Gênio Incontrolável em Outro Mundo Brasileira

Autor(a): Berweley Kheyle


Volume 1

Capítulo 36 - A Batalha com o Guardião!

Imediatamente a primeira ação de Sankay foi enviar um de seus lobos para investigar em meio às sombras e avisar o que estava havendo. 

O tremor aumentava a intensidade, cada tremor parecia com uma manada de elefantes se aproximando. 

Terrian flutuava próximo a entrada longe dos demais. 

— Talvez agora não seja o momento para eles conhecerem ele. — disse o fantasma conversando sozinho. 

Não demorou muito Sankay descobrir que seu lobo foi morto com facilidade. 

— Parece que tem mais monstros vindo proteger este local. Preciso que todos vocês se juntem aqui. — disse Sankay. 

Assim que todos se aproximaram Sankay pegou um frasco em sua bolsa com um líquido meio azulado e começou a destampá-lo e jogar por cima de todos. 

— O que é isso garoto? — perguntou Fabron. 

— Fique tranquilo, essa é uma forma de sairmos sem ser vistos. — disse Sankay. 

— Se você tinha isso, porque não usamos antes de vir para esse andar? — perguntou Ryusaki indignado. 

— Porque tenho somente uma pequena quantidade. — disse Sankay com olhar de quem estava enganando ou mentindo sobre a quantidade. 

Imediatamente todos exceto o Fantasma Terrian desapareceram de vista, assim como suas energias mágicas. 

— Onde é que vocês foram? — disse Terrian confuso onde eles tinham ido. 

Todos foram invisíveis seguindo a direção de onde o tremor vinha, mas imediatamente escutaram um grande rugido como se um monstro desconhecido estivesse fazendo barulho. 

Terrian que ainda procurava por eles pela casa chegou a um quarto onde a porta parecia trancada, mas ele por ser um Fantasma ultrapassou e assim que colocou o rosto para dentro percebeu que era uma sala que mais parecia que um coração estava lá. 

Logo ele saiu de lá e seguiu para fora. 

— Onde aquele pessoal foi? Queria mostrar para eles o coração da casa. — disse Terrian. 

Dadb dizia que queria ir diretamente para o monstro e ver qual era o seu poder. 

Enquanto eles se afastavam da casa em meio a masmorra Dadb começou a sentir uma energia que começava a consumilá. 

— Temos companhia. — disse Dadb em um susurro segurando o machado. 

Imediatamente a casa começou a tremer e daquela sala começaram a surgir ossos, metais e fragmentos espectrais. As runas cobriam o corpo ainda disforme que ia se formando e parecia que aquilo ia crescendo cada vez mais. 

Ao terminar de tomar forma aquele monstro que mais parecia uma fusão de monstros da masmorra soltou um rugido que fez todo o andar estremecer. 

— Que…. barulho foi esse? — disse Ryusaki. 

— Eu não sei, mas deveríamos aproveitar  e sairmos. — disse Lina. 

Enquanto o grupo sussurrava para não serem encontrados, Terrain começou a olhar para a criatura e percebeu que nela continha as siglas. 

Quando Terrian viu as siglas I.K ele começou a ficar mais tranquilo e sorrir. 

— Hahahaha… hahaha, então deve ser aquele I.K. — disse Terrian falando sozinho. 

Todos que estavam invisíveis escutaram o que ele disse e ficaram intrigados em saber o que aquele fantasma sabia. 

— Ele conhece quem é I.K. — disse Lina sussurrando. 

— Se ele conhecer nós vamos seguir até descobrir mais sobre isso. — disse Sankay parecendo confiante. 

O Guardião avançou com uma velocidade surpreendente para seu tamanho, balançando um braço maciço na direção de Terrian, que esquivou por pouco.

Terrian fugia do guardião em busca do grupo de Sankay e Dadb tentava ir em direção ao guardião para atacá-lo. 

Sankay segurou Dadb e usou um encantamento de terra para atacar o guardião, mas bateu diretamente em uma barreira mágica quase invísivel. 

— Essa coisa tem proteção mágica? — perguntou Ryusaki sussurrando. 

— Parece que sim. —  respondeu Sankay. 

Imediatamente Dadb começou a perguntar — Será que consigo derrubar aquela barreira com um ataque de machado? 

Terrian já se afastava na direção de onde o grupo havia sentido o tremor que os fazia se sentirem aflitos. 

Fabron percebeu que eles não teriam como fugir daquela batalha com o guardião, pois após o ataque ele começou a atacar em todos os lugares. 

O guardião movimentava seus braços lançando socos no ar e no chão próximo tentando acertar alguém que estivesse escondido. 

— Precisamos atacar ele, pois logo ele vai nos encontrar junto com aquela horda de monstros que sentimos antes. —  disse Fabron sendo bem realista. 

— Imagino que não temos saída. —  disse Sankay. 

Sankay retirou um novo frasco de sua bolsa mágica e jogou por cima de todos e eles imediatamente apareceram. 

—  Certo, agora vamos derrubar esse guardião juntos. —  disse Sankay se preparando para atacar. 

Ryusaki avançou pelo flanco direito, imbuindo suas espadas com magia de luz. Ele tentou acertar o lado exposto do Guardião, mas foi repelido por uma energia espectral que o lançou para trás. 

Lina conjurou um feitiço de fogo combinado com luz, — sphaera ignis et lucis ferit scopo — disparando uma esfera incandescente contra o tórax da criatura. 

A explosão iluminou o ambiente, mas a criatura parecia inabalável.

— Não é suficiente! — gritou Lina. — Precisamos neutralizar as barreiras mágicas primeiro!

— Vocês ganhem um tempo enquanto analiso as aberturas dele e já aviso como vamos derrotá-lo. —  disse Sankay. 

Assim que Sankay terminou de falar Dadb saiu correndo na direção do guardião e disse —  A melhor forma de quebrar barreiras mágicas é na força e quero testar quem é mais forte. 

Dadb fez um movimento com seu machado na altura da cintura do monstro guardião que nem mesmo chegou a atingir seu corpo. 

O machado parecia estar sendo redirecionado para longe do corpo. 

Dadb começou a sorrir com a batalha parecendo ser cada vez mais complicada. 

Antes que ela pudesse se movimentar, o guardião deu soco em sua direção e acertou em cheio em seu braço. 

Dadb saiu voando cerca de 10 metros de distância com esse ataque. 

—  Agora eu estou gostando, primeira vez que encontro um monstro mais forte. —  disse Dadb ainda sorrindo após o soco. 

Sankay olhava atento para o ataque do guardião e começou a observar que o corpo dele tinha várias inscrições e sempre que denfendia ou atacava elas brilhavam. 

Será que aqueles símbolos são as runas das quais aquele I. K falou em seu diário de pesquisa? Só pode ser isso, mas preciso observar mais. 

Enquanto Sankay ficava observando e pensativo Dadb, Ryusaki, Lina e Fabron atacavam o guardião consecutivamente. 

Dadb abria o ataque correndo na direção dele e acertando quantas vezes fosse possível tentando derrubar sua barreira, mas o guardião reagia tentando acertar um soco nela, mas logo se esquivava. 

Depois era a vez de Ryusaki correr em sua direção e atacar com golpes de espadas que eram defendidos com bastante maestria. 

Enquanto Ryusaki atacava e se esquivava dos golpes do guardião Lina preparava encantamentos. 

— Lux in manibus meis appareat et scopum attingat meum, ut se purificet et viam suam possit sequi. creo lucis radium, qui permittit iter tuum mundo mortuorum. — dizia Lina preparando um encantamento de magia de Luz para ver se conseguiria purificar o guardião ou parte dele. 

Assim que ela lançou o encantamento o monstro se esquivou e utilizou esse momento para arrancar um pedaço de terra e jogar na direção de Lina. 

Fabron que ficava próximo a ela como uma defesa utilizou sua magia de terra para criar uma barreira que os protegessem dessa pedra enorme que vinha em suas direções. 

— Audiat me terra et obice resistentem omni impetu et protegat. —  disse Fabron ao finalizar o encantamento. 

Imediatamente apareceu uma espécie de parede de terra com várias camadas, mas uma a uma foram sendo ultrapassadas. 

Lina percebeu que a pedra estava próximo de atingi los e lançou a magia de barreira que conhecia, mais rápida. — Lux impedimentum creet quod dissolvit et quodlibet objectum ne transeat.

 A pedra grande que o guardião havia jogado havia perdido um pouco de sua força ao derrubar as barreiras de Fabron e ao chegar na barreira de Lina esfarelou como se fosse areia. 

— Agora sim estamos seguros. —  disse Fabron com alívio. 

Sankay ainda observando a luta de seu grupo percebeu que as escritas em seu corpo brilhavam a cada vez que ele ia atacar e defender, mas principalmente as que estavam localizadas no peito do guardião. 

— Acho que o núcleo está no peito dele! Se destruirmos essa runa principal, talvez consigamos desativá-lo! — Sankay gritou, indo diretamente para o monstro e assim ajudar seu grupo. 

Terrian Já estava bem distante  e não participava desta batalha.

— Ryusaki, mantenha a atenção dele no lado direito! Lina, foque na runa do peito com seus feitiços de luz. Dadb, prepare seu machado para o golpe final! — ordenou Sankay, enquanto ele próprio se movia para atacar as runas menores nas pernas da criatura.

Lina conjurou um novo feitiço:

— Lux et Ignis, perfodiat et purgat! — Uma rajada de luz e fogo colidiu diretamente com o peito do Guardião, fazendo-o recuar alguns passos. As runas no tórax começaram a piscar, indicando que estavam enfraquecendo.

Dadb viu a oportunidade e avançou. Com um grito de guerra, ela levantou seu machado, imbuindo-o com magia de sombra e terra. O golpe acertou em cheio a runa do peito, gerando uma explosão de energia que lançou todos ao chão.

Quando a poeira assentou, o Guardião estava imóvel. Seu corpo começou a se desintegrar, deixando para trás um fragmento brilhante — uma runa maior e mais complexa do que qualquer outra que o grupo já tinha visto. Sankay pegou o fragmento com cuidado, analisando-o.

— Isso... é uma chave. — disse ele, percebendo que as inscrições na runa eram semelhantes às do diário.

Lina se aproximou, estudando o objeto ao lado de Sankay.

— Parece que é para um nível mais profundo da masmorra. Este laboratório não era o único segredo de I.K.

Logo após os ânimos se acalmarem Terrian reapareceu assim que a batalha havia terminado. 

— Agora vocês apareceram! Estavam com medo como este aqui? — disse Terrian apontando para Ryusaki. 

— Cala a boca, Terrian! Eu não estou com medo! — respondeu Ryusaki tentando esconder seu medo. 

Dadb riu, batendo nas costas de Ryusaki.

— Claro, claro. Vamos lembrar disso quando outro fantasma aparecer.

Enquanto o grupo se reorganizava, Fabron apontou para um corredor que parecia levar a uma nova área.

— Parece que o próximo desafio nos espera por ali. — disse ele, ajustando sua espada.

Sankay segurou a runa brilhante e olhou para o grupo.

— Então vamos. I.K. queria proteger algo importante aqui, e parece que estamos prestes a descobrir o que é.

— Os segredos dele parecem ser bem macabros. —  disse Ryusaki. 

— Sim, mas isso não importa. Afinal Terrian onde você foi parar após esquivar do ataque daquele guardião? —  perguntou Sankay curioso em onde o fantasma havia ido. 

Assim que Sankay comentou isso todos começaram a pensar que ele realmente não havia aparecido em toda a batalha nem mesmo para ajudá-los em algo. 

— Estava fugindo, afinal sou só um fantasma e não sou capaz de lutar contra um ser que parece ter partes de cada monstro dessa masmorra. —  disse Terrian tentando se explicar. 

— Como você sabe que ele tinha partes de todos os monstros da masmorra? Você conhece cada monstro desta masmorra? —  perguntou Sankay ficando ainda mais intrigado. 

—  Eu vi quando o guardião se formava com esqueletos e monstros que já havia visto até onde eu cheguei quando era vivo. —  explicou Terrian tentando explicar direito. 

Os olhares para Terrian agora era de desconfiança e insegurança quanto ao que ele sabia e ao que ele contava. 

Eles deixaram a incerteza por um momento e perceberam que assim que o guardião havia sido derrotado os monstros que vinham em sua direção como uma manada de elefantes haviam desaparecido. 

—  O que houve com os monstros que vinham até nós? —  perguntou Fabron. 

—  Acho que retornaram —  disse Sankay. 

Todos deixaram esse assunto e foram para a casa e tentar descansar por enquanto, pois parecia que ainda havia segredos naquela casa ou laboratório. 

Enquanto o grupo encontrava uma forma de descansar mesmo após uma nova batalha cansativa e desafiadora, o avô de Lina e o príncipe chegavam na vila de Royals. 

O clima entre eles não era agradável, pois em meio ao silêncio que os acompanhavam também permanecia a sensação de insegurança e desconfiança quanto a segredos guardados. 

Sem dizer muito eles foram se aproximando da entrada da vila de Royalls e Chedipé disse — Agora chegamos à primeira vila onde eles podem estar. 

— Agora posso achar aqueles plebeus imundos que só me trazem problemas e que devem morrer o quanto antes. Devem servir de exemplo. —  dizia Allister irritado e com ar de superioridade que ele sempre tinha. 

 



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