Hitman Brasileira

Autor(a): Ryan VC


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 6: Solitária

Na mesma cidade, a dupla estava num trem, Hibari estava com uma feição séria enquanto Kurumi ainda estava apagado, jogado nos assentos.

— Hmm...? — Os olhos do garoto piscavam lentamente, aos poucos ia enxergando e se levantando, via tudo meio dobrado e turvo, piscava e aos poucos tudo ficava normal.

— Oh, até que enfim você acordou — disse Hibari, que encheu o garoto de um olhar frio.

— Ah? Você! — Ele quase saltou do banco, a olhou sério, mas ao reparar o local, ele se acalmou — Que merda você tá fazendo? Onde a gente tá?

— Da pra calar a boca? — Ela respondeu, grossa. — Você fala demais... Estamos indo pra Meguro.

— Ah, Meguro? Oque vamos fazer lá?

— Você não leu nada da missão? — respondeu, rangendo os dentes, até que ela suspirava — É lá que o Vereador Naoto vai estar.

— O vereador? — Ele piscou com aquela resposta. — Pera, você não disse que eu era fraco demais pra ser assassino? Que eu ia morrer e tudo mais.

— Bom, minha visão não mudou. — respondeu — Mas que sou eu pra impedir você de se matar? Com eu lá a missão vai ser completa de uma forma ou outra.

Os olhares dos dois se cruzaram, os olhos violeta da garota mostravam uma frieza, enquanto os diferentes do garoto mostravam uma certa raiva.

— Hmf... Vamos ver. — Ele respondeu, cerrando o punho.

Logo o trem parou e uma grande multidão se formou, parecia um formigueiro de tantas pessoas, os dois passavam com certa velocidade, sem que muitos conseguissem os ver.

O sol era coberto por nuvens, as ruas cobertas por carros e pessoas de lá pra cá, a dupla andava de forma a serem apenas mas duas agulhas num palheiro de pessoas, Hibari suspirava, olhava bem aos arredores.

— Aí, por que tá tão preocupada? — Ele indagou. — Ele é só um político, né? Acha que ele pode ter um Fardo?

— Claro que não... — Ela respondeu, seca. — Um fardo é despertado após você aceitar quem você de fato é, e ser verdadeiro consigo mesmo e com a sociedade, ser político... É o oposto.

— Então por que tá preocupada?

— Minha preocupação não é sobre o político, é sobre as pessoas que vão proteger o político.

— Ah? Como assim? — Aquilo fez o jovem erguer a sobrancelha.

— Você é mesmo um imbecil, né? — resmungou Hibari, ela agora estava alguns passos a frente, seus olhos focados passavam olhando de cima abaixo qualquer pessoa que ela via.

Kurumi cerrava os dentes com aquilo, ficava em silêncio, tentando controlar a si mesmo.

— Existem dois tipos de assassinos. — Ela cortou o silêncio. — Os de Aluguel como nós, matamos nossos alvos, políticos sujos, terroristas, qualquer ameaça pra segurança do país é eliminada. — Ela seguiu — Mas existem também os Detetives do governo, eu prefiro chamar eles de “assassinos públicos”, eles são responsáveis por “limpar o lixo” resolvendo por debaixo do pano coisas que não pegaria bem se fosse o governo abertamente. Uma das funções deles é cuidar de assassinos, a chance de encontrarmos um hoje... É muito grande.

Em nenhum momento ela se virou, Kurumi apenas seguiu atrás dela, andou e começou e refletir, mostrava uma feição pensativa.

— Você teria problemas pra derrotar um deles? — Ele indagou.

— Não viaja, pode até cansar, mas eu venceria. — Hibari respondeu, seca, passando por entre a multidão e logo ela parava.

Na frente de todas aquelas pessoas, havia um palanque, encima dele estava o mesmo homem da foto de antes, portava um terno em perfeita condições e em sua mão segurava um microfone.

Senador: Naoto Hiro.

— Meu povo, eu sei que apesar de tudo, eu agradeço a todos vocês por estarem comigo aqui, me dando sua apreciação e confiança e saibam que eu nunca iria contra essa confiança! — declarou, numa postura firme e forte.

As palavras de Naoto trouxeram a tona aplausos dos civis enquanto Kurumi e Hibari detinham feições de nojo.

— Ele fala demais pra um corrupto. — Ele abriu sua mão e sorriu. — Vou fatiar ele e acabar essa missão bem rápido!

— Nem pensa nisso. — Ela respondeu segurando o pulso dele. — Fazer isso num local público e lotado... Você não é tão idiota assim, né?

— Ahhh... Claro que não. — Ele dava um leve e forçado sorriso, ficando com as bochechas levemente vermelhas.

— Você é mesmo patético. — Ela dizia, soltando o pulso dele.

— Hmm? – Kurumi murmurou.

— Você não consegue nem sequer ter raciocínio lógico. — disse Hibari, com um olhar distante. — É um lutador medíocre e sem educação, não tem chances como assassino.

— Medíocre?! — Ele rosnou, e cerrou os dentes, olhando ela fixamente — Eu tenho um Fardo!

— O fato de você achar que só isso basta pra ser assassino, só confirma oque eu disse. — respondeu, ela agora olhava Kurumi bem nos olhos, não tendo mais uma feição fria, mas uma postura firme e séria. — Eu te derrotei facilmente e nem sequer usei meu Fardo, e ainda sim me segurei pra não te matar.

Os olhares entre os dois ficaram fixos, a mente de Kurumi se lembrou da luta, e logo ambas as suas mãos iriam pra suas partes baixas, como se estivesse as protegendo.

— Vamos esperar ele ficar sozinho, aí a gente pega ele. — Ela retornou a sua postura distante, cessando o contato visual.

Ela deu calmos passos se afastando dele, o garoto rosnou enquanto a olhava por trás.

"Eu realmente... Não gosto dela..."

Os pensamentos dele transbordavam em seu rosto e ele apenas ia a seguindo, cerrando os punhos.

Em uma parte mais distante da cidade, vários palmos abaixo do chão, um salão, relativamente escuro, não detinha janelas oque apenas colaborava para a escuridão do local, era lotado de computadores, e preenchendo esse local estavam vários homens, todos usavam a mesmo roupa, fardas pretas e quepes pretos com distintivos nos peitos.

QG dos Detetives de Tokyo.

— Sim, acabamos de confirmar. — disse um homem num computador. — Tem um preço de 30 milhões de Ienes sobre a cabeça do senador Naoto.

— Oh sério? — Uma voz amigável ecou, chamando a atenção do homem.

Ele olhou para trás e viu um garoto usando o mesmo uniforme dos demais, porém com a cabeça baixa, seu quepe cobria quase todo seu rosto, dando apenas para ver um pouco de seus curtos cabelos pretos.

— Entendi... — disse o garoto num tom gentil, em seu rosto tinha um calmo sorriso. — Então acho que tá na hora de assassinar assassinos.

De volta a dupla, os dois se escondiam atrás de um arbusto em frente a um hotel, Hibari estava com binóculos e Kurumi resmungava.

— Aaaaaaaaah... Já faz sete horas! — Kurumi bradou.

Ele e Hibari estavam em um pequeno arbusto.

— Deus... Você é incapaz de calar a boca? — Ela reclamou, cerrando os dentes pra ele.

— Ele nunca fica sozinho?! — prosseguiu. — Tá sempre com amantes, seguranças ou pessoas! — disse ele se deitando.

— A vida de um assassino é assim. — respondeu ela, com uma feição séria. — Se quer tanto ser um, enfia isso nesse cérebro minúsculo.

Kurumi apenas resmungou enquanto ela pegou um cigarro e tirou seu casaco, ficou apenas com um top preto escuro mostrando ter seios fartos, isso chamou a atenção dele que ficou com um brilho no olhar.

— Aí, Hibari! — disse, sorrindo, chamando a atenção da garota. — Já sei uma forma da gente passar o tempo... Bora dar uns pegas?

Ele dizia sorrindo e com isso, Hibari moveu seu cigarro até a testa dele e esfregando, o fazendo cair no chão.

— Ahh! — Berrou, passando a mão na testa. — Era só dizer não! Droga!

— Escuta aqui, põem uma coisa nesse seu cérebro de amêndoa — disse ela, seca. — Pra mim você é apenas um merda, não tem nada de interessante, eu levo esse trabalho a sério, já que quer ser um assassino, tenha respeito, ou eu vou te castrar na base do chute.

Ela soltou a fumaça do cigarro bem na cara dele, o fazendo tossir.

— Se não me quer por perto, por que me trouxe?! — disse, rosnando.

— Eu já não disse? Se quer tanto morrer, que seja, de dois um. — seguiu ela, levantando dois dedos em sua mão. — Ou você morre ou se mija e foge com o rabo entre as pernas assim que vir uma arma.

— Na boa, por que você me odeia?!

— Não odeio você, eu odeio as pessoas — respondeu, friamente. — Pessoas são pessoas, não são confiáveis, eu vivo por mim e apenas por mim... Sempre foi assim — disse ela, num ar meio cabisbaixo.

Kurumi ouviu aquilo e refletiu e quando ia falar, ela colocou a mão na boca dele, e ao olharem pra frente, o Senador entrou sozinho no quarto de um hotel.

— Tá na hora.

Ambos correram em direção ao hotel e ao entrarem alguns seguranças estavam ali.

— Merda, eu cuido deles. — Ela abria sua mão e logo mas logo parou e ficou boquiaberta.

— Saiam da porra do caminho!! — berrou Kurumi, ele se lançou na direção dos dois com sua Yanagiri, cortando a cabeça de ambos com facilidade.

Hibari atrás via um leve sorriso no rosto dele, que a deixou pensativa.

— Não precisava matar eles! — bradou. — Nosso alvo é o Senador.

— Foda-se! Deus, todos os assassinos só sabem reclamar assim?!

Ela rosnou mas logo ouviu um barulho e olhou pro lado vendo alguns homens vindo, junto com câmeras no teto, logo a mão dela foi de encontro a gola dele e ela começou a correr em alta velocidade.

— Vamos logo, você tá perdendo muito tempo!

— Por que essa pressa?! — Ele reclamou. — A gente mata esse caras rápido!

— A sua saída pra tudo é matar?! Não sabe usar o cérebro ou só não controle os Instintos?!

Ela seguiu correndo até ambos caírem numa sala cheia onde teriam vários seguranças.

— Que merda... Você realmente atrapalhou tudo, né? — Ela bradou, novamente fazendo seu livro surgir em sua mão.

Os olhos de Kurumi arregalaram, ele via a garota emanando uma certa aura de imponência.

— Sinto muito, mas não tenho tempo pra perder com vocês — disse ela seriamente abrindo seu livro.

Após isso os dois foram correndo do quarto, cada um tinha uma máscara de gás, o quarto vazava cheio de gás, e os vários guardas estariam no chão, apagados.

— Como você fez aquilo?! Que merda de fardo é esse?!  — Ele disse, retirando sua máscara.

— Não temos tempo pra conversar, vamos logo!

Ela iria correndo subindo as escadas, até chegar num andar mais alto.

— Sua matançazinha ali, foi feita na frente das câmeras, temos que correr antes que evacuem o Senador! — Hibari seguiu correndo pelo local, junto de Kurumi. — Se perdermos ele agora, já era a missão.

Logo ela sorria de leve, vendo a porta do quarto que desejava e os dois foram de encontro a ela.

Hibari logo chutou uma porta a jogando longe e ambos saltavam pra dentro da sala, mas viam ela vazia.

— Mas oque? — ela indagou. — Esse é o quarto dele.

— Onde ele tá?! — Kurumi questionou, perambulando pelo quarto.

— Cuidado, idiota! — Ela puxou ele pela gola, e ambos viam o armário se mexendo.

— Tá trancado. — disse Hibari, ao tentar abrir a porta.

Nesse momento, Kurumi manifestou sua Yanagiri e a moveu num corte de cima pra baixo e cortou a madeira da porta num corte perfeito.

— Mas oque?! — Ambos indagaram.

Dentro do armário, estava o senador em lágrimas, com uma estampa na boca e cordas.

— Quem fez isso? — indagou Hibari, vendo ele de cima abaixo.

Logo um arrepiou tomou o corpo da garota, seu corpo se moveu sozinho, empurrando Kurumi pro lado.

— Cuidado!

Kurumi caiu ao lado e rangeu os dentes e ao olhar pra trás, ficou em silêncio, seus olhos arregalaram com aquela visão.

Hibari estava ao lado em pé, com seu estomago perfurado por um corvo gigante, que o bico estava bem fundo e bastante sangue pingou, os olhos dela estariam arregalados com ela totalmente congelada.

— Hibari?! — gritou, vendo a situação dela.

— Acho que pegamos dois assassinos. — Uma voz disse aquilo ao longe.

Kurumi ao olhar na direção, viu um homem alto, tinha cabelos loiros curtos, uma cicatriz no nariz e detinha um sorriso, usava a mesma farda dos Detetives e um quepe e os olhava de forma fixa.

Kurumi o olhou rosnando, enquanto olhava aquele homem de cima abaixo.

— Parados, em nome da lei!

 



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