Volume 1 – Arco 2
Capítulo 9: Justiça
O corvo apenas teria sido fatiado e caia no chão totalmente morto enquanto Kurumi arfava.
O corvo caia no chão partido ao meio e Kurumi arfava sorrindo.
Hibari se aproximou de ambos, os olhos da garota estavam arregalados e ela olhava para o brilho que transbordava ao redor dele.
— Aí Hibari! Hoje a janta vai ser corvo assado! — exclamou sorrindo em empolgação e se aproximou do corvo. — Vai querer a asa ou a coxa?
— Você tá querendo comer isso? — indagou, com uma feição de nojo.
— Óbvio, ué. — respondeu. — Eu que não vou desperdiçar esse monte de carne.
Ele apertava o corvo em vários locais e de repente o corvo se desfazia com e ele caia no chão.
— Mas que merda?! — Ele indagou, rangendo os dentes. — Meu jantar! Oque aconteceu?
— Quando se mata uma abominação ela geralmente volta pro corpo do usuário pra se reconstruir, mas quando ela não tem mais um usuário vivo ela só se desfaz. — disse Hibari.
— Droga! Meu jantar! — resmungou.
Ele ficou a se debater socando o ar, Hibari via aquilo calada, apenas pensando.
— Você... Me salvou naquela hora... — Ela exclamou, meio pensativa. — Por que?
— Você me salvou no início da luta, não foi? — indagou, olhando para ela. — Não queria ficar te devendo, caso não tenha se tocado eu já tenho uma dívida colossal pra pagar.
Ela ouvia tais palavras e seu corpo paralisou, ficou num choque completo.
— Ha... Ha... Hahahahahah! — Ela quebrava o silêncio começando uma gargalhada ao ponto de lágrimas escorrerem e portou um sorriso puro no rosto. — Você é mesmo um imbecil! Hahaha!
— Que?! — Ele indagou rangendo os dentes. — Cala a boca, antes que eu te faça o novo prato pro jantar!
— Ei, ei, ei. — Uma voz ecoou essas palavras perto dos dois. — Parece que se divertiram.
A atenção dos dois foi de encontro a ela e olhando ele viam o garoto detetive que teria pego as notícias.
Ele moveu suas mãos para seu quepe e levantou um pouco, seu rosto era claro e jovial com cabelos pretos curtos com algumas franjas irregulares na parte da frente, e chamativos e brilhantes olhos vermelhos como sangue.
Ele portava um pequeno sorriso e um ar pacífico.
— Oi! — disse de forma simpática, levantando sua mão destra que estava com luvas.
— Outro?! — Kurumi indagou. — Quantos mais eu vou ter que matar?!
— Que estranho. — disse Hibari. — Esse aí parece ser bem mais novo.
— Cê acha? — Kurumi questionou. — Ele parece ter 18 anos, como eu.
— Calma, oque?! — Ela indagou, chocada. — Você só tem 18 anos?! É muito novo!
— Eu já tinha te dito minha idade assim que nos conhecemos! — Ele reclamou rosnando. — E você o “velhota” quantos anos tem?
— Eu não sou velha, tenho 20 anos! — Ela respondeu, com uma feição brava. — Você que é novo demais!
Ambos trocavam olhares que soltavam faíscas e rangiam os dentes.
— Hahaha! — O detetive riu. — A conversa tá mesmo interessante, né? Mas acho que vou me juntar, se voc não se importarem.
Ele deu calmos passos se aproximando de ambos, mas parou, ele sorria enquanto a centímetros de seu pescoço estava Yanagiri, com Kurumi a segurando e olhando ele.
— Ei, ei, oque que é isso? — Ele indagou, bem calmo.
— Eu não sei quem é você, nem quero saber! — Ele disse, olhando nos olhos do detetive. — Eu deveria te cozinhar, mas já que eu tô de bom humor, cai fora daqui!
— Oh, é apenas isso? — indagou. — Meu nome é Kou Hasami, como você disse e acertou eu tenho 18 anos, sou um detetive e Sargento do Governo. — disse de forma calma, mantendo sua postura serena.
— Você... É idiota? — Kurumi indagou, ainda sério. — Acabei de dizer que não me importo com quem você é!
— Oh sim, hahaha, me desculpa. — Ele respondeu. — Eu vou te deixar em paz, mas antes queria te fazer uma pergunta, se você não se importar.
Hibari ficava ali do lado meio pensativa.
“Qual a dele? Eu já enfrentei vários agentes do governo, ele disse que é um Sargento, logo não deve ser fraco, mas... Por que esse ar tão amigável?”
— Oque você perguntar? Fala logo! — disse Kurumi, bruto.
— Essa posição, esse jeito de segurar a faca, tão frio sobre tirar a vida de alguém... — Ele disse, ainda calmo e olhou nos olhos de Kurumi de forma profunda. — Era assim que estava quando matou o meu parceiro?
— Seu parceiro? — ele indagou. — Ah, o cara do corvo, até me esqueci dele.
— Isso! Nós não éramos próximos, nos conhecemos ontem pra falar a verdade. — prosseguiu. — Mas ele era uma boa pessoa, tinha uma família em casa esperando por ele e mesmo assim... Vocês assassinos mataram ele... — A feição do garoto agora era o mesmo sorriso porém Kurumi sentiu um leve arrepio com aquela face.
— Cuidado! — Berrou Hibari.
Kou moveu sua mão acertando um corte em Kurumi que o mandou longe.
O garoto levantou e olhou para o detetive, em sua mão esquerda ele portava uma Tesoura que teria acertado um corte em seu braço esquerdo.
— Seu fardo é uma faca, certo? — Ele indagou enquanto limpava o sangue da Tesoura na roupa. — Nossos Fardos são parecidos, não é algo tão comum mas também não é raro, você consegue cortar com uma precisão perfeita, já eu consigo cortar tudo.
Ele abriu um pouco a tesouro e Kurumi seguiu o olhando fixamente, logo o detetive lançou sua Tesoura contra ele.
A Tesoura girava como uma serra indo de encontro ao garoto que desviava por pouco indo para o lado, ele sentiu um arrepio e olhando de relance pra trás estava Kou.
“Ele é rápido.”
Kou acertava um soco no maxilar do garoto que o jogou pra longe mas antes de cair ele teria sua gola segurada pelo detetive que levantou sua perna numa joelhada com muita força no estômago dele.
O som de estalo ecoou e o garoto cuspiu bastante sangue e caiu no chão desmaiado.
Hibari viu aquilo de longe e ficou chocada.
“Desgraçado... Ele é forte, ele não tá só batendo nele, ele tá vendo onde eu ele se machucou na luta com o corvo e então bate encima dos machucados pra doer mais ainda, esse cara é sádico... Eu preciso fazer algo”
Ele se levantou já fazendo seu livro surgir mas logo recebia a Tesoura em seu estômago na abertura de antes a Tesoura ia fundo a ponto de atravessar o estômago dela.
Ela caia no chão cuspindo sangue.
“Eu tinha esquecido dessa ferida.”
— Vocês assassinos são uma praga, esse mundo é algo lindo, mas seres como vocês estragam ele por completo... — Ele disse calmamente sorrindo com sua Tesoura voltando para sua mão. — Como a justiça, o meu dever é eliminar todos os assassinos desse mundo!
Hibari sem a Tesoura ia pondo a mão na ferida e arfava.
— Se eu ouvi certo, você é a famosa rainha dos Demônios, né? — Ele indagou olhando Hibari. — Eu achei que você fosse mais forte, esperava mais de alguém tão alto no ranking de assassinos... Hmm, qual de vocês será que eu mato primeiro? —
Ele questionou pensativo.
Hibari no chão ia se levantando babando bastante sangue e o olhava.
Ele recebia um soco no rosto que que derrubava novamente no chão.
— Onde está minha educação? — retomou. — Primeiro as damas, né?
Ela rangeu e então levantou já com seu livro em mãos.
— Ei, ei, ei. Parece que você ainda aguenta lutar, não é? — Ele indagou sorrindo.
— Você entendeu errado, eu não tô me preparando pra lutar. — Ela rasgava duas páginas do livro as lançando. — Tô me preparando pra te matar!
Das páginas logo se formavam dois seres diferentes, um Búfalo preto.
O Búfalo se disparou na direção de Kou que apenas ia se movendo pro lado quando era pego por uma corrente, olhando para trás ele via Hibari a segurando e então as correntes sumiam.
— Isso não é nada! Só um apelo de desespero? — Ele disse sorrindo. — Quase que me assustou.
Ele se movia mas ao dar um passo pra frente seu corpo voltou pra trás.
— Oque? — Ele indagou.
Logo era recebido em cheio pelo Búfalo uma colisão direta que o mandou para o ar com ele cuspindo bastante sangue e sentindo ossos se quebrarem, ele voltou pro mesmo lugar de antes.
Ele estava no chão de joelhos, cuspindo sangue.
— Acho que quebrei alguns ossos. — Disse com suas mãos no estômago.
— “Algemas do Destino”, corra pra onde quiser e volte pro mesmo lugar! — Ela disse. — E também, “Touro Negro” ele é absurdamente forte, porém lento, mas como você não pode se mexer.
Ela sorriu e ele suspirou e voltou a sorrir.
— Aí está. — exclamou. — Essa sim é uma mulher que merece uma posição alta no ranking de assassinos.
O Búfalo chegava novamente na direção do detetive, ele ficou parado e quando a criatura se aproximou ele se moveu pro lado e o Touro passou e ele voltou após o Touro passar e chocou Hibari.
— 0,2 segundos. — Ele disse. — Entendi.
O Búfalo vinha de novo e ele repetiu o processo, se moveu segundos antes mas dessa vez ele surgiu entre o Búfalo que acabou sendo dividido em dois.
— Oque?! — Ela indagou arregalando os olhos vendo o fardo se desfazer.
— Essas correntes funcionam como teleporte, após eu sair da posição demora 0,2 segundos pra eu voltar. — afirmou. — Sabendo disso fica fácil de combater, se eu voltasse pra posição no mesmo momento que o Touro estava ali, iria ter uma pequena “brecha” ou eu era dividido ou ele, foi um teste e pelo jeito dei sorte. Hahaha!
Hibari seguiu firme ele sorriu e logo lançou a Tesoura girando, ela sorriu e moveu seu livro aberto.
A Tesoura sumiu e foi para uma página do livro, isso chocou Kou.
— Prontinho. — Ela sorriu. — Não tem mais seu fardo, nem sequer pode se mover, não tem mais nada que você passa fazer.
Kou seguiu sua postura calma ele abria sua mão e iria forçando.
— Tentando invocar seu fardo? — Ela indagou. — Enquanto eu estiver com ele no livro, você não pode usar ele. — Ela afirmou e retirou a página da Tesoura a fazendo ficar em suas mãos. — Sendo sincera eu não me preparei pra essa missão como deveria, faz tempos que não encontro nenhum problema em missões.
Kou seguiu parado e sorrindo, não perdeu sua postura.
— É, acho que aqui é o meu fim, né? — Ele indagou, sorrindo. — É justo, eu tentava matar vocês, logo não posso reclamar de vocês me matarem, certo?
— Você queria nos matar, isso é interessante. — Ela disse. — De acordo com as regras do governo mortes não são permitidas, sob nenhuma circunstâncias, Detetives não podem matar criminosos, é a lei mais rígida do governo atualmente, você tava pronto pra matar a gente... Você nos chamou de “sujos”, olha só, que hipocrisia.
Ela se aproximou dele mas logo ela sentiu uma dor e tossiu sangue, a dor dos machucados voltou com tudo e ele notando isso realizava um chute na mão dela lançando o livro ao longe que caia no chão se fechando.
Ao ser fechado a Tesoura sumia da mão da garota e voltava pra Kou que deslizava a Tesoura de cima pra baixo num corte poderoso que a pegava em cheio.
Ela caia no chão transbordando muito sangue, suas pálpebras lutavam pra ficar abertas, quase estaria sem consciência.
— Ufa! Essa foi por pouco, até me assustei. — Ele exclamou, passando a mão pra limpar o suor em seu rosto. — Se o livro fechar os Fardos se desfazem, foi um belo “chute”, não acha? Hahaha. Você é forte se essa luta fosse em condições normais eu não te venceria, mas você já machucada é fácil de derrotar.
Ele se aproximou levantando a Tesoura o mais alto possível e sorriu olhando ela.
— Sobre não poder matar, essa é uma lei rígida do governo, mas... Eu não concordo com ela, pra mim lixos como vocês merecem apenas a morte. — Ele olhou profundamente nos olhos de Hibari dizendo aquilo.
Logo ele desceu sua Tesoura que estalou, um som de metal se chocando ecoou.
— Já acordou do sono de beleza? — Kou indagou, sorrindo.
De frente a ele estava Kurumi rangendo os dentes com sua Yanagiri batendo contra a Tesoura dele.