Volume 1

Capítulo 104 : A Fuga!

— Pode me falar, pai — disse Ryusaki em meio ao choro. 

— Lembramos recentemente que não somos somente escravos — disse 1247. 

— Tanto eu quanto sua mãe fazíamos parte de uma família importante desse mundo. — continuou 1247. 

As falas de seu pai eram interrompidas por tosses e soluços. 

Foi quando sua mãe continuou. 

— Meu filho, somos da família Severus e fomos silenciados e sentenciados a viver com escravos sem nome — disse 1478. 

Aquelas informações somente confirmaram as dúvidas que ele tinha e que seu irmão também as tinha. 

— Filho, nós temos um nome. Já fomos pessoas importantes, mas, em algum momento, caímos em uma armadilha e fomos silenciados — disse 1247. 

— Vocês se lembram quais eram seus nomes? — questionou Ryusaki. 

1247 acenou afirmativamente. 

Mas as palavras que ele tentava dizer deram lugar a tosse e a sangue escorrendo de seus lábios. 

1478 também estava quase sem a fala. 

— Não podemos lhe contar muito, pois estamos próximos de partir. Mas nossos nomes serão uma forma de você conhecer quem fomos — disse 1247. 

Ryusaki se aproximou de seus pais e ambos estavam com os olhos brilhando. 

Ambos com um olhar de tristeza que enunciava a sua morte. 

— Meu nome é Alayna Severus — disse 1478. 

— O meu é Toshiro Severus — disse 1247. 

Após dizerem os seus nomes, ambos começaram a tossir sangue. 

Ryusaki mal teve tempo de absorver e questionar quem eram essas pessoas. 

Os pensamentos de Ryusaki não tiveram lugar em sua mente. 

A única coisa que estava presente era a tristeza de presenciar a morte de seus pais. 

Ambos tossiam sangue e seus corpos começaram a ficar roxos. 

Ryusaki foi tomado de tristeza quando percebeu que seus pais haviam parado de falar e também de respirar. 

Aquele momento parecia que uma faca havia sido colocada no coração de Ryusaki. 

A única coisa que Ryusaki conseguiu fazer foi chorar e gritar, abraçando os corpos de seus pais já sem vida. 

Ele os abraçava e chorava. 

Fabron acompanhou aquela cena e deu espaço para a dor de perder alguém tão importante quanto os pais. 

Por alguns minutos, Fabron permaneceu calado, somente observando Ryusaki chorar. 

Ele sabia que aquele momento precisava ser vivenciado por ele. 

Ryusaki estava completamente desolado com a situação atual. 

Fabron Forge se aproximou dele para confortá-lo, mas foi imediatamente repelido. 

— Me deixe aqui — disse Ryusaki gritando. 

A dor de perder os pais diante de seus olhos e não poder fazer nada para ajudá-los de alguma forma. 

Após algum tempo, Fabron seguiu em direção à sua loja. 

Assim que chegou em sua loja, encontrou seu filho lá escondido e bem. 

Fabron não disse uma palavra, somente abraçou seu filho. 

Aquele momento de luto parecia não se movimentar de forma alguma. 

As cores que Ryusaki costumava vislumbrar enquanto observava o passar do tempo perderam a cor e assumiram uma lentidão. 

Enquanto Ryusaki ainda abraçava seus pais, Fabron se aproximou com seu filho. 

— Garoto! Podemos fazer algo para nos despedirmos deles? — questionou Fabron. 

Ryusaki o fitou com os olhos cheios de lágrimas e disse: — Não posso fazer isso sem meu irmão.  

Fabron e seu filho não responderam nada, mas aguardaram pacientemente. 

Após alguns bons minutos, Ryusaki se levantou, enxugando as lágrimas. 

— Preciso ir até o meu irmão e trazê-lo aqui — expressou Ryusaki. 

Então ele virou para Fabron e disse: — Cuide do corpo dos meus pais, eu volto aqui com meu irmão. 

Fabron apenas afirmou, acenando a cabeça positivamente. 

Ryusaki imediatamente desaparece dali. 

Em pouco tempo, aparece no campo de batalha. 

Ao chegar lá, ele encontra Ivy se levantando. 

Ryusaki corre na direção de Ivy e o ajuda a se levantar. 

No momento em que Ivy se levantou, ele lançou um olhar para Ryusaki por alguns segundos. 

— Sinto muito! Meus pêsames — disse Ivy, abraçando Ryusaki imediatamente. 

Ao ser abraçado, Ryusaki sente que a perda de seus pais é mais real do que ele imagina e nem consegue notar que Ivy sabia sem ele dizer nada. 

Ryusaki começa a abraçar Ivy com mais força e contendo a sua tristeza. 

Eles permaneceram abraçados por alguns segundos, até que Ryusaki solta o abraço. 

— Onde está Sankay? — questionou Ryusaki. 

— Ele acabou de ir atrás de Arthen — disse Ivy. 

Imediatamente, Ryusaki corre em direção à batalha. 

— Ele foi na direção de Dadb — grita Ivy.

Ryusaki imediatamente se lembra do local e, em vez de correr em direção ao local, decide usar seu poder. 

Ele usa seu poder e aparece diante da batalha entre Dadb e Sartre. 

No momento em que ele avista o local onde está, encontra um ambiente completamente diferente do que ele se lembrava. 

Chamas negras por todas as partes e terra deformada. 

Crateras em alguns locais. 

Ao observar aquele ambiente, ele tenta encontrar algum sinal de que seu irmão está no local. 

Enquanto seus olhos buscavam alguma imagem de seu irmão ou alguém que pudesse o ajudar a encontrá-lo, não conseguiu avistar nada além de vultos se movendo e explosões de chamas negras e de magias se chocando. 

 Aqueles pequenos vultos que se moviam a uma velocidade que ele não conseguia acompanhar eram Sartre e Dadb. 

O ambiente havia mudado, mas a pressão que o local tinha era formada pelas energias de Dadb e Sartre. 

Ryusaki então decide ir em direção a onde estava para tentar encontrar seu irmão. 

Enquanto ele ia em direção a Arthen e Sankay, Dadb e Sartre batalhavam incessantemente. 

Golpes e magias eram lançados com uma velocidade absurda. 

Sartre usando sua magia das trevas, como chamas negras, e Dadb usando suas magias de terra e fogo. 

Isso, em conjunto com golpes de suas armas se chocando. 

Sartre não estava mais se segurando quanto aos seus ataques ou seus poderes. 

Dadb sentia que sua força crescia a cada tempo que permanecia em batalha contra Sartre. 

Em alguns momentos durante a batalha, Dadb esboçava um sorriso de satisfação. 

Sartre, por outro lado, parecia cada vez mais irritado. 

A batalha entre ambos já durava algum tempo e nenhum dos dois parecia esgotado. 

Enquanto a batalha entre Dadb e Sartre continuava, Ryusaki corria em direção a seu irmão. 

No momento em que ele começou a se distanciar um pouco da batalha, avistou uma pessoa à frente. 

Aquela pessoa era Arthen. 

Logo mais atrás vinha outra pessoa, lançando magias em Arthen, que corria o mais rápido que conseguia. 

Arthen conseguia desviar das magias e estava focado em conseguir chegar até Sartre. 

Quando ele avistou Ryusaki vindo em sua direção, arregalou os olhos e começou a pensar em como sair daquela situação e chegar até onde Sartre. 

Imediatamente, Arthen começou a lançar magias de fogo em direções opostas. 

Algumas em direção a Sankay e outras em direção a Ryusaki. 

As magias atingiram as barreiras mágicas que ambos criaram sobre si. 

No momento em que as magias se chocaram com as barreiras, elas causaram uma fumaça que impediu Ryusaki e Sankay de avistarem Arthen. 

Arthen aproveitou esse momento para acelerar seus movimentos e passar por Ryusaki. 

Quando Arthen se aproximava de Ryusaki para passar por ele, Ryusaki conseguiu vê-lo quando usou a magia da Família Severus. 

Imediatamente, Ryusaki correu na direção de Arthen. 

Ryusaki não se limitou a parar Arthen, mas foi com um golpe de espadas na direção do seu inimigo. 

Arthen quase não teve tempo para se proteger. 

O golpe de espada de Ryusaki o forçou a parar. 

Ryusaki não parou no primeiro ataque; ele continuou com golpes de espada na direção de Arthen, sem dar tempo para que ele se protegesse. 

Aquele momento serviu para que Sankay pudesse se aproximar deles. 

No momento em que Sankay se aproximou da batalha, Arthen viu o olhar de Ryusaki para o irmão e aproveitou essa pequena brecha para o atacar. 

Lançou sua energia mágica em uma espada mágica, cobrindo-a com fogo, e golpeou Ryusaki. 

Ryusaki não teve tempo para se proteger muito bem. 

A espada queimou parte de sua roupa e quebrou sua barreira. 

Com um impulso do ataque que sofreu, Ryusaki se afastou imediatamente. 

E, nesse momento, Arthen aproveitou e correu novamente em direção a Sartre. 

Ryusaki e Sankay ficaram para trás, e Arthen foi diretamente para onde se encontrava Sartre. 

Sankay encontrou Ryusaki e disse: — Precisamos pegar ele!

Ryusaki segurou o braço de Sankay e o impediu de sair dali. 

— Precisamos sair daqui — disse Ryusaki. 

Sankay não entendeu bem o que Ryusaki queria dizer com aquilo. 

— Precisamos derrotar esse rei idiota e evitar que ele interfira na batalha de Dadb e o Deus Sartre — sentenciou Sankay. 

Sankay pronunciava essas palavras demonstrando sua preocupação e sua euforia. 

— Arthen não foi o único escolhido que Sartre mandou — disse Ryusaki. 

Quando Ryusaki pronunciou essas palavras, Sankay parou e questionou sobre o que havia acontecido. 

— Nossos pais — disse Ryusaki, parando em meio à dor que sentia em ter que comentar que seus pais estavam mortos. 

— O que houve com nossos pais? — questionou Sankay. 

— Eles… F… Faleceram — disse Ryusaki, quase não conseguindo pronunciar o que deveria dizer. 

No momento em que Sankay escutou essas palavras saindo da boca de seu irmão, ele arreganhou os olhos e ficou paralisado. 

— C… Como? — balbuciou Sankay.

Ryusaki segurava para não se sentir triste novamente e começar a chorar. 

— Allister os envenenou — explicou Ryusaki. 

Aquele nome já era conhecido por ambos, mas a raiva de Sankay por aquela família de Raijin só aumentava. 

Sankay não esboçou tristeza e nem chorou, mas suas mãos tremiam fechadas como se estivesse preparado para socar a primeira pessoa que aparecesse. 

Além de seu rosto, que ficou com as veias aparentes. 

— Agora precisamos matar aquele Arthen — sentenciou Sankay. 

Imediatamente, Sankay correu na direção de Sartre. 

Ryusaki tentou segurá-lo, mas não conseguiu. 

A fúria e a vontade de vingar seus pais eram maiores do que a tristeza na mente de Sankay. 

Em pouco tempo, ele encontrou Arthen parado, tentando ver onde estava Sartre. 

— Você vai morrer pelas ações de seu filho — sentenciou Sankay. 

Sem esperar nada, Sankay começou a golpear com suas adagas. 

Veio por cima de Arthen e golpeou com uma adaga direto na cabeça de Arthen, mas ele conseguiu segurar. 

No momento em que Arthen travou a adaga que veio em direção à sua cabeça, Sankay girou seu corpo, forçando sua adaga contra a espada de Arthen e usou isso para ter impulso e ir para o outro lado de Arthen. 

Golpeou Arthen com sua outra adaga, mas não teve resultados, pois Arthen segurou. 

Sankay não tinha movimentos previsíveis, parecia transtornado. 

E começou a atacar Arthen de todas as direções com golpes consecutivos. 

A adaga com energia mágica sob sua lâmina para ajudar a ter mais corte e mais resistência. 

Arthen conseguia defender os ataques por pouco. 

Muitos dos golpes se aproximavam de cortar Arthen. 

Cada golpe desferido por Sankay era recebido a poucos centímetros de atingir o corpo de Arthen. 

O único momento em que Arthen teve que se preocupar e tirar o sorriso do rosto. 

— O que meu filho fez a você que te fez lutar bem dessa vez? — questionou Arthen. 

Ao ouvir essas provocações, Sankay acelerou seus movimentos e continuou golpeando de todos os lados que conseguia. 

Eram movimentos das suas mãos com as adagas, com seu corpo em movimento. 

Ryusaki vinha naquela direção. 

Arthen começou a sentir a pressão que Sankay colocava em cada golpe e o quanto sua raiva o deixava mais rápido. 

Até que todos escutaram a voz de Sartre e Dadb. 

Ao escutarem as vozes, todos olharam na direção de onde vinham as vozes. 

Quando observaram na direção, era Sartre com alguns cortes em seu corpo e Dadb sorrindo e com alguns cortes. 

Enquanto Sartre parecia cansado, Dadb parecia normal. 

Aquele foi o momento de pausa que tiveram de sua batalha. 

Dadb e Sartre pararam próximos a todos. 

Sartre observou ao seu redor e viu Arthen sendo pressionado pelos dois que ele ajudou a se alocar nesse mundo e percebeu que talvez deveria deixar essa batalha de lado.

Nesse momento, ele sentiu que os seus golems de sombras haviam sido destruídos. 

Com essa sensação percorrendo o seu corpo e sua energia quase se esgotando, ele observou rapidamente a situação e decidiu fugir, mas antes precisava causar. 

— Vocês devem se preparar, pois a minha interferência é apenas o começo — disse Sartre.

— Os pais de vocês foram apenas os primeiros a serem mortos de famílias importantes — disse Sartre, olhando em direção a Ryusaki e Sankay. 

Todos observavam Sartre. 

E, por um momento, ele desapareceu das vistas de todos e apareceu ao lado de Arthen. 

— Você vem comigo — sentenciou Sartre.

Antes que todos fossem em direção a ele, desapareceu em meio às suas sombras. 



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