com Shizuki e Muno sentados longe.
— Ei, Hibari, aqueles caras sinceramente, qual a deles? — indagou. — Eles não me parecem grande coisa.
— Não subestime eles — Ela respondeu de forma imediata com sua cabeça apoiada em sua mão.
— Como não? — Ele indagou.
Ele voltou a olhar pros dois, Muno estava comendo bastante enquanto Shizuki estava calmo ao lado dela.
— A Muno é gostosa, mas tirando isso ela é idiota, não tá no rank e vive chapada! Ela é inútil em missões — disse agora olhando para Hibari.
— Ela tem utilidades ocultas.
Kurumi olhou pro lado pensativo e viu Shizuki entregando uma bandeja de comida para Muno.
— E aquele ali?
Kurumi seguiu o olhando e Hibari ficou pensativa.
— Ele também — respondeu, calma. — Numa questão física, eu acredito que você você eu sejamos mais fortes, mas em questão de inteligência e estratégia… O Shizuki é 100 vezes mais inteligente que a gente.
Ele se chocou com a afirmação.
— Sério? — perguntou Kurumi, chocado.
— Pois é, ele paga de machão, mas na verdade ele faz isso pra proteger a família dele — respondeu. — Ele é o mais velho dos irmãos, os pais dele morreram e ele não pode impedir, ele tem uma culpa grande por isso, é daí que vem o fardo dele.
Ela suspirou com Kurumi seguiu quieto.
— Assassinos geralmente não ligam pro certo e pro errado, e apenas matam por prazer, mas se eu tivesse que julgar, ele seria alguém bom — Ela sorriu de leve. — Ele tem o objetivo de tornar o país limpo, um lugar melhor onde os irmãos dele possam viver em segurança,
A feição de Kurumi ficou pensativa ao ouvir aquilo.
Voltando ao presente, ele segurou a identidade tremendo a mão e cerrando os dentes.
Ele logo suspirou, sua mão parou de tremer e ele apenas se virou andando em silêncio.