Volume 1 – Arco 1

Capítulo 6: Dupla Feroz

— Precisamos fazer alguma coisa e rápido!!! — gritou Dusk, a voz carregada de desespero e urgência, enquanto seus olhos fixavam-se no grupo encurralado à frente. Ele podia sentir o tempo se esgotando e a situação piorando a cada segundo.

Mais à frente, o grupo de minotauros continuava a fechar o cerco. Suas imponentes figuras eram esmagadoramente maiores que os quatro humanos, e cada passo deles parecia trazer a promessa de um massacre inevitável. As rotas de fuga estavam praticamente inexistentes. Os minotauros avançavam de forma metódica, empurrando os quatro para o centro, como predadores que sabiam exatamente o que estavam fazendo.

No centro da formação, uma mulher segurava uma espada com as mãos trêmulas, seu olhar fixo nos Etéreos que se aproximavam. Ela estava cercada por três homens, todos igualmente apavorados, mas tentando manter a compostura. No entanto, a tensão se quebrou quando um dos homens, com os dentes cerrados e uma expressão de desespero, tomou a iniciativa. Gritando com toda a força que tinha, ele ergueu sua espada e correu em direção ao grupo de minotauros.

Foi uma atitude ousada, mas também suicida.

Os minotauros, com seus corpos musculosos e imponentes, eram ridiculamente altos, passando facilmente dos dois metros. Suas cabeças de touro, adornadas com longos chifres curvados, irradiavam uma aura de poder brutal. O jovem que avançou em direção a eles não chegou nem perto de causar dano. Um dos minotauros, carregando uma gigantesca clava coberta de espinhos, balançou sua arma com uma facilidade aterrorizante.

O impacto foi imediato e brutal.

Com um único golpe, o jovem foi esmagado contra o chão, sua espada voando para longe enquanto seu corpo se despedaçava sob o peso da clava. O som do impacto ecoou como um trovão, e por um breve momento, o campo de batalha foi tomado pelo silêncio. O cheiro de sangue fresco invadiu o ar, e a visão do corpo destroçado do rapaz parecia congelar o tempo.

Então, os minotauros começaram a rir.

— Hahahahaha! — suas gargalhadas ecoaram pela floresta, distorcidas e monstruosas, como se a morte do jovem fosse uma piada grotesca para eles. Seus olhos selvagens brilhavam de prazer sádico.

A mulher no centro, testemunhando a cena, gritou em desespero. Suas mãos tremiam violentamente, mas ela levantou a espada com uma força renovada, seus olhos cheios de ódio e lágrimas.

— Malditos! Vou acabar com vocês!!! — rugiu ela, mas sua voz, embora cheia de raiva, estava embargada pela realidade cruel da situação.

Dusk observava tudo à distância, seu coração acelerado, a urgência queimando dentro dele como fogo. Ele sabia que se eles não interviessem, o destino do grupo seria o mesmo daquele rapaz. Mas a visão da força esmagadora dos minotauros era aterrorizante. Eles não estavam enfrentando inimigos comuns; os Etéreos eram implacáveis.

— Não temos muito tempo! Eles vão ser massacrados! — gritou Dusk para seus amigos, sua voz carregada de desespero. Cada segundo parecia se arrastar, como se o próprio tempo estivesse tentando torturá-los com a inevitabilidade da morte daqueles quatro.

Harry, com o rosto pálido de medo, balançou a cabeça, hesitante.

— Dusk, se formos agora sem um plano, vamos acabar como ele! — disse Harry, apontando para o corpo do jovem esmagado.

— Se ficarmos aqui, eles estarão mortos antes de fazermos qualquer coisa! — retrucou Dusk, com os punhos cerrados, a raiva e a frustração crescendo dentro dele.

Gwen, com o olhar frio e determinado, deu um passo à frente, sua mente trabalhando rapidamente. Ela viu o que estava acontecendo com clareza. Sabia que um ataque imprudente só os colocaria em mais perigo, mas também sabia que não tinham outra escolha senão agir — e rápido.

— Vamos dividir a atenção deles. Dusk, distraia os minotauros, faça-os se moverem. Harry, você e eu vamos cercar pelos flancos e dar cobertura. Não podemos deixá-los lutar sozinhos. — disse Gwen, seu tom firme e inabalável.

Dusk assentiu, sem hesitar. Ele sabia que o tempo era curto. Precisavam agir agora, ou a próxima risada dos minotauros seria sobre os corpos destroçados de mais inocentes.

— Esperem! — gritou Harry, de repente, chamando a atenção dos amigos. — Vou materializar Stella para nos ajudar. Sabem que não sou muito útil em combate, mas ela é.

Com um movimento rápido e preciso, Harry enfiou a mão no bolso e retirou o pequeno cubo. Aproximando o objeto da boca, ele deu o comando com firmeza.

— Stella, ativar!

Harry lançou o cubo no ar com a força de um arremesso de beisebol, o pequeno objeto atravessando o ar com velocidade, ultrapassando Dusk, que corria à frente. No meio do trajeto, o cubo começou a brilhar intensamente, uma luz radiante emanando de todos os seus lados. De dentro daquela pequena esfera, uma densa massa negra começou a se expandir, preenchendo o espaço ao seu redor.

Em questão de milésimos de segundo, aquela substância negra começou a tomar forma, moldando-se em uma figura humanoide. A transformação era rápida e graciosa, como uma dança de energia e luz. Aos poucos, a forma de uma mulher esbelta emergiu daquela luz cintilante.

Stella surgiu com uma graça quase etérea. Alta e de corpo esbelto, sua presença irradiava uma beleza quase sobrenatural. Seus longos cabelos dourados caíam em cascatas perfeitas, formando três grandes cachos que lembravam fios de macarrão dourados, brilhando sob a luz suave. Seus olhos, de um amarelo intenso, abriram-se lentamente, mas havia uma confusão neles, como se estivesse tentando entender sua própria materialização.

Ela olhou para suas mãos delicadas e esguias, depois para o próprio corpo, como se admirasse sua própria existência, quase perplexa.

— O que aconteceu? Onde estou? — murmurou ela, sua voz suave e melodiosa, enquanto tocava seus braços, como se estivesse tentando se reconectar com sua forma física.

— Stella! — gritou Harry, chamando a atenção dela.

No momento em que seus olhos se fixaram em Harry, algo mudou. Seu olhar, que antes estava confuso, iluminou-se instantaneamente. Seus grandes olhos amarelados brilharam com a doçura de uma garota apaixonada. Um sorriso largo e carinhoso curvou seus lábios enquanto ela o observava, completamente encantada. No entanto, como se estivesse tentando esconder esse afeto, ela rapidamente cruzou os braços e fez uma expressão levemente emburrada, inflando as bochechas de forma adorável.

— Harry, quantas vezes eu já falei que não gosto quando você me desliga desse jeito? — reclamou ela, com um tom levemente provocador, mas ainda assim carinhoso. — Eu prefiro desligar por conta própria, sabe? Gosto de imitar os humanos, deitar e descansar sozinha à noite. Assim, posso desligar como vocês fazem.

Harry soltou uma risada nervosa, percebendo o leve toque de ciúme na voz de Stella.

— Ok, prometo que não vou mais fazer isso. — respondeu ele rapidamente, tentando apaziguar sua androide. — Mas agora precisamos de você. Temos um problema sério. Preciso que use suas habilidades de combate para derrotar esses Etéreos.

Os olhos de Stella imediatamente mudaram, passando de uma expressão carinhosa para uma determinação feroz. Ela se virou na direção do grupo de minotauros que cercava os humanos. Sua postura mudou, ficando firme e alerta, pronta para o combate.

— Entendido, Harry! — respondeu ela, sua voz agora mais grave, mas ainda mantendo aquele toque suave. — Mas depois que isso acabar, quero uma recompensa. — Stella virou-se para Harry, com um sorriso travesso brincando em seus lábios. — Que tal você dormir com a cabeça no meu colo, usando minhas coxas como travesseiro, enquanto eu faço carinho em você?

A paixão em sua voz era evidente, mas o jeito como ela falava tornava impossível saber se estava brincando ou falando sério. Harry ficou visivelmente constrangido, desviando o olhar por um breve momento.

Dusk, ainda em movimento, soltou uma risada alta ao ouvir a declaração de Stella.

— Harry, parece que você tem uma admiradora bem possessiva aí! — provocou Dusk, antes de voltar a focar na batalha iminente.

Stella, agora completamente focada no combate, adotou uma postura de combate graciosa, seus movimentos fluindo com a leveza de uma bailarina, mas com a força de uma guerreira. O brilho dourado de seus cabelos e a elegância de seus traços contrastavam com a brutalidade iminente da luta que estava prestes a começar.

— Minotauros!!! — gritou Stella, sua voz ecoando pelo campo de batalha, carregada de confiança e desafio. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Todos os monstros presentes, atraídos por sua presença, imediatamente viraram-se em sua direção. Exatamente como ela queria.

A aura dos Etéreos era opressiva e terrível, emanando puro ódio e maldade. A ameaça era real, mas Stella não demonstrou o menor sinal de medo. Em vez disso, ela sorriu de forma sedutora, os olhos brilhando de excitação enquanto encarava os monstros.

— Animem-se, senhores... porque hoje vocês terão a honra de encontrar o fim pelas mãos de uma mulher bonita. — disse ela, sua voz suave e envolvente, com um toque sedutor. Suas palavras foram carregadas com uma confiança inabalável, como se estivesse se divertindo com a situação.

Os minotauros, pegos de surpresa pela provocação, se entreolharam perplexos. Eles não esperavam que uma mulher tão graciosa e com uma aparência tão delicada os desafiasse dessa forma. Por um breve momento, a perplexidade tomou conta deles, e o silêncio se instalou. Mas então, ao reparar em seu corpo esbelto, com suas curvas sutis e seu comportamento destemido, eles não conseguiram conter a risada.

— Hahahaha! Coitada! Uma guerreira desarmada acha que pode derrotar meus subordinados? — zombou um dos minotauros, maior que os outros, vestido com um traje de feiticeiro e segurando um grimório, claramente o líder do grupo. Sua risada foi acompanhada por uma onda de gargalhadas dos outros, que a olhavam com desprezo.

Stella manteve o sorriso, mas seus olhos brilharam com uma malícia afiada. Ela deu um leve passo à frente, seus movimentos graciosos, quase como uma dança, sua confiança imperturbável.

— Se eu fosse você, não subestimaria uma bela dama. — respondeu Stella, sua voz carregada com uma mistura de desafio e sedução.

Enquanto ela falava, Dusk passava correndo em alta velocidade, uma explosão de energia e determinação. Sua velocidade era impressionante, e ele avançava em direção aos minotauros sem hesitar.

— Stella, pare de brincar. Destrua esses Etéreos. Está liberada para usar o C1! — gritou Harry de longe, a tensão clara em sua voz.

Ao ouvir as palavras de Harry, o rosto de Stella se iluminou, seus olhos dourados brilhando intensamente. Ela virou-se para ele, surpresa e animada.

— Tem certeza, Harry? Vai me deixar usar esses modos de combate? — perguntou Stella, com uma animação que parecia quase infantil. Sua voz, no entanto, ainda carregava aquele tom doce e sedutor.

Harry assentiu, fazendo um sinal positivo com a mão.

— Sim, vai lá. Acabe com eles! — disse ele, sua confiança em Stella clara.

Ao ouvir isso, o rosto de Stella corou levemente, um rubor suave tomando conta de suas bochechas, o que era um tanto incomum para uma androide. Por um momento, ela desviou o olhar, envergonhada, mas o sorriso largo e radiante em seu rosto não desapareceu. Era evidente que ela estava completamente apaixonada por Harry, e o simples fato de ele confiar nela dessa forma a enchia de alegria.

— Em respeito ao meu querido... — começou ela, sua voz se tornando mais séria e sedutora ao mesmo tempo, enquanto seus olhos voltavam a se fixar nos minotauros. — Eu vou acabar com todos vocês. — declarou Stella, com uma confiança inquebrável.

Ela se posicionou, pronta para o combate, e a tensão no ar tornou-se palpável. Os minotauros, que antes riam, agora começavam a perceber que algo estava errado. O brilho intenso nos olhos de Stella não era de uma guerreira comum. Sua postura graciosa escondia uma força letal, e os monstros começaram a sentir que haviam subestimado algo muito além de sua compreensão.

A atmosfera ficou densa, e todos os olhares se voltaram para Stella. Ela não apenas estava pronta para a batalha, mas estava ansiosa para demonstrar sua força. Cada movimento dela irradiava poder e graça, como se a luta fosse uma dança coreografada para ela, e os minotauros, por mais brutais que fossem, agora pareciam inquietos.

Com uma explosão de velocidade que deixou uma pequena cratera no chão de onde partiu, Stella disparou em direção ao grupo de minotauros. Seu movimento foi tão rápido que parecia um borrão dourado, graças ao brilho de seus cabelos e olhos, que reluziam enquanto ela avançava. A força de seu impulso levantou poeira e fragmentos do solo, criando um rastro visível de destruição atrás dela.

"Nossa, que rápida!", pensou Dusk, completamente surpreso ao ver a velocidade inacreditável de Stella.

Em questão de segundos, Stella já estava diante de um dos minotauros. Seus movimentos eram quase imperceptíveis para os olhos comuns, e antes que o monstro pudesse reagir, ela fechou o punho com uma precisão mortal e desferiu um soco direto no estômago do Etéreo. O golpe foi tão rápido e preciso que, por um breve momento, o minotauro ficou imóvel, com a boca ligeiramente aberta, surpreso com a velocidade dela.

O monstro, ainda confiante em sua superioridade física, achou que a aparência graciosa e magra de Stella indicava fraqueza. Ele duvidou que aquela mulher poderia causar algum dano real. Erro fatal.

Aproveitando a proximidade, o minotauro ergueu sua enorme espada longa, preparado para esmagar Stella com um único golpe. No entanto, antes que ele sequer pudesse iniciar o ataque, o punho de Stella conectou-se com seu abdômen com uma força avassaladora.

O impacto foi devastador.

O som do golpe reverberou pelo ar, e o corpo musculoso do minotauro cedeu instantaneamente. O monstro engasgou, cuspindo uma grande quantidade de sangue no mesmo segundo. O abdômen da criatura afundou grotescamente, como se tivesse sido esmagado por uma prensa. A pele e os músculos colapsaram para dentro, como uma lata de alumínio amassada.

O minotauro, que antes parecia uma torre de força, foi arremessado para o alto com tal violência que seu corpo passou facilmente por cima das copas das árvores. Enquanto subia, seu corpo começou a se desfazer em pó, espalhando-se pelo vento antes mesmo de atingir o chão.

— Eu quero minha recompensa com Harry, então vamos acabar com isso rápido! — declarou Stella com um sorriso confiante, sua voz carregada de determinação e um toque de charme.

Sem perder tempo, Stella se lançou contra os próximos inimigos, sua velocidade e precisão inigualáveis. Ela se movia com uma graça quase sobre-humana, cada passo calculado e cada golpe mortal. Com apenas suas mãos, ela começou a despachar os minotauros um a um. Seu punho se conectava com uma força avassaladora a cada soco, esmagando costelas, colapsando torsos, ou até arrancando cabeças de uma só vez.

A brutalidade de seus golpes contrastava com sua aparência elegante, mas era inegável que Stella era uma força implacável no campo de batalha. A cada ataque, os minotauros caíam como folhas, incapazes de sequer reagir antes que ela os destruísse completamente.

Um minotauro tentou se aproximar por trás, brandindo um machado enorme, mas antes que ele pudesse desferir o golpe, Stella girou graciosamente no lugar e acertou um soco direto no rosto da criatura. O impacto foi tão violento que a cabeça do minotauro explodiu em fragmentos, desaparecendo como poeira no ar.

Os outros Etéreos começaram a hesitar, seus olhos selvagens mostrando uma mistura de medo e incredulidade. Eles não estavam preparados para algo tão poderoso, tão rápido e tão implacável. O sorriso confiante de Stella nunca desaparecia enquanto ela continuava a avançar, seu corpo se movendo como uma dança mortal.

— Vamos acabar com isso logo. Tenho algo melhor para fazer depois. — disse Stella, sua voz suave, mas cheia de malícia, enquanto limpava as mãos, como se já estivesse entediada da batalha.

Cada soco, cada golpe que Stella desferia não era apenas para vencer, mas para esmagar completamente a moral dos Etéreos. Ela estava cumprindo sua missão com precisão, enquanto mantinha sua mente em algo muito mais importante — sua recompensa com Harry.

Enquanto Stella lidava com os minotauros com graça e brutalidade, Dusk seguia logo atrás, sua mente já se preparando para a batalha que viria. Ele estendeu a palma da mão e, no instante seguinte, uma grande quantidade de energia mágica começou a se concentrar naquele ponto. O ar ao seu redor tremulou enquanto uma espada começou a tomar forma — uma lâmina feita de cristal, de aparência afiada e reluzente, perfeita em cada detalhe.

— Deixa um pouco para mim, Stella! — reclamou Dusk, com um sorriso, claramente animado para entrar na ação.

Num pulso de velocidade, Dusk encurtou a distância com um dos minotauros, aquele que segurava uma enorme clava, o mesmo que havia esmagado um dos humanos antes. O Etéreo, com seu corpo colossal, desferiu um golpe devastador, sua clava coberta de espinhos cortando o ar com uma força bruta e esmagadora. A arma estava destinada a esmagar Dusk.

Mas Dusk não recuou.

Com um movimento hábil e preciso de seus punhos, ele colidiu as costas da mão com a parte espinhosa da clava, bloqueando o ataque com uma força surpreendente. O impacto foi forte o suficiente para gerar ondas de impacto, mas Dusk permaneceu firme. E então, com um único soco bem posicionado, ele destruiu completamente a clava do monstro. Os espinhos e fragmentos da arma se despedaçaram como vidro quebrado, espalhando-se pelo ar.

— Esse seu ataque meia-bomba, sem força nenhuma... nunca funcionaria contra mim. — declarou Dusk, com uma confiança que só quem domina tanto a espada quanto a magia pode ter.

Sem hesitar, ele balançou sua espada de cristal com precisão cirúrgica. O movimento foi rápido, quase imperceptível, e o corte perfeito. O minotauro mal teve tempo de reagir antes de ser partido ao meio, seu corpo massivo se desfazendo em pó no instante seguinte. A lâmina de Dusk era letal, e ele sabia exatamente como usá-la.

Mas os minotauros não recuaram. Em vez disso, mais deles avançaram, formando um grupo que o cercava, prontos para eliminá-lo. Dusk, no entanto, não se abalou. Em vez de demonstrar qualquer sinal de medo, ele os encarou com um sorriso confiante nos lábios, seus olhos brilhando de determinação.

Sua mão, porém, estava ferida. O impacto ao destruir a clava havia deixado um corte profundo, e o sangue escorria por entre seus dedos. Mas, como se a dor fosse irrelevante para ele, Dusk ergueu a espada de cristal mais uma vez.

Sem pressa, sem hesitação.

Com uma concentração meticulosa, ele começou a canalizar grandes quantidades de energia mágica para a lâmina da espada. O cristal transparente começou a mudar de cor, passando de um brilho translúcido para um branco intenso. A espada parecia ganhar vida própria, pulsando com uma energia pura e poderosa. De sua lâmina, uma figura espectral, como um fantasma branco, emergiu e, em seguida, fluiu para dentro da mão ferida de Dusk.

Assim que o fantasma tocou sua pele, uma luz branca ofuscante brilhou naquele ponto. A ferida, que antes estava sangrando, começou a se fechar completamente, como se nunca tivesse existido. O processo foi instantâneo, e toda a dor desapareceu.

— Alma Benevolente! — disse Dusk, num tom convencido, admirando seu trabalho. — Uma magia ofensiva que também é perfeita para curar feridas.

Ele girou a espada uma vez mais, agora sem se preocupar com a dor, e se preparou para enfrentar os minotauros que avançavam. Sua postura era sólida, confiante, e cada movimento que ele fazia mostrava que ele não era apenas um espadachim habilidoso, mas também um mestre na arte da magia. Cada feitiço, cada golpe de espada era calculado com precisão e potência.

Dusk sabia o que estava fazendo, e qualquer um que se aproximasse dele perceberia isso rapidamente. Ele dominava tanto o campo físico quanto o mágico, e isso o tornava um oponente formidável. Os minotauros, agora cientes do perigo que enfrentavam, hesitaram por um breve momento, mas a batalha ainda estava longe de terminar. Eles avançaram com fúria renovada, prontos para acabar com o humano que ousava enfrentá-los.

Dusk estava pronto para o combate, com uma expressão determinada no rosto. Entretanto, sua espada parecia discordar. No momento seguinte, a lâmina de cristal, que ele havia formado com tanto cuidado, começou a rachar e, em um instante, se desfez em pequenos pedaços brilhantes no ar. Os minotauros à sua volta ficaram surpresos, mas Dusk nem piscou.

— Como sempre... minha espada não aguenta meus feitiços. — suspirou, claramente insatisfeito. Ele olhou para os fragmentos de cristal que flutuavam ao seu redor, quase como se estivesse falando com um velho amigo problemático. — Acho que já está na hora de investir numa espada decente. Não dá mais pra sofrer com isso.

Apesar de estar visivelmente frustrado com sua arma, Dusk não parecia abalado. Na verdade, ele já estava acostumado a esse problema. Afinal, improvisar era sua especialidade.

Um dos minotauros, acreditando que Dusk estivesse indefeso sem sua espada, aproveitou a oportunidade. Com um machado gigante nas mãos, ele avançou com uma precisão brutal, balançando a arma com força suficiente para cortar um humano ao meio. Mas o golpe atingiu apenas o ar vazio.

Num movimento ágil e preciso, Dusk saltou no momento exato, escapando da investida com facilidade. Enquanto ainda estava no ar, ele estendeu a mão mais uma vez, e uma nova espada de cristal começou a se formar — idêntica à anterior, mas com o mesmo problema inevitável. Sem hesitar, Dusk balançou a lâmina recém-criada e, com um único golpe, decapitou o minotauro antes que o monstro pudesse perceber o que havia acontecido.

Ele pousou no chão com força, o impacto levantando poeira ao redor. Mas, assim como antes, a espada que ele havia acabado de criar se despedaçou em estilhaços no instante em que atingiu o solo. Dusk olhou para os pedaços com um olhar meio triste, meio exasperado.

— Com todo respeito, pai... como você conseguiu usar uma coisa dessas? — murmurou para si mesmo, balançando a cabeça. — Mal consigo dar um golpe antes dela quebrar!

Os minotauros ao redor, percebendo que sua oportunidade de atacar estava se esgotando, começaram a cercá-lo de todos os lados, suas armas gigantescas prontas para o combate. Dusk, no entanto, não parecia intimidado. Ele suspirou mais uma vez, quase como se estivesse resignado com o fato de que teria que continuar repetindo o processo.

Com um gesto rápido e familiar, Dusk criou a mesma espada de cristal pela terceira vez consecutiva. Ele olhou para os minotauros com um sorriso travesso, embora seus olhos ainda refletissem a leve frustração de ter que usar uma arma tão frágil.

— Mesmo que seja um item frágil... deve ser o suficiente para esses cabeças-duras! — declarou ele, com uma confiança despreocupada.

Sem esperar mais, ele partiu para o ataque. Não importava o quão numeroso fosse o inimigo ou quantas armas eles tivessem. Um por um, os minotauros caíam diante de Dusk. Seu estilo de combate era ágil e eficiente, cada golpe de sua espada de cristal cortava o inimigo com precisão mortal. No entanto, a cada golpe bem-sucedido, a espada se despedaçava novamente.

— Lá vamos nós outra vez... — murmurou Dusk, um toque de humor em sua voz, enquanto criava mais uma espada para continuar a batalha.

Cada novo minotauro que avançava era rapidamente eliminado, e Dusk, apesar de suas reclamações sobre a arma, continuava a lutar como se estivesse em completa harmonia com o caos ao seu redor. Mesmo com a espada se quebrando a cada corte, ele não perdia o ritmo. Criava uma nova lâmina sem esforço, atacava, e destruía seus inimigos com a mesma facilidade.

Graças à brutal eficiência de Stella e à destreza implacável de Dusk, a horda de minotauros estava sendo destruída um após o outro. Aqueles monstros, que antes pareciam invencíveis, não tinham nenhuma chance contra a dupla. A cada golpe, a resistência dos Etéreos diminuía, e o campo de batalha se enchia com os restos desintegrados dos minotauros derrotados.

Porém, no meio do caos, um minotauro um pouco maior que os demais observava com olhos cheios de fúria e frustração. Ele segurava um grimório nas mãos, e sua postura era diferente — havia um ar de autoridade em torno dele. Seus chifres eram mais longos, e suas vestes tinham um símbolo de poder gravado. Ele sabia que a batalha estava virando a favor dos inimigos, e isso não podia ser permitido.

Com um gesto firme e decidido, o minotauro abriu o grimório, folheando rapidamente as páginas até encontrar o feitiço que buscava. Um pequeno brilho mágico emergiu do livro, e o ar ao redor começou a vibrar com uma energia sinistra.

— Vocês dois acham que podem derrotar os servos de Thorak? — rugiu o minotauro, sua voz reverberando como um trovão pelo campo de batalha. — Estão completamente enganados!

Ele ergueu o grimório acima da cabeça, e do livro começaram a emanar círculos mágicos complexos, brilhando com uma luz ameaçadora. Os símbolos flutuavam no ar por um momento antes de descerem ao chão, criando um brilho intenso à frente de Dusk e Stella.

— Venham, soldados, mostrem do que são capazes! — declarou o minotauro, com uma risada sombria.

No instante em que as palavras deixaram sua boca, os círculos mágicos se expandiram no chão, criando portais negros e grotescos. De dentro desses portais, mais minotauros começaram a surgir, teletransportados diretamente para o campo de batalha. A terra tremeu com o peso de suas entradas, e o ar se encheu com o cheiro metálico do sangue. Um novo exército de monstros apareceu em um piscar de olhos, dobrando o número de oponentes.

O minotauro, agora revelando sua identidade, olhou para Stella e Dusk com olhos cheios de malícia.

— Não importa o quão habilidosos ou fortes vocês sejam. — disse ele, um sorriso cruel se formando em seus lábios. — Eu, Syban, o terceiro general do grande exército minotauro, junto de meus subordinados, vamos acabar com vocês.

Sua voz era carregada de uma confiança ameaçadora, e a magia que ele emanava parecia sufocar o ar ao redor. Syban não era como os outros minotauros — ele exalava poder, e o grimório em suas mãos parecia pulsar com uma energia que só tornava o momento mais desesperador.

O campo de batalha, que antes parecia estar sob controle de Dusk e Stella, agora estava cheio de inimigos novamente. O número de minotauros havia triplicado, e cada um deles rugia, pronto para esmagar a dupla que os enfrentava. O ambiente, antes caótico, agora se tornava sufocante, com a presença de Syban dominando o espaço.

Dusk apertou o punho ao ver a nova horda de minotauros. Ele sabia que a batalha estava longe de terminar, e o poder de Syban não era algo que poderia ser subestimado. Mesmo com sua confiança habitual, ele sentia o peso da situação.

— Esse cara não está brincando... — murmurou Dusk, enquanto se preparava para o próximo movimento.

Stella, por sua vez, manteve sua postura confiante, mas seu olhar se estreitou. O surgimento de novos inimigos não a intimidava, mas a presença de Syban era algo que ela sabia que não poderia ignorar.

— Querido Harry, parece que o chefe finalmente apareceu. — disse ela, mantendo o tom sedutor, mas com um toque de seriedade.

Syban, observando os dois, riu com desdém.

— Vocês acham que podem enfrentar o poder do general Syban? O que está por vir será o fim de vocês. Preparem-se para conhecer a verdadeira força do exército minotauro!



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