Volume 1
Capítulo 40 - Segredos de Ivy Kirrlian!
Assim que eles receberam o convite todos do grupo olharam uns para os outros e ficaram preocupados quanto ao que o I.K poderia estar tramando.
— Será que devemos ir até onde esse I.K? — perguntou Ryusaki.
— Acredito que só saberemos indo até lá. — respondeu Dadb com certeza do que estava dizendo.
— Isso é verdade, mas vamos com cautela, pois sabemos que isso pode ser uma armadilha. — disse Sankay.
Enquanto o grupo ainda decidia sobre o caminho a seguir, a runa que apresentou a mensagem de I.K ficou flutuando à espera de uma confirmação sobre a resposta.
Sankay se encontrava pensativo sobre o que deveriam fazer.
Precisamos completar as missões dessa masmorra e faltam algumas ainda,mas o que nos aguarda com esse convite? Se esse tal de I.K tem esse controle da masmorra, deve ser alguém que pode me causar problemas. Como me preparar para essa situação? Devo ficar em alerta, mas quanto em alerta?
Sankay permaneceu por um tempo preso em seus pensamentos enquanto o grupo aguardava a sua decisão, mas Lina interrompe e diz — Se vamos ir até lá este é o momento, mas se não formos é melhor nos prepararmos para uma batalha.
Fabron e Ryusaki afirmaram positivamente concordando com Lina, mas Dadb disse — Se tivermos que recusar para lutar, vamos recusar e atacá-lo.
Sankay nem mesmo escutava a discussão de todos.
Ao finalizar a sua decisão e seus pensamentos, Sankay apenas disse — Vamos encontrar esse I.K e ver o que nos espera.
Assim eles seguiram a Runa que flutuava os direcionando para um portal.
Quanto todo o grupo adentrou no círculo que estava o portal, o mesmo brilhou e os levou a um novo ambiente.
O ambiente em que eles se encontravam era muito parecido com um sala de um laboratório, mas com um tamanho exagerado, pois parecia que todo aquele andar da masmorra havia se tornado um laboratório.
A runa continuou direcionando todos para o centro daquele andar.
— Sejam bem-vindos ao meu laboratório. — disse uma voz fria e imponente como na do convite.
Todos começaram a olhar para todos os lados procurando o responsável pela voz misteriosa, mas não avistaram nenhum traço humano.
Lina imediatamente usou a habilidade que seu Avô Kuros havia ensinado para ela poder enxergar traços de magia e saber onde estão as pessoas pelos seus rastros e percebeu que havia traços mágicos espalhados por todo o ambiente.
— Não adianta me procurar com a sua habilidade Lina Severus. Estou prevenido quanto a isso. — disse a voz novamente.
— Como você sabe quem eu sou? — disse Lina ainda tentando entender como ele sabia da sua habilidade.
— Eu sei quem são todos vocês e sei que estão aqui somente para cumprir as suas missões. — disse a voz que ainda permanecia oculta.
— Foi o Terrian que te contou? — perguntou Sankay já deduzindo de onde a voz havia conseguido as respostas.
— Você parece ter algum potencial. Hahahaha. — disse a voz finalizando com um sorriso.
— Quando poderemos ver você? Já que nos convidou e nem mesmo aparece. — disse Fabron ficando irritado pela falta de consideração desse tal I.K.
— Fiquem calmos, logo estarei com vocês, mas os ajudarei com suas missões. — disse a voz.
Assim que a voz parou começaram a surgir alguns monstros trazendo os itens de cada missão em alguns tipos de macas que estavam vindo de uma falsa parede.
Os olhares de todo o grupo estavam voltados para aquela cena que ocorria e ficavam sem entender.
— Aproveitem e confiram os itens de suas missões. — disse a voz novamente.
Dadb que viu os monstros parando de sair da parede falsa foi correndo diretamente para lá, tentando descobrir onde estava o responsável pela voz.
Mas assim que Dadb se aproximou da parede falsa ela se tornou uma verdadeira parede e ela se chocou diretamente com a parede.
— Vá com cuidado, Jovem Dadb! Ainda não está na hora de nos conhecermos. जवान राक्षस राजा — respondeu a voz finalizando a sua fala em um idioma demoníaco.
Dadb agora parecia sentir uma certa dor em sua cabeça.
Ela então começa a agonizar de dor e segura seus chifres e aperta as mãos em sua cabeça para tentar de alguma forma amenizar a dor.
Sankay vê a situação de Dadb e vai em sua direção e usa magia de cura nela, mas fica absorvido em seus pensamentos enquanto a curava.
O que ele disse a ela para causar essa dor? Será algum feitiço ou algo assim? O que significa esse idioma? Será um efeito causado a ela por esse idioma? Pelo que eu sei ela mudou desde aquele texto e agora mais uma vez ela irá mudar? Quem é esse I.K? O que ele quer conosco? Porque Terrian está com ele e o que queria conosco?
Dadb apresentava melhoras, mas ainda permaneceu quieta e parecendo estranho para sua atitude normal.
— Fiquem calmos e confiram as suas missões, pois assim poderão sair daqui o quanto antes, mas até lá aguardem. — disse a voz.
Imediatamente Ryusaki que ao ouvir as palavras sair da masmorra lembraram que ao sair de lá não teria que lidar mais com fantasmas ou coisas do tipo e poderia batalhar com humanos e conquistar níveis como aventureiro, foi correndo em direção dos itens para conferir.
Ryusaki demorou um tempo para confirmar os itens de suas missões, mas todos os itens que precisavam estavam lá.
Sankay já havia conseguido amenizar a dor de Dadb, mas sua aparência ainda parecia de alguém doente.
Imediatamente ele levantou Dadb e a apoiou em seu ombro.
— Os itens estão certos, podemos ir embora? — disse Ryusaki tentando falar com a voz que já não aparecia há algum tempo.
A voz não respondeu, mas Ryusaki ficou esperando.
— Agora, vocês poderão conhecer o verdadeiro I.K se prometerem irem logo embora daqui e não contarem informações sobre I.K. — disse a voz parecendo mais próximo deles.
— Nós prometemos, mas precisamos sair daqui vivos. — disse Ryusaki com certo receio de morrer.
A voz que falava com eles e ressoava por todo aquele andar não apareceu novamente, mas começaram a escutar passos.
À medida que os passos iam se aproximando deles o som dos passos aumentava e sua silhueta começava a transparecer.
Pela silhueta ainda distante parecia alguém de raça de gigantes.
— Vocês poderão sair vivos, mas primeiro poderão conhecer o poderoso Ivy Kirllian. — disse a voz que começava a se revelar para o grupo.
Sankay ao escutar já pensou:
Então é mesmo aquele tal Ivy Kirllian? Aquele cara do templo que sumiu para estudar Fantasmas? O que ele veio fazer aqui? Porque está nos ajudando?
Enquanto Sankay estava pensativo ao escutar o nome Ivy Kirllian, Fabron Forge ao olhar para a silhueta e reconhece que aquela criatura não é humana, mas parece com um dos guardiões que eles haviam derrotado.
— Fiquem atentos, pois parece com um daqueles guardiões. — sussurrou Fabron para os demais.
O guardião chega à suas vistas e imediatamente para e de suas costas abre um tipo de porta.
Assim que olha para a cena que acontecia Ryusaki olha animado para aquilo e pensa:
Isso é um robô? Será mesmo que nesse mundo atrasado eu ainda vou poder ver um robô?
Logo saiu uma pessoa das costas do guardião.
A pessoa que saiu tinha cerca de 1,75 de altura, tinha uma pele morena e irradiava vitalidade. Seus cabelos crespos e volumosos sem cuidado, pareciam que estavam sendo expostos a testes de laboratórios. Os olhos escuros e intensos que refletiam a sua seriedade e o seu poder.
As vestes eram um tipo de manto negro com runas bordadas ao redor e com leves toques de prata. Carregando um cinto com pergaminhos e alguns frascos presos.
— Você é o Ivy Kirllian? — Perguntou Sankay intrigado com aquela aparência que o lembrava muito aqueles pesquisadores malucos que só se importam com a pesquisa.
— Sou eu mesmo, Sankay. — respondeu Ivy diretamente para ele e o olhando nos olhos.
Os olhares para Ivy permaneciam tentando entender o motivo de eles estarem sendo convidados por ele e qual era o sentido de ele os ajudar em suas missões assim sem nenhum motivo.
— O que você queria nos convidando? — questionou Sankay.
— Precisava conhecer os responsáveis por passar pelos andares da masmorra e por derrotarem os meus dois guardiões. Mas também por me ajudarem em minhas pesquisas. — disse Ivy Kirllian explicando.
— Pesquisa? Do que está falando? — perguntou Ryusaki sem entender o que estava acontecendo.
— Você estava observando nossos padrões de ataque e nossas magias e como derrotamos seus monstros para poder melhorá-los e manter um controle e poder maior. — respondeu Sankay explicando sobre o experimento que imediatamente percebeu.
— Você é muito informado e parece conseguir acompanhar bons raciocínios. — disse Ivy Kirllian.
— A única dúvida é porque você não se apoderou do controle de Terrian e o deixou nos guiar pela masmorra? — perguntou Sankay tentando compreender o objetivo por trás disso.
Ivy Kirllian, com um leve sorriso enigmático, cruzou os braços enquanto analisava o grupo à sua frente. Seus olhos passeamvam rapidamente por cada um deles, como se absorvessem informações apenas ao observá-los.
— Eu não controlo Terrian porque... não é possível controlá-lo. —disse Ivy, quebrando o silêncio. Sua voz soou como uma afirmação, sem qualquer sinal de hesitação.
— Como assim? Você controla tantos espectros e mortos-vivos, mas não consegue controlar um fantasma comum? — disse Ryusaki, ainda desconfiado.
Ivy soltou uma leve risada, quase como se estivesse se divertindo com a pergunta.
— Terrian é tudo, menos comum. Ele é uma anomalia entre os espectros. Diferentemente dos outros que residem masmorra, ele se mantém nesta consciência intacta e, por algum motivo, não é afetado pelas runas de controle ou pelas barreiras mágicas que instalamos aqui. É por isso que, ao invés de lutar contra ele, eu decidi colaborar. — Ivy deu um passo à frente, gesticulando com as mãos. — Terrian tem sido meu guia neste lugar, trazendo informações valiosas sobre os fantasmas e suas histórias.
— Você está dizendo que ele é como um aliado? — disse Lina, ainda desconfiada.
— Um aliado seria um termo generoso, querida Lina. Eu diria que ele é mais... um informante que, por acaso, gosta de compartilhar detalhes que nenhum outro espectro se dá ao trabalho de revelação. — Ivy parou, inclinando levemente a cabeça, como se estivesse ponderando algo. — Terrian é livre para fazer o que quiser, e talvez seja isso que o torna tão fascinante.
Sankay, ainda segurando Dadb, interrompeu:
— Se você não controla Terrian, como pode garantir que ele não está tramando algo contra você?
— Ah, Sankay, esse é o ponto. Eu não posso garantir nada. Mas é exatamente isso que torna minha pesquisa ainda mais excitante. — Ivy respondeu com um sorriso, mas havia algo perturbador em sua calma. — Ele me contou tantas histórias sobre este lugar, histórias que vão muito além da compreensão dos vivos. Inclusive... histórias sobre o rei demônio.
Ao mencionar o rei demônio, o ambiente pareceu frio ainda mais. O grupo trocou olhares, apreensivo com o rumor da conversa.
— O que você sabe sobre o rei demônio? — disse Fabron, sua voz sobre tensão.
Ivy deu um longo suspiro, caminhando até uma das mesas do laboratório e pegando um pequeno frasco contendo um líquido brilhante. Ele girou o frasco entre os dedos enquanto falava:
— Tudo. Eu sei de tudo. Eu sei que ele não está mais selado. Sei que o campeonato de aventureiros é uma armadilha para atraí-lo... e, consequentemente, todos que possam enfrentá-lo.
— Isso não faz sentido! — exclamou Ryusaki, visivelmente agitado. — Por que alguém organizou um campeonato para atrair o rei demônio?
— Porque ele precisa se recuperar. Recuperar suas memórias. — Ivy respondeu calmamente, girando o frasco uma última vez antes de colocá-lo de volta na mesa. — O selo que o manteve aprisionado por tanto tempo foi enfraquecido, mas ele perdeu sua memória e nem ao menos tem noção de quem é. Ele precisa lembrar-se de quem é... e quanto mais experiência e vivência, melhor. O campeonato é o palco perfeito para isso, mas também o lugar perfeito para matar o Rei demônio.
— E você sabia disso o tempo todo? — Disse Sankay, cerrando os punhos.
— Claro que sim. Mas por que eu interferiria? — Ivy respondeu, com um tom quase desdenhoso. — Minha pesquisa está acima de questões mortais. Meu interesse não é equilíbrio entre os vivos e os espectros, não há controle das energias que transcendem a vida. O destino do mundo está fora do meu foco imediatamente.
Lina deu um passo à frente, sua voz firme:
— Então por que nos ajudar? Por que entregar os itens de nossas missões e nos convidar aqui?
Ivy se virou para ela, seu olhar sério:
— Porque vocês podem ser peças úteis. E porque eu preciso que vocês saiam daqui, para que este laboratório continue sendo meu refúgio. Mas, mais importante, porque vocês carregam uma responsabilidade maior do que imaginam.
— O que quer dizer com isso? — disse Sankay.
— Vocês enfrentaram os guardiões, atravessaram os andares desta masmorra, derrotaram espectros e zumbis que estavam aqui para testar suas habilidades. Ainda não perceberam? — Ivy inclinou a cabeça, como se falasse com crianças.
O silêncio se instalou no ambiente. Cada um deles sentiu o peso das palavras de Ivy, como se uma sombra pairasse sobre o grupo.
— E você quer sugerir que deixemos o campeonato de lado? — disse Sankay, quebrando o silêncio.
— Isso! Saiam daqui. Terminem suas missões, mas evitem o campeonato. — Ivy respondeu com firmeza. — O mundo ainda não está pronto para enfrentar o verdadeiro rei demônio novamente. E vocês, apesar de talentosos, também não estão.
Dadb, ainda apoiada em Sankay, antecipadamente a cabeça e olhou para Ivy, sua voz fraca, mas determinada:
— E o que você sabe sobre isso? Se sabe quem é o rei demônio, porque deixar tudo acontecer?
Ivy riu, mas havia algo sombrio em sua risada.
— Eu já fiz minha parte मुखौटे दा राक्षस राजा।, jovem Dadb. Agora, cabe a vocês decidirem o que vão fazer com as informações que lhes damos.
— O mundo não poderá ser mudado sem pessoas decididas a enxergarem a realidade com certeza. — disse Ivy dizendo sua última frase e sumindo naquele local.