Volume 1
Capítulo 30 - A História de 1247 e 1478!
— O que ocorreu aqui? Por que nossa mestra está aqui? — disse Sankay.
— Eu não sei ainda, mas está se escondendo e assim que nossos pais e ela se viram ambos desmaiaram. — disse Ryusaki.
— Fique calmo, leve ela para o quarto e vou curá-la e curar os nossos pais. — disse Sankay acalmando a situação.
Ryusaki então sai da cozinha e leva Lina em seus braços para o quarto.
Sankay fica curando seus pais na sala, mas ambos não acordam ainda.
Mas enquanto curava Sankay se encontrava preso em pensamentos:
Nossos pais nunca se encontraram com Lina e na primeira vez que se encontram ambos desmaiam. Tem algo errado com isso. Preciso descobrir o que?
Sankay termina de administrar a cura em seus pais, mas ambos ainda continuam adormecidos.
Ele segue para o quarto e vai curar Lina.
Em pouco tempo ele cura Lina, mas por conta do choque que ela teve, ainda continua dormindo.
Após administrar as curas tanto em Lina quanto em seus pais, Sankay tenta acordar seu pai.
— Pai, o que houve? — disse Sankay.
— Oi. — disse 1247 ainda acordando.
— Eu e sua mãe temos que ir embora, antes que algo de ruim aconteça. — disse 1247 complementando.
— Como assim? Porque algo de ruim aconteceria por você conhecer a neta de Kuros Severus? — disse Sankay.
— Ela é neta do Kuros? É ainda pior do que eu imaginava, não podemos ter contato com ninguém desta família. — disse 1247.
— Porque? Preciso entender o por quê de tudo isso Pai. — disse Sankay.
— Não podemos explicar e falar para você, mas vou deixar uma explicação para você, mas precisamos sair daqui o quanto antes. — disse 1247.
— Leve estas folhas e escreva pra mim— disse Sankay arrancando as folhas do livro que conversava com Ryusaki.
— Precisamos ir e só retornaremos quando ela não estiver aqui. — disse 1247.
Assim os pais de Ryusaki e Sankay simplesmente saem da casa e seguem como se estivessem fugindo de algo do passado que pode retornar a vida deles.
Enquanto isso Lina ainda permanecia desacordada no quarto de Ryusaki.
Ryusaki estava aflito com a situação de sua mestra e culpando a si mesmo acreditando que havia cometido algum erro.
Não demorou muito para Sankay retornar até seu irmão.
— Sankay, você acha que nossos pais estão escondendo algo de nós? — perguntou Ryusaki assim que percebeu seu irmão entrando.
Sankay que acabara de passar pela porta do quarto suspira e diz — Com certeza estão. Mas por algum motivo, preferem nós contar escrevendo.
— Como assim? Vamos falar com eles e assim eles nos contam. — disse Ryusaki.
— Eles foram embora e disseram que só voltam quando Lina estiver fora. — disse Sankay com um olhar confuso.
— Isso não faz sentido. Eles simplesmente saíram sem despedir e nem mesmo falaram comigo…. So com você. — disse Ryusaki em tom questionador.
— Eles disseram que não poderiam permanecer ou estar próximo dela e precisavam ir, mas que explicariam escrevendo. Precisamos esperar. — disse Sankay.
— Devemos nos concentrar em esperar e ver como está Lina e não deixá-la piorar e esperar por respostas. — disse Sankay.
A noite começava a aparecer e Sankay e Ryusaki se separaram.
Sankay seguia para um quarto que tinha ficado extra na casa e Ryusaki ficava vigiando sua mestra para o caso dela melhorar.
Sankay e Dadb vão para o mesmo quarto.
— Você vai ter que dormir em outro quarto aqui. — diz Sankay a Dadb.
— Por quê? — pergunta Dadb.
— Meu irmão pode precisar de mim e pode pensar que sou um pervertido se dormirmos no mesmo quarto. — disse Sankay explicando.
— Mas o que isso interfere? Sempre dormimos juntos? — pergunta Dadb sem entender muito.
— E como é que vamos banhar juntos como nos outros dias? — disse Dadb complementando.
Ao ouvir as palavras de Dadb o pensamento de Sankay começa a questionar.
Meus pais não estão aqui, eu posso aproveitar com Dadb já que meu irmão está preocupado com nossa mestra. E vai ser bom já que dentro da masmorra mal descansamos. Quero tocar mais algumas vezes no corpo dela e em seus seios. Preciso aproveitar esse momento.
Enquanto Sankay ficava em seus pensamentos pervertidos seu rosto foi parecendo meio bobo.
— Tudo bem, mas somente quando meus pais não estiverem. — disse Sankay.
— Tudo bem, mas precisamos ir banhar. — disse Dadb começando a retirar a sua roupa.
E seguindo para uma banheira que havia em cada quarto da casa.
Enquanto Sankay e Dadb se divertiam banhando, Ryusaki ainda parecia intrigado que Lina havia saído de Raijin e parecia estar fugindo de alguém.
Ryusaki fica ao lado de Lina, a pessoa que ele chamava de mestra desde que ela os ajudou aos 6 anos.
Enquanto isso, o avô de Lina estava indo ao encontro de Chedipé e Allister Raijin.
Ele pretendia se juntar a eles e descobrir o que estavam escondendo dele.
O rei de Raijin Arthen Raijin parecia bem preocupado com o que aconteceria caso a neta de Kuros não fosse encontrada.
Uma das suas preocupações é que ainda nenhum dos aventureiros de seu continente tinha chegado ao porto destinado a levá-los à segunda fase do campeonato.
No dia seguinte, quando Ryusaki abriu os olhos viu que Lina ainda estava dormindo.
Saiu e foi ao quarto de Sankay para conversar com ele e pedir que avalie se ela está bem.
Assim que abre a porta ele vê seu irmão deitado ao lado de Dadb somente com roupas íntimas e ele abraçado a ela.
Sua primeira reação foi a de gritar e perguntar o que é que ele estava fazendo.
— SANNNKAYYY, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? — grita Ryusaki e tampando seu rosto para não ver o que está acontecendo.
Sankay rapidamente acorda e fala — Não é nada. Vou sair já. E te explico.
Ryusaki espera seu irmão com muita ansiedade e depois de alguns minutos seu irmão sai.
— O que você quer? — disse Sankay.
— Eu queria que verificasse se a Lina está bem, mas encontro você se aproveitando desse rei Demônio e de roupas intímas. — diz Ryusaki quase gritando.
— Não foi bem assim, ela não queria ficar sozinha e acabei deixando vir pra cá. — disse Sankay dando explicações ao seu irmão a fim de acalmá-lo.
— Só vou deixar passar porque preciso saber da Lina. — disse Ryusaki
— Precisamos olhar o livro que nos comunicamos, pois nossos pais disseram que iam explicar por lá. — disse Sankay
— Tudo bem, mas vamos logo. — disse Ryusaki.
Sankay olha a Lina e realmente parece só estar muito cansada e continua dormindo.
Ambos pegam o livro e veem que seu pai já havia escrito algo para eles.
Queridos filhos, Primeiramente espero que estejam bem e que se comportem bem em nossa ausência. Para lhes explicar sobre os motivos de não podermos ficar próximos desta pessoa, precisamos dizer que sua família nos causou muito mal. Assim que chegamos a Raijin procuramos um lugar para trabalhar e lembramos de ter pedido ajuda de algumas pessoas, mas ninguém ajudou, até que encontramos Kuros Severus que parecia ser um bom homem e com ótimo nome. Um nobre se assim podemos dizer. Após pouco tempo trabalhando lá fomos envolvidos em algo que não conseguimos compreender até hoje e fomos tratados como algo mais baixo que seus escravos, ele dificultou nossa vida em diversos sentidos, mesmo já sendo como escravos sem nome e com esses números. Eu e sua mãe passamos por muitas dificuldades até conseguirmos provar que não fazíamos ideia do que houve e porque nos tratam assim, parece algo que sumiu de nossa mente ( se é que fizemos algo.). Desde o dia que tivemos essa complicação Kuros e sua esposa na época disseram que nunca mais poderíamos chegar perto de alguém da família deles pois seríamos punidos com a morte de quem mais amássemos. Não queremos arriscar as suas vidas. Por isso não podemos ficar aí e peço que vocês me prometam que não vão revelar nada para ela, afinal parece que ela me conhecia. E sua mãe parece que já viu ela de alguma forma. Sendo assim, voltaremos quando vocês avisarem que ela não está aí. Pedimos também que deixem de se envolver com essa mulher e essa família. PS: Aqui é sua mãe e já aviso que se você dormir com essas mulheres no mesmo quarto eu vou achar um jeito de punir vocês. Estão avisados! |
Ryusaki deixa escapar um suspiro enquanto lia a carta e diz — Acho que a nossa mãe vai te bater de qualquer jeito Sankay.
— Cala a boca! — disse Sankay.
Mas junto a suas palavras ele ficava pensativo.
Porque meus pais nunca contaram isso, mesmo quando falamos sobre estamos trabalhando com uma neta de Kuros e ser da familia Severus? Isso me parece muito estranho, afinal ela também desmaiou. Se ela tivesse rancor da nossa família teria nos atacado e não desmaiado ou ficado neste estado. Será que alguém distorceu as lembranças dos meus pais? Vou ter que ver isso com a Lina.
Sankay e Ryusaki ficavam pensativos e imaginando os motivos de tanto seus pais quanto Lina terem desmaiado e não conseguiam encontrar uma explicação.
Dadb que estava sem nada para fazer começou a olhar para Lina e cutucar seu rosto tentando fazê-la acordar.
Logo Ryusaki viu isso e disse — Pare com isso e deixe ela descansar.
— Por quê? Ela parece forte e quero falar com ela. — disse Dadb.
— Não é da sua conta. Saia. — disse Ryusaki com raiva.
Dadb olhou para ele e simplesmente foi na direção de Sankay e dizendo que estava com fome e precisava comer.
Sankay simplesmente suspirou e disse que iriam comer algo.
Enquanto Sankay levava Dadb para a cozinha, Ryusaki permaneceu ao lado de Lina, seus pensamentos, uma teia de dúvidas e perguntas. A presença dela ali, a fuga de seus pais e o mistério envolvendo os desmaios... Tudo parecia conectado a um segredo profundo e perturbador.
Na cozinha, Sankay preparava algo para comer enquanto ouvia Dadb divagar sobre sua fome e curiosidade em conhecer Lina. Mas sua mente estava inquieta. O livro em que se comunicavam com seus pais ainda estava em suas mãos, e ele não conseguia tirar da cabeça as palavras da carta. Aquela ameaça de morte sobre os que mais amavam parecia algo maior do que simples rancor.
Quando retornaram à sala, Ryusaki finalmente se levantou, tentando recuperar algum controle da situação.
— Sankay — começou ele, quebrando o silêncio. — Acho que temos mais perguntas do que respostas. Precisamos entender mais sobre esse mundo e sobre por que tudo isso está acontecendo.
Sankay assentiu, mas imediatamente ouviram o som de um livro caindo.
Foram atrás de onde o barulho tinha vindo e encontraram um livro caído ao chão.
O título chamava atenção: “As Leis da Magia e a Ordem Natural”. Era um volume antigo, com páginas desgastadas.
Sankay percebeu que esse livro parecia conter informações que eles não sabiam e carregando segredos importantes. Ele abriu o livro, enquanto Dadb olhava de relance, pouco interessada.
— Vou ler para você, Ryusaki. Talvez isso nos ajude a entender um pouco mais sobre o que estamos enfrentando. — disse Sankay.
Sankay começou a ler, sua voz preenchendo o espaço como um palestrante ou algo assim:
Neste mundo, quando alguém interfere na ordem natural estabelecida, a punição é severa: a retirada do nome. Este ato não é apenas simbólico. A perda do nome significa a ruptura com o fluxo de magia que permeia a essência de todo ser. Sem ele, o potencial mágico é travado, e as conexões que alimentam a magia são cortadas como galhos de uma árvore morta. |
Sankay fez uma pausa, refletindo sobre o que acabara de ler.
— O que eles querem dizer com "fluxo de magia"? — perguntou Ryusaki, confuso.
Sankay continuou:
O fluxo de magia é como um rio eterno, que segue um curso predeterminado e constante. Ele é a fonte de energia que sustenta a vida, permite as conjurações e conecta todos os seres ao mundo. Qualquer tentativa de redirecionar esse fluxo ou manipulá-lo indevidamente é vista como uma afronta às leis naturais, provocando desequilíbrios que podem se espalhar como uma praga. |
— Isso explica por que o templo protege os nomes das pessoas — disse Ryusaki. — Eles são as âncoras que nos mantêm ligados ao fluxo.
Sankay assentiu.
— Exatamente. Quem perde o nome é desconectado desse rio de energia. É uma punição quase impossível de reverter.
— Mas... e se alguém quiser recuperar o nome? — perguntou Dadb, agora mais interessada.
Sankay voltou ao livro:
Aqueles que têm seus nomes retirados só poderão recuperá-los se repararem o que foi rompido. Devem corrigir a violação que cometeram contra o fluxo, devolver o equilíbrio àqueles que desequilibraram. |
Ele fechou o livro, pensativo.
— Isso significa que, se nossos pais passaram por algo assim... talvez tenha a ver com essa família Severus. Algo aconteceu, algo grande. — disse Sankay.
Ryusaki, cruzando os braços, olhou para o chão, tentando conectar os pontos.
— E o que faremos agora? Nossos pais deixaram isso claro: não podemos nos envolver com Lina ou com essa família.
— Eu sei, mas... e se eles estiverem errados? E se há algo que eles não sabem? — Sankay parou, fechando os olhos por um momento. — Precisamos esperar Lina acordar. Talvez ela tenha as respostas que precisamos.