Hitman Brasileira

Autor(a): Ryan VC


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 4: Bem vindo à Tokyo

As calmas brisas do vento passavam por entre os cabelos de Kurumi, sua feição era distante com seus olhos perseguindo as nuvens no céu.

Ele estava em um carro junto de Shizan, sua mente ficava repetindo várias e várias vezes o momento que aceitou o pedido do loiro.

“Em que merda eu fui me meter... Trabalhar pra esse loiro babaca é úo”

O carro parou, estacionava na parte de entrada de uma mansão gigante.

— Chegamos, Nikkun. — alertou Shizan, evacuando o automóvel.

— Mas oque?! — Seus olhos dilataram com aquela visão. — É cinco vezes maior que a mansão do Kumori!

Ele deu passos calmos, seu olhar estava ainda em choque. Fraquejou e tremeu as pernas perante todo aquele luxo. — Ser um assassino, paga tão bem assim? — indagou.

— Até que sim, ser um dos 3 maiores ajuda também, é claro. — O loiro estendeu a mão de encontro a maçaneta, abriu a porta e adentrou. — Mas uma parte também vem do meu trabalho de agente funerário.

— Agente funebario? — indagou o jovem, enquanto seus olhos giravam sem parar, analisando cada centímetro do local.

Era uma mansão que parecia ser capaz de alojar cinco famílias em apenas um cômodo, uma decoração fina, quadros de artistas famosos, lustres dourados, tapetes de marca, parecia diretamente de um filme.

— É agente funerário. Assassino de Aluguel é um trabalho proibido, por isso sempre se deve ter algum tipo de camuflagem, então usamos codinomes de assassino, além de que um trabalho extra pra evitar a atenção e ficar escondido.

Os passos de ambos ecoaram naquele local, Kurumi seguiu Shizan, até que ambos chegaram em uma cozinha.

— Hora do jantar. — O homem logo se sentou, enquanto esperava por Kurumi. — O que quer comer? recomendo o Gyūdon, já que gosta tanto de carne.

— Eu posso comer qualquer coisa?! — Os olhos do garoto se encheram de luz, animado, mas rapidamente ele relutou e sua feição se fechava. — Eu não vou cair nos seus golpes de novo! Aposto que após eu comer você vai aumentar mais ainda a minha dívida!

— Ah? Oh, entendi, pode se acalmar, com seu credito de moradia, você pode comer o que quiser numa taxa de 250.000 ienes por mês, água e luz também inclusos, só peço que não faça tanta bagunça.

Tais palavras despertaram um sorriso enorme no rosto do jovem, ambos pediam seus respectivos pratos. Por fim, Kurumi se encontrava com a cabeça na mesa, um sorriso largo, ao lado de sua cabeça tendo 10 pratos sujos.

— A refeição estava boa?

— Com certeza! Nunca comi tanto na minha vida toda!

— Fico feliz em ouvir isso, se me der licença, vou ir tomar banho. — Ele levantou, e com passos suaves se retirou.

— Ahh? Banho? — Seus olhos brilharam falando aquilo, como se fosse um bebê.

O garoto em seguida estava numa banheira. — Bolhas! Bolhaaas! Hahaha! — Se encontrava rindo e sorrindo, seu sorriso era brilhante, refletindo a maior e mais pura animação já feita por seus lábios geralmente mórbidos.

Ele saiu da banheira, indo pra fora de forma ágil, adentrou um grande quarto ligeiramente arrumado, se lançou para a cama, macia como manteiga, ele ficava jogado nela, se deliciando na maciez, deixando os travesseiros o consumirem.

“Isso é um sonho? Eu nunca imaginei que a vida pudesse ser assim, todo esse luxo, toda essa felicidade que antes pra mim era só inalcançável... Eu queria... Poder viver assim todo dia!”.

Seus pensamentos se perdiam na maciez, ele bocejava lutando pra deixar os olhos abertos, até que por fim, ele acabou caindo no sono.

No dia seguinte, Shizan estava na cozinha, um ar sereno e de calma percorria o lugar, sua mão direita segurava uma caneca de café, e a esquerda um jornal, era possível ver a imagem de um artigo com 7 sombras, embaixo escrito “Família Kurozawa”. Os olhares daquele homem percorriam o jornal, enquanto uma feição neutra habitava seu rosto.

— “Após um caos ocorrido no distrito de Shibuya, a polícia chegou tarde, achando apenas um monte de corpos, cheios de... Agulhas...”. — Shizan daria um gole em seu café, suspirando com aquela noticia e com um calmo sorriso. — Aquela garota é boa.

O leve tom de silencio do recinto foi cortado com o som do ranger da porta se abrindo, adentrando o local, estaria Kurumi, os olhos daquele homem analisavam o jovial dos pés até a cabeça, olhando suas novas roupas, usando de uma jaqueta preta, uma blusa branca e calças jeans.

— O que é isso?! — resmungou, levantando os braços e mostrando que as mangas seriam grandes demais. — Mas que porra é essa?!

— São suas novas roupas, eu não sabia seu tamanho, então peguei o padrão pra um adolescente de 18 anos, mas... — Os lábios do loiro tremulavam, com ele começando a gargalhar. — Você é bem baixinho! Hahahaha!

O som do ranger de dentes de Kurumi se destacou bastante, um olhar furioso perante aquela situação, enquanto encarava o loiro. Num instante ele perdia o foco da raiva, focando agora em panfletos que o loiro jogou na mesa.

— Aqui está, pode escolher.

— Escolher?

— Empregos, você pode escolher qualquer um deles, como você gosta de cozinhar, dei prioridade para esse assunto, você deve escolher um para trabalhar, para que possa me pagar. — Ele voltou a tomar seu café. Seus olhos azuis seguiam olhando o garoto, mantendo uma expressão calma.

— Na verdade... Eu já sei com o que eu quero trabalhar.

— Oh é mesmo? Me conte.

Ele ficou num silencio, sua mente mergulhou em pensamentos do último dia, de todos os momentos.

— Assassino de aluguel! — Eu quero ser um assassino de aluguel!

Shizan ouviu aquilo e permaneceu neutro, dando continuidade em seu silencio.

— Toda essa vida que você vive, pra você eu sei que deve ser algo normal, porém pra mim isso é como o céu, eu quero poder ter isso todo dia! Quero ter... A minha vida dos sonhos! Então eu já decidi... — Sua expressão não mudou, com ele exalando confiança e total certeza em cada palavra que sua boca proferia. — Eu vou ser um assassino de aluguel!

Um certo silencio seguiu, os olhos de Shizan seguiam encarando Kurumi, quando num instante uma risada tomava conta do lugar, Shizan ria de leve, aquilo deixava o jovem com os olhos arregalados, e com isso, o homem apoiou sua cabeça na mão, numa expressão calma.

— Parabéns, você passou.

— Oque?! Passei? Passei no que?!

— Sua dívida comigo é de 10 bilhões de ienes, como esperava me pagar isso com um salário de restaurante? O único modo era como um assassino de Aluguel, você possui todos os requisitos para ser um, o sangue frio, o poder e também... O Fardo.

— Fardo? — indagou o jovem.

— Já que decidiu, agora é hora de sua primeira missão, irei lhe apresentar sua nova dupla.

— Ahh? Que dupla?! Eu não quero uma dupla!

A voz de Kurumi era cortada, novamente aquele som da porta, agora seguido de passos, ele olhou na direção da origem deles, sua visão foi de uma garota.

Uma garota de estatura mediana, um cabelo castanho, sutilmente preso num rabo de cavalo, deixando uma longa mecha solta, portava três piercings em sua orelha esquerda, trajava uma calça preta e uma blusa branca com mangas longas e dobradas, seus olhos eram como roxas e brilhantes ametistas. Ela estava com uma expressão séria e levemente fria.

— Conheça Hibari Natsuko, sua nova dupla. — disse o homem.

— Eu com certeza preciso de uma dupla!



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