Hinderman Brasileira

Autor(a): Oliver K.


Volume 1

Capítulo 27: Epílogo

Oi, querida.

 

Minha querida guerreira! A mais amável porém mais brava lutadora. Como você vai?

Uma pena que você tenha sido chamada para esse caso de Frittsburg justo agora. Vai ficar aí por muito tempo, você acha?

Por aqui estão acontecendo as coisas mais esquisitas. Na realidade tudo está um tanto estrambótico desde Jim...

Você se lembra de que eu disse que ia começar a filmar minha casa quando estivesse fora porque poderia ser que alguém soubesse que eu estava de alguma forma fuçando o caso, depois que eu comecei a andar por aí e fazer perguntas? Então... Outro dia aconteceu a coisa mais sinistra: minha câmera estava sem nada! Eu cheguei e a pilha estava fora. Eu fui reclamar para a polícia encarregada do caso, aquele pessoal suspeito do DCAE. E adivinhe só: me chutaram para fora. Não ouviram o que eu tinha a dizer.

Eu tinha começado a filmar no dia anterior, Beth! Eu não sou burra, sabe...

Eu já tinha cogitado que alguém que achasse a câmera ia querer substituir o filme caso a visse funcionando, e por isso ao invés de começar a filmar do zero eu sempre filmo um pouquinho antes de sair e deixo gravado, então posiciono ela de volta e aperto para gravar novamente. Dessa forma eu sei que o filme não está zerado porque eu comecei a filmar antes de sair. Não tem como ele estar zerado quando eu voltar.

E ele estava zerado...

Alguém substituiu aquele filme, Beth!

E foi muito bizarro, porque nada, Beth... NADA mais estava mexido lá na minha casa. É como se alguém tivesse entrado e deixado tudo exatamente no mesmo lugar. Como se tivesse vindo, trocado o filme e saído. Só para que a polícia não acredite na minha história mesmo. Mas eu sei que alguém entrou lá.

Mas eu não posso me desesperar, não é mesmo? Somos lutadoras. Não vamos nos deixar intimidar. Vamos esclarecer essa história até o fim.

Tudo bem, ninguém é de ferro, eu confesso que até chorei um pouquinho de desespero, mas depois eu passei a pensar em como alguém poderia ter ficado sabendo que eu estava envolvida. Porque se formos analisar os fatos, só há poucas pessoas que sabem que estamos fazendo uma investigação por conta própria. Bem... O pessoal do DCAE, que ambas concordamos que são os maiores suspeitos agora também sabem porque eu contei para eles, mas antes de eu ir à delegacia eu não tinha contado e já tinham entrado na minha casa.

E sabe do que eu me lembrei? De Jabes.

Você se lembra de como eu descobri aquele pedaço de ferro na casa do suspeito do assassinato de Gerald McMiller? Então. Lembra-se que acabei dando com Jabes e entreguei a evidencia para ele? Não deu em nada!

Aquilo não deu em nada. Ele chegou a me dizer que o resultado da análise era sangue de um dos moradores do prédio da frente: um menino que aparentemente estava brincando com o pedaço de ferro e se machucou.

Eu sei que ele é seu colega de trabalho então espero que como escorpiana não fique muito zangada comigo por isso, mas eu já desconfiava dele, Beth... Eu sempre achei o Jabes muito “quieto” sabe? Quieto demais... Eu não cheguei a pensar de fato que ele estava diretamente envolvido, mas algo na minha cabeça me incomodava, sabe? Então eu pensei: “não custa checar”.

Sabe... Já que estamos investigando, não é mesmo?

Eu voltei ao departamento da polícia e perguntei ao Eric da perícia sobre o pedaço de ferro do Jabes. Sabe o que ele me respondeu?

“Que pedaço de ferro?”

Tem muita coisa estranha nisso, Beth! Você tem que tomar cuidado. Afinal de contas Jim era também de seu departamento. Eu estou começando a achar que as mortes não são de um serial-killer perigoso desses que o DCAE nos falou. Deve ter mais motivação por trás desses crimes horrendos com cara de aleatórios.

Foi a sorte sorrindo para mim novamente, Beth. Deve ser um sinal de onda de sorte, de bom karma, oferecendo luz ao caso. Porque eu jamais teria ido perguntar ao Eric se não fosse eu ficar encucada com o Jabes, e jamais teria ficado encucada se não fosse o intruso ter entrado na minha casa e trocado meu filme.

Eu vou continuar fuçando o que eu conseguir por aqui na grande Sproustown. Em seguida vou tentar olhar o DCAE mais de perto. Quero saber se o pedaço de ferro está com eles ou não, e se estiverem terão que explicar muita coisa.

E o Howard? O que ele disse sobre a explosão da Dalilah? Você disse que ele estava fazendo uma inspeção quando aconteceu, certo? Ele te disse alguma coisa?

Bem, não quero escrever demais, porque senão você não vai ler. Eu te conheço. Eu vou continuar fazendo o meu melhor aqui na cidade, e você se cuide por aí. Com o Jabes principalmente =)

É só isto, Beth, Fique em paz e tenha uma ótima semana aí em Frittsburg. Vê se não trabalha demais e não deixe de visitar o museu dos espelhos!!

Beijos.

 

E se Deus quiser, encontraremos o assassino de Jim e o colocaremos na cadeia! Ah, pode deixar que a partir de agora eu serei uma pedra no sapato do DCAE. E se eles fizerem qualquer coisa esquisita eu vou escancarar no jornal! Será a capa do Daily Inquirer.

Ou eu não me chamo

“Megan Mourne”

 

♥♥



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