Volume 1
Capítulo 35 - A Exploração do Novo Andar!
Enquanto Kuros, Allister e Chedipé iam de encontro com a cidade em que todos estavam, os irmão descobriram novas informações dentro da masmorra Fantasma.
No décimo primeiro andar tudo era diferente e parecia nem mesmo conter monstros ou ter vestígios de que algum monstro aparecia por lá há anos.
Enquanto Lina, Sankay, Ryusaki e Fabron descansavam junto a uma fogueira que haviam acendido para poderem fazer algo para comer Dadb e Terrian saíram para explorar a masmorra.
Dadb ia olhando tudo ao redor, mas de olho em possíveis monstros que aparecerem.
Terrian andava como se já conhecesse o local e estava flutuando despreocupado.
— Por que você está com eles? — perguntou Terrian para Dadb.
— Não sei, mas o Sankay me tirou de uma masmorra e está tentando me ajudar a lembrar das coisas que esqueci. — disse Dadb.
— Mas o que aconteceu que você não se lembra de nada? O que você fazia em uma masmorra? — perguntou Terrian agora ainda mais curioso.
— Não sei, mas ele me tirou e antes só me lembrava do meu nome. — disse Dadb.
— Estranho alguém viver em uma masmorra. Você não acha? — perguntou Terrian.
— Devem ter pessoas que vivem em masmorras, mas deve ser mais interessante poder lutar sempre que possível. — disse Dadb sorrindo e balançando seu machado.
Terrian sorriu com o comentário de Dadb, mas prestou atenção nela com mais atenção e perguntou — Por que você tem chifres e orelhas pontiagudas como elfo?
— Não sei, mas em uma cidade disseram que eu era um demônio. — disse Dadb despreocupada.
Enquanto eles conversavam e Terrian ia ao seu lado eles já estavam bem afastados do grupo até que…
— Ei! você viu aquilo? — disse Dadb.
— Aquilo o que? — perguntou Terrian.
— Tem algo estranho alí. Vamos chamar os outros? — disse Dadb.
— Vamos olhar primeiro. Depois chamamos eles. — disse Terrian.
Mas antes que ele terminasse Dadb corria em direção ao grupo para chamá-los.
Assim que chegou próximo o suficiente ela gritou.
— Ei!!! Tem algo diferente por aqui! Venham ver!
O grupo se levantou e correu na direção dela e ao chegar perto dela viram que Terrian não estava junto dela.
— Onde é que está aquele Fantasma? — perguntou Ryusaki.
— Ele saiu e foi ver o que era. — disse Dadb.
Então todos seguiram na direção onde Dadb estava e ao se aproximarem perceberam que era uma estrutura inesperada para uma masmorra.
— Eu nunca vi essa estrutura quando vinha a essa masmorra. — disse Fabron.
A estrutura era no formato de uma casa que parecia ter sido contruída com materiais da masmorra.
A casa tinha um formato bem simples, mas com um aspecto bem reforçado com minerais que pareciam ter sido bem trabalhados.
— Quem em sã consciência iria morar em uma casa em uma masmorra fantasma? — disse Ryusaki.
— Alguém que provavelmente não queria ser encontrado ou então um louco. — disse Sankay.
Enquanto eles analisavam e olhavam de fora o fantasma Terrian adentrou a estrutura para olhar como era por dentro.
— Não tem fantasmas aqui! — exclamou Terrian para avisar aos outros.
Ao escutarem a voz de Terrian eles começaram a seguir em direção a casa, mas Ryusaki ainda com medo ficou parado. Até Dadb puxá-lo pelo braço.
— Vamos lá. — disse Dadb o arrastando na direção da casa.
Ao abrir a porta da casa eles se depararam com um ambiente que lembrava a Ryusaki e Sankay dos laboratórios de seu outro mundo.
Viam por todo o local paredes brancas e claras, mesas cheias de frascos, livros, papéis de pesquisas que preenchiam a maioria do espaço.
Estantes com vários ingredientes estranhos com pedaços de monstros e potes armazenando líquidos etéreos que pareciam conter Fantasmas ou parte deles por dentro.
Todos começaram a vasculhar pela casa que mais parecia um laboratório.
Fabron, analisando um dos frascos na estante, notou um líquido brilhante que parecia pulsar como se tivesse vida própria.
— Isto… é magia condensada? Quem quer que esteja trabalhando ou pesquisando aqui ou é um gênio ou um louco. — disse Fabron.
Sankay começou a olhar os livros e depois de um tempo começou a olhar os papeis que estavam sobre a mesa.
Ao vasculhar em meio aos papeis ele viu idiomas que nunca tinha visto antes. Estavam escritos em uma linguagem antiga, mas algumas partes pareciam legíveis. Ele encontrou em meio a todos os papeis uma assinatura que sempre se repetia: as iniciais I. K.
— Quem é I. K? — Perguntou Ryusaki olhando por cima do ombro de Sankay.
— Não faço a menor ideia, mas ele estava pesquisando coisas interessantes. Olhem isso. — Sankay apontou para um esboço de uma criatura que parecia uma fusão de um humano e um espectro. — Ele estava tentando combinar magias diferentes para criar… algo.
— Talvez isso explique os movimentos estranhos dos monstros antes de chegarmos até aqui. — disse Lina se aproximando deles.
Lina olhou um outro papel que havia chamado a sua atenção, pois conseguia ler e dizia sobre formas de controlar mortos vivos e espectros.
— Agora faz mais sentido ainda, pois nesse papel tem anotações sobre controlar mortos-vivos e sobre controlar espectros. — disse Lina mostrando o esboço.
— Então ele fez aquela emboscada? — perguntou Fabron.
Enquanto vasculharam ao redor da casa Terrian que flutuava despreocupadamente disse.
— Pelo tempo que os papeis estão ai parece ter sido há muito tempo que alguém esteve aqui, mas quem sabe ele não está vivo em algum lugar. — disse Terrian.
— O que você quer dizer com isso? — perguntou Dadb.
— Que quem quer que seja esse I.K não deve estar aqui ou já morreu. — disse Terrian explicando o que havia dito.
Ryusaki só andava próximo a Sankay para evitar demonstrar que estava com medo de um fantasma.
Em meio as buscas e os olhares curiosos de todos eles escutam um barulho.
O barulho vinha de um ambiente que parecia um quarto onde Lina estava olhando.
Lina havia encontrado um diário escondido em uma prateleira suspensa. Ao ver que o diário havia caído ela o pegou.
Imediatamente começou a lê-lo.
Diário de Pesquisa. I. K. Dia 24 Hoje foi o primeiro dia oficial da minha instalação nesta masmorra. A estrutura é perfeita para minhas necessidades: isolada, protegida por camadas de magia, e infestada com material "vivo" suficiente para experimentos preliminares. Decidi começar pelos encantamentos rúnicos básicos para controle de monstros. A teoria é sólida: criar uma runa que estabeleça uma conexão direta entre o fluxo mágico da criatura e a minha própria essência. As primeiras tentativas, no entanto, resultaram em explosões de energia instável. Preciso de uma âncora mais forte. Dia 47 Progresso significativo no controle rúnico de monstros. Consegui impor minha vontade sobre um goblin simples. Ele agora responde a comandos básicos, mas sua energia vital parece flutuar. A runa desenhada diretamente no corpo é eficiente, mas seu desgaste é mais rápido do que o esperado. Decidi aprimorar os desenhos utilizando minerais de origem espectral. Com isso, espero aumentar a estabilidade e a longevidade das runas. A fusão de magia de luz com magia das sombras pode ser a chave para isso. Dia 82 Os experimentos com espectros continuam desafiadores. Essas entidades são mais instáveis do que monstros corpóreos. Runas tradicionais falham completamente. Comecei a desenvolver um conjunto de encantamentos rúnicos baseados no fluxo mágico que emula a energia espectral. As primeiras versões dessas runas causaram grande agitação entre os espectros, mas nenhuma ligação foi estabelecida. Hoje à noite, utilizarei uma combinação de magia de terra e luz para criar uma matriz rúnica mais complexa. Estou otimista. Dia 127 Sucesso! Pela primeira vez consegui controlar um pequeno espectro por aproximadamente cinco minutos. Ele não apenas respondeu aos comandos básicos como também atacou alvos designados. No entanto, o controle foi perdido após o tempo limite, e a runa entrou em colapso, liberando uma quantidade perigosa de energia residual. Isso confirma que os espectros requerem um tipo diferente de ancoragem. Algo que se conecte mais profundamente à sua essência. Talvez precise incorporar fragmentos de almas ou essência mágica? Dia 154 Os mortos-vivos são fascinantes. São um paradoxo de energia: criaturas que não estão vivas, mas possuem uma força vital negativa. A criação de runas para controlá-los é similar aos espectros, mas há uma resistência intrínseca em sua essência. Minhas pesquisas indicam que runas de fogo e terra podem ser eficazes em quebrar essa resistência. Os primeiros experimentos trouxeram resultados mistos. Um esqueleto obedeceu parcialmente, mas uma ruptura no encantamento resultou em sua autodestruição. Dia 198 Consegui criar minha primeira rede rúnica autossustentável. Combinando runas gravadas em pedra com energia canalizada por cristais mágicos, agora sou capaz de controlar múltiplas criaturas ao mesmo tempo. Atualmente, estou usando goblins zumbis para testes em campo. Eles mostraram uma obediência notável, embora ainda apresentem uma deterioração acelerada. Nota: O uso prolongado de magia em mortos-vivos parece corroer as runas mais rápido do que o esperado. Preciso desenvolver uma runa de reforço que possa ser ativada remotamente. Dia 224 Comecei a trabalhar em fantasmas. Estes seres são completamente imateriais, o que torna o uso de runas convencionais impossível. Desenvolvi uma técnica experimental utilizando runas desenhadas em cristais espectrais, que podem interagir com a energia deles. Os resultados iniciais são promissores. Consegui fazer um fantasma seguir comandos simples, mas, assim como os espectros, ele apresenta uma resistência mental à submissão. Creio que, se explorar o vínculo emocional dos fantasmas com o mundo físico, poderei superar essa barreira. Dia 267 Há algo fascinante sobre o núcleo desta masmorra. Parece que a energia que emana deste local interfere com meus experimentos de formas imprevisíveis. Mortos-vivos se tornam mais agressivos, e espectros são mais difíceis de controlar. Comecei a documentar padrões de energia que parecem corresponder a este fenômeno. Talvez o núcleo não seja apenas um ponto de energia. Ele pode ser... algo consciente? Dia 298 Minha última descoberta foi perturbadora. Durante um experimento com um ogro zumbi, ele começou a resistir às minhas runas de controle. No momento em que o controle foi perdido, ele proferiu palavras que não reconheço, mas que ainda ecoam em minha mente. O que há nesta masmorra que está mudando as criaturas que aqui habitam? Decidi reforçar as barreiras mágicas ao redor do laboratório. Não posso arriscar que meus experimentos escapem... ou que algo de fora entre sem minha permissão. Dia 347 Minhas pesquisas atingiram um ponto crítico. Os experimentos com espectros e mortos-vivos estão cada vez mais difíceis de controlar. É quase como se o núcleo da masmorra estivesse interferindo diretamente, tentando recuperar essas criaturas. Não posso parar agora. Preciso alcançar o controle total. O portal do próximo andar pode conter respostas. Amanhã, começarei a explorar suas conexões com os andares superiores. Se este diário for encontrado, saiba que estou perto da solução. Assinado, I.K. |
— Pessoal, vocês precisam ler isso aqui. Achei um diário da pessoa que estava aqui. — disse Lina chamando a todos.
Todos começaram a se aproximar tentando compreender o que ela queria mostrar, mas ao chegarem viram que estava com um caderno em mãos.
Chegando próximo eles começaram a ler as partes que eles conseguiram decifrar e ler pela visibilidade das páginas.
— O núcleo da masmorra vivo? O que esse cara tem na cabeça? — disse Ryusaki sem entender muito.
— Parece que ele não estava somente vivendo aqui para sair de perto das pessoas, mas parece que queria compreender e entender os mistérios das masmorras, mas principalmente essa. — disse Sankay.
— Isso é impossível. — disse Fabron. — As masmorras são entidades vivas que estão conectadas ao fluxo mágico a mais de 700 anos.
— Aparentemente, I.K estava tentando. E, pelo que conseguimos ler, ele chegou bem próximo. — disse Sankay olhando curioso para as siglas.
Enquanto o grupo discutia as descobertas, um som estranho ecoou pelo laboratório. Terrian desapareceu momentaneamente e retornou com uma expressão séria.
— Vocês precisam sair daqui. Agora.
— O que houve? — perguntou Sankay.
— Algo está se aproximando. Algo que nem eu quero enfrentar. — respondeu Terrian, sua voz mais sombria do que o normal.
Antes que pudessem reagir, a construção começou a tremer. Frascos caíram das mesas, e uma luz vermelha brilhante emanou de uma sala nos fundos.
— Parece que ativamos algo. — disse Fabron, segurando sua espada.
— Então vamos lidar com isso. — disse Dadb, sorrindo enquanto segurava seu machado.