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CAPÍTULO 8: CARA A CARA COM O REITOR
UMA PERGUNTA PERSISTENTE ASSOMBRAVA MINHA MENTE, ALOJADA profundamente em meus pensamentos. No entanto, no meio da minha luta desesperada pela sobrevivência, eu não podia me dar ao luxo de contemplá-la. No entanto, à medida que o novo semestre se aproximava, essa pergunta naturalmente ressurgia.
Onde diabos estava nosso protagonista, Taylee, e o que ele estava fazendo?
✧✦✧
O ar estava eletrificado de excitação conforme um novo semestre amanhecia. A maioria dos alunos havia retornado aos seus dormitórios após a pausa, reconectando-se com amigos que não viam há tempos. A antecipação da cerimônia de abertura anual acrescentava à emoção do novo começo.
O Centro Estudantil, situado no coração do distrito acadêmico, consistia em três prédios conhecidos coletivamente como o Centro Estudantil. Kate Hall, localizada no lado oeste, era frequentemente usada para grandes eventos em toda a academia.
Dentro do vasto auditório, inúmeras mesas compridas estavam meticulosamente arranjadas, cada uma capaz de acomodar confortavelmente dez pessoas. Carregadas com um banquete suntuoso, essas mesas pareciam um oásis celestial para alguém como eu, que havia sobrevivido com rações escassas de peixe e verduras nos últimos dias.
Tendo me levantado ao raiar do dia, atravessei da floresta do norte até o distrito acadêmico no sul. Confrontado com tal banquete diante de mim, eu enfrentava um desafio que ultrapassava a mera resistência humana.
Se ao menos eu pudesse levar algumas sobras, minhas preocupações com comida seriam aliviadas por um tempo.
Havia uma bolsa ou uma tigela à vista onde eu pudesse esconder algumas?
Tais pensamentos cruzaram minha mente, mas não ousei tomar nenhuma ação adicional.
Eu detestava a cultura de nobreza da academia. A Academia Sylvanian enfatizava excessivamente a necessidade de manter a dignidade.
Seria esplêndido se eles simplesmente fingissem não ver enquanto eu recolhia os restos e os levava comigo. No entanto, qualquer ato assim diminuiria minha conduta comportamental se fosse descoberto.
— É um prazer testemunhar nossos alunos crescerem a cada semestre. Como discutimos na reunião de assuntos acadêmicos de Sylvanian...
Naturalmente, o discurso do diretor era insuportavelmente tedioso, uma verdade invariável, independentemente da geração ou do tempo.
No entanto, devido ao peculiar conceito de dignidade, os alunos de Sylvanian sentavam-se eretos, ouvindo atentamente em silêncio.
Todos eles, milhares deles.
Era uma visão ridícula.
Era em momentos como esse que eu reconhecia o peso da reputação da Sylvanian.
— Olhe ali... Não é aquele Ed Rothstaylor?
— O quê? O aluno do segundo ano que se comportou indecentemente durante o exame de admissão?
— Ah, olhando mais de perto, sua aparência é bastante peculiar... Mas é indiscutivelmente ele...
— Como ele ousa frequentar a cerimônia de admissão sem vergonha? Ele planeja continuar sua educação, apesar de ser deserdado por sua família?
É claro que a conversa amigável sobre mim persistia. Sentado entre os alunos, eu podia ouvir seus comentários sussurrados, carregados com uma calorosa falsidade e hospitalidade.
— Olhe para ele. Ele caiu tão fundo. Completamente arruinado.
— Shh, ele pode te ouvir!
— E daí se ele ouvir? Essa pessoa não é mais um nobre.
Não havia necessidade de vocalizar tais sentimentos.
Com toda a graça que pude reunir, saboreei lentamente pedaços de peru grelhado e salada de batata. Eu não podia perder a oportunidade de repor a energia esgotada pela minha corrida matinal.
— Olá!
Assim que mergulhei na restauração das minhas forças, uma saudação animada interrompeu meus pensamentos.
— Nós nos encontramos novamente!
Havia poucas pessoas que cumprimentariam calorosamente um nobre caído como Ed Rothstaylor.
Quando levantei os olhos, minhas expectativas foram confirmadas. Era Yennekar Palerover, radiante ao me cumprimentar.
— Eu me mudei para o dormitório de minha amiga em Ophelis Hall, mas não consegui te encontrar, Ed. Você não estava em seu quarto.
Por um momento, suprimi a vontade de franzir a testa. Um alarme soou em minha mente.
Cuidado com seus avanços!
Mantenha distância!
— Nada de bom virá se interagir comigo.
— Hmm? Por quê?
Eu transmiti minha mensagem através de um olhar em vez de palavras, varrendo sutilmente meus olhos pelo salão para enfatizar os observadores ao redor.
As pessoas já estavam fofocando sobre nós.
Yennekar Palerover tinha um lugar especial entre os alunos do segundo ano. Como a melhor aluna de nossa turma, todos a conheciam. Sua personalidade vibrante e calorosa a tornava querida entre os amigos, e ela havia recentemente firmado um contrato com Takan, um espírito do fogo altamente classificado. Yennekar representava esperança para os alunos do segundo ano do Departamento de Magia.
Para o mundo exterior, parecia que a inocente melhor aluna estava tendo uma conversa com um desprezível desistente como eu. Naturalmente, olhares preocupados eram lançados em nossa direção.
Inevitavelmente, havia aqueles que corriam para resgatá-la.
Uma garota sardenta com cabelos curtos e uma ruiva com cabelos longos emergiram da multidão.
— Uau! Yennekar! Faz tanto tempo!
— Yennekar! Você teve um tempo agradável na sua cidade natal?!
Qualquer um poderia discernir os sorrisos forçados nos rostos das meninas enquanto cumprimentavam Yennekar, se agarrando aos seus braços.
… Excelente!
Bem feito, meus colegas sem nome…!
— Só um momento...
No entanto, Yennekar habilmente escapou de seu alcance e voltou ao meu lado.
— Antes de ir, quero te mostrar algo!
— O que é?
Eu a olhei incrédulo enquanto ela estendia as mãos em direção ao meu rosto.
— Arrisca um palpite?
……?
Permaneci imóvel, estudando-a atentamente. Yennekar juntou as mãos, virando-as para cá e para lá, examinando-as com deleite. Era como se ela se deliciasse em exibir a palidez e a delicadeza de suas mãos, me deixando completamente confuso.
— Depois que você saiu ontem, ele emergiu do lago. Não é o mais fofo? Eu assinei um contrato imediatamente. Ele é meu novo amigo. Aqui, por que você não toca nele?
Perguntei-me sobre o que ela estava tagarelando, mas a menção de um contrato provocou uma realização.
Essencialmente, ela se referia a um espírito. Eu não conseguia discernir sua forma, então sua estranha obsessão com sua fofura me escapava. Ela mudava incessantemente os ângulos dos braços, como se algo estivesse girando ao redor de suas mãos. No entanto, eu não conseguia perceber.
No entanto, com toda a comoção em torno dele, o espírito devia ser realmente adorável.
Se eu quisesse cultivar um relacionamento mais próximo com Yennekar, poderia proferir frases como "Ele é tão fofo" ou "Ele é absolutamente adorável." Talvez eu pudesse até expressar minha inveja, dizendo algo como "Eu também anseio por formar um contrato com um espírito como ele. Estou verde de inveja!" ou algo semelhante.
Quanto à amabilidade, ela era incomparável dentro de nossa turma. Ela navegava sem esforço em situações sociais, fomentando interações agradáveis com facilidade.
Não havia necessidade de se esforçar para conversar ou procurar por tópicos adequados. Mesmo ao simplesmente ouvir uma história, ela se envolveria alegremente, irradiando um calor que a tornava querida para todos os seus colegas do segundo ano.
Mas era exatamente por isso que eu precisava agir com cautela se quisesse manter minha distância. Era fácil demais me aproximar dela. Consequentemente, era necessário um esforço consciente para criar uma divisão.
A solução era simples.
— Eu não entendo o que você está dizendo.
Tudo o que eu tinha que fazer era interromper o fluxo da conversa.
— Eu não consigo ver nada. Minha falta de ressonância espiritual me impede de perceber os espíritos.
Com um único golpe rápido, eu cortei todos os interesses comuns. Ao eliminar rapidamente os tópicos potenciais, deixei a outra pessoa com pouco a dizer. Seria estranho buscar por assuntos alternativos.
E Yennekar, não sendo boba, perceberia minha relutância em me aproximar dela.
Tendo sempre sido cercada por pessoas de bom coração, ela provavelmente lutava para lidar com tal animosidade.
— É mesmo?
Yennekar inclinou a cabeça, me encarando com uma expressão perplexa.
— Você não consegue ver espíritos?
Não era uma situação incomum. Nem todos os alunos do Departamento de Magia possuíam a habilidade de ver espíritos.
No entanto, a cabeça de Yennekar inclinou algumas vezes mais.
— Yennekar! Vamos, rápido!
— Eles estão acabando com as sobremesas!
Seu time de resgate retornou, rapidamente abraçando Yennekar e a levando para longe na multidão.
— Tudo bem! Nos vemos depois!
Seu aceno alegre e seu sorriso radiante faziam um espetáculo cativante.
Bem, seus resgatadores a aconselhariam enquanto se deliciavam com as sobremesas.
Aproxime-se de Ed Rothstaylor com cautela.
Gradualmente, o interesse dela por mim diminuiria.
E, verdade seja dita, isso me conviria muito bem.
✧✦✧
— Finalmente, os melhores alunos de cada série apresentarão o 'Selo do Sábio' ao representante dos calouros. Quando seu nome for chamado, por favor, se aproxime do púlpito. Yennekar Palerover, representando a turma do segundo ano. Daike Elpelan, representando a turma do terceiro ano. Amy Innis, representando a turma do quarto ano… E nosso estimado representante dos calouros, a honrável Princesa Penia Elias Kroel.
Como membro da família real, a princesa ainda desfrutava da distinção de ser chamada de "honrável" quando seu nome era anunciado.
Não foi surpresa que a Princesa Penia tivesse sido escolhida como representante dos calouros. Embora Lazy Lucy possuísse talento e habilidade acadêmica sem precedentes, sua disposição não era propícia para tal papel. Além disso, ninguém se encaixava melhor no papel de representante do que a própria Princesa Penia.
A turma de calouros deste ano estava repleta de indivíduos excepcionais. A diferença entre eles e nossa turma era impressionante.
Mas isso era de se esperar. Afinal, o protagonista do mundo estava entre os calouros.
Ao jogar Sylvanian's Failed Swordsman, os jogadores frequentemente percebiam por que os calouros se destacavam.
Por que os calouros eram os que floresciam?
A Princesa Benevolente Penia assumiu o controle do conselho estudantil em seu segundo ano, tornando-se efetivamente a presidente de fato do corpo estudantil. Ela exercia influência, supervisionando assuntos acadêmicos e combatendo injustiças dentro da academia.
Por outro lado, A Filha Dourada, Lortel, adentrava nas sombras de Sylvanian, manipulando habilmente o fluxo e a distribuição de riquezas, atendendo aos interesses dos alunos enquanto acumulava riquezas substanciais.
Enquanto isso, Lazy Lucy, abençoada com talento natural e favorecida pelas estrelas de Glockt, ascendia para se tornar uma arquimaga, gravando seu nome nos livros de história.
Inúmeros outros personagens notáveis existiam, mas seria árduo mencioná-los todos. O que importava era que todos estavam concentrados entre os calouros.
O semestre ainda não havia começado, mas graças a essas joias entre os calouros, o corpo docente já estava ansioso.
O Selo do Sábio servia como um relicário simbólico deixado pelo fundador da Academia Sylvanian, Sylvanian Robester. O selo era cerimonialmente concedido aos calouros, significando sua herança do enfase de Sylvanian em virtude do aprendizado.
Embora as pessoas frequentemente especulassem sobre seu significado, permanecia apenas uma formalidade.
Enquanto eu observava as etapas finais da cerimônia, meu olhar vagava pela sala.
No momento, alunos de todas as séries estavam sentados juntos em Kate Hall, uma ocorrência incomum que facilitava a interação entre diferentes turmas e áreas de estudo.
O auditório fervilhava de calouros, cada um possuindo talentos e origens únicas. No entanto, eles não passavam de personagens.
O que realmente importava era localizar o protagonista deste mundo, Taylee.
Eu lhe devia uma gratidão imensurável por enfrentar todos os desafios que teriam acometido a Academia Sylvanian sem levantar um dedo.
Você desempenhou bem seu papel, nobre ingênuo solucionador de problemas...
Não, quer dizer, valioso aliado.
Ninguém mais poderia me proporcionar um alívio tão imenso, entendendo as complexidades da minha situação e resolvendo-as em meu nome.
Além disso, as ações de Taylee em breve determinariam o curso da história deste mundo, servindo como o teste decisivo para meu conhecimento.
Eu deveria explorar e investigar onde Taylee poderia estar.
No entanto, Ed Rothstaylor já havia sido reduzido a ruínas, me concedendo a liberdade de partir se assim desejasse. Afinal, em uma cerimônia de entrada tão grandiosa, ninguém notaria se eu permanecesse ou partisse sozinho.
Ou talvez, minha mera presença chamasse ainda mais atenção.
Já que eu estava saciado, agora era o momento oportuno para me levantar e explorar.
— Isto é um anúncio. O estudante Ed Rothstaylor é solicitado a visitar o escritório do Decano McDowell. Obrigado.
McDowell. O nome era familiar.
Ele servia como o decano chefe do Departamento de Magia de Sylvanian, possuindo a autoridade para nomear professores.
E ele estava me procurando?
— Poderia ser... estou sendo expulso?
Os alunos hoje em dia eram informados de sua expulsão diretamente pela mais alta autoridade acadêmica?
Uma despedida sincera no meu caminho para fora?
— Será que minhas chances já ruíram?
Limpei o rosto, me esforçando para permanecer composto.
Não, vamos ficar calmos.
...
Mas o que isso poderia significar?
O que diabos estava acontecendo?
✧✦✧
A Academia Sylvanian, com sua opulência e vasta escala, estava carregada de complexidade e sofisticação. No entanto, como muitas instituições, quanto mais alguém ascendia na escada hierárquica, mais simples ela parecia.
A elaborada estrutura de teia de aranha, após uma análise mais minuciosa, revelava-se enganosamente direta. No topo desta hierarquia simples estava o Diretor McDowell. Não apenas era o diretor do prestigioso Departamento de Magia de Sylvanian, mas também ocupava a posição mais alta entre os três diretores. Um único olhar sobre a hierarquia, de cima para baixo, levaria seu nome, logo após o Vice-Diretor.
— O corpo docente considerou desnecessário iniciar sua expulsão — ele começou, ocultando sua verdadeira intenção por trás de uma fachada casual.
Sua barba desgrenhada e óculos envelhecidos pendurados em seu rosto contradiziam sua atitude menos amigável. Eu me abstive de tocar no chá trazido pela secretária do diretor. A sala exalava uma atmosfera de formalidade, desprovida de qualquer calor ou cordialidade.
— Devemos prosseguir com sua expulsão após uma inspeção minuciosa das regulamentações escolares, ou devemos passar pelo processo de um comitê disciplinar?
Sentado em frente a mim, o Diretor McDowell tinha uma expressão severa. Surpreendentemente, sua postura assertiva era apenas uma fachada, escondendo uma natureza frágil e benevolente por dentro.
Isso era conhecido por poucos, revelado apenas em uma submissão. Tendo enfrentado numerosos altos e baixos, eu não fiquei surpreso. Uma posição de autoridade em um reino cheio de personalidades excêntricas, como o Departamento de Magia, exigia uma presença imponente — era um requisito ocupacional. Em um playground político onde os oportunistas prosperavam, sua postura consistente era verdadeiramente louvável.
— Se isso não for satisfatório, procederemos diretamente com sua expulsão através do escritório acadêmico.
Naturalmente, me vi perplexo. Duas razões contribuíram para minha confusão. Em primeiro lugar, o Diretor McDowell, conhecido por evitar confrontos com os alunos, havia recorrido a essa ameaça pouco característica. Em segundo lugar, sua posição. Sendo o diretor do Departamento de Magia de Sylvanian e ocupando o posto mais alto entre os três diretores, havia pouca razão para ele se envolver na expulsão de cada aluno e seus procedimentos.
Seu papel era revisar e aprovar o plano de execução. Cada função tinha suas responsabilidades apropriadas. Arrastar um aluno para seu escritório para debater sua expulsão parecia tão absurdo quanto ir ao escritório do distrito para obter uma cópia de um registro familiar, apenas para encontrar o chefe do distrito lidando pessoalmente com a tarefa.
— Você tem alguma justificativa para suas ações?
Um aluno comum não ponderaria até esse ponto. Eles seriam tomados pelo pânico ao serem convocados e informados de sua iminente expulsão. Percebendo isso, eu entendi seu motivo.
O objetivo era me desestabilizar.
— Você está totalmente correto.
Assim, respondi conforme o necessário, pretendendo contemplar mais tarde. Na grande e imponente sala de recepção, fui abruptamente convocado durante a cerimônia de abertura da escola — um evento formal. Sentado em frente a mim estava uma figura de alto escalão, exalando uma aura tanto agressiva quanto ameaçadora.
A situação havia tomado um rumo sério, com a ameaça de expulsão pairando. Quanto mais alto o status, mais habilidosos eles eram em criar atmosferas opressivas. Eles buscavam medir minha reação nesse cenário. Naturalmente, perguntas surgiram.
Qual era o motivo por trás desse procedimento extraordinário?
Ed Rosetail não passava de um aluno comum, sua única exceção sendo sua ilustre linhagem. Ele não possuía habilidades mágicas extraordinárias nem era especialmente distinto academicamente. Em Sylvanian, sua suposta linhagem nobre servia como pouco mais do que um tópico de conversa intrigante.
A academia era um caldeirão de nobreza e riqueza, e até mesmo contava com uma princesa entre seus membros. Então, por que desperdiçariam tempo valioso em uma reunião particular com Ed Rosetail, um mero aluno? As possibilidades eram escassas. Deixei escapar um suspiro profundo, seu som silencioso mas pesado dentro de mim.
— Eu gostaria de expressar minha gratidão à Princesa Penia — eu disse, desviando do tópico de minha expulsão — por sua atenção a seus súditos, mesmo dentro da academia, e sua atenção inabalável aos detalhes.
Esta declaração repentina deve tê-lo pegado desprevenido. Uma menção súbita da princesa no meio de uma discussão sobre minha expulsão iminente — isso deveria ser desconcertante. Qual era o motivo dessa mudança abrupta? Por que mencioná-la agora? Essas eram as reações esperadas.
— O quê? — Ele exclamou, franzindo momentaneamente as sobrancelhas. Foi apenas por um momento fugaz, mas consegui captar essa reação sutil. — Sobre o que você está falando?
No entanto, meu interlocutor havia sido o Diretor por mais de cinco anos. Levou menos de um segundo para ele recuperar a compostura e esconder sua confusão. Mas aquele momento fugaz de confusão foi o suficiente para eu discernir a situação.
Assim como eu havia suspeitado. Apenas algumas poucas pessoas poderiam exercer influência suficiente para me convocar ao escritório do Diretor: o Diretor Obel, o Vice-Diretor Reyna e a Princesa Penia. O Diretor Obel e o Vice-Diretor Reyna não tinham motivo convincente para se interessar por mim, tornando a Princesa Penia a candidata mais provável.
Apesar desta instituição promover as virtudes do aprendizado sobre o status social, eles não poderiam ignorar as palavras da princesa. Isso parecia estar de acordo com o caráter da Princesa Penia.
Ela poderia facilmente ter convocado soldados, me acorrentado e exigido que eu confessasse meus segredos para evitar a expulsão. Será que ela acreditava que não poderia extrair a verdade de mim, mesmo se recorresse a tais medidas? Ou ela considerava tais métodos bárbaros e forçosos como desagradáveis e inúteis? Provavelmente era uma combinação de ambos.
Em retrospecto, sua abordagem era judiciosa. Nenhuma ameaça ou coerção teria me compelido a confessar que eu era uma pessoa reencarnada, distinta de Ed Rosetail. Por que eu me sujeitaria voluntariamente a ser tratado como um lunático? Ela deve ter elaborado uma estratégia alternativa.
— Não, me equivoquei. Peço desculpas. Ha... é ridículo, não é... apenas um caso de nervos... ha...
Fingindo constrangimento, eu cocei a parte de trás da cabeça, minhas palavras tropeçando umas sobre as outras. Eu esbocei um sorriso bobo, mas apenas intensificou o olhar examinador do Diretor McDowell sobre mim. Ele era um homem de hábitos firmes, inabalável em sua determinação. Ele havia percebido minhas tentativas de avaliá-lo.
Droga... o equilíbrio de poder mudou demais.
— Eu estava apenas... contemplando qual poderia ser a resposta certa — dadas as circunstâncias, escolhi confrontar a situação de frente. — Por que ir a tal extremo de convocar um mero aluno como eu para medir meu valor... O que devo dizer para fornecer a resposta certa?
Eu estava ciente de que a expulsão não passava de uma fachada. Apresentei esse fato como uma suposição natural. Era uma declaração implicando: "Até certo ponto, sei o que você está fazendo." Se ele fosse um homem intimidador e dominador, isso poderia ter dado errado. Poderia ter sido interpretado como um desafio, potencialmente evocando uma resposta desfavorável. Mas eu sabia que o Diretor McDowell não era do tipo que afirmava sua autoridade, surpreendentemente.
— Para encurtar o assunto, embora eu reconheça que minhas ações foram um erro... eu não acredito que elas justifiquem a expulsão.
— Se nos aprofundarmos nas complexidades das regulamentações escolares, parece haver motivos suficientes para a expulsão.
— Mas não é verdade que as regras e regulamentos costumam ser vagas e ambíguas? Eles estão sujeitos a interpretação. É exatamente por isso que temos um comitê disciplinar e fornecemos aos alunos a oportunidade de apresentarem seu lado — eu escolhi responder com base em um ponto de princípio. — Nesse caso, eu não tenho escolha a não ser aproveitar todas as oportunidades que me forem concedidas. Devo fazer o máximo para persuadir o comitê disciplinar, colocar avisos pela escola e me esforçar para influenciar meus colegas. Eu também devo abordar o tratamento injusto que tenho sofrido.
Sem dúvida, isso seria uma dor de cabeça para a escola.
— Então, você está tentando me intimidar agora?
— De jeito nenhum. Eu sou genuinamente sincero — declarei com uma expressão confiante.
Inicialmente, a ideia de intimidação era absurda. Como um aluno à beira da expulsão poderia intimidar o Diretor? Se eles estivessem determinados a me expulsar, poderiam simplesmente ignorar todas as pequenas perturbações que eu poderia causar. Isso poderia causar alguma comoção e ser incômodo por um tempo, mas, no final, acabaria ali. Não havia um aluno que apoiaria Ed Rosetail em primeiro lugar.
— Tudo o que farei é tudo o que estiver ao meu alcance. Se acabar sendo expulso... bem, que assim seja. Mas não fazer nada e aceitar passivamente a expulsão, receio que possa me arrepender no futuro — depois de expressar meus pensamentos, dei um gole no chá servido pela secretária. — Isso qualifica como a... resposta certa?
Sentia como se estivéssemos conversando por trás de máscaras. Provavelmente ele estava experimentando o mesmo. Um momento de silêncio se seguiu. O Diretor McDowell, que me observava há algum tempo, com o queixo apoiado na mão, finalmente começou a falar novamente.
— A Princesa Penia fez alguns comentários intrigantes sobre você. Agora, estou começando a ver alguma verdade em suas palavras.
A Princesa Penia possuía uma habilidade inata de avaliar os outros, um dom de discernimento, e frequentemente nos envolvíamos em discussões confidenciais. Ela não fazia segredo do fato de que eu estava sob sua observação. Mesmo sem discutirmos explicitamente, ambos sabíamos que era verdade.
— Você é astuto como uma raposa, mas não sinto malícia em você.
— Suas palavras sugerem que eu sou um trapaceiro astuto.
— Você é mais calmo do que a maioria dos alunos que já estiveram no escritório do diretor. Eles costumam tremer.
Eu pareci muito composto?
Essa ideia passou pela minha cabeça. Mesmo que fosse um erro, não havia volta.
— De qualquer forma, você pode sair. Vou contemplar se sua resposta estava certa ou errada.
— E quanto à expulsão... O que vai acontecer?
Com isso, o Diretor McDowell riu.
Foi a primeira vez que testemunhei as verdadeiras cores do diretor.
— Eu nunca tive a intenção de te expulsar desde o início. Você deve ter percebido isso também, certo?
A forma como ele evitava uma resposta direta, esse era o Diretor McDowell que eu conhecia.
✧✦✧
Aquilo foi por pouco!
Deixei escapar um suspiro de alívio enquanto jogava um pedaço de lenha na fogueira.
Eu não estava certo do que tinha acontecido, mas tive a sensação de que era um ponto crucial para minhas futuras ações. Mesmo sentindo dessa forma, se eu tivesse respondido incorretamente, poderia ter me metido em sérios apuros. Enquanto fechava a porta e saía, roubei um rápido olhar para McDowell.
Ele havia parado de sorrir, seu rosto agora sério enquanto se perdia em pensamentos. Ele estava realmente me avaliando. Era um homem que eu não podia me dar ao luxo de subestimar. No entanto, os dados estavam lançados e tudo o que eu podia fazer era prosseguir com minhas próprias tarefas.
[Novo Item Fabricado]
Acabara de terminar um simples suporte de madeira para secar roupas e alimentos. Faltava-lhe robustez e não podia suportar muito peso.
Dificuldade de Fabricação: 1/5
[Concluído. Sua proficiência em fabricação aumentou.]
Limpei o suor e admirei o suporte de secagem acabado. Isso era uma boa notícia. Percebi que precisava começar a avaliar minhas habilidades de vida. Eu estava muito ocupado e não havia encontrado tempo para avaliar minuciosamente minha proficiência.
[Detalhes da Habilidade de Vida]
Classificação: Artesão Novato
Especialidade: Carpintaria Nível de Destreza: 10 Nível de Design: 2 Nível de Coleta: 3 Nível de Carpintaria: 7 Nível de Pesca: 3 Nível de Culinária: 4
Destreza no nível 10...
A destreza era a base de todas as habilidades de vida e estava intimamente ligada ao atributo de destreza.
À medida que a proficiência em destreza aumentava, a taxa de melhoria em outras habilidades tornava-se significativamente perceptível.
Além disso, atingir o nível 10 em uma habilidade tinha grande importância. Significava que eu havia dominado os fundamentos dessa habilidade.
Além do nível 10, a experiência necessária para avançar para o próximo nível aumentaria perceptivelmente. A partir deste ponto, investimento seria necessário.
Me acomodei em uma pedra plana, aproveitando o calor da fogueira.
A pedra estava longe do conforto luxuoso do sofá do escritório do Diretor, mas desde que cheguei a este mundo, me acostumei com isso. Tornou-se uma parte familiar da minha existência cotidiana. Sentei-me ao lado do fogo, observando minha mão abrir e fechar na luz tremeluzente.
Refleti comigo mesmo.
— Será que foi um erro nascer na nobreza?
Aqui neste mundo, as habilidades de vida floresciam a uma velocidade incomparável em relação ao combate ou magia. Sem o ambiente adequado, talentos inatos não podem florescer. Tendo sido criado em meio aos privilégios da nobreza, essas habilidades permaneceram adormecidas. Tarefas como cozinhar ou fabricar, consertar coisas — isso teria parecido muito comum em minha vida anterior.
Um efeito colateral do meu status, suponho.
— Apesar das dificuldades, consegui criar um ambiente meio habitável.
Comparado ao Salão de Ophelis, a instalação melhor equipada de Sylvanian, meu acampamento pode parecer carente. Ainda assim, me apeguei a este acampamento que construí com minhas próprias mãos. A cerimônia do dia havia saciado meu estômago, então a fome não era um problema. Eu poderia simplesmente me recolher para a noite.
— Mas o sono pode esperar.
O dia havia consistido apenas na cerimônia de abertura, e minha volta tinha sido tranquila. Eu ainda tinha muita energia. Peguei alguns livros espalhados ao redor do acampamento. Não poderia simplesmente cochilar, não com tanto tempo livre em mãos. Portanto, antes que a escuridão envolvesse os arredores, decidi ler.
Os livros, emprestados da biblioteca da escola, exploravam várias plantas comestíveis e ervas selvagens. Conhecimento equivalia a sobrevivência. Ser capaz de identificar plantas comestíveis ampliaria minha variedade de opções alimentares.
— Uma bancada de trabalho ou uma escrivaninha de leitura não seria uma má ideia. Talvez eu tente fazer uma neste fim de semana.
Com esse pensamento, me acomodei em meu abrigo improvisado e abri um livro. Dez segundos depois, me vi cochilando. Foi quase instantâneo. Talvez eu estivesse um pouco mais cansado do que percebi...
✧✦✧
Enquanto isso, no escritório do Diretor localizado no canto do prédio da faculdade, o Diretor McDowell estava sentado no sofá da recepção, perdido em contemplação. Algum tempo havia passado desde a partida de Ed Rosetail. Ele tinha uma pilha de trabalho esperando por ele, ainda assim, ele estava lá, absorto em pensamentos.
Sua secretária, absorta em papelada, soltou um suspiro silencioso, tendo cuidado para não perturbar McDowell.
McDowell experimentava esses momentos de vez em quando — ficando perdido em pensamentos, permitindo que a carga de trabalho se acumulasse. Naturalmente, isso resultava na secretária tendo que ficar mais tempo. Sair no horário parecia improvável hoje.
Resignada, a secretária decidiu enfrentar as tarefas de limpeza que haviam sido negligenciadas.
Ele parece mais contemplativo desta vez...
Me pergunto o que está em sua mente?
A secretária olhou pela janela para as estrelas, seu olhar se voltou para McDowell, que parecia absorto em pensamentos.
O céu noturno claro oferecia uma vista deslumbrante das estrelas. Ela abriu a janela para permitir que o ar fresco da noite entrasse.
— Secretária Anes, você acha que deixo minhas emoções à mostra?
— Perdão?
A postura do Diretor McDowell era tão impecável que às vezes alguém poderia se perguntar se ele tinha uma personalidade dupla. No entanto, a secretária, que sempre estava ao seu lado, sabia melhor. Assim, quando perguntada, ela balbuciou e murmurou algo para negar a afirmação.
E assim, a noite prosseguiu no corredor da academia, com a secretária suspirando silenciosamente, e o Diretor McDowell absorto em seus pensamentos.