Volume 1
Capítulo 56 - As memórias de Dadb!
Enquanto isso, Excia, Lina e Ryusaki permaneciam desconfiados do que aquela mulher que se intitulava o Rei demônio realmente queria.
— Agora eu preciso de explicações. — Disse Sankay.
Dadb fez uma cara de afirmação com a cabeça, mas disse — Explicar vai dar muito trabalho. É melhor mostrar.
Sankay e Ryusaki olharam um para o outro sem compreender bem o que ela queria dizer ao afirmar que era melhor mostrar.
O pensamento de ambos era:
Como é que ela vai nos mostrar algo que aconteceu há muito tempo?
Imediatamente Dadb começou a puxar energia mágica do ambiente e começou a falar o encantamento.
— Utinam memoria mea vera visio fiat in mentibus eorum qui hic sunt. Memoriae meae duces pro singulis erunt. Sit re vera hoc momento praesens. — entoou Dadb.
E assim que o encantamento foi dito, uma onde de magia invadiu o corpo de Lina, Sankay, Ryusaki e Excia.
A magia que Dadb lançara neles todos era como uma adição das memórias dela na mente deles.
Isso permitia que aquelas pessoas pudessem sentir e vivenciar as memórias que a pessoa escolheu.
E dessa forma Sankay, Ryusaki, Lina e Excia pareciam desacordados e Dadb permaneceu ao lado deles aguardando que eles retornassem dessa viagem as memórias dela.
Assim que todos ficaram desacordados e perdiam os sentidos de seus corpos, suas mentes começaram a ficar embaralhadas.
Luzes percorriam as suas mentes até que elas se estabilizaram e viram Dadb.
Sua aparência era a mesma, mas parecia muito mais nova.
Dadb estava junto de um Demônio mestiço que aparentava ter uma idade já avançada.
Esse demônio tinha orelhas e traços élficos assim como ela.
— Vovô, porque nos temos chifres? — dizia Dadb mais nova, questionando aquele senhor de idade.
— Somos assim porque nossos ancestrais tentaram ir contra alguém que tinha poderes comparados a de um Deus. — disse o avô dela.
— Mas e por que Deus não interferiu? — perguntou Dadb a seu avô.
O seu avô colocou a mão em sua cabeça e disse — Você ainda é muito jovem garota, mas antes de eu morrer te contarei os motivos.
As memórias daquela conversa se esvaíram e novamente suas memórias foram levadas a outro momento.
Agora Dadb estava ao lado daquele mesmo senhor que ela chamava de avô.
O senhor parecia ferido e a beira do falecimento.
Dadb estava chorando ao seu lado e dizendo que queria poder ajudá-lo, mas não podia.
Seu avô tossiu e disse — fique tranquila, já sabia que estava chegando a minha hora. Mas preciso que compreenda o que direi agora.
— Os demônios só surgiram por conta de uma maldição e isso fez com que os 12 mestiços que seguiam junto com Torkus Rikerhan fossem amaldiçoados.
O avô dela respirou fundo para recuperar o fôlego.
— A verdade é que meu nome vem do Torkus e você é uma descendente direta do primeiro demônio.
Dadb escutou essas palavras com espanto, mas disse em meio ao choro — Eu não quero saber disso, quero que você fique aqui.
Seu avô fez um gesto para indicar que ela fizesse silêncio.
— Meu nome vem do nosso ancestral direto. Ele deixou um legado e orientações para as próximas gerações.
Ele respirou e tossiu antes de continuar.
— As orientações foram para que todos os mestiços e demônios correm perigo e podem sofrer ainda mais com os Raijin no poder e com o apoio do aclamado Deus Sartre.
Ele demonstrava dificuldade ainda de continuar falando.
— Por isso, nós devemos ser os mais fortes e conhecer o máximo do mundo. E você terá esse conhecimento com a minha chave e lá encontrará a verdade dos demônios e como se fortalecer. Você deve se tornar uma força maior e ser a mais forte dos demônios. Você vai conseguir isso quando conseguir reunir 12 pessoas de confiança.
Antes que terminasse de falar começou a tossir sangue.
Em meio as tosses constantes, ele pegou na mão de Dadb e entregou a chave de sua casa.
Dadb pegou a chave e começou a chorar por ver o seu avô falecendo.
Outras pessoas se aproximaram para ajudar o seu avô, mas Dadb saiu de lá.
Ela estava chorando e sem saber o que fazer.
Imediatamente Sankay, Lina, Ryusaki e Excia sentiram suas mentes alternando para uma nova memória.
Essa memória surgia na ilha central do mundo de Raenus.
Ao centro do continente tinha uma espécie de arena.
Dadb estava nessa arena.
Mas não estava em uma batalha ou algo assim, mas se dirigia para o porão da arena.
Dadb estava mais velha do que na memória da morte de seu avô.
Enquanto descia para o porão, ela se escondia dos guardas e seguranças do local.
Ao chegar no porão tinha um alçapão velho e coberto de poeira.
Dadb se dirigiu até ele e pegou a mesma chave que o seu avô havia lhe entregado.
Ela retirou a poeira do alçapão e abriu.
Pulou para dentro.
Ela não tinha nem um tipo de luz, mas seu controle de magia era excepcional, por isso, ela disse o encantamento — ignis.
Imediatamente uma fagulha de fogo se formou em seu dedo, iluminando o local.
O local estava cheio de teias de aranha e muita poeira, mas os moveis antigos de madeira e as coisas que estavam lá como poltronas e baús traziam uma sensação de nostalgia para Dadb.
Afinal, aquele era o porão da casa de seu avô antes de ter sido destruída após a sua morte.
Parava e abria alguns baús, mas ela não encontrava ainda o que procurava.
Mas seu instinto sabia que ela encontraria algo que permitisse descobrir a verdade que seu avô havia falado.
Ela se lembrou de seu controle magico e começou a pensar na energia mágica e disse um encantamento com uma imagem clara de revelar o que estava escondido — revela quae abscondita sunt.
Após ela pronunciar o encantamento sentiu que algo mudou naquele porão escuro e cheio de moveis.
Quando olhou novamente ao final do porão, viu que havia uma porta que ela mesmo não tinha visto.
Ela se dirigiu aquela porta, mas a cada passo que dava em sua direção sentia que seu corpo estava sendo levado até lá de tão leve que parecia.
Ao tocar na porta sentiu uma grande energia magica.
Ela pegou a chave e colocou na porta.
A chave não girou na porta, mas permitiu que diversos símbolos aparecessem, inclusive um símbolo com 12 pontas e uma estrela central.
A porta se abriu e assim que Dadb adentrou lá a porta se fechou.
Desde o momento em que a porta se fechou, Dadb foi surpreendida por uma visão do próprio Torkus naquele lugar.
Ela tentou se preparar para uma luta, mas Torkus disse — Se acalme, você é uma das minhas descendentes e veio aqui em busca de respostas assim como meu neto veio.
Dadb escutou aquelas palavras e não soube bem o que dizer ou o que fazer.
— Mas quem é você? — Perguntou Dadb ainda sem entender bem o que ocorria.
Torkus percebeu que ela ainda estava meio perdida.
Imediatamente ele se aproximou dela.
Dadb estava confusa e sem saber o que era aquilo.
Ela se assustou e tentou acertar Torkus com um soco, mas o soco somente acertou o ar.
Dadb tentou acertar mais uma vez, mas nada aconteceu.
— Você é um fantasma? — perguntou Dadb.
— Não é bem isso. — respondeu Torkus.
Ao escutar a resposta, ela fez uma cada de uma pessoa que não sabia bem o que estava acontecendo, mas espera explicações.
— Eu sou uma lembrança mágica. — disse Torkus.
— O que é uma lembrança mágica? — perguntou Dadb sem entender o que ele dizia.
— Uma lembrança mágica é uma magia lançada em objetos e no sangue daqueles que descendem dos demônios originais. E você é uma delas. — explicou Torkus.
— Como assim? — Perguntou Dadb.
— Você só está me vendo porque a sua energia magica e a dos objetos aqui permitem que eu me comunique. Afinal, demônios não podem se tornar fantasmas. — explicou Torkus.
Dadb pareceu não acreditar muito nas palavras de Torkus, mas perguntou — por que você está aqui?
— Eu quero te mostrar o que você, como uma descendente minha, o primeiro Demônio deve saber.
Torkus fez uma pausa em seu discurso e então começou a falar — A realidade sobre o mundo de Raenus aconteceu antes de eu existir.
— Desde o início o mundo é comandado por raças separadamente. Algumas raças sempre se deram bem. Outras eram rivais umas das outras.
— Elfos eram rivais de anões, humanos e elfos tinham relações. Anões e gigantes tinha boas relações. Mas tudo começou a mudar quando as famílias começaram a ficar com raças diferentes.
— Logo surgiram os mestiços…
— Mas o que os mestiços têm a ver com isso? Do que você quer falar? — interrompeu Dadb.
— Os mestiços foram a mudança que o selecionado dos deuses não aceitavam. Sartre era uma espécie de voz de Deus em Raenus.
— Por isso, ele era tratado como um Deus e cultuado como um Deus real. Mas isso mudou quando ele começou a dizer que os mestiços seriam a desgraça do mundo. — explicou Torkus.
— Como assim? — Perguntou Dadb.
— Sartre dizia que os mestiços causariam o mal onde quer que andasse, por isso os pais escondiam os mestiços. E foi aí que nasci. Filho de um humano e uma elfa, mas tinha mais capacidade do que todos.
— Era o que chamavam de prodígio. Tinha todas as aptidões e aprendia de tudo em pouco tempo, mas isso chegou aos ouvidos de Sartre.
— Essa história fez com que ele dissesse que eu era o primeiro renegado que causaria a destruição. Com isso começamos a batalhar e ter diferenças. Mas isso resultou em uma guerra de mestiços contra todos os seguidores de Sartre.
— A guerra causou a maldição que Sartre lançou em mim e nos meus 12 seguidores. A maldição de comer carne humana e de emanar uma energia maligna que alimentava a maldade.
— E após algum tempo de abusos e de famílias consideradas nobres convertendo demônios a comerem humanos e outros seres. Isso causou uma grande mudança na energia do mundo e assim surgiram as masmorras.
— Sartre desapareceu depois dessa maldição, mas seus seguidores disseram que ele subiu aos céus após exterminar a ameaça dos mestiços. — finalizou Torkus.
Dadb não sabia como se sentir após descobrir que Sartre nem mesmo era um Deus como havia sido ensinada, mas era, na verdade, um dos que causaram a discriminam que ela sofria fora do seu local.
Aquela revelação causou grande revolta em Dadb.
A revolta foi tanta que ela começava a apertar a mão tão forte que suas unhas furaram a sua mão e está sangrando.
Foi assim que Torkus interrompeu a sua raiva e fúria dizendo — Você precisa aprender magia e começar a ir contra as famílias nobres e reais, mas busque o apoio da família Severus e dos Vandelord, pois são os únicos capazes de nos entender.
Imediatamente após dizer essas palavras, Torkus começou a desaparecer da vista de Dadb.
E, ao mesmo tempo, as mentes de Lina, Sankay, Ryusaki e Excia começaram a retornar a realidade em que estavam.
Assim que suas mentes voltaram a realidade, eles olharam em sua volta e viram que Dadb estava ali próximo a eles com um ar de imponência e autoridade que nunca assumirá antes.
Ao perceber que todos retornavam, ela disse — Que bom que agora vocês conhecem a verdade.
Sankay olhou para Dadb ainda tentando compreender aquelas memórias, mas ele sabia que aquilo era real.
Mas, ao mesmo tempo, tinha algo que aparecia sempre em sua mente desde o momento em que escutou o nome Deus Sartre.
— Quem é esse Deus Sartre? — Perguntou Sankay.
Excia e Lina olharam para ele e disseram que esse era o Deus cultuado em todos os templos.
Sankay tentou se lembrar da imagem e buscando em suas memórias ele voltou ao dia que foi ao templo e que lá encontrará uma imagem parecida com o Deus que o enviou a este mundo.
Ao se lembrar disso, ele percebeu que na realidade havia algo de errado com o Deus que pediu para que eles acabassem com o Rei Demônio.
Sua mente começava a fervilhar de possibilidades e de ideias sobre o que realmente ele e seu irmão precisavam fazer nesse mundo.
Mas logo foi interrompida por Rikot dizendo — Precisamos sair.
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