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CAPÍTULO 13: PRINCESA FRUSTRADA
— PENIA, VOCÊ NASCEU ABENÇOADA PELOS DEUSES.
O primeiro a reconhecer a extraordinária intuição da Princesa Penia foi seu pai, o Imperador do Império Kroel.
Viver como membro da realeza implica em uma corrente interminável de planos e intrigas. No entanto, para um observador, a existência resplandecente e elevada da família real pode obscurecer a escuridão turva subjacente.
Assim, é equivocado para o Imperador Kroel rotular a capacidade da Princesa Penia de perceber as pessoas como uma 'bênção divina'.
Sua habilidade não era um dom divino; era sim um sentido desenvolvido, aprimorado para proteger a si mesma em meio ao abismo sombrio das maquinações reais.
Essa compreensão incutiu na Princesa Penia uma sensação de confiança em suas habilidades.
Ela testemunhou o brilho da avareza nos olhos do regente, que conspirava para envenenar sua sogra. Ela observou os gestos cobiçosos da duquesa, que ansiava para que seu filho alcançasse status real. Os olhos trêmulos do servo que furtou a corrente de relógio de ouro de seu quarto não escaparam de sua atenção.
Ela ouviu os passos ansiosos do comandante que desviou fundos da ordem dos cavaleiros e os olhares invejosos de parentes sanguíneos que cobiçavam seu poder.
Até mesmo a voz trêmula do espião do ducado, disfarçado como uma empregada para coletar informações, não escapou de seus sentidos aguçados.
Ela compreendeu, que, sob os olhares admiradores direcionados à nobre 'Princesa da Misericórdia', um abismo sombrio espreitava.
Apesar de penetrar nesses motivos vis, ela conseguiu levar a vida digna de uma princesa, fingindo ignorância.
— Estou ansiosa pelo nosso duelo.
Sem alternativa, ela travou o olhar com o homem que havia completado seus preparativos para o duelo e a estava cumprimentando cordialmente.
A Princesa Penia possuía uma intuição extraordinária. Para superar sua intuição, alguém quase precisaria ter a habilidade de ler mentes.
— Ha-ha-ha, esse é Ed Rosetail?! Ele costumava usar roupas pingando com joias, mas como ele parece patético agora!
— Ele parece bastante atraente em sua modéstia!
— Ele sempre foi arrogante sem nenhum talento mágico para justificar isso; agora suas verdadeiras cores serão expostas!
Sussurros flutuavam até a arena de duelo. Os espectadores se contiveram de zombar muito alto, pois a princesa de sua nação estava presente.
— Sim, eu também estou ansiosa por isso.
Levantando sua mão graciosamente, a Princesa Penia sentiu o fluxo de magia. Ela estava em ótima condição. Manter uma boa saúde era uma característica importante para uma maga distinta.
Ela estreitou os olhos, fixando-se no homem diante dela.
"Seus esforços certamente serão recompensados! Não desanime! Mantenha-se firme! Você não tem nada com que se envergonhar!"
"Caminhe com orgulho! Você fez bem! Foi apenas uma pena que seu oponente fosse mais forte! Não se desanime por esse contratempo."
Palavras urgentes foram gritadas para um menino que vacilava à beira do fracasso, mesmo desconsiderando a presença da princesa da nação.
Inicialmente, o que a surpreendeu mais do que ser ignorada foi o desespero de Ed Rosetail.
— Você ouviu ele gritando com o Taylee? Ele é realmente rigoroso.
— Ah. Ele atormenta ele e depois faz um espetáculo. Eu me pergunto se ele ansiava por provocar alguém que não tinha habilidades mágicas tão desesperadamente.
— Ou talvez ele finalmente tenha decidido ser gentil. Por que... ele torceria pelo garoto que ele costumava atormentar? É bastante suspeito.
— Nossa, suas intenções parecem realmente traiçoeiras.
— Não é assim que ele é?
Os sussurros da plateia evoluíram para murmúrios audíveis. Esses murmúrios haviam viajado das arquibancadas, alcançando os ouvidos da Princesa Penia.
Não havia como Ed Rosetail não tê-los ouvido.
No entanto, o olhar nos olhos de Ed Rosetail permaneceu calmo, como um lago tranquilo sem ser perturbado nem mesmo pela menor ondulação. Não havia traço de inquietação em seu olhar.
Discernir emoções a partir de um olhar como esse era uma tarefa simples para a Princesa Penia.
Apatia, desinteresse, uma garantia de que tudo estava bem.
Era um sentimento familiar. Ed Rosetail atualmente emanava essa postura. Os sussurros maldosos da multidão falharam em perturbar sua compostura.
A sensação refletia seu encontro inicial com Ed Rosetail no acampamento. Na vida, frequentemente encontramos tais indivíduos.
Pessoas apáticas, indiferentes às opiniões dos outros, que permanecem inafetadas independentemente das circunstâncias.
Ultimamente, eles são os protagonistas de suas próprias vidas. Uma vez que mantêm firmes suas crenças, emanam uma resolução inabalável, impermeável aos julgamentos dos outros.
Surpreendentemente, tais indivíduos eram abundantes até entre os alunos do primeiro ano.
Lucy Mayril era assim, Lortel não era exceção, e Ziggs possuía os mesmos traços.
Ao fazer essa realização, uma sensação inesperada de alívio a inundou. Finalmente, ela começou a compreender o enigma que era Ed Rosetail.
Embora tivesse levado tempo, ela agora via Ed Rosetail como um igual sob seu olhar perspicaz. Armada com essa certeza, ela finalmente conseguiu se levantar de sua cadeira.
No entanto, sua audácia de ignorar descaradamente a princesa e passar por ela, enquanto encorajava sinceramente um calouro que ele mesmo havia tentado expulsar, mais uma vez jogou os pensamentos da Princesa Penia em desordem.
Assim como ela acreditava estar prestes a entender sua psique interna e agarrar sua verdadeira identidade, suas ações escapavam como um peixe elusivo, deixando a princesa confusa.
Foi uma provocação destinada a zombar do confuso Taylee?
Foi uma tentativa hipócrita de se absolver de suas ações passadas apoiando publicamente Taylee?
Sem contexto completo, qualquer um provavelmente cairia nas especulações da multidão.
No entanto, a Princesa Penia enxergou através dele. Ela viu seu apelo desesperado, um que ele não havia demonstrado nem uma vez desde o exame de admissão. Ela discerniu claramente sua angústia.
Se ao menos ele tivesse implorado a ela dessa maneira durante seu encontro no acampamento, ela não estaria atormentada por sentimentos conflitantes agora.
— Por favor, não me expulse. Eu sinceramente me arrependo das minhas ações. Por favor, me conceda outra chance.
Se ele tivesse caído de joelhos, torcendo as mãos, implorando com todas as suas forças, ela não abrigaria tal inquietação no presente.
Diante da figura imponente da princesa, inúmeras pessoas tinham curvado a cabeça, suplicando desesperadamente.
No entanto, lá estava Ed Rosetail, desdenhoso de sua expulsão iminente, consistentemente indiferente entre numerosos alunos lançando zombarias e risadas.
O que a deixava ainda mais perplexa era sua exibição peculiar de frustração quando o calouro, que ele mesmo havia tentado expulsar, ficou desanimado.
— Ed Rosetail. Você tem o dom de me perturbar.
A princesa suspirou profundamente. Será que tudo isso realmente valia sua energia?
Ela estava cansada de ser jogada para lá e pra cá pelas marés do seu mundo interior impenetrável. Afinal, ele era apenas um estudante envolvido no turbilhão de um escândalo.
Ele não era um senhor da guerra maquiavélico tramando tomar o trono, um regente corrupto desviando fundos do tesouro, ou um servo ladrão cobiçando a riqueza da família real.
Mesmo que ele abrigasse um eu interior que escapasse do olhar perspicaz da princesa, que diferença isso faria?
Sim, esta era a oportunidade perfeita para esclarecer tudo. Ela poderia resolver tudo com um único duelo. E assim, a princesa fortaleceu sua determinação.
Independentemente das circunstâncias, ela agora tinha a chance de se envolver em um confronto definitivo com esse homem enigmático, Ed Rosetail.
— Com este duelo, pretendo trazer uma conclusão decisiva.
O mundo estava cheio de mistérios. No entanto, se houvesse uma oportunidade de dissipá-los enfaticamente, de rir livremente ou chorar abertamente, isso seria suficiente.
Os detalhes, a história, tinham pouca importância. O cosmos não entraria em colapso porque ela não conseguia entender completamente Ed Rosetail.
Neste momento, a capacidade de mana de Ed Rosetail já havia sido avaliada adequadamente. Pode não ter sido extraordinária, mas observá-lo manipular facilmente o fluxo de magia em sua mão deixava claro que ele não era um oponente fácil.
O duelo iminente havia sido originalmente concebido como um confronto entre um calouro e um veterano. Dada a disparidade de poder, ambos estavam restritos a usar apenas magia básica como desvantagem.
Observando Ed Rosetail, que mantinha uma postura relaxada enquanto controlava habilmente o fluxo de magia, a Princesa Penia deduziu que ele havia aperfeiçoado seu domínio sobre a magia elementar básica através de repetições incessantes.
Sua proficiência em magia elementar intermediária permanecia incerta, mas, pelo menos, seu domínio em magia elementar básica estava além de qualquer dúvida.
Embora a habilidade mágica da Princesa Penia não pudesse ser comparada a talentos excepcionais como Lucy ou Lortel, sua diligência inerente garantia que ela nunca negligenciaria seu treinamento mágico.
— O duelo começará agora.
Ao sinal do professor assistente, a Princesa Penia assumiu sua postura.
O primeiro golpe permitiria que ela avaliasse as habilidades de seu oponente. A Princesa Penia, uma especialista em magia elemental da água, era hábil em lançar ataques imprevisíveis.
Responder à trajetória sempre mutável de seu repentino ataque não era tarefa fácil.
— Vou começar.
Enquanto a Princesa Penia erguia sua mão, ela conjurava a magia elementar básica 'Bola de Água'.
A massa de água maleável, manipulada por sua habilidade mágica, constituía um ataque astuto. Ele mirava rapidamente nas defesas de seu oponente, lançando um ataque substancial num piscar de olhos.
A Princesa Penia poderia conjurar até cinco orbes de água simultaneamente, criando um ataque multidirecional. No entanto, por enquanto, ela convocou apenas um, visando avaliar as capacidades defensivas de seu adversário.
Ed Rosetail, por outro lado, optou por uma fusão de magia elemental do vento e do fogo. Como ele iria contra-atacar?
Dependendo de sua resposta, a Princesa Penia adaptaria seu plano de ataque, aumentando gradualmente seu poder enquanto se engajava numa batalha de máxima força.
Ela se viu envolvida em um confronto dramático, tentando banir os pensamentos do homem enigmático de sua mente. Afinal, havia inúmeros outros assuntos no mundo que exigiam sua atenção.
Com essa determinação, ela lançou seu orbe de água. Sua trajetória mudou enquanto voava em direção a Ed Rosetail.
Ela observou os olhos de Ed Rosetail atentamente, vendo-o seguir o caminho do orbe de água com intensa concentração. Como ele se defenderia? Como ela deveria contra-atacar assim que suas defesas estivessem em vigor?
No entanto, o orbe de água lançado pela Princesa Penia atingiu Ed Rosetail em cheio no abdômen.
Por um breve momento, o corpo de Ed Rosetail pairou no ar antes de cair no chão. Poeira girava ao seu redor, e lá ele estava, completamente esgotado de energia, caído desajeitadamente no chão.
— Derrotado.
— Perdão?
As pupilas da Princesa Penia se dilataram de surpresa.
— Ha-ha-ha!
— Olhe só para isso! Ele é ainda mais patético que Taylee!
— Ele pode ter parecido composto, mas um único golpe e ele está no chão!
— Princesa Penia! Você foi incrível! Você realmente mostrou quem está no comando!
Os espectadores, que se contiveram até agora, irromperam em aplausos e vivas entusiasmados. Eles se regozijaram com a visão satisfatória de Ed Rosetail, seu inimigo comum, sendo derrubado de forma tão gratificante.
No entanto, de pé no lado oposto da plataforma de duelo, a Princesa Penia viu tudo claramente.
Até o momento em que seu orbe de água foi lançado, o olhar de Ed Rosetail havia permanecido fixo em sua trajetória.
Não era que ele não pudesse se defender.
Ele simplesmente escolheu não fazê-lo.
— O que diabos...
— Obrigado pelo duelo. Aprendi muito.
Sacudindo a poeira de suas roupas, Ed Rosetail se levantou e saudou a princesa. Somente então ele encontrou seu olhar diretamente.
Naquele momento, a Princesa Penia chegou a uma realização.
Durante todo o duelo, ele nunca havia cruzado seu olhar.
Ele estava completamente desinteressado no duelo desde o início.
Uma onda de compreensão tomou conta da Princesa Penia, como se um nódulo ardente estivesse preso em sua garganta. O desconforto que ela esperava dissipar através de uma batalha revigorante e estimulante agora a consumia por dentro.
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— Este é o momento para um duelo?!
Saí rapidamente da plataforma de duelo, avançando com propósito. Mais uma vez, fui recebido por provocações zombeteiras familiares. Pareciam se deliciar ao me ver pateticamente derrubado por um único feitiço mágico.
— Onde diabos o Taylee sumiu?
Cada situação tinha sua hierarquia, cada elemento carregava diferentes graus de significância.
Ao interagir com a Princesa Penia, a maior preocupação era garantir que sua narrativa permanecesse imaculada. Afinal, ela era uma personagem vital neste cenário.
No entanto, ainda mais crucial do que a princesa era Taylee, o protagonista de nossa história.
Se Taylee cedesse completamente a esse desafio, seu espírito desmoronado, meu grande plano de colher todos os benefícios disponíveis e passar facilmente pela formatura sofreria um golpe devastador.
Ação era imperativa. Não importava o quão vital a Princesa Penia pudesse ser, sua importância nunca poderia superar as ações de Taylee.
— De qualquer forma, a primeira ordem de negócios é encontrar aquele garoto, Taylee.
Ignorei as zombarias zombeteiras que ficavam para trás, avançando com propósito em direção à saída do Salão de Ferro. A aula prática ainda estava em andamento, mas tudo o que eu precisava fazer era me misturar à multidão e escapar.
Se ao menos eu pudesse encontrar uma maneira de reacender o ânimo de Taylee, qualquer impacto adverso em nossas notas poderia ser compensado por pura determinação.
Com isso em mente, continuei meu passo acelerado, mas uma sombra me seguia.
— Ed Rosetail!
Para minha surpresa, era a Princesa Penia que havia corrido da plataforma de duelo. Ofegante, ela se apoiava na parede, claramente não estava em sua melhor condição física, mas tinha corrido atrás de mim.
— Hm? Princesa Penia, é bastante incomum você sair sem um acompanhante...
Virei-me para enfrentar a Princesa Penia, uma expressão perplexa no rosto.
— Por favor... pare com a farsa de fingir ignorância!
Ela exclamou, sua voz carregada de raiva não dissimulada. Sua reação foi um tanto surpreendente. Estava completamente fora de seu caráter.
O que poderia ter despertado suas emoções a tal ponto?
— Sempre tão... vaga, tão ambígua... Você tem ideia de quão exasperante é para alguém tentar entender você?
— Eu... Eu não tenho certeza do que você está querendo dizer. Sobre o duelo, eu aprendi...
— Que lição...!
Seu punho cerrado tremia visivelmente. Ela estava genuinamente furiosa.
— Princesa Penia. Por favor... acalme-se.
— Você não tinha intenção de vencer, estava apenas focado em sair do palco de duelo o mais rápido possível...!
— Princesa Penia. Sua voz está bastante alta...
Embora eu não fosse uma pessoa que demonstrasse desconforto externamente, o desabafo inesperado da princesa me pegou desprevenido.
A Princesa Penia era uma monarca digna que abominava o mau uso da autoridade, sempre mantendo compostura e decoro em qualquer situação.
Repreender um subordinado de forma tão indigna, agitar a mão em agitação e aumentar o tom de voz iam contra seus princípios. Isso poderia potencialmente alimentar rumores desfavoráveis se fosse testemunhado ou ouvido.
Parecia que a princesa havia chegado ao seu limite.
— Acompanhar o progresso das aulas já é uma luta, e aquele mercador conspirador está tramando explorar a escola sob o disfarce do comércio...! A obstinação do Professor Glast não tem limites...! E os serviçais brandem as leis reais como desculpas...! Como se eu já não tivesse problemas suficientes! É tudo tão avassalador!
Por que ela estava tão indignada...?
Mas por que ela estava descontando em mim? Meu duelo medíocre foi um crime tão grave? Eu entendia que ela podia estar carregando uma grande quantidade de frustração reprimida, mas despejá-la em mim parecia injustificado.
— Princesa, por favor, acalme-se.
Preparando-me para uma repreensão, entrei em contato com a princesa. Foi um simples ato de colocar uma mão em cada um de seus ombros e olhar diretamente nos olhos dela.
— Respire fundo.
Enquanto seus ombros eram envolvidos por minhas mãos grandes, ela finalmente respirou. Era incomum para alguém ousar tocar a princesa, então ela deve ter se assustado com a intimidade repentina em nosso ambiente privado.
Em situações desconhecidas, as pessoas frequentemente experimentam uma onda de desconforto, o que as leva a recuperar a compostura.
— Não há necessidade de tanto agito. Respire... e solte o ar.
Seguindo minha orientação, a Princesa Penia começou a respirar profundamente...
— Ah... ah...!
Ela de repente percebeu seu comportamento inadequado e escondeu o rosto nas mãos.
Este foi seu momento de clareza. A vergonha geralmente se instala após um breve período de tempo.
— Ah... por favor, esqueça o que acabou de acontecer...
— Ah... sim...
Eu tinha outra escolha?
Por um tempo, ela permaneceu com o rosto enterrado nas palmas das mãos. Seus ouvidos coraram, indicando um profundo embaraço.
...Terminou? Eu poderia ir embora agora?
— Eu tenho esse... péssimo hábito. Deveria ser direta com minhas perguntas e investigações, mas sempre me pego especulando sobre motivos ocultos. Talvez viver na família real por tanto tempo tenha causado isso.
Ela começou a compartilhar informações não solicitadas.
Não, eu entendo! Vou ouvir atentamente mais tarde e fornecer respostas sinceras! Apenas me deixe ir por enquanto! Preciso encontrar Taylee!!!!
— Eu estava ciente desse... péssimo hábito...
Mas eu não podia simplesmente sair dizendo que não me importava e pedir a ela para me deixar ir porque estava com pressa. Então, simplesmente balancei a cabeça em concordância.
— Entendi. Princesa, nesse caso...
— Então, vou te perguntar diretamente.
E agora?
— Esta é minha teoria. Ou você possui conhecimento sobre o lado sombrio da família Rosetail, ou você pessoalmente sofreu nas mãos deles e procura cortar os laços. Precisando de uma desculpa plausível para a reação adversa subsequente, você atormentou um aluno chamado Taylee para criar um efeito cascata?
Somente então a princesa encontrou meu olhar diretamente e continuou sua narrativa. Foi uma dedução astuta. Muitas vezes fora de rumo, mas a ideia de que a Família Rosetail tinha um lado sombrio era precisa.
Eu posso ter mencionado antes, mas o chefe da Família Rosetail, Krepin Rosetail, de fato estava conduzindo pesquisas sobre magia imortal com a ajuda de Mebula, o deus maligno da era mítica. No processo, inúmeras vidas foram sacrificadas sob o pretexto de experimentação.
No entanto, essa era uma narrativa para a parte posterior do cenário, onde a princesa investigaria usando sua autoridade acadêmica. Era uma linha de história ainda não desdobrada.
— Por acaso, se você sabe alguma coisa sobre o lado sombrio da família Rosetail...
Por que eu revelaria isso?
— Realmente não sei sobre tais assuntos.
— Isso é impossível — a princesa refutou prontamente minha resposta. — Logicamente, não faz sentido. Então, e quanto ao que você gritou com Taylee? Por que você encorajaria e aplaudiria alguém que você tentou expulsar? Não é verdade que você realmente não odeia Taylee em primeiro lugar?
— Um... isso...
Essa criança tem uma língua afiada, não é?
— Isso foi... apenas uma brincadeira. Caso contrário... um... por que... por que todos me odeiam? Então, se eu aplaudisse Taylee, não pareceria que... algo mudou...? Algo assim...
— Qualquer um pode ver que é mentira!
— Não, não é mentira...
— Tenho muito orgulho da minha capacidade de ler as pessoas.
A princesa se inclinou mais uma vez, falando com convicção. Foi um ponto válido. A Princesa Penia, a Princesa da Misericórdia, possuía habilidades notáveis em avaliar pessoas, sempre recusando-se a seguir os outros nesse aspecto.
— Mesmo que o mundo inteiro acreditasse o contrário, naquele momento, eu vi através de você. Quando você estava encorajando Taylee, você estava genuinamente desesperado e sincero, não estava?
Bem, eu não tinha escolha a não ser ser desesperado e sincero... se ele ficasse desanimado, eu estaria arruinado...?
Mas eu não poderia explicar isso, então recorri à 'estratégia de defesa definitiva' usada por todos, de crianças a adultos.
— Estou sendo honesto...
Você tem alguma evidência?
Você não tem, tem?
É tudo circunstancial, não é?
— Não, isso...
— Estou sendo honesto... É a verdade...
Não havia espaço para mais argumentos. Não importa quão perspicaz ela pudesse ser, se eu dissesse que não era verdade, então não era verdade. Se ela persistisse, teria que fornecer evidências concretas.
— É a verdade... Eu juro...
— Oh... realmente...!
Tendo chegado a este ponto, a princesa mais uma vez puxou os cabelos em frustração.
Com um olhar desesperado de exasperação, ela bateu os pés e repetiu as mesmas palavras.
Sem uma saída para sua frustração e a irritação não diminuindo, o solo infeliz suportou o peso dos passos da princesa.
— Ah—! De verdade–!!!!
Perseguir uma verdade que parecia estar fora de alcance... ser repetidamente ludibriado como um peixe escorregadio... sem dúvida faria o sangue de qualquer um ferver. Especialmente quando isso vinha acontecendo por semanas.
Além disso, suas habilidades perceptivas permitiam que ela visse através das pessoas com clareza cristalina, uma experiência com a qual a Princesa Penia não estava acostumada. Assim, a frustração e a sufocação foram amplificadas.
Mas eu não tinha escolha. Um fluxo estável de eventos futuros era minha única tábua de salvação.
Se você estivesse no meu lugar, você teria contado a ela...?