Volume 1 – Arco 1

Capítulo 7: Desfecho de Um General

Dusk observava calmamente enquanto mais minotauros surgiam do nada, teletransportados pelos feitiços de Syban. Com um suspiro breve, ele materializou mais uma espada de cristal em sua mão. No entanto, antes que pudesse sequer avançar, um dos minotauros, empunhando uma marreta gigante, se aproximou rapidamente, desferindo um golpe devastador com a intenção de esmagá-lo.

Mas Dusk, com sua alta mobilidade e reflexos afiados, não se intimidou. Com um salto rápido para o lado, ele evitou o impacto da marreta, que acertou o chão com um estrondo, criando uma pequena cratera onde ele estivera um segundo antes. Por incrível que pareça, desta vez, Dusk nem precisou usar sua lâmina.

Com um movimento fluido, ele apontou a palma da mão diretamente para o rosto do minotauro, que ainda se recuperava do ataque falhado. Uma energia sombria começou a emanar de sua mão, e, em instantes, a forma de um fantasma negro surgiu na palma de Dusk, tremeluzindo como uma sombra viva.

— Espectro Malevolente! — declarou Dusk, sua voz carregada de poder e confiança.

A alma negra, como um projétil de um sniper, disparou em direção à cabeça do minotauro. O fantasma atingiu o monstro em cheio, atravessando sua testa com uma precisão mortal. No mesmo instante, a cabeça da criatura sofreu uma pequena ruptura, e o minotauro caiu pesadamente no chão, derrotado em questão de segundos.

Dusk observou a queda do inimigo com um olhar quase despreocupado. Ele sabia o que estava fazendo — era preciso, eficiente, e não demonstrava nenhuma incerteza. No entanto, enquanto mais e mais minotauros surgiam pelo campo de batalha, sua expressão começou a mudar.

O problema não era a força dos minotauros, mas o simples fato de que eles não paravam de surgir.

— Sério? Mais deles? — murmurou Dusk, olhando para o horizonte onde as hordas continuavam a aparecer. Ele balançou a cabeça em frustração, mas manteve o sorriso meio confiante. — Esses caras estão começando a ficar irritantes...

Apesar de lidar facilmente com cada inimigo que aparecia, era claro que a situação estava se tornando cada vez mais problemática. Cada vez que ele destruía um minotauro, outros surgiam, como se não houvesse fim para o exército invocado por Syban. Dusk estava agindo com precisão, derrotando os monstros com suas habilidades mágicas e sua espada de cristal, mas a constante aparição de novos inimigos estava começando a ser mais do que um incômodo.

Ele olhou ao redor, vendo que Stella, ao longe, também estava enfrentando uma quantidade interminável de minotauros, destruindo-os com seus punhos. Ela parecia estar se divertindo, mas até mesmo ela, com seu poder esmagador, começava a notar o problema. Não importava o quão habilidosos fossem, os inimigos não paravam de aparecer.

"Isso não está certo.", pensou Dusk, enquanto desviava de outro ataque e destruía mais um inimigo. "Se continuar assim, vamos acabar esgotando nossas energias. Preciso acabar com isso rápido, antes que minha mana se esgote."

Ele apertou os punhos, sentindo o peso da situação. Cada vez que usava magia, sentia sua energia diminuir. Sua mana, embora vasta, não era infinita, e ele sabia que precisava de um plano. O campo de batalha estava começando a se transformar em uma luta de resistência, e Dusk odiava isso.

— Ok, isso está começando a ficar realmente irritante. — disse ele em voz alta, com um tom sarcástico, enquanto cortava mais um minotauro ao meio com sua espada de cristal. A lâmina, como de costume, se despedaçou no instante em que ele completou o golpe.

Sem perder tempo, Dusk rapidamente formou outra espada, mas desta vez sua expressão estava mais focada.

— Stella! Precisamos acabar com a fonte desses minotauros! — gritou ele, olhando em direção à androide.

Stella, que estava no meio de derrubar mais uma fila de minotauros com seus socos poderosos, levantou a cabeça e olhou para Dusk. Mesmo à distância, ela conseguia ver a mesma coisa que ele: o exército não parava de crescer.

Dusk sabia que, apesar de ser habilidoso com espada e magia, continuar lutando sem um plano o deixaria em desvantagem. Ele precisava encontrar uma forma de parar Syban antes que os minotauros sobrecarregassem os dois.

— Hora de acabar com esse truque barato. — disse ele, girando a espada de cristal recém-criada e se preparando para enfrentar a verdadeira ameaça: Syban.

— Como é? Você vai me atacar mesmo? — questionou Syban, a perplexidade estampada em seu rosto. Ele não conseguia acreditar que Dusk, mesmo diante de tantos minotauros, tinha a audácia de desafiá-lo diretamente.

— Claro! — respondeu Dusk, sua voz firme e carregada de confiança. — Nada mais eficaz do que derrubar o cara que está convocando todos eles.

Syban, momentaneamente surpreso pela ousadia de Dusk, rapidamente se recompôs, sua expressão se transformando em um sorriso cruel.

— Não fale besteira, humano! — rugiu Syban, seu tom agora carregado de fúria e autoridade. — Minotauros, unidos, vamos acabar com eles! O lorde Letos e Thorak não aceitarão nosso fracasso aqui!

Sua voz ecoou pelo campo de batalha como um trovão, e ao seu comando, todos os minotauros ergueram suas armas em perfeita sincronia. Seus olhos brilhavam com determinação feroz, e em uníssono, soltaram um grito de guerra que fez a terra tremer. Era um som aterrorizante, capaz de intimidar qualquer adversário menos experiente. Os minotauros estavam unidos como um só, movidos pela lealdade ao seu líder e pela promessa de vitória.

Porém, antes que o grito de guerra terminasse, os gritos foram brutalmente interrompidos. A cabeça de um dos minotauros saiu voando, e seu corpo caiu pesadamente no chão. De trás do cadáver, surgiu Stella, sua presença marcante e poderosa. Ela havia decapitado o monstro com um chute preciso e implacável, sua postura tão graciosa quanto letal.

— Entendo... — disse ela, com um sorriso no canto dos lábios, enquanto limpava as mãos. — Se derrotarmos esse idiota, nossa vitória é garantida?

Dusk, agora em posição de combate, observava a cena com foco total. Ele balançou a cabeça levemente, seu olhar cheio de determinação.

— Certeza, eu não tenho. — admitiu ele, sem perder o tom confiante. — Mas não custa tentar.

Stella, com um brilho nos olhos, assumiu uma postura mais séria.

— Faço o que for necessário para deixar Harry orgulhoso. — declarou ela, com uma mistura de devoção e determinação.

Dusk, por um breve momento, percebeu que tanto Harry quanto Gwen não haviam participado da luta até agora. Com um olhar atento, ele varreu o campo de batalha em busca de qualquer sinal deles. Sua mente rapidamente processou a situação: as três pessoas que estavam sendo atacadas pelos minotauros antes também tinham desaparecido.

"Será que eles tiraram aquelas pessoas daqui?", pensou ele. A ideia de que seus amigos haviam encontrado uma forma de evacuar os civis trouxe-lhe uma sensação de alívio, mas ao mesmo tempo, aumentou sua determinação de terminar aquela batalha de uma vez por todas.

Agora, com apenas ele, Stella e uma horda de cerca de 40 minotauros prontos para a batalha, Dusk soltou um sorriso confiante. Seus olhos brilharam com a mesma chama de sempre, a chama de quem estava pronto para enfrentar o que viesse. Com um passo firme, ele avançou, posicionando-se à frente de Stella.

— Stella, quero propor um desafio. — disse ele, com um sorriso que beirava a provocação. — Vamos derrotar o grandão que está convocando os outros em apenas dois golpes. Um meu e um seu. O que acha?

Stella arqueou uma sobrancelha, interessada pela proposta. Ela olhou para os minotauros que os cercavam, depois voltou seus olhos para Dusk.

— Por mim está tudo bem. Mas como vamos passar por todos esses minotauros? Temos pelo menos uns 40 deles aqui. — comentou ela, com um toque de preocupação calculada.

Dusk, no entanto, parecia inabalável.

— Com isso não se preocupe. — respondeu ele, seu tom firme e inabalável. — Eu cuido deles. Assim que você perceber a brecha, não hesite. Acabe com Syban.

Stella, sempre confiante em suas habilidades e agora também na estratégia de Dusk, balançou a cabeça afirmativamente.

— Entendido. Não vou hesitar. — disse ela, seus olhos brilhando com determinação renovada.

O campo de batalha estava carregado de tensão. Os minotauros, unidos, se preparavam para avançar, suas armas prontas para o ataque. Dusk, com um olhar firme, segurou sua espada de cristal, a energia mágica começando a pulsar ao seu redor. Ele sabia que a batalha seria intensa, mas também sabia que não podia se permitir falhar.

Com um sorriso audacioso, ele olhou para os minotauros.

— Então venham. Vamos acabar com isso. — disse ele, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada.

Os minotauros, seguindo o comando de Syban, rugiram e avançaram em massa, enquanto marchavam para o ataque.

Antes que os minotauros pudessem alcançar Dusk, ele permaneceu firme, sem se intimidar pela quantidade esmagadora de inimigos que avançavam contra ele. Seu olhar sério estava fixo nos oponentes, mas a confiança inabalável ainda brilhava em seus olhos. Ele sabia o que estava fazendo, e o que viria a seguir não deixaria dúvidas sobre isso.

Com uma concentração absoluta, uma grande quantidade de energia mágica começou a fluir por sua perna, irradiando poder. O chão ao seu redor tremeu com a intensidade da energia, enquanto ele se preparava para o próximo movimento.

— Eu não preciso me apoiar na magia ou na minha espada... meu corpo em si já basta! — declarou Dusk, sua voz firme e cheia de determinação.

Com uma pisada firme no solo, o impacto foi devastador. A força sobre-humana de Dusk fez com que a terra ao redor tremesse violentamente. O solo se abriu com rachaduras que se espalharam como relâmpagos pelo campo de batalha, e, em um instante, uma poderosa onda de choque irrompeu do ponto de impacto, varrendo o ar com uma força brutal.

A onda de choque foi tão intensa que os minotauros que avançavam contra ele não tiveram chance de reagir. Um após o outro, seus corpos gigantescos foram jogados para trás como se fossem feitos de papel. Alguns caíram de joelhos, enquanto outros simplesmente colapsaram no chão, desprotegidos e indefesos. O impacto os deixou atordoados, sem qualquer capacidade de se levantar ou reagir.

A terra ainda tremia levemente, ecoando o poder da pisada de Dusk, enquanto os minotauros, antes tão confiantes, agora estavam à mercê da força esmagadora que acabara de enfrentar.

O único que permaneceu de pé, observando tudo com os olhos arregalados de incredulidade, foi Syban. Ele assistiu, impotente, enquanto seus subordinados caíam ao redor dele, completamente neutralizados por um único movimento de Dusk. O terror e o choque estavam estampados no rosto do general minotauro. Ele não conseguia acreditar no que acabara de acontecer.

— Impossível... — murmurou Syban, sua voz tremendo com a realização de que, por mais que tivesse subestimado o humano, ele não estava preparado para isso. Um único golpe, e seus guerreiros caíram como se não fossem nada.

Dusk, por sua vez, apenas ergueu a cabeça, encarando Syban com a mesma confiança de antes. Sua postura era firme, como se o que ele acabara de fazer fosse algo cotidiano.

— Você está sozinho agora. — disse ele, com um sorriso leve, mas carregado de uma aura intimidadora. Sua horda não significa nada.

Stella, que assistia de perto, soltou uma risada suave, apreciando a cena.

— Você realmente sabe como causar impacto, Dusk. — comentou ela, com um toque de admiração na voz, enquanto seus olhos brilhavam ao ver o estrago que Dusk havia causado com um único golpe.

Dusk, ainda com aquele sorriso confiante no rosto, olhou de volta para ela, sem se gabar, mas claramente satisfeito com o resultado.

— Nada mal, o trocadilho? — respondeu ele, com a tranquilidade de quem estava no controle total da situação. — Agora é sua vez. Vamos terminar isso.

— O que vocês estão falando? Acham mesmo que podem vencer o numeroso exército de Thorak? — rugiu Syban, sua voz cheia de fúria e desafio. — Esses que vocês derrotaram agora não são nada comparados ao verdadeiro poder que Thorak possui. E como comandante das tropas dele, vou mostrar o quão forte somos! — ameaçou, sua voz carregada de raiva e determinação. Ele não estava disposto a recuar, mesmo diante da devastação ao seu redor.

Porém, antes que Syban pudesse terminar sua declaração, um vulto dourado passou quase imperceptível por trás dele. A velocidade de Stella foi tão rápida, tão sutil, que nem mesmo Dusk ou o próprio Syban perceberam seu movimento até o último segundo.

— Olha, por sua culpa minha recompensa com Harry está demorando. Então, por favor, perca logo, ok? — disse Stella, sua voz calma e levemente provocadora.

— O quê? — Syban mal teve tempo de entender o que ela estava falando. Ele começou a virar o rosto para encará-la, mas era tarde demais.

Antes que pudesse reagir, o punho fechado de Stella já havia se conectado com precisão nas costas largas do minotauro. O impacto foi devastador. A força incrivelmente concentrada de Stella transformou o corpo gigantesco de Syban em um projétil descontrolado. Ele foi lançado pelo ar como um míssil, voando com tal velocidade que o chão estremeceu com o deslocamento de ar.

Dusk, que observava a cena, viu Syban ser arremessado como se fosse um mero saco de penas. O golpe de Stella foi tão brutal e preciso que parecia ridiculamente fácil para ela.

— Incrível... — murmurou Dusk, impressionado com a força física da androide. No entanto, ele não podia se distrair. O corpo colossal de Syban estava vindo direto em sua direção, girando descontroladamente pelo ar.

O impacto do golpe de Stella havia destroçado as costas de Syban. Seus ossos estavam quebrados em múltiplos pontos, e a dor era insuportável, mas a determinação do minotauro não se extinguiu. Mesmo com todo o seu corpo em frangalhos, Syban não estava disposto a desistir tão facilmente.

Enquanto voava em direção a Dusk, ele estendeu a mão em um último ato desesperado.

— Se eu morrer... pelo menos vou levar você comigo! — declarou Syban, a voz entrecortada pela dor, mas ainda cheia de ódio.

— Bom, isso é o que você acha! — declarou Dusk, sua voz firme e carregada de convicção.

Com sua espada de cristal preparada para o golpe, uma grande quantidade de energia mágica começou a fluir intensamente por todo o seu corpo, subindo dos pés até a cabeça como um fluxo contínuo e poderoso. Ao redor de Dusk, a atmosfera parecia mudar, e um fantasma de cor preta começou a se manifestar. A entidade etérea passou por entre suas pernas, subiu por suas costas, e finalmente se fundiu na lâmina da espada de cristal.

— Pelo que vejo, você prioriza a quantidade, e não a qualidade. Não estou dizendo que você está errado... mas nesse caso, a qualidade é o que realmente importa.

À medida que a energia escura se infiltrava na espada, a lâmina de Dusk, antes translúcida e cinza, começou a escurecer, assumindo um tom preto profundo, quase como se estivesse absorvendo toda a luz ao redor. O poder condensado naquela arma era palpável.

Com um movimento em arco, preciso e decidido, Dusk balançou sua espada em direção ao minotauro que vinha em alta velocidade, com o corpo já comprometido após o impacto do golpe de Stella. O ataque de Dusk foi perfeito em sua execução — cada detalhe planejado, cada movimento controlado. A precisão com a qual ele desferiu o golpe era tão afiada que ele sabia que, em condições normais, a lâmina cortaria o minotauro no ar, dividindo-o ao meio com facilidade.

Porém, no instante em que a espada estava prestes a concluir o corte, algo inesperado aconteceu. A lâmina de cristal, que já havia mostrado sinais de fragilidade, não resistiu à força e se quebrou em milhares de fragmentos, espalhando-se como pó negro no ar.

“Droga!”, pensou Dusk, percebendo o fracasso de sua arma.

No entanto, a verdadeira força de seu golpe não estava na lâmina em si. A energia mágica que Dusk havia canalizado para o movimento gerou uma onda de choque devastadora, tão poderosa que parecia cortar o próprio ar. Mesmo com a espada despedaçada, o impacto da onda foi esmagador, como se a própria força invisível da lâmina ainda estivesse presente.

A onda de choque viajou pelo ar, como uma lâmina invisível e afiada.

No momento seguinte, o corpo colossal do minotauro foi brutalmente partido ao meio. O corte foi tão limpo e preciso que o Etéreo mal teve tempo de perceber o que havia acontecido. A expressão de ódio nos olhos da criatura se desfez em surpresa, e, antes que pudesse sequer registrar a dor, seu corpo se dividiu. Os dois pedaços, agora sem vida, caíram pesadamente no chão com um estrondo ensurdecedor.

Dusk permaneceu parado por um momento, observando o resultado de seu ataque. A espada, embora despedaçada, havia cumprido sua função graças à força absurda que ele empregou. Mas, ao olhar para os fragmentos restantes da arma no chão, ele não pôde deixar de suspirar em desapontamento.

— Preciso urgentemente de uma espada nova... — murmurou ele, sua voz carregada de frustração com a fragilidade da arma.



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