Volume 1 – Arco 1

Capítulo 10: Dusk VS Thorak

Em meio a um combate intenso entre monstros e humanos, surgiu Dusk, um jovem de 17 anos com cabelos prateados e olhos roxos. Um soco forte foi o suficiente para atirar um minotauro para longe.

No campo de batalha, ele viu quatro pessoas. Duas estavam mortas. Outro estava inconsciente no chão, ferido pela luta. A única acordada era uma jovem quase sem forças, segurando um cajado enquanto estava deitada no chão.

— Por favor, me ajuda. Não quero morrer! — pediu Nissa, a moça caída.

Estendendo o braço à frente, Dusk direcionou uma grande quantidade de energia para sua mão, formando uma espada. Esta era a mesma que ele havia empunhado para aniquilar os minotauros na entrada da floresta. A arma possuía uma forma fascinante, feita de um material singular. A lâmina, apesar de não demonstrar grande resistência, parecia muito com vidro.

— Eu prometo, não deixarei mais ninguém morrer enquanto eu estiver presente, exceto esses monstros! — disse Dusk.

Ouvindo as palavras audaciosas dele, Nissa, fraca e esgotada, perdeu a consciência pela falta de energia.

— Todos me ouviram? Vou eliminar cada um de vocês aqui — ameaçou Dusk, dirigindo-se aos mais de 20 minotauros presentes.

— Hahaha!

O minotauro que havia sido atirado longe por Dusk se levantava em meio a troncos e galhos de árvores, sentindo dor onde foi atingido, e apontou para o garoto.

— Parabéns! Você foi a segunda pessoa a me atingir. Posso crer que teve ajuda de um artefato, certo?

— Não, usei minhas próprias mãos e um pouco de magia para fortalecer meus músculos.

— Devo ter abaixado um pouco minha guarda, mas respeito você por conseguir me acertar. Só por causa disso, pegarei um pouco mais pesado contigo.

O minotauro fez aparecer duas espadas enormes, parecidas com grandes facas de lâmina quadrada, cutelos. Elas emitiam uma energia facilmente perceptível.

— Poxa, mas aí você está apelando! Estou usando uma espadinha comum e fraca, acima de tudo extremamente frágil e vem você e saca essas. Que injusto.

— O que foi? Já está procurando desculpas para quando perder? Devia se sentir honrado. Com essa lâmina, fui capaz de enfrentar um exército inteiro e me tornar uma lenda em meu país.

— Perdão? Alguém perguntou?

Com um movimento ágil e veloz, Dusk se aproximou muito de Thorak, balançando sua espada com força para eliminar a grande ameaça. O minotauro, atento, balançou sua lâmina afiada, colidindo fortemente com a espada de Dusk.

Quando as armas colidiram, criou-se uma grande onda de choque, mostrando claramente a força de cada um. Com a vantagem de ter uma espada extra, Thorak atacou Dusk corajosamente. Dusk rapidamente levantou sua espada para se defender, mas ela quebrou em muitos pedaços no impacto. Com um salto, ele pegou distância.

“Preciso urgentemente de uma espada boa. Essa aqui é muito ruim, além de consumir muita mana, é tão frágil.”

De repente, uma figura apareceu atrás dele. Surpreendentemente, não era Thorak, mas um aliado. Dusk, notando o intruso, desviou-se. Usando as mãos vazias, ele forçou a cabeça do ser com chifres no chão, esmagando-o e matando-o na hora. Thorak veio em sequência. Se jogando para baixo, Dusk escapou do ataque. Ele estava bem posicionado para atacar o monstro. Rapidamente, ele criou uma nova espada e a enfiou com precisão na barriga da criatura. Mas, ao mesmo tempo que iria atingir, não conseguiu, e Thorak ficou sem nenhum dano, quebrando a espada novamente.

Com um poderoso chute, o minotauro lançou Dusk longe. Ligeiramente atordoado, mas ainda em ação, Dusk conseguiu se levantar.

— Só um momento. — disse Dusk. — Você tá usando magia de barreira? Era para você ter um corte na barriga agora.

— Não sei. Vai lá saber! — disse Thorak, de forma desentendida.

— Acha que nosso chefe não é burro de revelar algo assim?

— Se eu não tivesse considerado isso, não perguntaria — zombou Dusk.

Pondo um dos cutelos na boca, Thorak adotou uma postura selvagem, parecida com a de um touro. Ele posicionou sua outra arma atrás das costas.

— Sabe, mesmo estando perto da morte, vocês nunca conseguem ver a gravidade da situação. Ao me ver, todos deveriam implorar por suas vidas. Todos os 300 ou 500 que devorei tinham um sabor delicioso. Agora estou curioso com seu gosto.

Como uma besta selvagem sedenta por sangue, Thorak atacou ferozmente. Dusk, no sufoco, conseguiu desviar de cada ataque.

— Já aviso, para não ter reclamação depois: tenho um gosto não muito bom. Bem provável que, se eu estiver na sua barriga, agiria como um veneno para te matar de dentro para fora.

Nesse instante, Dusk engoliu em seco. Instintivamente, ele pulou para trás. Bem no lugar onde ele estava, um cutelo caiu com precisão. Thorak tentou remover sua arma do chão, mas aproveitando o momento, Dusk o atacou. Ele criou uma espada e tentou atingi-lo, mas uma força invisível protegia Thorak, impedindo a lâmina de feri-lo.

— Como consegue fazer isso? — perguntou curioso Dusk.

Com sua unha enorme, Thorak apontou para o pescoço. Ali, havia um pingente em forma de flor, Rosa, bem esculpido. Pela energia que emanava dela, era claro que era o canalizador.

— Acho que entendi. É um objeto interessante. Quanto dinheiro consigo nisso? — disse Dusk.

O minotauro, com olhos ardendo de raiva, ficou ainda mais furioso. Ele estava tão irritado que o chão se partiu, criando uma cratera. Depois, ele se atirou rapidamente em direção a Dusk.

— Repete se tem coragem! É um presente dos meus superiores, eles me deram como forma de respeito!!!

— Nunca vi Thorak tão irritado assim antes — falou outro minotauro.

— Aquele menino pediu, por isso, é praticamente zombar do ego dele.

Cada investida de Thorak era bloqueada, contudo, as espadas materializadas de Dusk sempre se estilhaçavam como fragmentos de vidro.

 

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Thorak se encontrava em um imenso salão, junto a seus companheiros minotauros, todos ajoelhados como ele. No entanto, ele era o único destacado, posicionado mais próximo ao trono.

Sentado majestosamente no trono, uma figura imponente dominava a cena. Ao redor, várias criaturas únicas criavam uma atmosfera intrigante, incluindo um elfo, um demi-humano, uma caveira e uma dragonoide.

— Erga a cabeça, bravo guerreiro, Thorak!

Uma voz autoritária e profunda, semelhante à de um homem, ressoou por toda a sala. As palavras proferidas transmitiam tanto respeito e honra que até o mais selvagem dos minotauros exibia um amplo sorriso.

— Graças aos seus esforços na batalha de Nartley, conseguimos tomar o controle de mais uma região. Ouvi relatos de um bravo guerreiro que enfrentou um exército sozinho de dez mil demônios zumbis por uma noite e um dia. No início, achei um absurdo, mas quanto mais soube, mais fiquei fascinado. Levei a sério mesmo quando foi Isy que me falou.

Todos no grande salão olharam para o homem que se levantou do trono. Ele caminhou com autoridade, estendeu a mão para pegar a espada de um soldado fiel, num ritual silencioso de passagem de poder. Segurando a espada brilhante, ele se dirigiu a Thorak.

— Eu declaro! Thorak será Duque das terras de Nartley — anunciou, encostando a espada em cada ombro do minotauro.

“Sou o primeiro minotauro da história que não é considerado um monstro.” pensou Thorak, sentindo-se orgulhoso e honrado.

 

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— Graças aos meus esforços, virei um Duque. Mesmo nesse novo mundo, meu título nunca foi removido. Até os Lordes me respeitam. Dizem que sou fraco, mas se conquistar uma cidade sozinho de novo, poderei me juntar a eles!

Segurando o pingente em seu pescoço, Thorak sorriu discretamente.

— Maneiro, que história legal — disse Dusk, desanimado. — Não saquei que voltei à época da escola. Bem que podia ter falado isso depois de perder. Desculpa, me esqueci. Não dá para falar depois que vira cinzas.

Os minotauros presentes expressaram sua discordância com as palavras de Dusk, evidenciando o imenso respeito por seu líder.

— Olha como fala do nosso chefe!

— Não vamos deixar que um pivete saia cuspindo absurdos.

— Fiquem calmos. Como sabem, eu me garanto contra esse moleque. Pensem em como podemos preparar eles, cozinhar, fritar, comer cru. Quando estivermos de barriga cheia, atacaremos a cidade aqui perto — discursou Thorak.

Dusk, utilizando sua mana, conjurou outra espada. Ele era o único de pé. Qualquer outro estaria suplicando pela vida ao se ver rodeado de monstros.

— Como vai me derrotar? Mal consegue passar pela minha barreira e essa espada é de péssima qualidade — disse Thorak.

— Ora! Já esqueceu do soco na sua cara? — respondeu Dusk.

— Aquilo foi descuido meu. Agora estou 100% alerta. Pode tentar ao máximo, nunca conseguirá encostar em mim. Minha barreira me deixa intocável.

— Ahhh?! É mesmo?

Dusk parecia derrotado, com a cabeça baixa. Ele olhou para sua mão por um momento e, de repente, jogou o braço para trás. Depois, com determinação, apontou a lâmina para Thorak. Uma aura negra e imponente cercava Dusk.

— Quanta besteira! Se você não comesse humanos, não fosse um monstro, talvez pudéssemos ser amigos. Mas como você é um idiota e inimigo, vou acabar com você!!! — gritou Dusk.

A espada emanava uma aura sombria, mas se despedaçou sob o peso avassalador de energia. A aura negra ao redor de Dusk se transformou em um fantasma negro que emergia de seu corpo.

— Ridículo, mal consegue controlar a liberação de energia na arma — disse Thorak.

— Cala a boca! Quem disse que preciso só de espadas para canalizar magia? Aprendi com meu pai a fortalecer o corpo com magia para usá-la como arma. Minha força física está acima da média, pois a uso desde pequeno.

O fantasma ao redor de Dusk se moveu para suas mãos, formando uma espécie de luva fantasmagórica. Thorak, após fazer um amplo corte no solo, preparou-se para avançar com suas imponentes lâminas.

— Como deseja morrer rápido, pode vir! — desafiou Thorak.

Quando os dois dispararam, uma nuvem de poeira subiu do ponto de partida. Rapidamente, eles ficaram cara a cara, prestes a um choque colossal. Thorak balançou uma das lâminas verticalmente e a outra horizontalmente, pronto para desmembrar seu adversário.

Dusk quebrou o primeiro cutelo com um soco potente, estilhaçando-o em pedaços. Da mesma forma, ele despedaçou o segundo, desta vez, com um simples golpe de mão.

— Isso foi surpreendente! Conseguiu destruir minhas armas. Mas como não consegue passar pela minha barreira, vou esmagá-lo com minhas mãos.

— Fica esperto!!! O fantasma que criei está nos meus punhos, idiota. Ela se chama Alma Malevolente e tem um efeito peculiar.

Dusk parecia ter atingido algo invisível que evaporou instantaneamente. Com grande força, ele deu um soco na cabeça de Thorak, que se esmagou sob o impacto.

— Drenar qualquer tipo de magia!!! — declarou Dusk.

O impacto foi tão potente que o corpo do minotauro desabou no solo com brutalidade, levantando uma nuvem de poeira. Dusk, sem saber, havia acabado de combater uma criatura de nível Zeta, enquanto a proteção gerada pelo amuleto que o minotauro portava era de alto nível, classificado como Alfa.

 

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Dez minutos após o embate, Dusk caminhava pela floresta. Ele arrastava consigo o corpo de um homem e carregava uma jovem em suas costas, Nissa.

"Que pesados."

— Hum… Hum… Onde estou? — perguntou Nissa com voz fraca.

— Olha, a dorminhoca acordou — disse Dusk, um pouco feliz. — Estou levando você e seu amigo para serem curados. Infelizmente, não consegui trazer os outros, pois já estavam mortos, mas pediremos para recolherem os corpos. Por enquanto, sugiro que descanse. Estou sobrecarregado.

Nissa sorriu aliviada ao ver seu amigo. Apesar de machucado, ele parecia estar bem.

— Cid…

— Hum? Disse algo?

— Não, nada. Obrigada pela ajuda. Se não fosse por você, eu estaria morta agora e nunca mais veria minhas irmãs. Espero que elas estejam bem. Sou muito fraca. Não pude fazer nada para encontrar Sara.

— O quê? Você é a Nissa? Que bom. Sua irmã pediu para mim e meus amigos encontrarem vocês e a caçula dela. Quanto a Sara, pode ficar tranquila, uma amiga minha deve ter encontrado ela. Só para você saber, essa minha amiga é muito mais forte que eu e é irmã do capitão Nathan Deacki — explicou Dusk.

— Que bom. Assim fico mais tranquila… — Nissa novamente apagou.

— Ihhh, ela dormiu — disse Dusk.

Dusk olhou para o bolso de sua blusa, de onde uma corrente estava à mostra. Era o amuleto que Thorak tinha no pescoço, e que Dusk apanhou após derrotá-lo.

"Se eu tivesse sido mais rápido, será que conseguiria salvar aqueles dois? Melhor não pensar nisso, senão vai me perturbar. Pelo menos consegui salvar dois. Será que, no dia em que virar um capitão como meus pais, as coisas vão ficar mais dificeis ou fáceis? Sinceramente, não sei. Para saber, preciso passar no teste de admissão em Thesena primeiro."


Continua no Capítulo 5: O Que Estão Fazendo?

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Apartir do próximo capítulo começa o Arco 2.



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