Volume 1
Capítulo 34 - A Passagem pelo Portal da Masmorra Fantasma!
A atmosfera próxima ao portal onde diversos monstros haviam se concentrado era densa e opressora.
O ar parecia mais pesado e tornando mais difícil a respiração.
Sankay que estava mais alerta invocou um de seus lobos para averiguar o que havia acontecido naquele local pelas sombras.
O lobo que Sankay havia invocado saiu em meio às sombras buscando se aproximar da horda de monstros que havia próximo ao portal.
Quando o lobo se aproximava do portal, os monstros entraram em estado de alerta.
Monstros como Goblins zumbis, slimes negros, zumbis de ogros, zumbis de orcs e outros que haviam saído de outros andares e estavam guardando o portal do decimo andar da masmorra.
— O que aconteceu com o seu lobo que está demorando? — disse Ryusaki.
— Ele está indo escondido. Precisa de tempo e cuidado para que não o vejam. — disse Fabron Forge.
— O lobo recuou dizendo que os monstros que lá estão são zumbis de monstros de outros andares diferentes, mas estão formando uma espécie de barreira para que ninguém passe por ele. — disse Sankay.
Assim que eles terminaram de falar isso perceberam que os monstros começaram a grunhir e grasnar com gritos que antecedem um ataque ou uma batalha.
Sankay percebeu que seu lobo estava retornando e passava a informação de que os monstros estavam protegendo os andares mais acima.
Sankay ficou se perguntando qual era o motivo dessa guarda diante do portal do andar da masmorra.
Os monstros não iriam guardar um portal sem um motivo e nem mesmo se reunirem sendo de espécies e raças diferentes dessa forma sem um comando. Tem algo errado.
Os monstros começaram a se organizar como se estivessem se preparando para uma guerra ou coisa parecida.
Os mais fortes e com mais capacidade defensiva se posicionavam à frente o restante que era mais ágil e menor entre eles para utilizarem suas armas e assim causarem danos.
Da mesma forma, Sankay começou a organizar todos de acordo com a capacidade de batalha e orientando o seu grupo que tinha dois novos membros.
— Quer que a Dadb vá na frente e em seguida iremos eu e Ryusaki na linha de frente e Lina ajudará rimando magias defensivas se necessário enquanto Fabron vai nos auxiliar pegando os remanescentes. — disse Sankay explicando a estratégia.
Imediatamente todos concordaram com a estratégia e Dadb foi a primeira a sair em direção aos nonatos e fantasmas reunidos diante do portal.
Dadb indo na frente começou a empurrar os Orcs e ogros que estavam na frente cortando suas cabeças.
Ryusaki e Sankay correram em seguida para ajudá-la.
Derrubando os mais baixos e mais fracos, Lina invocava encantamentos para proteção de fantasmas.
— Lucem invoco contra tenebras,Umbrae circum me protegat,Specula resistat et vi absorbeat,Scutum fortis sit inter vivos et non-vivos.Per flumen magicae, stabiliatur murus aeternus! — disse Lina finalizando o encantamento que criava uma barreira contra espectros que tentassem entrar no seu raio de alcance que era cerca de 10 metros.
Assim que Lina finalizou seu encantamento surgiu uma barreira quase invisível.
Eles seguiram atrás de Ryusaki, Sankay e Dadb, mas eles já estavam lá na frente.
Dadb derrubando aqueles que via com golpes do seu machado imbuído de magia sem nem mesmo ela perceber, eufórica de tanta alegria por estar em uma batalha.
Sankay estava testando imbuir suas adagas com magias de luz para acertar os Fantasmas, pois era a única forma de acertá-los.
Ryusaki que evitou os fantasmas ia de encontro aos Zumbis.
Dadb ia pelo centro atacando qualquer ser que aparecia em sua frente eufórica, Ryusaki pela direita onde não tinha nenhum fantasma e Sankay na esquerda cuidando de outros.
Enquanto isso, Lina e Fabron ficavam lá atrás, mas ambos ficaram impressionados com a forma como os outros avançaram em um local desconhecido.
— Como eles simplesmente partem para a batalha sem saber das forças inimigas. — disse Lina sem entender bem os seus aprendizes e conhecidos antigos.
— A melhor estratégia é sempre o ataque. — disse Fabron Forge.
Enquanto eles conversavam mais monstros vinham na direção deles.
Fabron se preparou com sua espada de magia pura que parecia ser transparente.
Chegavam para eles goblins mortos vivos e alguns orcs.
Lina começou a tentar usar magias sem encantamentos.
Testando de acordo com as suas magias ela tentou primeiro com o elemento fogo.
Imaginando uma bola de fogo e o máximo que saiu foi uma pequena bola que ao atingir o alvo só causou mais fúria.
Então ela tentou com o elemento de Terra que era um dos elementos de afinidade.
Tentou imaginar espetos de terra aparecendo no caminho à sua frente, mas só atingiu alguns monstros, mas todos ainda continuavam vivos.
— Você só consegue matar os mortos vivos imbuindo magia de luz ou duas magias para derrotá-los de verdade. — gritou Sankay de longe.
Assim que Lina escutou a voz de Sankay entendeu o que precisava fazer.
O que ela precisava era juntar dois de seus elementos, mas não conseguia imaginar isso, por isso recorreu a seus encantamentos.
— Terra surgat, Lux perfodiat! — disse Lina criando agulhas de terra que flutuavam próximo a ela e eram imbuídas com magia de luz.
Assim que as agulhas acertaram os alvos eles começaram a cair com facilidade.
Fabron Forge prestando atenção ao que acontecia em sua cadeira de rodas e a espada em punho.
Logo apareceram alguns que vieram em sua direção, mas a sua ação foi utilizar magia para movimentar a espada e assim usá-la para cortar os monstros sem tocar na espada.
— Terra et aqua uniantur, manus extendat! — disse Fabron para utilizar sua magia.
Lina olhava sem entender o que aquele ferreiro estava fazendo, pois nunca havia pensado em utilizar magia de terra formando uma mão que servia como uma extensão de seu corpo.
Todos ficavam batalhando, mas Sankay ainda estava intrigado com a situação, pois os monstros não estavam competindo por território, mas sim juntos.
Sankay sempre lidando muito bem com os monstros, mas achando estranho, pois esses monstros e o que eles batalhavam eram os que deveriam estar nos andares anteriores.
A batalha continuou ainda por cerca de 30 minutos de muitas magias e encantamentos utilizados e quase acertos de Dadb em Ryusaki e Sankay.
Após muita batalha os monstros, fantasmas e mortos-vivos cessaram.
Agora que todos haviam se esgotado e cansado de tanto utilizar magia e batalhar, eles decidiram seguir no portal para um novo andar junto de Terrian.
Assim que todos entraram no portal do décimo andar foram teleportados, mas algo estava estranho.
O próximo andar tinha um aspecto diferente do normal que era uma caverna e um local escuro cheio de assombrações, mas neste andar as coisas pareciam bem organizadas.
O local parecia estar livre de Fantasmas.
— Até que enfim um sossego desses fantasmas malditos. — disse Ryusaki em tom de alívio.
— Como é? Não somos malditos. — disse Terrian se sentindo ofendido pelo comentário.
— Desculpe, mas ficar com vocês não dá. — disse Ryusaki.
Assim que Ryusaki terminou seu comentário o fantasma entrou pela parede e saiu próximo a ele de uma vez e disse — só porque te assustamos assim!
Ryusaki deu um grito forte e todos começaram a rir.
— Como esse garoto é medroso. hahahaha — comentou Fabron ainda sorrindo.
— Dúvido que não se assustaria com alguém aparecendo do nada assim. — comentou Ryusaki tentando disfarçar seu medo.
Não demorou muito e logo todos se sentaram para comer algo e descansar um pouco, mas Dadb queria andar, pois ainda estava com muita energia que ainda não tinha onde gastar(mesmo após meia hora matando monstros).
Dadb saiu pela masmorra andando junto a Terrian.
Enquanto todos estavam explorando a masmorra Fantasma, o avô de Lina e o Príncipe Allister e Chedipé se encaminharam em busca de Lina.
Kuros seguia a direção da vila de Royalls junto ao príncipe e Chedipé, mas sem ser visto por nenhum dos dois.
Chedipé e Allister estavam indo atrás de Lina, mas seu avô sabia que havia algo errado com tudo isso, pois ela havia deixado uma mensagem para ele e isso indicava que ela estava sendo perseguida.
Enquanto Kuros seguia os dois não percebeu nada de estranho em nenhum dos dois exceto que o príncipe e a maga estavam tentando esconder suas identidades com capuz.
Chedipé ia caminhando com Allister sendo orientado por ela com as suas ações a serem tomadas.
— Você não precisa precipitar meu príncipe, pois logo encontraremos esses plebeus que fugiram do castelo. — disse Chedipé tentando tranquilizar o príncipe.
— Esses plebeus vão me causar por me causarem problemas e por me fazerem ir atrás deles em um local de plebeus como este. — disse Allister com ironia de estar em meio a plebeus e tendo que se esconder sem as pessoas se curvarem a ele.
— Você precisa demonstrar a gentileza e agir com descrição meu principe. Se não irão nos descobrir antes de encontrarmos eles. — disse Chedipé.
— Eu deveria fazer com que todos me trouxessem aqueles irmãos plebeus e ai nem precisaria buscar eles. — disse Allister em tom irritado.
— Calma jovem príncipe. — disse Chedipé.
— Cale a boca! Você deveria ter vindo buscar eles e me levar até eles só para fazê-los pagar. — disse Allister querendo mostar que ela deveria fazer o trabalho por ele.
— Mas assim o príncipe não sentiria o prazer de pegar um plebeu e torturá-lo você mesmo. — disse Chedipé.
— Rsrsrsrs. Verdade. Até que você tem boas ideias. — disse Allister.
— Somente o melhor para o jovem príncipe. — disse Chedipé em tom de submissão.
Kuros os observava de longe e percebia que a conversa ia em um tom e logo mudava fazendo com que o príncipe se acalmasse e deixasse o humor irritado que apresentava.
Observando a distância Kuros começou a perceber algumas coisas que antes não havia percebido.
Chedipé apareceu no reino a cerca de 30 anos e sua aparência permanece com poucas alterações. Parece que ela continua com a mesma aparência de quando era mais nova. Sempre parece saber o que precisa dizer ao príncipe e ao Rei. Tem algo de estranho nisso, pois ninguém poderia chegar à posição que ela está e ser tão perfeita assim. Assim que encontrar minha neta vou investigar mais sobre isso.
Enquanto Kuros estava pensando e observando eles percebeu que Chedipé olhou em sua direção como se percebesse a sua intenção e a sua presença e resolveu ir em sua direção.
Chedipé comenta com o príncipe que o rei enviou reforços.
Chegando próximo de onde Kuros está ela o cumprimenta.
— Olá, mestre Kuros. Seja bem-vindo a nossa missão. Creio que o Rei deve ter enviado você para nos acompanhar na busca de sua neta. — disse Chedipé.
— Obrigado, mas achei que não iam precisar, por isso só os acompanhei e fiquei longe. — disse Kuros tentando despistar.
— Pode vir junto a nós, mas Não dê ouvidos ao príncipe, pois ele está muito irritado com os plebeus que foram atrás de sua mestra em magia da infância. — disse Chedipé tentando se explicar.
— Tudo bem, mas como sabem que eles vieram por aqui? — perguntou Kuros intrigado com a dedução deles.
— Perguntamos a algumas pessoas e comentaram que alguns plebeus tinham viajado para a vila de Royalls indo para Rokuto e outros para Tanjo, por isso vamos primeiro para a direção da cidade mais próxima do mar. — disse Chedipé.
Kuros olhou intrigado com a explicação e ficou pensando em quais os motivos de terem tido essas conclusões afinal muitos viajavam para as cidades, principalmente nessa época de preparação para o campeonato.
— Vocês falam como se já conhecessem os culpados da ação que fizeram com a minha neta. — disse Kuros em tom de brincadeira.
— Nós sab…
Imediatamente Chedipé interrompeu a fala do príncipe Allister e disse — A única informação que sabemos é que alguns aventureiros adquiriram nomes recentemente nas vilas seguindo essas direções e estamos indo averiguar.
— Entendo, mas como vão saber se eles estão mentindo ou falando a verdade. — perguntou Kuros.
— Quanto a isso pode ficar tranquilo que usarei os métodos permitidos pelo nosso rei. — disse Chedipé.
Após essa conversa ambos se calaram e ficaram pensativos sobre o que ambos estavam escondendo um do outro.
Agora juntos eles seguiram em direção a vila Royalls onde os irmãos estavam.