Gênio Incontrolável em Outro Mundo Brasileira

Autor(a): Berweley Kheyle


Volume 1

Capítulo 33 - O Retorno a Masmorra!

Dadb bloqueou o ataque com sua armadura negra, mas a força do impacto a fez deslizar alguns metros para trás. 

Aproveitando a abertura, Sankay surgiu ao lado dela em um borrão de vento, desferindo uma sequência de golpes rápidos que testavam tanto sua armadura quanto seus reflexos.

Dadb usou sua força bruta para repelir Sankay, mas Ryusaki estava pronto. Ele saltou do alto, suas espadas brilhando intensamente enquanto descia. 

Dessa vez, Dadb foi pega desprevenida, e o golpe combinou a força das espadas com a magia de luz, criando uma explosão que a lançou para o outro lado da arena.

Ainda assim, Dadb se levantou, rindo.

— Vocês acham que isso é o bastante para me parar?

O combate continuou feroz, com os três alternando entre ataque e defesa, cada um explorando as forças e fraquezas de seus novos equipamentos. 

A arena foi tomada por rajadas de vento, explosões de magia e o som constante de armas colidindo. 

Quando Fabron os chamou para interromper, a batalha deixou claro que as armas haviam passado no teste — e que cada um deles havia encontrado um novo nível de habilidade e confiança.

Fabron Forge percebe que eles não haviam parado com a batalha e grita  — Parem agora! Se continuarem as barreiras mágicas podem acabar se desfazendo. 

 — Vocês só precisavam fazer um pequeno teste e não uma batalha para matar uns aos outros.  — disse Fabron. 

 — Não estavamos tentando nos matar, mas estavamos nos divertindo.  — disse Dadb. 

 — Nessa brincadeira poderiam até destruir as barreiras ou o meu local de trabalho.  — disse Fabron. 

 — Foi mal… Nos empolgamos um pouco com a batalha, mas agora sabemos que as armas encaixaram muito bem com nossas habilidades e modo de luta e são bem resistentes.  — disse Sankay concluindo.

 — Mas Ryusaki não teve muito tempo para testar suas espadas direito.  — disse Sankay. 

 — Testa comigo! Por favor! Quero brincar de novo!  — diz Dadb animada para ir em uma nova batalha. 

 — Tudo bem, mas só faremos um teste, sem se empolgar.  — diz Ryusaki. 

Imediatamente Ryusaki e Dadb se posicionam na arena e Ryusaki começa a imbuir silenciosamente magia das trevas e de luz em suas espadas e sai em direção a Dadb que também vai de encontro com ele. 

Dadb começa a colocar força para bater com seu machado querendo acertar Ryusaki, mas ele desaparece da frente dela e ela acerta o chão. 

Logo ele aparece atrás dela e acerta de raspão, pois ela usa magia de terra para sair da direção de seu ataque, mas o ataque não a machuca pela proteção da armadura.

Mas ela sentiu a dor que o ataque causou. 

 — Parece que você deixou de ser aquele medroso que era na masmorra.  — disse Dadb querendo aborrecê-lo. 

 — Não estava medroso na masmorra, mas estava me protegendo. Com você é outra coisa, já que estamos só brincando.  — diz Ryusaki. 

 — Agora eu vou te acertar um ataque.  — diz Dadb.

Ryusaki nem mesmo esperou que ela acertasse e lançou uma magia de luz para cegar Dadb e teleportou para trás dela, mas ela estava esperando por isso e segurou sua espada com a mão  e acertou ele com seu machado com magia de terra para tornar o ataque mais potente. 

Ryusaki sai voando e simplesmente levanta a mão e diz  — Acabou o teste, já vimos a capacidade dos nossos equipamentos. 

Assim que Dadb levanta a mão para comemorar que ela ganhou sua mão começa a sangrar. 

Sankay corre até ela para usar magia de cura para auxiliá-la. 

 — Pelo menos não destruíram nada, mas pelo que vi as armas de vocês e armaduras ainda precisarão de uns reparos até que se ajustem corretamente.  — diz Fabron Forge. 

 — Então precisamos esperar que você faça os reparos das armas e armaduras?  —  pergunta Sankay. 

 —  Não precisam esperar.  —  diz Fabron Forge. 

 —  Como assim? Vai consertar agora?  —  pergunta Sankay. 

 —  Sim, irei com vocês até a masmorra Fantasma.  —  responde Fabron animado. 

 — Mas essa será uma aventura que eu não poderei repetir.  —  diz Fabron. 

 —  Mas por que o interesse em ir até a masmorra Fantasma?  —  pergunta Sankay. 

 —  Quero encontrar alguns materiais lá e ter uma nova aventura.  —  diz Fabron. 

Mas assim que escuta seu pai dizendo Forntr diz  —  Você me deixará responsável pela ferraria? 

 —  Sim, você cuidará até que eu retorne da masmorra, mas os equipamentos mágicos só após voltar. Por enquanto treine sua forja.  —  diz Fabon. 

 — Mas o que você ganhará com isso e porque deveríamos te levar?  —  pergunta Sankay. 

 —  Pode ficar tranquilo, pois já fui aquela masmorra e conheço algumas coisas.  —  diz Fabron em tom arrogante. 

 — Por mim, não vejo problemas, mas só encontramos até o momento zumbis, esqueletos e fantasmas.  —  explica Sankay. 

 — Vamos encontrar os meus materiais, mas preciso me preparar para que eu possa ir com vocês.  —  responde Fabron. 

 — Sem problemas, mas gostaria de me adaptar as minhas armas e utilizar essa arena para treinar enquanto você se prepara, podemos?  —  pergunta Sankay. 

 —  Mas é claro que sim, mas não quebram as barreiras ou destruam tudo.  —  diz Fabron preocupado com o poder deles. 

O tempo que antecedeu a partida para a masmorra foi intenso. Sankay, Dadb, Ryusaki e Lina se dedicaram a um treinamento rigoroso, cada um focando em suas habilidades específicas. 

Sankay, assumindo um papel de liderança, dividiu o treinamento em duas etapas: prática de combate e domínio de magia.

Durante os momentos de prática mágica, Sankay reuniu os outros em um círculo e começou a explicar o que ele havia aprendido em seus estudos.

— Os encantamentos que usamos são encantamentos por palavras e são projetados para canalizar a magia de forma precisa. No entanto, quanto maior o encantamento, maior será o consumo de energia mágica. Isso pode levar à exaustão ou, em casos extremos, à falha mágica.

Ele demonstrou, traçando no ar com suas adagas, palavras de encantamentos de luz que brilharam por um instante antes de desaparecerem.

— Por isso, o ideal é reduzir o comprimento dos encantamentos sem perder seu significado. Uma vez que você domina um encantamento, pode visualizá-lo em sua mente, eliminando a necessidade de pronunciá-lo.

Ryusaki, curioso, perguntou:

— E se o encurtaram demais? Não seria perigoso perder o controle?

— Sim, pode ser, respondeu Sankay. — É por isso que o estudo é fundamental. Cada palavra carrega um significado, um peso. Tirar algo essencial pode desestabilizar o feitiço. Mas é um risco que compensa para batalhas rápidas.

Lina testou um encantamento de água, reduzindo as palavras até que apenas um brilho emergisse de suas espadas.

— Assim? — perguntou ela.

— Quase perfeito, disse Sankay. — Mas você gastou mais energia do que deveria. Continue praticando.

Enquanto isso, Dadb preferia métodos diretos. Com seu machado imbuído de magia, ela focava em golpes precisos e brutais, usando encantamentos básicos para aumentar sua força. Apesar disso, ela demonstrava uma habilidade surpreendente em observar os outros e absorver as lições.

Por outro lado, Sankay explica que quando imaginamos a criação do encantamento com a criação do elemento se torna mais simples controlar a quantidade de magia a ser retirada. 

Para demonstrar ele pede para que Ryusaki não utilize os encantamentos comuns, mas pense em uma gota de água se reunindo até se formar uma bola de água. 

Ryusaki começa a pensar e logo a magia começa a aparecer e cria uma bola de água. 

— Mas como vamos saber a quantidade de magia que saiu? Sem usar o encantamento. — pergunta Lina intrigada, pois sempre usou os encantamentos. 

Como uma forma de demonstração, Sankay começa a criar uma bola de água primeiro e continua pensando até que eles entendam que o que muda é a imaginação que você terá para tornar mais potente o encantamento. 

Eles passaram horas treinando encantamentos e treinando em batalhas simuladas uns com os outros. 

Enquanto Fabron se preparava para ir até a masmorra junto com eles. 

Após um dia de preparo de Fabron ele vai até a arena para avisá- los em sua cadeira de rodas. 

— Agora que todos estão prontos, precisamos que vocês confiem em nós e fechem os olhos, pois não podem ver nada do que será feito. — disse Sankay tentando esconder sobre os poderes de teleporte do irmão. 

— Mas como assim? — perguntou Forntr. 

— Precisamos que você também não veja o nosso segredo, por isso peço que saia imediatamente. — disse Sankay de maneira incisiva. 

Forntr saiu da arena após se despedir de seu pai e logo todos os outros se juntaram com as suas coisas. 

— Agora fechem seus olhos. — disse Sankay piscando para Ryusaki. 

Assim que todos se juntaram, Ryusaki utilizou sua magia de teleporte para que todos aparecessem dentro da masmorra onde eles haviam parado. 

Quando a luz se dissipou, estavam no décimo andar da masmorra fantasma. A atmosfera era pesada, carregada de uma energia que parecia drenar a força de quem respirava.

— Esse lugar... — murmurou Fabron Forge, que havia decidido acompanhá-los para observar.

O ferreiro olhou ao redor, impressionado com as mudanças no ambiente desde sua última visita. Onde antes havia uma masmorra caótica e inóspita, agora existiam sinais de decadência e desolação. Estalactites brilhavam com uma luz fantasmagórica, e sons distantes ecoavam, como sussurros de almas perdidas.

— Fantasma! Fantasma! Você está aí? — gritou Dadb, sem qualquer cerimônia.

Fabron arqueou uma sobrancelha.

— Quem exatamente ela está procurando? — perguntou ele.

— Um fantasma que nos ajudou a chegar até este andar, respondeu Sankay com naturalidade.

Fabron parecia incrédulo, mas antes que pudesse comentar, uma figura translúcida surgiu entre as sombras.

— Estava aguardando vocês, disse o fantasma com uma voz que parecia vir de todos os lados.

Assim que o fantasma ficou visível, Fabron congelou. Seu rosto assumiu uma expressão de choque.

— T... Terrian? É você?

O fantasma, surpreso, inclinou a cabeça.

— "Como sabe meu nome?"

— Nunca esquecerei o nome do aventureiro que me salvou, respondeu Fabron, sua voz carregada de emoção. — Você me tirou da beira da morte e me deu a chance de me tornar o melhor ferreiro.

Terrian, o fantasma, parecia confuso.

— Você deve ser um daqueles aventureiros que vieram aqui há anos, não é?

— Sim, respondeu Fabron. — Há trinta anos, eu vim a esta masmorra e fui salvo por você.

O fantasma assentiu lentamente.

— É bom saber que meu sacrifício não foi em vão.

Após o reencontro emocional entre Fabron e Terrian, Sankay assumiu o comando da exploração. Ele organizou o grupo, dividindo funções para garantir que estivessem preparados para qualquer emboscada.

— Dadb, você vai na frente. Sua força e resistência são ideais para lidar com ataques surpresa. Lina, quero você no meio, nos auxiliando com encantamentos e magias de proteção. Ryusaki, fique atrás, pronto para atacar com suas espadas de luz. Fabron e eu ficaremos no centro, monitorando o ambiente e dando suporte.

O grupo começou a avançar. Os corredores da masmorra eram apertados, com paredes cobertas por musgo brilhante e inscrições que pareciam pulsar com uma luz fraca. Terrian os guiava, indicando caminhos seguros e armadilhas ocultas.

De repente, um som estridente ecoou pelo corredor. Criaturas espectrais começaram a surgir das sombras, seus olhos brilhando com uma luz sinistra.

— Preparem-se! — gritou Sankay.

Dadb avançou, girando seu machado com uma força devastadora que dissipava os espectros em uma explosão de energia. Lina conjurou uma barreira mágica que bloqueou um ataque vindo do teto, enquanto Ryusaki lançava feixes de luz para eliminar os inimigos restantes.

Fabron observava, impressionado.

— Esses jovens... realmente têm potencial, murmurou para si mesmo.

Após limpar a área, o grupo continuou, seguindo as instruções de Terrian. O fantasma parecia inquieto, como se algo o incomodasse.

— Há algo errado? — perguntou Sankay.

Terrian parou abruptamente, seu corpo espectral oscilando como uma chama prestes a se apagar. Os olhos brilhavam com uma luz fria e sinistra, refletindo algo além de mero desespero. Ele parecia maior agora, as sombras ao seu redor pareciam pulsar como uma aura maligna, absorvendo qualquer resquício de luz ao seu redor.

— Estamos perto, sussurrou Terrian, sua voz ecoando como o vento passando por uma caverna. — O portal... onde tudo se eleva. Vocês enfrentarão um grande desafio lá.

Dadb estreitou os olhos, seu machado balançando levemente em sua mão, enquanto Lina colocou uma barreira ao redor do grupo instintivamente. Até Sankay, sempre cauteloso, parecia desconfortável.

— O que você quer dizer com isso? — perguntou Ryusaki, tentando manter a calma em sua voz.

Terrian flutuou alguns passos à frente, apontando com um dedo translúcido na direção de um corredor onde uma luz fraca pulsava como um coração agonizante.

— Eles sabem que vocês estão aqui. Sentem sua presença. Estão se reunindo... na entrada do portal que leva ao próximo andar.

Ao longe, sons de lamentos espectrais e gritos guturais ecoavam, tornando a atmosfera ainda mais opressiva. Ryusaki engoliu em seco.

— Por que não lutam? Por que só esperam por nós lá? — perguntou Sankay.

Terrian virou a cabeça lentamente para eles, os olhos brilhando com uma intensidade que fez Ryusaki dar um passo para trás.

— Eles não esperam por vocês. Eles protegem algo... algo que foi esquecido. Algo que talvez devesse permanecer assim.

O grupo trocou olhares, mas nenhum deles ousou questionar mais. A presença de Terrian tornava difícil discernir suas intenções. Embora ele os tivesse guiado até aqui, o fantasma parecia cada vez mais enigmático, como se suas palavras fossem apenas metades de verdades.

Quando se aproximaram do portal, um rugido ensurdecedor ecoou. Fabron arregalou os olhos ao ver sombras distorcidas começarem a preencher o caminho adiante. Eram centenas, talvez mais, aglomerando-se, formando uma barreira viva de criaturas espectrais, guardiões do portal. A luz do portal pulsava, quase ofuscada pela massa de corpos que o cercavam.

Terrian virou-se, uma sombra de um sorriso perturbador em seus lábios fantasmagóricos.

— Vocês terão que passar por eles. Se puderem.

 



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