Volume 1 – Arco 2
Capítulo 17: Confronto Hipótetico
Dusk procurando um Etéreo para combater, parecia difícil encontrar um, como se os monstros estivessem desaparecendo rapidamente. Ele encontrou vários, mas só enfrentou um de verdade, que depois foi obtido por um rapaz chamado Kevin.
A mente dele estava em um estado de choque total, pois a instantes atrás ele viu uma magia de gelo de um tamanho colossal, que causou grande destruição na região próxima dali e fez tudo estremecer com impacto.
— De quem era aquele iceberg? Só alguém mega poderoso e com muita Mana conseguiria usar aquilo — ele disse.
Ao virar a esquina, ele se deparou com a seguinte cena: o mesmo homem que havia escapado do Ogro derrotado por Kevin estava agora ajoelhado no chão. Diante dele, estava um ser humanoide alto, com longas orelhas pontudas, exibindo um enorme sorriso de satisfação.
— Por favor. Alguém me ajude! Não quero ser eliminado assim de forma patética — pediu por auxílio o homem.
— Deixa comigo. — Dusk sacou sua espada da bainha e se pôs em posição para atacar aquele monstro.
O elfo atacou rapidamente, sem dar chance ao garoto de salvar o homem ajoelhado. Ele usou um tipo de névoa cinza que saiu de sua mão, engolfando o homem e ativando um teleporte vermelho que o removeu do local.
— Há muitas crianças aqui. Quando mencionei isso para esse homem, ele afirmou ser um adulto casado e com filhos, com seus 36 anos. Isso é estranho para mim, pois considero alguém com essa idade ainda no estágio infantil.
— Tenho certeza de que voce está enganado, pois todos aqui já são adultos porque para fazer esse exame è preciso ter 17 anos no mínimo — respondeu Dusk.
— Acho que entendi a confusão. Sou da raça elfica e nossas expectativas de vida passa de milênios. — O elfo encarou Dusk de forma severa, percebendo sua intenção de eliminá-lo com a espada levantada. — você deseja me matar também?
— Você entendeu direitinho, quero te eliminar e pegar seu orbe, para assim eu virar um sentinela.
Seus olhos, embora demonstrasse estar em alerta total com o garoto, logo o elfo parecia um tanto pensativo, tanto que até cruzou os braços.
— Interessante. Tinham pessoas que se diziam sentinelas, eles me atacaram e me trouxeram para essa prisão. Quer dizer que você está do lado deles, certo? Ok, tenho um plano. Primeiro vou devorar você para recuperar minhas energias e depois irei atrás de quem me colocou aqui.
Com um estalar de dedos do elfo, uma cortina de fumaça se ergueu em torno de Dusk embaçando sua visão e prejudicando demais seu senso de direção.
— Não pense que vai fugir de mim, safado! — declarou Dusk.
Quando levantou a mão, um fantasma preto apareceu e cresceu, balançando o braço em um movimento circular, o espírito circulou o garoto e a fumaça anterior foi totalmente absorvida pela magia.
A criatura de longas orelha, olhava essa cena parecendo estar surpreso, parecia que, para ele, aquilo era impossível de acontecer, tanto que até bateu palmas como forma de parabenizar.
— É a primeira pessoa na minha vida que consegue desfazer essa fumaça. Geralmente essa minha habilidade é bastante brutal com meus oponentes. Como forma de reconhecimento direi meu nome. Alred!
— Em algum momento perguntei o seu nome?
Ao expressar isso, Dusk franziu a testa e firmou a mão que segurava a espada. O fantasma que ele criou para dissipar a cortina foi absorvido pela lâmina. A arma tremeu levemente devido à energia, mas permaneceu intacta.
“Ainda bem que não quebrou! Valeu a pena ter investido aquela bolada. Dessa forma não preciso me preocupar mais com espadas quebrando toda hora.”
— Aviso de antemão, você pode até chegar perto, mas me eliminar é difícil.
Alred ergueu ambos os braços, gerando uma concentração de ar cinza que foi projetada na direção de Dusk. Este, por sua vez, preparou-se para o impacto iminente, sem demonstrar qualquer vestígio de medo.
— É assim então? — falou Dusk!
Ele concentrou mana nas pernas e sua próxima ação foi uma arrancada veloz, a lâmina, agora de tom escuro, absorveu a fumaça como se a puxasse para dentro da espada.
Nem mesmo o elfo entendeu o que aconteceu.
— Olha onde cheguei!
Foi como um vulto e Dusk estava posicionado atrás pronto para fatiar Alred.
— Impressionante essa velocidade. E o que você fez com a fumaça, não entendi. Pena que não terei as respostas, já que é difícil, imagino, responder na barriga da cobra. — Alred estalou os dedos.
— Como é? — Soltou essa de surpresa, Dusk.
Quando Dusk percebeu, uma densa nuvem de fumaça havia se acumulado ao seu lado. Do centro dela, emergiu uma colossal criatura com grandes presas, pronta para atacar. Era uma serpente de escamas cinzentas, com mais de três metros de altura.
A cada avanço do animal era uma abocanhada capaz de engolir Dusk de uma vez, até o ponto que o garoto se viu encurralado na parede.
Energia novamente fluiu pelo corpo e posicionou na perna fazendo pegar um novo impulso, que dessa vez o fez ser jogado para cima e se apoia no muro em pleno ar, assim ficando de pé no muro.
A espada voltou à cor cinza normal. Pela terceira vez na luta, Dusk juntou forças nas pernas enquanto observava a serpente de vários metros de comprimento alinhado com o elfo.
— Será? Será que consigo fazer o que estou pensando?
Quando a serpente atacou, Dusk se lançou corajosamente em sua direção. Usou a narina do réptil como apoio, girou seu corpo com vigor e habilmente aterrissou sobre a cabeça do animal. Então, como uma fera indomável, ele percorreu o corpo da criatura, dilacerando-a com uma força descomunal.
No meio do percurso sinuoso, um grande fantasma negro se elevou e ficou rodeando Dusk tendo o dobro de seu tamanho.
A serpente já não parecia mais possuir vida, dado que seu corpo havia se tornado leve. Ao se aproximar do elfo, o garoto preparou sua espada para o ataque.
E com mais um impulso veloz, foi voando para cima de Alred e o fantasma que ele criou pareceu pronto para atacar, fechando os punhos.
Tanto o punho e a espada pararam.
Circundando Alred, existia uma esfera cinza, composta inteiramente de ar. No entanto, sua intensidade era tão grande que conseguia bloquear ataques com eficácia.
— O que é isso? — perguntou curioso Dusk.
— É uma magia simples de escudo — respondeu Alred. — Mas sabe… você acabou de demonstrar uns movimentos interessantes. Acho que até Amelina ficaria impressionada com a maneira que mescla magia com esgrima.
Com o canto do olho, Dusk notou que o corpo massivo da serpente se dissipou em uma nuvem de fumaça, que se reuniu e retornou para o elfo.
— Saquei!!! — gritou Dusk, enquanto estalava os dedos e seu fantasma desaparecia. — Você usa uma habilidade de usar fumaça, é tipo magia elemental, que é derivado do ar? Posso estar falando besteira, mas pelo que vi até agora me parece correto.
Surpreso com essa suposição, Alred endireitou-se, virou-se para seu oponente e cruzou seus braços finos.
— Você entende sobre magia. Já que é assim, vou fazer um teste. Fica esperto, se realmente sobreviver depois disso, darei a confirmação ou não da sua hipótese.
Quase de imediato, Alred surgiu bem diante de Dusk, sua mão a meros centímetros de tocar o abdômen dele. Uma imensa esfera engolfou o corpo inteiro do jovem, dando a impressão de que ele estava aprisionado.
— Como vai sair dessa? — perguntou Alred.
— Tá maluco, seu maluco?
Nesse instante a esfera cinza em torno de Dusk quebrou em vários fragmentos como se fosse vidro se estilhaçando e a única coisa anormal era imagem de fantasma negra subindo aos céus, pois graças a isso, conseguiu quebrar o feitiço.
Com um chute forte, Dusk enfiou seu pé no peito do elfo, o jogando bem longe com sua força fora do comum.
— O seu elfo usuário de fumaça. Não adianta tentar me pegar de surpresa, com o meu fantasma malevolente consigo absorver qualquer tipo de magia, então nenhum tipo de golpe sujo vai funcionar em mim.
— Fascinante! Viajei por vários continentes, mas nunca ouvi falar sobre essa magia.
— Apenas meus pais, membros da família Tedimir, que sabiam usar isso perfeitamente, me ensinaram. Essa magia não é segredo para ninguém, por isso o jeito que as usamos importa para termos nossa originalidade.
Uma vez mais, Dusk apertou firmemente o cabo de sua espada e encarou o Etéreo. Apesar de ser seu adversário, Dusk podia perceber um genuíno interesse em sua magia emanando dele.
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A uma curta distância, uma criatura humanoide de pequena estatura, adornada com asas de borboleta, voava entre os prédios. Parecendo uma pequena luz cintilante em movimento rápido, semelhante a um jato, dava a impressão de estar em fuga.
— Rooagh!! — Algo que vinha atrás dela gritou.
Com os olhos arregalados de medo e os dentes cerrados de nervosismo, ela engoliu em seco. Ao avistar um pátio vazio, aparentemente livre de monstros ou pessoas, decidiu pousar ali.
— Não acredito que os demônios da Una me perseguem até aqui — ela reclamou.
O monstro que ela tanto temia surgiu, aterrissando com uma brutalidade que levantou uma nuvem de poeira. Ele tinha mais de um metro de altura, apresentava grandes presas e um corpo que lembrava um morcego. Ao emitir um grito ensurdecedor, a pequena fada de apenas 80 centímetros ficou momentaneamente sem reação.
— Desta vez, não vou morrer como antes. Pirâmide de Luz!!!
Em suas delicadas mãos, surgiram feixes de luz tão brilhantes que poderiam ofuscar qualquer visão. De maneira mágica, ela apontou para frente e mirou. Gradualmente, uma pirâmide dourada começou a se expandir. Apesar de pequena, essa estrutura parecia ameaçadoramente mortal.
A luz mágica girou rapidamente no ar, formando um cone. Depois de acumular muita energia, atingiu o monstro no abdômen, fazendo-o explodir.
— Isso que ganha por se meter comigo, asqueroso.
No entanto, ela avistou à distância mais criaturas da mesma espécie se aproximando, emitindo seus gritos aterrorizantes. Eles pareciam estar completamente famintos.
Desesperada, ela passou a mão pelos cabelos em sinal de agonia. Ao olhar ao redor, notou uma casa em péssimas condições, porém, no momento, parecia um abrigo adequado. Sem hesitar, adentrou o local, buscando refúgio do iminente ataque até que o perigo passasse.
Ali dentro, havia quase nenhum móvel, apenas um sofá velho, uma janela com vidros quebrados, uma mesinha no centro da sala e uma escada a que dava no andar superior, no geral era um local bem minimalista.
— Deve ser uma boa ideia ficar aqui! — ela considerou.
Neste exato instante, sem emitir qualquer som ou ruído, uma pessoa adentrou a sala, descendo a escada de maneira quase imperceptível. Tratava-se de uma jovem de dezessete anos, dona de cabelos pretos curtos e olhos cor-de-rosa, Gwen Deacki.
— Você veio me matar que nem aqueles outros de antes? Vou eliminá-la assim como fiz com eles.
Sem ao menos deixar ela falar alguma palavra, a fada levantou os braços e disparou feixes de luz em forma de pirâmide contra a garota.
Gwen, agachada, apoiou-se no chão e desembainhou sua faca. Encarou a criatura diretamente e, por algum motivo, a fada não conseguia sentir qualquer emoção ou sentimento emanando dela. Parecia mais um papel em branco.
— Que nojo você tem um olhos rosa demoníacos, é quase como se eu visitasse meus pesadelos — disse o Etéreo.
Com movimentos de mão, mais feixes foram lançados contra a jovem.
Gwen desviou saltando para longe e o piso onde estava foi quebrado pela magia da fada.
A menina parou na escadaria que foi destruída em sequência pela criatura.
Como um vulto, Gwen passou do lado do monstro.
— Não vai ficar fugindo para sempre, uma hora você vai se cansar.
Esquivando-se habilmente de inúmeros raios de luz em formato de pirâmide, Gwen saltou, diminuindo a distância entre ela e a fada. Agora, elas estavam frente a frente, com seus rostos e olhares próximos.
“Urgh!!! Não quero morrer de novo! Ainda quero eliminar os demônios, por culpa deles que morri na minha vida passada. Agora que tenho essa oportunidade e forças para isso. Fui trazida para cá e agora estou vendo praticamente a figura da morte.”
— Não vou deixar!!! — gritou a fada.
De maneira precisa e frenética, feixes de luz surgiram rapidamente, penetrando o corpo de Gwen. O sangue jorrou em todas as direções, manchando a parede atrás dela. Seu corpo, atingido com brutalidade, colidiu contra a escada. Imóvel, ela desabou no chão.
— Haha! No fim consegui! — A fada limpou a testa ensopada de suor. — Bom, agora é hora do lanchinho para ficar forte. Será que se eu devorar esses olhos, terei um ganho de poder extra?
Conforme a fada se aproximava de Gwen, que parecia inerte, seus olhos começaram a pesar. Gradualmente, o bater de suas asas diminuiu a velocidade, e uma sensação de peso tomou conta de seu corpo. Seria exaustão? Invadida por um sono repentino, ela se acomodou no chão, apoiando a cabeça nas mãos.
Meio que de relance por causa da sonolência, ela viu Gwen de pé onde seu corpo estava antes caído. Com um movimento tranquilo, Gwen se aproximou da fada e gentilmente fechou seus olhos com os dedos.
“Espero que tenha um bom sonho!”
Por algum motivo, a voz suave de uma mulher ecoou nos pensamentos da fada. Parecia vir da jovem à frente, mas não era, pois seus lábios permaneceram imóveis.
— Fight. Onde você está? Não me falou que ia me proteger a qualquer custo? O que vai acontecer com o país das fadas agora? — Essas foram as últimas palavras da fada.
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Gwen encontrava-se no centro da rua, curvada com o olhar fixo numa fada que se dissolvia em pó após sua derrota. Um orbe escuro foi tudo que ela deixou para trás.
— Até que essa foi fácil, nem sequer precisei mexer um músculo, foi só colocar ela na minha ilusão, que demorou dez segundos para ela perder.
Ao apanhar o orbe, Gwen se ergueu e fixou o olhar no horizonte. Fechou os olhos e, através de sua mana, conseguiu detectar a presença de Dusk nas proximidades, batalhando contra uma criatura.
— Estou confiante de que você irá passar. Restam pouco Etéreos. Não falhe, se fizer isso, meu plano vai pro brejo.
Depois disso, ela posicionou o objeto próximo ao peito, onde se encontrava seu broche, ativando assim o círculo de teleporte de cor verde.