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Capítulo 9: Um Fracasso na Turma S (2)
A principal atração da Academia Stella eram seus dois grandes eventos.
O “Cerimônia do Contrato com o Familiar” era um, e o “Cerimônia de Herança do Cajado” era o outro.
A Cerimônia de Herança do Cajado era especialmente extraordinária, já que a Academia Stella era uma escola prestigiada.
— A partir de agora, vocês herdarão um cajado que usarão na escola.
A Academia Stella tinha muito dinheiro, então eles não emprestavam cajados — simplesmente davam um gratuitamente.
— No entanto, depois que escolherem, o processo para trocá-lo é muito complicado, então façam sua decisão com cuidado.
Lee Hanwol afirmou isso, mas a ironia era que o cajado escolhia o dono, não o contrário.
O cajado reagia a um dono digno, resultando em um fenômeno de ressonância.
As classes F a S escolheriam um cajado de acordo com seu nível durante esse processo, então o primeiro a escolher era algo muito crucial.
Cada cajado tinha diferentes graduações, e a Academia Stella possuía cajados de grau baixo, intermediário e alto, começando sempre pelos mais fracos.
No caso da Classe F, a maioria dos cajados era de grau mais baixo, com apenas alguns de grau baixo-intermediário.
Por outro lado, os cajados escolhidos pelas classes A a S começavam no grau baixo-intermediário.
Você acha isso injusto? Era assim que uma sociedade mágica funcionava.
“Escolha e trabalhe para se tornar um mago melhor.” Essa era a única opção.
Como diziam todos os magos veteranos, tornar-se um mago de alto escalão era o principal objetivo.
— Que legal.
Alguns cajados flutuavam pelo ar, outros estavam fincados no chão, empilhados em gavetas ou simplesmente voando ao redor.
Cada um tinha uma infinidade de personalidades e egos, envoltos em uma aura de mistério.
Quando os vi com meus próprios olhos, pareciam ainda mais bonitos e impressionantes.
— Qual cajado você pretende usar?
— É aquele ali. Antes de entrar na escola, eu já sabia que esse era o cajado pra mim.
— Esse é um cajado de grau baixo. Você não disse que escolheria um intermediário?
— Eu percebi meus limites. Meu pai comprou um cajado pra mim, então eu tentei, mas apesar dos esforços, não consegui ressoar com um cajado de grau intermediário. Tenho que me contentar com o de grau baixo.
Em média, os cajados escolhidos pelas classes A a S eram incrivelmente bons. Como resultado, eu estava um pouco nervoso.
Era a Cerimônia de Herança do Cajado.
Na verdade, este era um evento que acontecia em uma ordem fixa dependendo do personagem que o jogador escolhia.
Por esse motivo, eu já esperava quais cajados os personagens principais — Edna, Mayuseong, Jeremy, Eisel e Hong Bi-Yeon — iriam escolher.
Porém…
Eu não tinha ideia do que eu escolheria.
Ao contrário dos outros personagens que começavam na Classe S, Baek Yu-Seol começava na Classe F desde o início.
Mas se eu tivesse que escolher um cajado para minha posição, acho que eu escolheria uma varinha.
Simplificando, os cajados curtos eram chamados de varinhas, e os longos eram chamados de cajados.
Varinhas eram usadas principalmente por guerreiros mágicos do tipo Cavaleiro, especializados em combate corpo a corpo, com maior velocidade de movimento, penetrando formações inimigas e disparando magia rapidamente.
Resumindo, pense em uma varinha como algo semelhante a um rifle de assalto.
Cajados, por outro lado, eram usados por guerreiros mágicos do tipo Sacerdote, conhecidos por lançar magias poderosas de grande alcance, exigindo longos tempos de conjuração.
Resumidamente, pense em um cajado como um lança-foguetes ou um rifle de precisão.
No entanto, nenhum dos dois combinava comigo. Para começo de conversa, eu nem era um usuário de cajado, já que usava uma arma branca.
— Ei, o que ele vai escolher?
— Bem, já que ele está na Classe S, não deve pegar algo incrível?
Eu também era o centro das atenções ali.
Os olhares direcionados a mim diziam:
— Você está na Classe S, mas nem consegue ressoar com um cajado, né?
Eu não queria nada extraordinário. Não é como se a academia tivesse algum cajado extraordinário. Sair para farmar em uma masmorra de familiares poderia me dar um equipamento melhor.
Ainda assim, eu precisava decidir. Enquanto eu ponderava minhas opções, um garoto se aproximou por trás.
— Ei.
— Hã?
Quando virei, um garoto que já tinha tirado sua capa me encarava com uma expressão barulhenta e animada.
Rosto desconhecido.
— Quem…?
Ao ouvir isso, o rosto dele endureceu por um momento, mas logo sorriu.
— Eu? Sou Yuslek.
— Aah!
Ele pareceu achar que eu o tinha reconhecido. Mas, desculpa dizer… eu só fingi.
— … Entendi?
Eu realmente não fazia ideia de quem ele era.
— Isso é… sério…
Yuslek estava prestes a ficar irritado, mas recuperou a expressão calma.
Ao mesmo tempo, parecia querer que eu o reconhecesse, mas não queria parecer patético.
— E aí. Qual cajado você vai escolher?
Eu não sabia sobre o resto, mas pelo tom frio e calmo dele, não parecia que tivesse uma boa opinião sobre mim.
Olhei para o crachá dele: Classe A.
Será que ele estava tão irritado só porque eu estava na Classe S?
De qualquer forma, comparado aos outros alunos da Classe S, eu parecia um alvo fácil.
— Qualquer um.
— Não entendo por que você está na Classe S. Você não tem ambição, não tem impulso.
Ele me examinou dos pés à cabeça e riu.
— Se você é um plebeu, escolha um cajado que combine com seu nível de plebeu. Vai ser complicado se você causar problemas e os professores tiverem que lidar com isso, certo?
— É. Não cause problemas.
— … Seu idiota!
Por que ele está gritando comigo?
Curioso sobre ele, coloquei meu “Óculos Sentientes” e verifiquei suas informações.
[Yuslek Czech Veilen]
[Filho do Marquês Czech Veilen]
[Lacaio do Príncipe Jeremy]
[Valentão de terceira categoria]
Era uma informação bem concisa.
Só por isso já dava para ver o quão insignificante ele era.
O único registro que realmente dizia algo era “lacaio”… coitado.
Da próxima vez que ele falar comigo, eu tenho que tratá-lo melhor.
— Tsc, eu vou escolher aquele, então observe bem.
O objeto apontado por Yuslek era uma varinha de tom negro. Moderadamente curvada, fina e com um estilo antiquado para uma varinha.
Olha esse cara…
Eu nem sabia quem ele era, mas ele transbordava arrogância.
O nome da varinha era Ragnarok — o nível mais alto disponível ali, quase alcançando o grau alto-intermediário.
Grau alto-intermediário… normalmente é algo que só guerreiros mágicos profissionais conseguem usar.
Havia apenas duas varinhas de grau alto-intermediário naquele lugar.
Elas estavam ali apenas para motivar os estudantes, acendendo neles o desejo de um dia empunhar uma varinha tão poderosa.
As outras não eram tão poderosas quanto Ragnarok, mas havia muitas varinhas de grau intermediário — difíceis de domar a menos que você fosse um mago veterano — o que fazia questionar por que elas estavam ali em primeiro lugar.
Para um estudante, por mais talentoso que fosse, o limite seria o grau baixo-intermediário.
Mesmo aqueles com licença de guerreiro mágico profissional mal conseguiam domar uma de grau baixo-intermediário.
Mas esta era a Academia Stella.
Não podia ser subestimada — afinal, os melhores estudantes do mundo vinham para cá.
— Todos, posicionem-se ao lado do cajado que mais lhes agrada.
Assim que as palavras de Lee Hanwol ecoaram, cada estudante se moveu para a frente do cajado que desejava. Como esperado, a maioria dos alunos de elite das Classes A–S conseguiu ressoar com seus cajados imediatamente. Tremores podiam ser ouvidos de todos os lados.
E, entre eles, havia estudantes excepcionais.
— Uou, o cajado que o Hae Won-Ryang domou… não é o Acantha?
— É um cajado de nível intermediário, não é? Não dá pra acreditar.
— Incrível.
Os personagens principais estavam começando a pegar cajados de grau intermediário, que normalmente só podiam ser domados após anos de treinamento!
— Ei, acho que ele também pegou um cajado de nível intermediário?
— O Príncipe Skarven também escolheu um cajado intermediário?
— A Princesa Hong Bi-Yeon escolheu o Helmer, de nível intermediário!
— Quantos magos licenciados mal conseguem escolher o cajado intermediário que ela pegou?
— Esse ano tá maluco.
Os olhos dos estudantes brilhavam conforme exclamações espantadas se espalhavam pelo auditório.
“Será que eu consigo também? Não, talvez eu consiga escolher uma varinha ainda melhor!” pensavam alguns.
Se escolhessem um cajado de grau mais alto que o daqueles gênios, naturalmente chamariam a atenção da Torre Mágica e dos Arquimagos professores!
Com isso em mente, vários estudantes se aglomeraram ao redor de Ragnarok, uma varinha de grau alto-intermediário que girava sozinha enquanto flutuava no ar.
Claro, a maioria deles eram figurantes sem muita importância. Estavam cobiçando uma varinha que não tinham capacidade de controlar, simplesmente por não conhecerem seus próprios limites.
— Saiam. — Os alunos ao redor de Ragnarok se viraram para a voz, e ao reconhecerem o arrogante Yuslek, abriram caminho imediatamente.
Aparentemente, por fazer parte da facção do Príncipe Jeremy Scalven, sua presença já era intimidadora.
Com uma expressão convicta, Yuslek estendeu a mão para Ragnarok.
Um forte tremor ecoou por todo o auditório.
— Oh, oh…
— Não é possível… ele vai conseguir ressoar com uma varinha de grau alto-intermediário?
Claro que não.
Yuslek, que já estava suando enquanto lutava contra a varinha, logo fechou os olhos com força.
PAAANG!
Uma pequena explosão de mana ocorreu, e uma brisa leve percorreu o auditório.
— Cof!
Yuslek, arremessado para trás pelo impacto, olhou para a varinha com expressão vazia.
— O que…?
Ele jamais imaginou que seria rejeitado. A expressão estúpida em seu rosto mostrava que seu orgulho estava desmoronando. Uma pessoa deveria ser capaz de reconhecer suas próprias limitações.
— Meu Deus… — murmurou alguém, enquanto Yuslek permanecia imóvel no chão e outros estudantes se aproximavam para tentar fazer conexão com Ragnarok.
Bang! Bang! Bang!
Explosões contínuas começaram a ecoar, e só quando a maior parte dos alunos tentou e falhou é que perceberam: Ragnarok não havia ressoado nem uma única vez. Assim, mais e mais começaram a desistir.
E era melhor que desistissem mesmo.
Porque o dono daquela varinha já estava determinado desde o início.
Mayuseong aproximou-se de Ragnarok, e seus olhos brilhando revelaram entusiasmo raro.
Os estudantes começaram a se agitar.
— Ei, é o Mayuseong.
— Ele vai tentar ressoar com aquela varinha também?
— Mesmo sendo o Mayuseong, Ragnarok é difícil demais…
Mas a cena seguinte calou todas as dúvidas.
Mayuseong conseguiu a ressonância com Ragnarok com extrema facilidade.
Os que assistiam ficaram boquiabertos quando ele puxou a varinha e a manejou como se fosse parte de si.
Mesmo vendo o talento com os próprios olhos, era difícil acreditar.
“Como esperado dele.”
Enquanto todos estavam focados em Mayuseong, eu observei Edna.
Pelo enredo do jogo, a dona da outra varinha de alto nível, Argento, deveria ser ela.
Mas aqui… tudo estava diferente.
Quando Edna conquistava a Argento, isso despertava a curiosidade de Mayuseong, que ficava intrigado com sua existência — outro gênio surgindo diante dele. Isso normalmente o aproximava dela e definia seu desenvolvimento.
Mas agora… tudo podia mudar.
“O que você vai fazer, Edna?”
Ela não era exatamente a mesma personagem do jogo. Era preciso considerar que ela podia seguir um rumo completamente diferente do original.
Então, Edna se moveu.
“Vai, pegue a Argento. Vai…”
Mayuseong era a esperança deste mundo. Se Edna o influenciasse bem e o conduzisse ao caminho correto, o futuro seria muito mais fácil — com grandes chances até de um final feliz.
“Mas por quê…?”
“Ela não parece nem um pouco interessada na Argento…?”
Pelo franzir da testa, Edna parecia completamente desinteressada. Ou talvez nem soubesse da existência da varinha.
“Impossível…”
Como protagonista deste mundo, com infinitas possibilidades, ela poderia ressoar com qualquer varinha. Se acabasse escolhendo algo aleatório, isso poderia apagar todo o arco de Mayuseong.
“Devo dar uma dica pra ela?”
Mas, como ela já havia lido a novel original, talvez tivesse outra ideia em mente.
Ela poderia escolher Arcanum, uma varinha misteriosa que parecia fraca no início, mas revelava seu poder depois; ou Tumultus, a varinha escolhida por Eisel no romance original na rota de harém reverso.
“Já que é assim, só me resta me aproximar discretamente da Argento.”
[Flash]
Disfarçando, mas nem tanto, aproximei-me de Edna.
— Huh?! — Ela se assustou quando apareci atrás dela. Não era minha intenção ser visto assim pela heroína, mas não tive escolha.
Falei o mais amigável possível:
— Que varinha você vai escolher?
Edna recuou um passo, com um olhar cauteloso.
— Ei… por que você quer saber?
— Hã? Nada, só estava andando sozinho e quis ajudar.
— Você não deveria parar de cuidar da vida dos outros e escolher seu próprio cajado?
“O quê? Que estranho…”
Eu sabia que Edna era muito sociável — ela se dava bem tanto com nobres quanto com plebeus.
Então por que ela estava me tratando assim? Não lembrava de ter feito nada digno de nota.
Mas já que eu tinha começado, não dava para recuar.
— Só queria te ajudar a escolher um cajado. Por que está sendo tão grossa?
— Cuide da sua escolha em vez de se meter.
Não importava o que eu dissesse; Edna continuava ríspida.
“E agora?”
— É só que… acho que tem uma varinha que combina com você…
— E o que você sabe disso?
Edna fez uma cara emburrada — que ficava estranhamente fofa nela.
“Droga. Fiz besteira? Ou ela só não se interessa por figurantes? Talvez eu não seja um dos protagonistas masculinos…”
Eu não sabia por que ela estava desconfiada, mas precisava insistir. Apontei para Argento.
— Ouvi muitos rumores sobre você. Se for você, não conseguiria usar aquela ali?
A varinha prateada. Simples, discreta, mas com uma aura de realeza escondida na sutileza.
Quando apontei, os olhos de Edna se arregalaram.
— …Argento?
— Isso mesmo.
Mas então, algo na expressão dela ficou estranho.
E antes que eu pudesse retirar minha mão…
Algo a tocou.
Uma sensação pesada.
Algo acariciou minha mão suavemente.
— …Hã?
Olhei para minha mão estendida.
Um cajado prateado estava ali, silencioso, repousando sob meus dedos.
Não era chamativo, mas havia nobreza em sua simplicidade…
“…Argento?”
“Por que isso está na minha mão?”
Antes que eu entendesse a situação, Argento agiu primeiro.
SHOOO!
Um som de ressonância tão alto quanto o de Ragnarok ecoou por todo o auditório.
— …
— ……
Em um segundo, o silêncio tomou todo o lugar.
E todos os olhares se voltaram para a minha mão esquerda.
Por dentro, eu chorava, suando frio.
“Isso… Edna?”
Eu estava acabado.
Muito, muito acabado.
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