Volume 1 – Arco 3
Capítulo 11: Apresentação
O sol brilhante de meio dia iluminava as estradas, diversos sons de motor passavam de lá pra cá.
No meio dessas estradas, estava um humilde posto de gasolina, poucos carros e alguns funcionários, entre as pessoas ali presentes, estavam Kurumi, Hibari e os novos Shizuki e Muno.
O grupo estava em uma posição chamativa, Kurumi no chão com um galo, Shizuki com o rosto vermelho como tomate, Hibar rangendo os dentes e Muno confusa.
— D-desculpa… — suspirou o garoto no chão, quase sem voz.
— Tarado! — exclamou Hibari, cerrando seu punho. — Faz isso de novo e juro que te mato!
— Qual é, não foi nada de errado — disse o garoto, se levantando.
— Você tentou fazer algo indecente com a Muno-san! — disse Shizuki, ainda vermelho.
— Ah? Mas gente, o Kuni-chan só se abaixou pra ver insetos no chão! — exclamou a garota, confusa.
— Não. — Hibari interviu. — Muno, ele se abaixou pra ver a sua calcinha.
Kurumi assobiou e tentou olhar para outras coisas.
— Ah, sério? — Ela se chocou. — Aha, se deu mal espertinho, você não pode ver minha calcinha porque eu não estou usando calcinha. — exclamou confiante e sorrindo.
— Que?!! — berraram os dois garotos, vermelhos.
Kurumi tentou novamente ir pro chão e Hibari o segurou.
— Seu idiota, para! Nós estamos em serviço, pode se comportar?
— Tá bom… — Ele suspirou.
Um tempo após isso os quatro estavam juntos em um carro, Shizuki dirigia, Muno estava no assento de passageiro dormindo, e os outros dois estavam atrás.
— Haaa, eu nunca andei de carro antes — disse o garoto, sorrindo. — Acelera, faz uma balisa ou anda numa roda só.
— Como acha que um carro vai andar em uma roda só? — Shizuki, indagou.
— Aí Hibari, na nossa missão de antes, por que não fomos de carro?
— Eu não tenho habilitação — respondeu enquanto olhava uma cicatriz em sua barriga.
— Você já está mesmo bem, Hibari-san?
— Claro que eu tô, não é um corvo qualquer que vai me matar — respondeu sorrindo. — Nessa missão vou ficar mais atenta, até trouxe uma armada melhor de Fardos.
— Eu tô bem já tô melhor, nem sinto mais os machucados — disse Kurumi. — Bem na hora pra minha segunda missão!
Um tempo após isso, os quatro andavam por dentro de um hotel, um estabelecimento levemente empoeirado, várias rachaduras nas paredes, poucos funcionários e tão silencioso que dava pra ouvir os próprios pensamentos.
— Eu achava que Tokaido era um lugar grande — disse Kurumi. — Por que esse lugar é tão vazio?
— Aqui é um hotel especial de assassinos. — disse Hibari. — Já que missões podem levar dias, precisamos de um local pra ficar, então a ordem dos assassinos tem alguns desses hotéis pelo Japão.
Os quatro chegavam em um quarto e colocavam suas malas, e logo o garoto sorria correndo para fora, porém tinha sua gola segurada por Shizuki.
— Aonde pensa que vai?
— Me divertir.
— A gente não veio se divertir, temos que trabalhar! — Hibari exclamou.
— Mas eu nem sei qual a droga do trabalho! — respondeu, bruto, se soltando.
— Você ao menos leu o bilhete que eu botei no seu banheiro?! — Ela bradou.
Kurumi ao ouvir isso mudou sua feição, ficou boquiaberto e colocou a mão dentro da calça tirando um bilhete.
— Achei que fosse papel higiênico — exclamou.
Os outros dois esboçaram feições de aversão com aquilo.
— Você realmente não é normal, né? — Ela indagou.
— Não possui o mínimo de decência — disse Shizuki.
Muno caiu do banco pro chão, se arrastou até eles e se levantou.
— Hahaha! — Ela riu sorrindo e logo colocou as mãos nos ombros dele — Olha só Kuni-chan, nossa missão é matar um Deus que veio do passado!
— O que, sério? — indagou Kurumi, com os olhos arregalados.
Os outros faziam feições furiosas.
— Claro que não é isso! — bradou Hibari.
— É praticamente o oposto disso! — Shizuki completou.
Um tempo após isso, todos os quatro estavam juntos em uma mesa, bastante comida que Kurumi e Muno comiam.
— Temos que proteger o Senhor Adam Desmond — disse Shizuki, cortando seu bife.
— Esse cara tem um nome estranho!
— Ele é um estrangeiro — Hibari explicou. — É um ministro dos Estados Unidos que veio pro Japão assinar contratos importantes para um novo projeto.
Kurumi garfava sua comida e mastigava rapidamente enquanto focava na explicação.
— Entretanto, existem certas pessoas no país que não gostam de estrangeiros — disse Shizuki. — Estão criando revoltas contra, foi descoberto que um grupo de terroristas pretende o assassinar.
— Beleza, quem temos que matar?
— Ainda não sabemos, vamos descobrir — disse a garota, bebendo um pouco de vinho.
— Beleza, seja quem for, eu vou fazer picadinho desse cara! — falou garfando um pedaço enorme de carne e colocando na boca.
Longe do hotel do grupo, em um pequeno laboratório vários cientistas de óculos e luvas circulavam de lá pra cá, uma esteira rolante no centro com bolas passando.
Acima deles um homem estava sentado em uma cadeira, era magro e alto, tinha um cabelo preto alisado para trás, portava um terno e ficava de perna cruzada.
Seu rosto tinha olhos azuis e exalava um ar frio.
— Senhor Momoki — disse um cientista, se aproximando.
Os olhos frios do homem iam de encontro a ele, estava junto de mais dois cientistas.
— Diga — disse o homem.
— Ahh… Bem… — O cientista se aproximou com passos cautelosos. — Não sei como lhe dizer isso, mas não terá como criar a quantidade de bombas necessárias a tempo da chegada do Ministro.
Momoki ouviu isso e seguiu parado, frio.
— Acho que… Hmmm, bem… — Ele se tremia gaguejando. — Acho que seria melhor remarcar, senhor Momoki.
— Remarcar? — indagou e logo fechou os olhos, pensativo — Hmm, boa ideia.
Os lábios dele se formavam em um sorriso calmo e se levantou indo até o cientista.
— Sabe, eu sei o nome de todos os presentes da organização — prosseguiu. — Porém não sei muito bem como saber quem é quem.
O sorriso dele seguiu calmo e reluzente, isso trouxe uma certa paz pro cientista.
— Qual seu nome mesmo? — indagou o homem.
— Eu sou o Doutor Sasaki Susumo — respondeu.
— Oh,é mesmo? — Ele estendeu a mão para ele. — Deixe-me lhe dar o meu mais sincero agradecimento por todo o serviço.
A face dele fez o cientista se firmar e apertou a maão do chefe.
BOOM!!
Ao apertar o cientista explodia, todo seu sangue encheu o lugar, foi dizimado ao ponto de não restar nenhuma parte do corpo.
Os outros cientistas tremiam, arregalaram os olhos tendo um pouco de sangue em suas faces.
Momoki Rei: Terrorista e chefe do grupo extremista "Filhos do Amanhecer."
Os passos do homem se aproximavam dos cientistas com a mão aberta indo até um deles.
— Por favor, não me mate! — exclamou, chorando.
Ele moveu a mão até um lenço que o cientista tinha e passou pelo sangue em seu rosto.
— Muito obrigado, agora está bem melhor. — Ele seguiu passando o pano limpando o sangue.
Os dois não paravam de tremer, pareciam estar saindo de uma geladeira.
— O doutor Sasaki… — Ele parou por um segundo e suspirou. — Na verdade não o chamem de doutor, alguém com tamanha estupidez não merece esse posto, ainda mais com o que ele disse.
Ele mostrava não se preocupar, apenas relaxou e foi até uma janela, sua mão ficou sobre o vidro com seus olhos brilhando com a vista de fora.
— As bombas não ficariam prontas? Isso não é possível, elas não podem não ficar prontas — exclamou, agora se virando para eles. — Para o bem da nação, elas precisam estar prontas.
O cientista o olhava com uma feição de pavor, sentindo um ar ameaçador percorrer a sala, tão pesado que o fazia arfar e suar.
— Estou certo? — Indagou, seco.
— Sim, sim! — afirmou. — Você está muito certo, senhor Momoki!
— Ótimo, fico feliz em ouvir isso. — respondeu esboçando um sorriso.
Ele se aproximou de sua cadeira e pegou um jaleco que lançou para o cientista.
— Vista, você agora é o novo cientista chefe, ocupará o cargo do antigo Sasaki.
O cientista colocou o jaleco tremendo e ambos saíram correndo de lá.
Momoki voltou a se sentar na cadeira, na mesma pose de antes e juntando as mãos.
Seus brilhavam tal qual o puro olhar de um bebê enquanto ficavam fixos para vista da janela.