Hinderman Brasileira

Autor(a): Oliver K.


Volume 1

Capítulo 11.1: Barata Parasita

 Eles são pequenos. Eles comem pouco. Eles não falam muito sobre o passado. Mas acima de tudo, comem seres humanos.

 Comer seres humanos? Se alimentar da carne deles? Sim. Já vimos que existem criaturas horríveis que fazem isso. Já falei de duas delas: os zumbis e os vampiros. Agora é a vez das baratas parasitas.

 O motivo por que me lembrei da barata parasita foi aquele ditame: “São pequenos. Comem pouco. Não falam muito sobre o passado. Mas acima de tudo, comem seres humanos.” Essa era uma espécie de frase de efeito que os identificava que eu li quando estava no treinamento beta. E me lembrei dessa frase porque o Joey a recitou naquele dia.

 Antes de narrar o acontecido daquele dia vou explanar brevemente sobre a barata parasita: se um vampiro precisa de menos carne humana para se manter que um zumbi, a barata precisa de menos ainda. Basicamente ela só usa a carne humana para o sano, nada mais.

 A premissa é a seguinte: quando um corpo está defunto ou quase morto, um insetóide que parece uma barata entra por qualquer cavidade e se apossa de seu corpo. Ela vive principalmente na região cerebral, pois precisa manipular os nervos para fazer com que o corpo volte a funcionar novamente. O inseto então passa a ser o piloto de uma grande nave. Os impulsos nervosos que guiariam as funcionalidades do corpo em vida passam a ser estimulados e controlados apenas por este pequeno inseto do tamanho de uma barata.

 O pequeno inseto se alimenta de qualquer coisa comestível que entre no interior do corpo do qual se apossou. Se ele quiser, pode sair da região cerebral e passear até o estomago ou até qualquer outro lugar por dentro do corpo. Ele faz buracos para que possa se locomover melhor pelo corpo, desde que os buracos não comprometam o funcionamento do mesmo, pois ele precisa que o mesmo funcione bem para que ele possa continuar se alimentando. Afinal se o corpo parasitado não pode usar a força do mesmo para encontrar comida, de nada serve.

 Por isso o nome é barata parasita. Parece uma barata e é realmente um parasita. Exceto que é um parasita que toma conta de tudo e não só de uma parte do corpo. Como o inseto precisa controlar tudo sozinho ela geralmente prefere corpos pequenos, como de crianças, de anões ou de adultas fêmeas de estatura baixa. Por isso no ditado dizem “Eles são pequenos”.

 Por ser do tamanho de uma barata, sua força é equiparável a de uma. Qualquer humano que avistasse um desses insetóides poderia matá-los facilmente com um pisão, isto é, desde que possuísse agilidade o suficiente.

 Entretanto uma vez dentro do corpo humano, caçar este pequeno ser do tamanho de um besouro deixa de ser tarefa fácil. O inseto possui total controle do corpo parasitado, de modo que pode empregar extrema força em seus ataques mais básicos sem se preocupar com o dano causado ao corpo, afinal este último não passa de uma carcaça na visão do parasita. Esta força além da capacidade natural empregada a qualquer momento pode ser classificada como a indarra da barata parasita.

 Pelo mesmo motivo qualquer dano causado ao corpo desde que não atinja o besouro em seu interior, de nada vale. Afinal o corpo parasitado já estava morto para começo de conversa.

 Lembre-se que, como eu disse, o sano de um zumbi nada mais é que sua habilidade de não sentir dor ou qualquer repercussão de dano não letal em seu corpo. Embora o dano acumulado só possa ser recuperado pelo trabalho de algum perito em cirurgias ou algo parecido, o o zumbi não sente realmente nenhum dos ataques sofridos, assim essa característica pode ser vista como uma espécie de sano de sua raça. Neste sentido o sano da barata parasita é similar. Ele também não pode ser automaticamente aplicado como o sano de um humano alterado, por exemplo. Em contrapartida, todo dano causado ao corpo é ignorado desde que não atinja seu parasita. Para sanar as feridas de modo rápido é que o algoz então necessita de carne humana. Ele deve fazer seu corpo controlado ingerir a carne humana ou introduzi-la por qualquer orifício, para que o besouro consiga então usá-la fazer os reparos nas feridas de dentro do corpo usando o tecido extra.

 Embora asqueroso, não deixa de ser um inseto interessante. A ciência, ou pelo menos a ciência da Terra, vem tentando fazer funcionar transplantes entre corpos dos mais variados tipos e sempre enfrenta problemas por causa de compatibilidade de corpo e dessa espécie de detalhes, enquanto isso um mero besouro é capaz de fazer um corpo funcionar novamente tomando qualquer tecido extra de outro corpo, e nem precisa de um bacharelado em medicina para tal.

 Então basicamente, o sano de uma barata parasita é a única habilidade que exige que ele fira ou mate seres humanos para sua realização.

 Mesmo assim, está entre as quatro raças das dez em observação pelo DCAE que devem ser caçadas sem necessidade de ação primaria por parte das mesmas, justamente devido a seu hábito alimentar.

 Para matar um besouro parasita basta feri-lo mortalmente como se faz com uma barata, o que, como eu disse, pode ser tarefa difícil uma vez que este já esteja no interior de um corpo parasitado. Após ter se apossado de um corpo, a barata parasita é a segunda raça mais difícil de se causar dano dentre todas as dez. Para se ter uma ideia do que isso significa, o zumbi é a terceira: embora a única maneira de se realmente causar dano a um zumbi seja com uma ferida letal, se quisermos atacar um zumbi mortalmente durante uma luta, pelo menos sabemos onde se localizam seus pontos vitais para que possamos mirar neles. É diferente com a barata parasita. Não se tem como saber onde se encontra a barata, visto que ela pode passear livremente por todo o interior do parasitado. Só se pode causar dano a barata ferindo-a diretamente e não se sabe onde a barata se localiza durante todo o conflito. Isto faz desta a segunda raça mais difícil de lidar entre todas as dez, perdendo apenas para os ciborgues.

 Para finalizar a introdução destes seres insetóides de risco, exponho como se detectar uma barata parasita em meio aos seres humanos. Também não é uma tarefa muito fácil, visto que ela ingere alimento o suficiente para fazê-la parecer perfeitamente saudável por fora.

 Ainda assim... Existem dois modos: um seria pelo habito alimentar. Um corpo humano que não está fazendo esforço nenhum não gasta quase energia, de maneira que precisa de apenas pouquíssimo alimento para se manter saudável por fora. Somado a isto, por ser um inseto de pequeno tamanho, a própria barata precisa de uma quantidade ínfima de alimento para se sustentar. Somando as duas quantidades necessárias de comida, do corpo e do inseto, vê-se que uma barata parasita ingere muito menos alimento que um ser humano normal. Então se um amigo seu nunca está com apetite de maneira que você nunca realmente o vê comendo... Pode começar a desconfiar. Por isso o ditado relata: “Eles comem pouco”.

 A outra maneira seria semelhante a um dos modos de identificação de um zumbi: sua falta de memória. A barata não tem memórias dos corpos do qual tomam conta. Ela pode fazer o corpo falar e interagir normalmente com outros humanos manipulando o cérebro diretamente, mas ela não consegue reaver suas memorias do passado. A barata parasita só sabe o que aconteceu com o personagem do qual se apossou após ter começado a controlá-lo.

 Então se alguém que você conhecia que morreu magicamente voltou à vida e não se lembra de você... Bem, neste caso nem precisaria avisá-lo de que alguma coisa está errada para você começar a desconfiar. Ou pelo menos assim espero.

 O ditado relata: “Eles não falam muito sobre o passado”.

 Essas são as características desse ser abominável que é a barata parasita. E o pior de tudo é que não são alienígenas e nem seres criados em laboratório. São insetos que habitam na Terra e fazem parte de sua natureza.

 Agora voltando àquele dia no qual me lembrei da barata parasita por causa da frase do Joey: era uma terça-feira à tarde, e muita coisa estava acontecendo. O DCAE estava uma bagunça. Os desagradáveis jornalistas não paravam de ligar o tempo todo pedindo informações sobre o caso de um homem encontrado morto numa vala que ficava ao redor do parque central. O nome dele era Jim Sanford. Por ele pertencer ao esquadrão de combate às drogas (DEA), o noticiário não pegava leve.

 E o caso tinha sido passado para nós na manhã daquele mesmo dia.

 O que aconteceu foi que Jim Sanford morreu da mesma maneira que Gerald McMiller na semana passada. Como eu disse, este tinha morrido em frente ao apartamento onde Jeffrey Sprohic estava vivendo, com parte de seu torso arrancada fora. Entretanto agora o culpado do crime de Gerald estava preso, e isto inspirava uma das duas reações: ou deixava a natureza do crime misteriosa ou fazia despencar a credibilidade do departamento. Mais provavelmente a segunda delas.

 E agora tínhamos que ficar aguentando as maçantes ligações e visitas pessoais de gente demandando resposta sobre esse caso e a relação com o outro, que já tinha sido dado como concluído. Se quiserem fazer nosso trabalho por nós, por favor. Façam o negócio todo!

 Não bastasse isso, no final do dia anterior outro caso havia sido passado para nós: houve um ataque a uma residência, em que roubaram alguns pertences. Teria se passado por um roubo natural não fosse o nome do envolvido: a residência pertencia a um sujeito ao qual supostamente estávamos de olho, Arthur Bernard Cooper.

 Sarah ainda estava no prédio até mesmo porque Ewalyn estava na cena do assassinato de Sanford tentando apaziguar os curiosos e tirar alguma conclusão do caso enquanto Crane estava repousando em domicílio, se recuperando do ataque da segunda, então alguém tinha que tentar colocar as coisas em ordem ali na central.

 Estávamos apenas eu, o Joey e Sarah no interior da central. Chapman ausentava-se como sempre. A desculpa é que ele estava em trabalho de campo, tentando encontrar algo sobre o suspeito de cabelos longos avistado na casa dos Johnson. Joey estava encarregado de negar qualquer entrevista no lugar de Crane e eu e Sarah, dentro de minha sala, discutíamos o que iríamos fazer em seguida.

 Sarah, com as mãos apoiadas na mesa, suspirou e disse:

 — Tenente Dotson... Você terá que ficar encarregado do caso do falso Cooper. É melhor você dirigir-se ao local do crime, pois eu tenho que ter pelo menos o relato preliminar, que era para ter sido feito agora à tarde, até o fim do dia.

 — Eu? Por que eu? E quem vai cuidar da palhaçada no DEA?

 — O pessoal do DEA está muito ocupado reivindicando o caso e tem muitos curiosos lá por enquanto, é melhor deixar para outra hora. E no mais: a detetive Lowe ainda não saiu do local. Vamos a deixar voltar com as informações. Ela cuida das coisas por lá.

 — Será que Ewalyn vai dar conta da inspeção preliminar sozinha sob essas condições?

 — Ela tem experiência, tenente Dotson. Você tem que confiar nos seus detetives. Agora vá! Vá e me deixe sozinha.

 Sarah olhava para a mesa fixamente. Ouvíamos o barulho do telefone na sala ao lado seguido da voz do Joey a todo tempo. Ela claramente estava estressada.

 Na realidade, todos estávamos.

 Não quis comentar que minha capitã tinha decidido ficar depressiva na minha sala e na minha mesa, então obedecendo suas ordens, abri a porta e fui me dirigindo à sala de recepção.

 Antes que eu pudesse sair, Joey esbarrou em mim e nos trouxe as notícias:

 — Tenente! Capitã! É a Jenna! Crane foi…

 Ele trazia o telefone sem fio em sua mão e uma expressão estupefata em sua face.

 — O que foi? — Perguntei enquanto Sarah tomava o telefone de sua mão e conversava com Jenna.  — Crane teve uma recaída?

 — Pior que isso, ela...

 — Ssh! — Sarah fez com a mão.

 Ouvi palavras serem proferidas do outro lado da linha, mas não cheguei a captá-las. Assim que elas cessaram, Sarah respondeu:

 — Entendi. Eu te retorno. — E desligou o telefone.

 — É a secretária Crane... Ela foi envenenada.

 — Envenenada? Como assim?

 — A especialista Jenna disse que enviaram para ela... Estava no meio de chocolates que enviaram para ela dentre os presentes que ela recebeu enquanto estava sob observação no prédio médico... Ontem à noite ela teve alta e foi para casa e levou os presentes junto... — Joey fazia as explanações de modo espalhafatoso e redundante.

 Sarah o esperou terminar sua versão e uma vez findada, apenas concordou:

 — É justamente isso. A equipe médica correu até a casa dela agora há pouco.

 Ela deixou escapar mais um suspiro longo. Então virou-se na minha direção. Eu já sabia o que ela ia dizer. Mas tentei mesmo assim:

 — Sarah... Eu preciso ir ver a Crane.

 — Tenente Dotson... Alguém tem que ficar encarregado do caso de Cooper.

 — Eu posso ir... — Começou Joey. — Acho que seria bom fecharmos a central pelo resto da tarde... Está tudo uma confusão... Nem dá para trabalhar direito.

 Sarah apenas o olhou de canto de olho.

 — Sim, detetive Meyers. Iremos fechar a central. Ligue para o ramal do Mike. Peça para ele enviar alguém para dizer não aos telefonemas. Tudo que ligarem perguntando diga que não. Diga para ele manter assim até as seis.

 — Er... Verdade, capitã?

 — Sim. — Ela se levantou — Tem muita coisa acontecendo e não estamos em condições de dar conta de tudo. É o melhor a ser feito.

 — Quer dizer então que eu posso...? — Perguntei.

 — Não, tenente Dotson. Ainda vamos nos concentrar nos casos enquanto estamos fora. Você vai inspecionar a cena do crime. E o detetive Meyers vai com você.

 — Mas que diabos...? E a Crane?

 — A equipe médica está cuidando dela. Não há nada a temer. Felizmente o veneno foi detectado a tempo. Agora é só questão de esperar a recuperação. Eu mesma irei até lá e verei como ela está.

 — Mas... Ewalyn está cuidando da cena dela sozinha! Por que precisamos de dois para...?

 — Dotson... Não tem nada que você possa fazer pela Crane.

 — Sarah. Me desculpe, mas eu...

 — Dotson. Você. Vai. Na. Casa. De. Cooper. É uma ordem.

 Ela me encarou desafiadoramente. Eu fiz o mesmo em retorno. Ficamos assim por um instante. Até que ouvimos um barulho na sala da recepção. Era a porta da entrada.

 — Que história e essa que não vão informar sobre o...? Ué? Cadê todo mundo aqui?

 Era uma voz feminina. Provavelmente mais uma idiota do jornal. Ela dava passos que reverberavam a estrutura toda, pois usava saltos de sabe-se lá que tipo de material.

 Sarah retirou-se da sala e ainda me ordenou:

 — Você é o tenente. Ela é sua.

 Sarah passou pela visitante sem dizer nada e saiu pela porta da frente. Joey ficava ora me olhando e ora olhando para a moça.

 A visitante era uma jovem de cabelos negros encaracolados usando óculos de lente grossa e portando uma cara de frustração, provavelmente devida à alta burocracia que deve ter enfrentado para chegar até ali.

 — Boa tarde. — Ela iniciou em tom parcialmente cordial, tentando não revelar seu estado de humor — Eu sou Megan Mourne do Daily Inquirer. Eu queria saber se...

 — Você está cega? Estamos fechando tudo aqui.

 — Tenente... — Protestou Joey com uma voz fraca.

 — Eu queria...

 — Senhora, nos desculpe. — Joey disse atravessado — O homem da portaria não deve ter sido avisado, mas como o tenente disse: Não estamos mais em horário de visitação.

 — Eu... — Ela se virou para o Joey — Não sou visitação. Eu sou do jornal... Eu avisei que vinha de manhã e tinha hora...

 — Mas estamos fechando. — Afirmei categoricamente e comecei a trancar as portas, a começar pela da minha sala que estava logo atrás de mim.

 — Escute... Eu era amiga do Jim Sanford! Ele mantinha contato com todo o pessoal do Daily Inquirer. Eu vim também porque talvez eu possa ajudar com alguma informação import...

 — A hora eu quiser alguma informação sua... Eu vou atrás! Por hora deixe seu nome com o meu secretario — Apontei para o Joey com a cabeça.

 — Ei. Escute aqui seu... Ogro. Não sei quem você acha que é, mas eu tive que me ferrar para chegar até aqui. Todo mundo fica jogando a responsabilidade nos outros e mandando ir de lá para cá. Até onde eu sei o Jim faz parte do DEA e sei também que de repente vocês aparecem e... “Roubam” o caso, exatamente igual ao que aconteceu com o Gerald McMiller, e ainda por cima vocês simplesmente se recusam a dar qualquer tipo de entrevista... E agora que eu chego está tudo fechado? Eu... Eu exijo uma explicação! — A voz dela falhou por um instante quando em histeria acabou subindo demais sua entonação — Diga... O que exatamente está acontecendo aqui?

 Aquela garota parecia desolada. Sabe lá o que Jim Sanford representava para ela, mas quando a vi quase lacrimejar enquanto vociferava daquela maneira, percebi que certamente não estava ali apenas para cumprir as metas idiotas de seus empregadores.

 Como os casos do DCAE aparecem no jornal como atropelamentos, ataques cardíacos entre outras coisas de natureza trivial, na visão dela estávamos mesmo “roubando” os casos.

 Mas para a infelicidade dela, naquela hora eu estava nervoso. Naquela hora eu não ia parar para fazer nada.

 — Fale com meu secretário. — Respondi enfaticamente. E me retirei da sala.

É... Aquele dia foi uma merda.

Na realidade, aquela semana toda estava sendo uma merda.

 Primeiro um zumbi e um alienígena fazem aparição para as pessoas de bem em plena luz do dia. Depois morre um monte de gente. No começo da semana o DCAE é assaltado e Crane fica hospitalizada. E agora ela foi envenenada? Por uns malditos chocolates?

 Será que alguém sequer pensou em verificar quem enviou as porcarias dos chocolates? Certamente Joey e Sarah não tocaram no assunto porque no fundo eles sabiam a verdade: Galloway enviou os chocolates.

 Galloway ou o Chapman. Disse para mim mesmo que eles iam pagar por isso.

 Enquanto estava atravessando o pátio para chegar até a viatura, tirei o celular do bolso e tentei ligar para o Chapman, mas após três tentativas ele não atendia. É claro que não atendia, ele devia estar muito ocupado rindo de nós. “Ocupado com a investigação do alienígena”. O rabo dele.

 Mandei uma mensagem para Jane dizendo que ia me atrasar, enquanto esperava o Joey me alcançar. Não que a mensagem importasse, mas vencia ficar parado esperando enquanto Joey dava não sei qual desculpa para aquela menina do jornal.

 Após um segundo ele veio correndo ofegante na minha direção.

 — Ei... Tenente! Me espere!

 Ele se aproximou e tomou fôlego.

 — Achei que você ia me deixar aqui.

 — Sarah mandou irmos os dois. Vamos, entre. Quero acabar logo com isso.

 Não vou entrar em detalhes sobre como dirigi perigosamente por conta do meu mau humor até chegar àquela cena. Apenas atesto que em vinte minutos já estávamos lá.



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