Hinderman Brasileira

Autor(a): Oliver K.


Volume 1

Capítulo 10: Nas Entrelinhas

 Querem saber por que eu estava ali novamente? Naquele barzinho deveras vazio, onde comem apenas eu e o chefe enquanto o dono do bar limpa vidros no balcão? Barzinho o qual eu nem sei o nome?

 O motivo foi que aconteceu foi o seguinte, há cerca de duas horas atrás: estávamos eu e o Boe no Ivory Beans. O Boe veio com suas fofocas de sempre:

 — Você sabe dos rumores?

 — Rumores? Que rumores?

 — Mais alguém foi assassinado com as costas despedaçadas, comidas. Arrancadas com os dentes — O Boe fazia gestos ilustrativos exageradamente com as mãos — Aconteceu agora de manhã mesmo. Naquela vala ao lado de Meadow Park no centro... Aí já juntou a imprensa toda... Ai a notícia já se espalhou... Aconteceu tudo muito rápido, sabem?

 — Que coisa. Teve as costas arrancadas, é? — Tomei um gole do meu café. O Boe se inclinou para a frente:

 — Exato! Do mesmo jeito que o Jeffrey matou aquele tal de Gerald. Sério, igualzinho, Spikey!

 — O Jeffrey? Mas ele está preso agora.

 — Está. Mas essa pessoa foi morta só agora. E da mesma maneira.

 — E quem seria essa pessoa?

 — Aparentemente um cara chamado Jim Sanford.

 — Conhece?

 — De nome não. Mas para falar a verdade ainda não me informei direito sobre o assunto.

 — E então por que está me contando isso?

 O Boe deu um gole em sua água com gás.

 — É porque queria saber o que você acha: eu acho que o Verde está metido nisso.

 — O chefe?

 — Você lembra que ele contou para aquele Norman que ele mesmo arranjou para que o dinheiro fosse roubado só para que o Jeffrey pudesse se juntar ao grupo? E se ele tivesse ido ainda mais longe? Será que quem matou o Gerald não foi alguém que o Verde contratou e não tinha nada a ver com o Jeffrey?

 Parei para raciocinar.

 — Mas espere aí, Boe... O Gerald McMiller foi morto depois, e não antes, de a polícia estar perseguindo ele. E foi depois de ele ter roubado a joalheria.

 — Sim, sim... Mas se o chefe estava tão obcecado em contratar ele... Veja bem: tira ele da prisão, depois faz o irmão perder o dinheiro, depois faz ele ir recuperar. Se tudo isso é um teste para ver como ele se porta enquanto foge da polícia, sabe lá se ele não poderia ter também matado alguém fazendo parecer que foi o Jeffrey, só para deixar as coisas ainda mais feias para ver se ele tem a habilidade de escapar sem deixar pista? Eu não sei... É só uma hipótese. Estou só comentando.

 — Parece que não... Não é o estilo do chefe. Matar uma pessoa só para testar a habilidade de um zumbi recém-nascido?

 — Eu não sei. Mas tenho minhas suspeitas... Na verdade acho que é exatamente o estilo do chefe — Disse o Boe, me contradizendo.

 — Pois então... Por que não pergunta isso direto para ele?

 O Boe dirigiu-se a mim entusiasticamente:

 — E você, Spikey? Perguntaria isso para ele?

 — Hã...?

 — Digo... Você que é o mais amigo do Verde. Pode perguntar enquanto joga aquele jogo estilo damas que vocês gostam. Conversei com o Gary e ele também está curioso.

 — O Gary... Como ele está hoje?

 — Ainda está se recuperando daquela porrada usando seu sano o máximo que pode, já que ele não pode ir ao hospital... Aposto que depois de mais um dia ele vai ficar bem. Mas e aí... Você perguntaria para o Verde?

 Eu tentei desviar do assunto e me livrar dessa terrível tarefa constrangedora, mas ele insistiu então eu acabei cedendo. No final ficou combinado que na próxima oportunidade eu iria tocar no assunto quando me encontrasse com o chefe novamente. O Boe me disse:

 — Spikey. Lembre-se: não faça a pergunta diretamente. Apenas traga o assunto e leia nas entrelinhas, viu? E já aproveite e pergunte quem de nós três o Verde pensa em inscrever para o torneio. Eu gostaria de saber.

 — Ok. Irei perguntar.

 — Mas não esqueça: Nas entrelinhas. — O Boe frisou.

 — Está bem. — Nem ia querer formular tais perguntas diretamente mesmo.

 Desta forma, eu liguei para o chefe tentando formular um pretexto para encontrar com ele pessoalmente, mas assim que atendeu ele me disse “ah, ainda bem que você ligou, eu já ia chamar vocês” então acabei nem precisando do pretexto. Quando o chefe tem algo a falar ele não se importa com detalhes irrelevantes como o porquê de eu ter ligado a princípio.

 E duas horas depois estávamos naquele barzinho do amigo dele. Naquele mesmo barzinho deveras vazio, onde comem apenas eu e o chefe enquanto o dono do bar limpa vidros no balcão, barzinho do qual eu nem sei o nome.

 E assim chegamos ao início da história.

 — Alfred. Me traga daquele Martini. Ordenou o chefe.

 Eu não sabia exatamente como trazer o assunto à tona. Era melhor esperar ele dar uma deixa por si mesmo. Ficamos em silêncio uns instantes. Um silêncio deveras constrangedor... Olhando um para a cara do outro. Até que então ele quebrou tal silêncio, a princípio se referindo à nossa última operação:

 — O Gary... O Gary foi quem teve pouco sucesso na operação, você tinha me dito, não? Como está ele?

 — Ele está se recuperando, senhor. Mas deve ficar bem em breve.

 — Que bom, que bom... Isso é bom... — O dono do bar trouxe o copo, conforme pedido. O chefe o alcançou. — Uma pena que não tenha saído exatamente como vocês planejaram, mas o resultado final foi bom. Essas coisas, como posso dizer... Acontecem na sua linha de serviço não é mesmo? Acontece...

 — Sim, senhor... Acontece...

 — Seja como for, foi bom não ter matado a moça. Aquela foi uma boa atitude. Não podemos chamar muito a atenção da polícia... Quanto menos, melhor. Eu sei que o que pedi para vocês foi uma maneira imensa de fazer justamente isso, mas é que o convite é especial. Tirando o convite de lado... Desejo chamar atenção para mim o mínimo possível. Ótima decisão, Spikey.

  Apenas observava o chefe. Aquilo que ele dizia, já tinha noutras palavras falado por telefone. Ele também estava preparando-se para chegar ao motivo central de termos nos encontrado pessoalmente. Após curta pausa, ele foi mais direto:

 — Você me ligou... Tinha alguma coisa a dizer?

 — Er, bem... — Era apenas uma pergunta retórica, ele não me deu o tempo de formular a resposta.

 — Eu tinha algo a dizer a vocês... — O chefe olhou em minha direção, me cortando — Ao... Spikey-Gary-Boe... É assim que vocês se denominam, não? Haha. Spikey-Gary-Boe.

 Confirmei com a cabeça.

 — Eu queria informar que aconteceu um caso interessante... Um caso... De natureza violenta. Mais um. Têm acontecido bastante em Sproustown, não?

 — Acho que já sei do que se trata, senhor.

 — Ah. Então já está sabendo de Arthur Cooper.

 — Arthur Cooper?

 — Teve sua casa atacada ontem. Foi arrombada, os objetos foram jogados no chão... Ele deu queixa na polícia e então sumiu.

 — Este Arthur Cooper que o senhor menciona... É aquele Cooper do convite? O líder do tráfico... O político?

 — “Líder do tráfico”... É uma nomenclatura interessante. Não, não, Spikey... Vejo que você não estava nem um pouco ciente do acontecido como dizia estar. Estava talvez com outro ataque violento em mente?

 — Er, para falar a verdade...

 — Já chegamos lá, Spikey. — Ele me interrompeu mais uma vez levantando uma mão — Vou te explicar o acontecido: a polícia civil foi avisada do arrombamento, informada pelo próprio dono da casa. Alguns pertences foram levados, aí depois de uma perícia preliminar o caso foi passado para o DCAE agora de manhã. Não é qualquer roubozinho que é passado para o DCAE de uma hora para outra... Curioso, não?

 — Mas e Arthur Cooper?

 — Sim. Esse é o ponto. O nome do dono da casa é Arthur Cooper, mas apenas coincide com o nome do político, àquele a quem se refere o convite. É outro cidadão residindo em Sproustown com o mesmo nome e o mesmo sobrenome. Para ser mais exato o nome dele é Arthur B. Cooper. B é de Bernard. “ABC”. Haha.

 — Haha...

 Tomando um gole de Martini, o chefe me encara como que se buscando uma reação. Mantive-me em silêncio.

 — Sabe o que isso quer dizer, Spikey?

 — Er... Senhor?

 — Embora tenha começado a cavoucar no lugar errado... Alguém está tentando tomar o convite de nós. Por isso gostaria que vocês se preparassem. Fiquem sempre ligados. Muita coisa pode acontecer durante esses próximos meses.

 Quer dizer que quem quer que seja que entrou na casa deste novo Arthur Cooper morando em Sproustown... Tentou matá-lo? Alguém tenta tomar o convite de nós?

 — E sabe do que mais? Sabe por que mais sei que há algum outro... “Chefe de tráfico” — O chefe fez as aspas com as mãos — como você diz... Atrás do convite?

 — Sim, senhor...?

 — Porque ontem um cliente meu me avisou: foi atacado em casa. Tudo aparenta que era alguém com... “Habilidades” tais como as de vocês. Entrou na casa dele e queria que ele falasse alguma coisa.

 — Na casa dele? De quem estamos falando? Do Norman? Godfrey?

 — Não... É alguém que você não conhece. Mas aconteceu. Ele foi atacado em casa. Entraram pela vidraça do escritório dele e abateram dois guardas. Acabou tudo em um instante só. O que será deu no nosso amigo invasor para ele pensar que Carter sabia de alguma coisa?

 Eu não conhecia esse tal de Carter. O chefe estava falando mais com si mesmo do que comigo ali.

 — Este Carter não chegou a falar alguma coisa? Ele morreu?

 — Não Spikey, não morreu. Só os guarda-costas que morreram. Estranho ele não ter dito nada e ficado vivo. Põe a veracidade da afirmação em xeque, se é que me entende.

 — Talvez seja um acerto de contas? Esse seu cliente poderia ser... Como posso dizer... Não tão... Devotado... Digo... Nem tão fiel no quanto a preferência de seus negócios... Digo...

 O chefe balançava a cabeça lenta e afirmativamente, como se estivesse esperando aquela dedução.

 — Perspicaz, meu caro Boe... Digo: Spikey... Eu te chamei de Boe? Perspicaz, Spikey. É exatamente o que eu tinha em mente. E isso explicaria porque esse alguém sabia onde Carter estava morando para que pudesse ir até lá pessoalmente, não?  Se meu camarada Carter realmente está envolvido com Wilkinson ou o Dragão, e se um dos dois fica sabendo que eu... Que nós... Acabamos colocando as mãos no valoroso convite... Então um dos dois envia alguém para tentar pressioná-lo para desembuchar... Tudo faz perfeito sentido.

 O chefe fazia suas conclusões enquanto segurando o copo de Martini e fazendo gestos estapafúrdios com a mesma mão, quase derrubando o conteúdo do copo.

 — Mas como foi que aconteceu? Ele entrou lá, matando os guardas e o forçou a dizer alguma coisa? Assim... Colocando as mãos em torno do pescoço?

 O chefe em um gole só terminou sua dose de Martini e bateu o copo na mesa.

 — Esta parte, meu caro Spikey... Você vai ter que descobrir. Meu cliente apenas me deu a informação que ele me deu. Se ele está mentindo ou acobertando alguma coisa... Ele não vai admitir, não é mesmo?

 A esta altura eu estava mais que intrigado. Não só havia acontecido um ataque a um Cooper errado, deixando clara a intenção de se apossar do convite, como tinham apelado até mesmo para os próprios clientes do chefe. A situação estava piorando. Mas se nós descobríssemos quem foi... Ai daqueles que mexem com o negócio do chefe.

 E tudo estava acontecendo ao mesmo tempo! Outra coisa que aconteceu ainda naquele fim de semana, ou melhor, após o fim de semana, foi a morte daquele cidadão Sanford que o Boe mencionou. Isso me lembrou que eu supostamente teria que perguntar sobre o Sanford, sobre a relação com o assassinato do dia do Jeffrey e sobre quais eram os planos do chefe sobre o torneio.

 Difícil acreditar que a morte do Sanford não tivesse relação alguma com todos os últimos acontecimentos, a menos que tivesse sido o chefe o responsável. Desta forma resolvi trazer o assunto à tona, como que desavisado:

 — O senhor tem razão. Eu não estava com esse caso em mente. O que eu tinha ouvido falar foi o caso recente da morte de outro cidadão que o Boe tinha mencionado... Morreu exatamente do mesmo modo como aquele McMillan? Isso? McMiller...? O senhor sabe... Aquele que supostamente o Jeffrey assassinou no dia que foi capturado.

 O chefe me lançou um olhar apenas ligeiramente afiado. Procurei não explicitar que suspeitávamos que foi ele o autor da trama. Queria apenas verificar se ele próprio deixava transparecer que era ele. Lógico que seria tremenda falta de ética perguntar “será que foi o senhor que matou e não o Jeffrey?”

 — Como? Disto eu não estou sabendo. — O chefe afirmou.

 — Er... Então, senhor... Pelo que o Boe me disse... Parece que aconteceu no centro. Em Meadow Park. Logo antes de eu ligar para o senhor... E pelo que ele me disse o sintoma foi que ele teve a parte de trás arrancada da mesma forma que o homem da semana passada...

 O chefe semicerrou os olhos e me fez um gesto:

 — Espere... Deixe-me pensar: semana passada acontece a infelicidade de Sprohic matar um cidadão de bem exatamente no dia do roubo. Agora se passaram quantos dias exatamente? Que dia que aquilo aconteceu mesmo? Era numa terça? Sim... Assim... Seis dias? Não... Sete dias.

 Ele olhava para o teto e mexia os dedos contando alguma coisa. Ficou perdido em seu pensamento.

 — Isso aconteceu agora de manhã, Spikey?

 — Er... Sim senhor. — Pelo menos foi o que o Boe falou.

 — E ele chegou a falar quem era esse cara? Um cidadão comum igual ao outro?

 — Er... Aparentemente foi um homem chamado Jim Sanford.

 O chefe bateu fortemente na mesa repentinamente. Até me sobressaltei.

 — Jim Sanford? Sério!? Você disse Jim Sanford?

 — O senhor o conhecia?

 O chefe desatou a rir. Não uma gargalhada feia e sonora, daquelas forçadas, mas era uma risada longa e espontânea. Um riso mudo, mas mesmo assim espontâneo. Daquele difícil de segurar. Tampou a boca com sua mão esquerda e esperou até o riso passar. Fiquei sem entender muita coisa.

 Alfred... — Disse ele quando finalmente conseguiu parar. O dono do bar estava ali por perto. — Me traga mais uma dose daquele Martini.

 Apenas encarei-o, na expectativa.

 — Spikey... Se vocês soubessem... Se você, o Gary e o Boe soubessem... Uau. Jim Sanford? Isso é uma surpresa. Mas pensando bem... Agora tudo faz sentido.

 Ele cerrou a sobrancelha e especulou mais um pouco. Tudo indicava que ele iria me deixar no escuro quanto às suas conclusões. Bem... Tudo bem. Estou acostumado a ser deixado no escuro. Afinal, o Spikey-Gary-Boe não faz parte do time, somos como músicos convidados. Apenas seguimos a música... Isto é, as partituras do maestro.

 Uma coisa é certa: por sua genuína cara de surpresa consegui inferir que o chefe não estava ciente deste último assassinato. Com o que posso concluir que a afirmação anterior do Boe estava errada. Não era ele quem estava arranjando para que pessoas morressem tendo as costas arrancadas. Devia ser alguém diferente.

 Não sei se era obra de um serial killer com gostos peculiares, mas provavelmente era alguém que o chefe ou conhecia ou pelo menos alguém de quem ele sabia algo a respeito.

 A bebida chegou e ele terminou metade da dose sem proferir uma palavra. Só então resolveu dividir parcialmente seu pensamento:

 — Spikey...

 — Sim, senhor?

 — O que acontece é que existe alguém além de nós. Além de nos três... Além das três terceiras partes... Além do equilíbrio. Isso! Alguém tenta abalar o equilíbrio de Sproustown. Isso não pode ser obra de Wilkinson ou do Dragão. Na verdade... — Ele continuava ponderando mais para si do que para mim. Desisti de acompanhar o seu pensamento — É, deve ser isso. Tem que ser mais alguém. Alguém diferente.

 — Bem! — Ele deu mais um de seus tapas irritantes na mesa, finalizando o assunto — O que vocês três vão fazer é o seguinte: quero que vocês fiquem de olho em Richard Galloway... O Galloway. O nosso Galloway. Vocês sabem?

 — Sim, senhor.

 — Fiquem de olho nele, pois escreva o que estou te falando: mais coisa vai acontecer ainda nesses próximos dias. Alguém vai apelar para a violência. — Ele finalizou sua segunda dose. — E nós... Nós vamos ter que recorrer a violência também. Fiquem atentos porque com certeza vou contatar vocês.

 O espírito do chefe parecia ter mudado bastante quando ele ouviu o nome desse Sanford. Quem será que era ele?

 — Er, senhor...? Que mal lhe pergunte... Quem é esse Jim Sanford?

 O chefe se levantou e tirou a poeira de seu blazer.

 — É... Você não sabe... Digamos... Ele estava envolvido com a parte boa e a parte ruim da cidade.

 — Quer dizer... A polícia?

 — A polícia e Wilkinson.

 — Aquele Wilkinson?

 — Sim Spikey. “Aquele” Wilkinson. De qualquer forma... Fique de olho nas notícias e você vai saber mais dele. Que seja... Agora que está morto ele não importa mais. A informação que faltava agora eu já tenho. Agora é esperar eles agirem para reagir de acordo. Afinal o convite continua sob a nossa posse, não?

 Abri minha boca para perguntar mais sobre o Sanford, mas o chefe se apressou e me deu seus cumprimentos. Parecia ter ficado com pressa de uma hora para outra.

 — Não esqueça. Deixe o celular com você o tempo todo. Vou precisar de mais um favor de vocês três.

 — Um favor?

 — Sim. Vocês vão saber.

 Ele ajeitou o blazer e saiu após combinar alguma coisa com o dono do bar. Aquele jovem até se comportava estranhamente em geral... Entretanto hoje ele se excedeu. Saiu correndo e me deixou sozinho naquele bar deserto.

 E o pior de tudo... Foi que esqueci completamente de perguntar acerca do torneio. Quem de nós ele iria escolher?

 Pois é. Na verdade, quem quer que fosse que ele escolhesse seria ruim para os demais dois. Justo porque ele só poderia escolher um. Seja como fosse eu sentia um certo cheiro de contenda entre o Spikey-Gary-Boe no que se tratava daquele assunto. Um de nós sairia ganhando muito mais que os outros dois...

 Desta forma talvez tenha sido melhor não ter perguntado nada naquela tarde.



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