Volume 1 – Arco 1

Capítulo 8: Objetivos Secundários

Syban, o minotauro que Dusk acabara de derrotar, estava estendido no chão, seu corpo dividido em duas partes. Aos poucos, tanto a parte superior quanto a inferior começaram a se desintegrar em pó, deixando apenas o silêncio no campo de batalha. Dusk observava o fim do inimigo com um certo alívio, quando um som de impacto chamou sua atenção. Stella, com sua agilidade e precisão, havia acabado de eliminar o último minotauro vivo com um golpe rápido e eficiente.

— Ufa! Até que não foi tão difícil. — exclamou Dusk, passando a mão pela testa, simulando um cansaço leve, apesar de seu sorriso confiante.

Stella, que vinha caminhando em direção a ele com a tranquilidade de quem tinha acabado de concluir uma tarefa simples, comentou com seu tom levemente provocativo:

— Tenho que admitir, você até que luta bem. — disse ela, com um olhar avaliador. — Mas, claro, nunca vai chegar aos pés do meu Harry!

Dusk deu uma risada de leve, balançando a cabeça. Sabia que discutir com Stella sobre isso era perda de tempo, especialmente com o jeito como ela idolatrava Harry.

— Falando nisso... onde estão Harry e Gwen? — perguntou ele, olhando ao redor, percebendo que a dupla não estava por perto.

— Bem aqui! — respondeu uma voz familiar.

Do ponto onde a voz de Gwen ecoava, não havia ninguém à vista. Porém, segundos depois, um círculo mágico azul brilhante surgiu no chão, e, sobre ele, apareceram Gwen, Harry e as três pessoas que haviam sido resgatadas. Era um feitiço de invisibilidade que os mantinha fora de vista durante o caos da batalha.

— Harry usou um círculo de invisibilidade enquanto aqueles monstros estavam distraídos com vocês dois. — explicou Gwen, com um sorriso leve no rosto.

Harry, por outro lado, parecia um pouco menos tranquilo. Ele olhou para Dusk com uma expressão irritada, o rosto levemente corado de frustração.

— Toma mais cuidado da próxima vez! Você quase nos acertou com aquele seu último golpe idiota! — reclamou ele, cruzando os braços.

Dusk, rindo da situação, levantou as mãos em rendição, sabendo que Harry exagerava um pouco.

— Ora, não precisava se preocupar tanto. — Gwen interrompeu, aproximando-se de Harry de maneira provocativa, com um sorriso no rosto. — Eu teria facilmente bloqueado aquilo.

Mas o que era para ser apenas uma provocação amigável entre Gwen e Harry acabou tomando outro rumo. Stella, que até então parecia estar tranquila, imediatamente se endireitou, seu olhar se transformando em uma expressão de puro desagrado. Com os braços cruzados e um brilho ameaçador nos olhos, ela caminhou rapidamente em direção a Gwen.

— Sai de perto do meu Harry, sua piranha!!! — disparou Stella, com uma intensidade que pegou todos de surpresa.

Dusk, que estava a poucos metros de distância, ficou de boca aberta, incrédulo com a cena.

— O quê?! — exclamou Dusk, sem acreditar no que acabara de ouvir.

Gwen, por sua vez, não parecia nem um pouco intimidada pela afronta de Stella. Ela lançou um olhar afiado para a androide, como se estivesse avaliando uma possível rival. Mas, como sempre, sua expressão permanecia vazia e serena, quase desinteressada, o que tornava o confronto ainda mais estranho.

— Como é que é? — disse Gwen, com a voz baixa e ameaçadora. — Posso acabar com você aqui mesmo, se quiser.

Stella, por sua vez, apenas deu de ombros e passou por Gwen, sem parecer nem um pouco abalada pela ameaça.

— Como se eu me importasse. — respondeu Stella, sua voz casual enquanto se posicionava diretamente à frente de Harry, quase como uma barreira protetora.

Harry, já embaraçado pela cena toda, começou a ficar ainda mais vermelho. Mas a situação se agravou quando, de repente, ele balançou levemente e quase caiu para trás. Seus joelhos cederam por um momento, e parecia que ele iria desmaiar.

— Harry! — exclamou Stella, imediatamente em ação. Com sua velocidade sobre-humana, ela o segurou antes que ele tocasse o chão, preocupada com sua condição.

— O que aconteceu? Você está ferido? — perguntou ela, o rosto cheio de preocupação, quase em pânico.

Harry, tentando recuperar o fôlego e visivelmente constrangido, balançou a cabeça enquanto tentava se recompor.

— Não... eu estou bem. — respondeu ele, com um suspiro fraco. — Eu só... usei muita mana. Foi só isso.

Dusk, observando a cena, não conseguiu segurar o riso.

— Parece que nosso Harry exagerou um pouco com a magia. — disse ele, zombando da situação, enquanto Gwen revirava os olhos, impassível como sempre.

— É... — murmurou Gwen, sem muita paciência. 

— E você quase o matou com ciúmes, Stella.

Stella, sem desviar os olhos de Harry, apenas respondeu em um tom indiferente:

— Se eu precisar matar por ele, mato mesmo.

Tanto Dusk quanto Gwen arregalaram os olhos instantaneamente, chocados com o que acabaram de ouvir. As palavras de Stella, apesar de ditas com aparente doçura, carregavam um peso perigoso que nenhum dos dois podia ignorar. Em uma ação rápida, Dusk se aproximou de Gwen, e ambos trocaram um olhar preocupado antes de se voltarem para Harry.

— Isso não está certo, Harry. — disse Dusk, sua voz carregada de preocupação. — É perigoso um androide falar desse jeito. Vai que ela faz isso mesmo...

— Pior que esse idiota tem razão. — Gwen concordou com um aceno de cabeça, os braços cruzados enquanto mantinha o olhar fixo em Harry. — Ela não pode atacar humanos, é um risco grande demais.

Harry, embora visivelmente exausto pelo uso excessivo de mana no círculo mágico, conseguiu se manter de pé, apoiado no ombro de Stella. Ele já estava se recuperando, mas a preocupação de seus amigos o forçou a encarar a seriedade da situação. Ainda ofegante, ele olhou para Stella e levantou a mão, fazendo um sinal de "não" com o dedo, seu tom agora mais firme.

— Stella, você não pode machucar humanos. — declarou Harry, sua voz decidida, embora um pouco cansada. — Aconteça o que acontecer, sua missão é proteger as pessoas. Apenas os Etéreos são seus inimigos. Nunca, em hipótese alguma, você pode ferir ou matar um humano.

Stella, que estava prestando atenção de forma intensa a cada palavra de Harry, franziu levemente o cenho, como se estivesse processando a ordem. Apesar de sua expressão não demonstrar raiva, havia uma determinação obstinada em seus olhos.

— Mas Harry... você é o que mais importa para mim. — disse ela, sua voz suave, mas firme. — Se acontecer qualquer coisa com você, se algo te machucar, eu não terei mais um propósito de vida.

A declaração de Stella deixou o clima ainda mais pesado. Dusk e Gwen se entreolharam, o desconforto visível em seus rostos. O que Stella acabara de dizer era profundamente preocupante. Se ela acreditava que sua única missão era proteger Harry, isso poderia comprometer sua verdadeira função — defender a humanidade dos Etéreos.

— O seu propósito é proteger a humanidade dos Etéreos. — insistiu Harry, sua voz um pouco mais severa. — Isso é o que eu programei para você. Proteger todos, não só a mim.

Stella manteve o olhar fixo nele, seus olhos brilhando com uma mistura de devoção e questionamento. Ela não parecia entender completamente a lógica de Harry. Para ela, ele era tudo. Com um leve sorriso no rosto, respondeu com a mesma serenidade:

— Eu não concordo, Harry. — disse ela. — Penso que meu propósito é proteger a humanidade junto de você. Sem você, nada mais importa.

Essa declaração fez com que Dusk e Gwen se tensionassem ainda mais. Gwen cruzou os braços com mais força, o rosto se fechando em uma expressão séria.

— Isso não soa nada bom. — murmurou Dusk, olhando de Harry para Stella, visivelmente preocupado. — Se ela continuar pensando assim, pode acabar agindo por conta própria.

— Isso é perigoso, Harry. — completou Gwen, com uma voz mais fria e calculada. — Você precisa reprogramar isso. Antes que se torne um problema maior.

Harry, claramente frustrado e exausto, passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os levemente enquanto ajeitava os óculos no rosto. Ele sabia que essa discussão levaria tempo e que não era o momento para aprofundar o debate. Mas, naquele instante, com os olhos de seus amigos cheios de preocupação, ele não podia ignorar o problema.

— Depois a gente conversa sobre isso, ok? — disse ele a Stella, sua voz carregada de cansaço.

Stella piscou uma vez, olhando para Harry com uma expressão quase inocente.

— Tudo bem, Harry. Mas lembre-se, eu sempre estarei aqui para proteger você.

Enquanto os quatro discutiam entre si, Dusk, sempre atento ao seu redor, captou um som abafado de choro e soluços. Imediatamente, ele se virou, procurando a origem do som. Foi então que avistou a jovem que estava acompanhada por dois homens, o trio que eles haviam acabado de salvar. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, e suas mãos apertavam firmemente o cabo da espada que empunhava, como se estivesse buscando consolo na arma. A cabeça baixa, seu corpo tenso, como se estivesse se encolhendo de vergonha ou dor.

— O que foi? O que você tem? — perguntou Dusk, sua voz carregada de preocupação ao notar o estado deplorável da moça.

Porém, a jovem não respondeu de imediato. Parecia hesitante, como se não quisesse falar, talvez tentando evitar o peso da realidade que a cercava. Mas, antes que Dusk pudesse insistir, um dos homens, que estava tratando suas feridas, se levantou e caminhou até eles.

— Estamos muito agradecidos pela ajuda de vocês. — disse o rapaz, seu tom humilde e exausto. — Não sei o que faríamos se não tivessem intervido.

— Não foi nada, estamos aqui para ajudar. — respondeu Dusk, meio sem graça, não acostumado a receber gratidão em situações tão graves.

— Exatamente. — completou Gwen, com um tom seco, como se estivesse apenas confirmando um fato óbvio. Ela se aproximou calmamente, seu olhar frio e analítico. Observou o grupo, focando-se na jovem em prantos e no outro homem que tratava as feridas. Seu tom era direto, sem rodeios. — Pelo que vejo, vocês estavam em uma grande luta. Mas me diga, o que estavam fazendo na Floresta do Norte? Vocês sabem que esse lugar está infestado de minotauros.

O homem hesitou por um momento, claramente desconfortável, mas respondeu.

— Sim, nós sabíamos. Por isso viemos com um grupo maior, nosso objetivo era eliminar os Etéreos que estavam na área.

Os olhos de Gwen piscaram curiosamente, e ela colocou a mão debaixo do queixo, como se estivesse analisando as palavras.

— Esse era o objetivo principal? Há outro agora? — perguntou Gwen, incisiva, sua voz cortante, deixando claro que queria uma resposta clara.

O homem deu um suspiro pesado antes de continuar.

— Sim, há. Como podem ver, nós éramos quatro quando vocês chegaram, mas nosso grupo original tinha doze pessoas. Três dos nossos foram mortos no ataque inicial, e uma delas foi capturada e levada por um bando de minotauros.

— Mas por que capturariam uma pessoa? — perguntou Dusk, confuso. — Não faz sentido.

— Nós também não sabemos. — respondeu o rapaz, sua voz carregada de frustração. — Para tentar resgatá-la, quatro dos nossos foram atrás dos minotauros, mas até agora, não voltaram.

— Talvez estejam mortos. — comentou Gwen, sem rodeios, sua voz seca e impassível, como se estivesse falando de um fato trivial.

Dusk imediatamente virou-se para ela, surpreso e um pouco irritado.

— Poxa, precisa falar assim? — criticou Dusk, claramente desconfortável com a falta de sensibilidade de Gwen.

— Estou falando alguma mentira? — retrucou Gwen, arqueando uma sobrancelha. — A probabilidade de estarem vivos não é alta. Você sabe disso, Dusk.

O homem apertou os punhos com força, tentando manter a compostura, mas era evidente que as palavras de Gwen o afetaram. Ele respirou fundo antes de continuar.

— Nós somos sentinelas. Todos aqui temos experiência em combate. O problema foi que eles vieram em número muito maior do que esperávamos. Estávamos preparados para uma luta, mas não para algo dessa magnitude.

— Quem é a pessoa que foi capturada? — perguntou Dusk, tentando entender melhor a situação.

Foi então que a moça, que até então estava chorando silenciosamente, levantou-se com esforço e caminhou até os quatro. Seu rosto mostrava sinais claros de exaustão física e emocional. Mesmo com o corpo visivelmente debilitado, ela se forçou a falar, com a voz fraca, mas cheia de dor.

— Ela... ela é Sara, minha irmã caçula. — começou a jovem, sua voz entrecortada pelos soluços reprimidos. — Ela não tem muita experiência em combate. Por isso decidimos trazê-la para essa missão, que deveria ser de baixo nível. Mas... não esperávamos tantos inimigos. — Ela engoliu em seco, tentando manter a calma. — Minha outra irmã, Nissa, foi atrás dos minotauros que a capturaram. Queria poder ajudar, mas... já estou muito cansada da luta.

Dusk, ao ouvir a história e ver a tristeza no rosto da jovem, não pôde evitar sentir um aperto no coração. Ele cerrou os punhos involuntariamente, frustrado com a crueldade dos minotauros e com a dor que eles causavam.

"Por que esses monstros gostam de causar tanta dor?" pensou Dusk, amargamente.

— Já entendi o que está acontecendo. — interrompeu Gwen, sua voz fria e prática, sem qualquer sinal de compaixão. — Nos deem um momento. Precisamos conversar. Vamos lá, Dusk.

— Precisamos? — perguntou Dusk, surpreso, sem entender o que Gwen pretendia.

— Sim. — respondeu Gwen secamente, já o puxando pela orelha antes que ele pudesse protestar.

Indo para um canto mais reservado da floresta, Dusk, Harry e Gwen formaram uma roda de bate-papo. Stella, sempre atenta, permaneceu um pouco afastada, seus olhos monitorando os arredores para garantir que não fossem pegos de surpresa por outro ataque dos minotauros.

— O que vamos fazer? — perguntou Harry, visivelmente confuso, ajustando os óculos com um toque nervoso.

Dusk, por outro lado, estava determinado, cruzando os braços com uma expressão séria.

— Para mim é óbvio. Quero ajudar, seja como for. Esses minotauros são um saco, precisamos acabar com eles de uma vez por todas. — declarou ele, com confiança.

Gwen, no entanto, estava encarando a situação com seu habitual desinteresse, mas algo chamou sua atenção. Ela olhava fixamente para a jovem moça chorosa ao longe, uma expressão estranhamente pensativa em seu rosto.

— Pra mim tanto faz. — disse ela, com um tom despreocupado, mas com um brilho diferente nos olhos. — Mas, dessa vez, realmente quero ajudá-los.

Dusk, surpreso com a mudança de atitude, levantou uma sobrancelha e cruzou os braços, claramente intrigado.

— Espera aí... estranho ver você assim, querendo ajudar sem segundas intenções. Parabéns! — zombou ele, com um sorriso provocador.

Gwen o encarou com seu típico olhar seco e deu de ombros.

— Ah, Dusk, se não devia ter falado nada. — respondeu ela, com um toque de sarcasmo. — A verdade é que aquela moça é Noemi Blackbook, integrante de uma das maiores famílias mágicas. Pensei que ganharia uns pontos ajudando-a.

Dusk soltou um suspiro profundo e balançou a cabeça, desapontado, enquanto olhava para Noemi à distância.

— Poxa, Gwen... você só pensa em si mesma, hein? — disse ele, balançando a cabeça em descrença.

Gwen, impassível, apenas deu de ombros novamente, sem se abalar.

— Sim, claro. Algum problema com isso? — retrucou ela, desinteressada.

— Não, nenhum! — respondeu Dusk, sem querer prolongar a discussão. Ele sabia que discutir com Gwen não levaria a lugar nenhum.

Harry, que até então estava quieto, assistindo à troca de farpas entre os dois amigos, ajeitou os óculos novamente e coçou a cabeça, claramente sem saber o que fazer.

— Bom, eu até queria ajudar mais... — disse ele, hesitante. — Mas acabei gastando muita mana com o feitiço de invisibilidade. Acho que vou acabar sendo mais um fardo do que uma ajuda de verdade. Minha especialidade é mais suporte, não sou muito bom em combate direto...

Antes que Harry pudesse afundar ainda mais na autocrítica, Dusk interveio.

— Não fala assim, Harry! Foi graças a você e Stella que conseguimos salvar aquelas pessoas. Você fez sua parte, cara. Mas entendo sua preocupação. — disse Dusk, com um sorriso encorajador.

— É verdade. — Gwen entrou na conversa com um tom mais prático. — Você ajudou bastante. Mas agora, precisamos de uma estratégia.

Harry, ainda inseguro, sugeriu:

— Então, o que eu posso fazer para ajudar? Querem que eu mande a Stella caçar o restante dos Etéreos?

Gwen balançou a cabeça lentamente, considerando a ideia, mas logo descartou.

— Creio que não será necessário. — disse ela, de forma prática. — Vamos fazer o seguinte: Harry, você e sua androide ficam por aqui com os três que resgatamos. Vocês farão desta área nossa base principal. Eu e Dusk vamos vasculhar a floresta em busca dos outros sobreviventes. Quando tivermos cansado ou encontrado os outros, voltamos para cá.

— Boa! Gostei do plano. — comentou Dusk, entusiasmado com a ideia de ação.

Harry, apesar de ainda um pouco preocupado, pareceu mais aliviado com a clareza do plano. Ele balançou a cabeça em sinal de aprovação, sua expressão agora mais decidida.

— Tudo bem, parece uma boa estratégia. Vou garantir que tudo fique seguro por aqui. — disse ele, ajustando seus óculos mais uma vez, agora com mais confiança.

Com o plano decidido, os três amigos retornaram ao grupo de sentinelas resgatados. Dusk, sempre assumindo a liderança com sua energia contagiante, se colocou à frente dos demais. Erguendo a cabeça com uma postura confiante, ele olhou para o grupo com determinação.

— Nós decidimos que vamos ajudá-los. — anunciou Dusk, sua voz firme e cheia de convicção. — Vamos encontrar o restante do pessoal e faremos de tudo para recuperar tanto Sara quanto Nissa!

Antes que o clima pudesse se consolidar em esperança, Gwen, sempre a voz seca e direta do grupo, cortou o momento com sua típica frieza:

— Ou o que sobrou delas. — disse ela, sem pestanejar.

O comentário anticlimático atingiu como um balde de água fria, e Dusk imediatamente se virou para Gwen, seu semblante ficando sério e um tanto irritado.

— Por que você tem que dizer isso? — perguntou ele, sua frustração evidente.

Gwen, imperturbável, apenas deu de ombros, como se a reação de Dusk fosse uma questão sem importância.

— Alguém aqui tem que ser realista. — respondeu ela, seu tom firme, mas sem emoção. — Mas, cortando esse papo furado, com Harry ficando aqui, só nós dois vamos sair para procurar. E tenho uma sugestão: a gente se divide para cobrir mais área. Você vai para um lado, e eu vou para o outro.

Dusk respirou fundo, claramente ainda irritado com a falta de empatia de Gwen, mas logo recuperou sua energia característica. Ele cerrou os punhos e socou o ar, sua confiança renovada.

— Então é isso! — exclamou, sua voz agora vibrando de animação. — Vamos acabar com todos os Etéreos e recuperar as pessoas perdidas!

O entusiasmo de Dusk era contagiante, e mesmo com a frieza de Gwen, ele estava determinado a trazer Sara e Nissa de volta. A missão estava longe de ser fácil, mas ele estava preparado para enfrentar o desafio de peito aberto. Com isso, os dois amigos se prepararam para seguir seus próprios caminhos, cada um cobrindo uma parte da floresta.



Comentários