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Capítulo 10: Um Fracasso na Turma S (3)
O campus da Academia Stella estava em alvoroço, e havia apenas um assunto na boca de todos.
— Você ouviu que houve dois estudantes este ano que ressoaram com cajados de grau intermediário superior?
— Loucura. Em toda a longa história, só houve cinco, e agora apareceram mais dois no mesmo ano.
— Ouvi dizer que esses cinco se tornaram Arquimagos…
Os dois mencionados eram ninguém menos que Mayuseong e Baek Yu-Seol.
— Aliás, você ouviu a história do Baek Yu-Seol?
— Disseram que ele usou Flash no Teste de Demonstração de Habilidades Mágicas. Isso não é magia básica?
— Eu nem aprendi Flash. Meus pais disseram que Flash é um tipo de magia proibida. É considerada uma habilidade rara e inútil, com 99,99% de chance de matar o mago que ousar usá-la.
— Eu também não aprendi. Não é verdade que nenhum professor ensina essa magia hoje em dia? Recentemente, todas as magias incontroláveis foram rotuladas como magias proibidas.
— …
Ouvindo esses rumores, Edna continuou apressada pelo corredor.
Após o fim das aulas, o prédio do “SDL Hall” estava lotado de estudantes indo para o Centro de Treinamento, mas todos só falavam de Mayuseong e Baek Yu-Seol, o que a deixava nervosa.
{TN: SDL = Self-Directed Learning}
— Edna! Você vai estudar sozinha?
Ao ouvir uma voz familiar, ela rapidamente mascarou sua expressão e se virou, encontrando várias garotas de sorriso brilhante indo em sua direção.
Edna disse com um sorriso travesso:
— Suas pestinhas, eu pareço alguém viciada em estudos?
— Não é? Você sempre estuda como se não tivesse mais nada pra fazer.
Não acredito. Essa pirralha tem coragem de me enfrentar assim.
— Entendeu, né?
— Ahaha! Mas por que você sempre olha pra gente e fala “pestinhas”? Temos a mesma idade.
As palavras pareceram perfurar o coração de Edna; ela ficou rígida por um instante, mas se esforçou para manter a compostura e sorriu docemente.
— Bom, acho que é porque eu era acostumada a ser a irmã mais velha em casa.
Depois de perceber que havia transmigrado de um mundo moderno para um romance, ela não conseguia mais agir como uma criança.
— Então você vai estudar sozinha hoje?
Uma garota alta perguntou.
Edna lançou um olhar firme para ela. A garota alta se chamava Jecky, alguém que ela conhecia superficialmente no ensino fundamental, e que rapidamente se tornou sua amiga ao entrarem em Stella, já que Jecky também era plebeia.
Mas… por que você está se vestindo igual a mim?
Ela se lembrava da velha Jecky como uma garota tímida, com bochechas fofas e óculos redondos, mas após entrar no ensino médio, Jecky começou a imitar seu cabelo, seu tom de voz e seu estilo.
Edna achava aquilo preocupante, mas deixava para lá, pensando que deviam ser hormônios adolescentes.
— Bom, estudar não tem fim. E eu não vou sozinha — disse Edna. — Tem uma aula suplementar especial, e eu vou participar.
— Viu só? Aula suplementar? Você se esforça tanto…
— Enfim, vou indo.
— Sim! Vamos num café juntas outra hora!
Depois de se despedir das garotas, Edna se virou rapidamente, pronta para seguir caminho, mas acabou encontrando o olhar de alguém.
Era Hae Won-Ryang, um garoto de mente afiada, cabelo carmesim e olhos roxos que estranhamente combinavam.
Herdeiro do mago de Classe 9, Mark Rivera, o Mestre da Torre, e um mago excelente, no mesmo nível de Mayuseong.
Assim que a viu, ele veio até ela imediatamente.
— Você vai estudar?
— Uh.
— Você não parece bem. Aconteceu algo?
Era raro ele demonstrar preocupação de forma tão genuína.
— Ah, não, nada demais.
Edna balançou a cabeça displicentemente. Então, ao virar o rosto por acaso, seu olhar caiu sobre uma garota que ainda não tinha ido embora, e que espiava Edna pela lateral da parede.
Era Jecky.
Ué? Por que ela ainda…
Jecky desapareceu tão rápido que o contato visual pareceu um sonho passageiro. Edna, que estava prestes a chamá-la, recolheu a mão e coçou a parte de trás da cabeça, sem jeito.
Sem saída, ela caminhou pelo corredor conversando com Hae Won-Ryang sobre assuntos inúteis.
Aquele corredor era chamado pelos estudantes de “Território da Classe S” como uma piada, porque ali havia um SDL Hall dedicado à Classe S, além de uma área de treinamento.
— Você está indo para o centro de treinamento, né?
— Não se deve negligenciar o treinamento diário.
— Você é estranhamente esforçada. Se continuar assim, talvez não viva muito.
— Não pretendo viver muito.
— É mesmo? Se você morrer, não me chame pro funeral.
— … Por quê?
— Eu não gosto de Yukgaejang. Prepare sopa de arroz em vez disso.
{TN: Yukgaejang é uma sopa apimentada de carne servida em funerais. A pimenta vermelha seria para afastar espíritos.}
— Hmm… farei isso.
Depois disso, a silhueta de Hae Won-Ryang desapareceu no Centro de Treinamento. Os estudantes que queriam prática pulavam as aulas suplementares, já que eram consideradas coisa de alunos com notas ruins ou nerds demais.
Claro, Edna não estava indo à aula suplementar apenas para estudar.
De acordo com o romance original, a Princesa Hong Bi-Yeon e Eisel estariam presentes na aula.
Possivelmente haveria um confronto entre a protagonista e a vilã. Além de assistir ao espetáculo, havia outro motivo para Edna ir até lá:
Um personagem chamado Baek Yu-Seol, que nem sequer aparecia no romance original, estava programado para estar presente.
Baek Yu-Seol…
Um garoto que virou assunto após ressoar com um Argento de nível intermediário superior; um personagem totalmente inexistente na história original.
Quem diabos é esse garoto?
Ela havia lido a história três vezes e conhecia os detalhes do cenário.
Mas o nome “Baek Yu-Seol” não aparecia nem uma vez no romance.
Até mesmo o Argento era descrito como sem dono na obra original.
E não só isso: o garoto havia resolvido as famigeradas três perguntas do diabo com facilidade absurda.
Como se estivesse tentando exibir algo para alguém.
Hmm…
… Talvez fosse para mim.
Na Cerimônia de Herança do Cajado, por que ele falou comigo? O que ele estava pensando por trás daquela expressão relaxada e esperta?
Com isso na cabeça, ela chegou à sala onde a aula suplementar seria dada; já havia mais de cinquenta alunos presentes.
Ela observou o local lentamente.
A aula suplementar era organizada por Kyle, um garoto classificado em 17º lugar, teoricamente um dos melhores alunos da academia.
Kyle, que havia entrado na Classe A naquela época, organizava aulas suplementares para colegas com notas fracas, visando certos objetivos. Mas, como vários alunos da Classe S estavam presentes, sua expressão era sombria.
Um suor frio escorria pelos óculos característicos de Kyle, que brilhavam tanto que ela nem conseguia ver seus olhos.
… O Mayuseong também veio?
Mayuseong, com seus olhos cintilantes, estava sentado ao lado de Baek Yu-Seol, que parecia entediado. Eisel estava no canto mais distante, e a Princesa Hong Bi-Yeon estava no lado oposto, mantendo sua postura altiva.
Provavelmente Hong Bi-Yeon veio para aprender sobre as três perguntas do diabo, enquanto Eisel estava ali apenas pela aula.
Nunca pensei que o Mayuseong viria até aqui…
Se existisse um protagonista masculino nesse cenário, seria alguém abençoado pelo mundo — alguém como Mayuseong.
E aquele Mayuseong estava extremamente interessado em Baek Yu-Seol.
Isso não é coincidência.
Claramente, Baek Yu-Seol estava agindo de forma deliberada. Extremamente deliberada.
Até mesmo ao ponto de aparecer para mostrar a ela que ressoou com o Argento. Ele definitivamente tinha consciência da existência dela.
Além disso, ele disse que não tocou nenhuma outra pergunta além das três perguntas na Prova de Classificação…?
Então como ele sabia que poderia entrar na Classe S resolvendo apenas as três perguntas do diabo?
Perigoso…
Com esse pensamento, Edna se sentou, e Kyle, o responsável pela aula, ajustou os óculos.
Droga, por que esses monstros estão na aula suplementar?
Kyle era plebeu, mas conseguiu uma colocação muito alta. Ele pretendia usar seu status para subir na vida e, para isso, queria formar conexões ensinando nobres das Classes F e D com notas ruins.
Mas agora, cinco estudantes da Classe S estavam ali.
… Não, isso não é ruim. Na verdade, é uma oportunidade.
Entre eles, aquele garoto, Baek Yu-Seol — em especial — era conhecido por ter tido a pior nota no Teste de Classificação.
Suas notas eram tão baixas que Kyle não conseguia entender como ele entrou na Classe S.
Se ele conseguisse provar que podia ensinar até mesmo estudantes da Classe S, os outros alunos não teriam escolha senão se submeter a ele.
Puxa…
Soltei um suspiro. Ao meu lado, um cara chamado Mayuseong fingia humildade e falava com seu tom amigável de sempre.
— Yu-Seol, por que você veio aqui?
Eu também não queria estar aqui.
— Você não precisa ouvir isso. Tem algum motivo especial, né?
Não tinha motivo nenhum.
Eu fui obrigado a assistir porque era uma advertência para os alunos de baixa classificação que se saíram mal no Exame de Classificação.
Não é hora pra isso…
O [Episódio 3 “Cerimônia de Herança do Cajado”], que começou sem que eu percebesse, terminou de um jeito muito especial, e receber bastante EXP até que foi uma boa notícia.
No entanto, o pior de tudo foi ter atraído atenção desnecessária das pessoas ao meu redor.
Minha vida escolar pacífica tinha sido arruinada. E o mais irritante era aquele maldito Argento, que colocou os holofotes sobre mim e, agora, era completamente inútil. Por que você veio pra mim, afinal?
Eu nunca tinha visto um caso em que alguém além da Edna fosse dono do Argento, então não fazia ideia do que aquele bastão queria.
— Certo, vamos parar de conversar e começar agora a aula suplementar.
Quando Kyle bateu no quadro-negro, alguns alunos plebeus levantaram a cabeça, enquanto os nobres fizeram bico, claramente incomodados.
Porém, como sua posição era respaldada pelos professores, nenhum estudante podia enfrentá-lo.
— Hoje vamos revisar os problemas do Exame de Classificação. Como vocês sabem, neste exame havia aqueles problemas infames, já apelidados de “três questões do diabo”, e eu resolvi uma delas.
Os olhos de Hong Bi-Yeon brilharam ao ouvir isso. Era o único motivo para ela ter vindo.
Como diabos alguém resolve aquelas três questões?
Um aluno que tivesse conseguido resolver poderia explicar diretamente, já que não havia mais ninguém para perguntar, então ela simplesmente veio assistir à aula.
Os demais estudantes também estavam bastante interessados e focaram em Kyle. Ele, satisfeito com tanta atenção, ajustou seus óculos.
— Então, vou mostrar primeiro como resolver o problema. Este aqui é praticamente uma armadilha. Foi criado para induzir respostas erradas por acidente, mas, antes de tudo…
Alguns alunos pegaram seus cadernos e começaram a anotar, e a explicação de Kyle parecia bastante plausível.
Mas só parecia — não era uma solução correta. Mayuseong, percebendo isso, piscou e bateu de leve no meu ombro.
— E aí? Você acha que isso está certo?
Eu não tinha como saber se a explicação estava certa ou não, porque eu não estava usando o Sentient Spec.
— As três questões do diabo? Do que você tá falando?
Eu nem tinha vindo aqui para estudar, então acompanhar o assunto era difícil.
Como resultado, respondi por alto:
— Não tenho certeza.
Eu falei baixo, admito, mas a sala estava tão silenciosa que quase todos ouviram.
— Quem é ele?
— É o Baek Yu-Seol.
— Ah… ele?
O aluno estranho que errou todas as outras questões, mas acertou apenas as três questões do diabo.
O fato de Baek Yu-Seol dizer “não tenho certeza”…
Isso…
… significa que a interpretação do Kyle está errada?
Era isso que parecia.
Afinal, Baek Yu-Seol acertou as três questões, e embora Kyle tivesse entrado com pontuação perfeita na teoria, ele acertou apenas uma das três questões do diabo.
Crack!
O giz que Kyle segurava quebrou. Ele apertou forte demais.
Olhei para Mayuseong com um misto de irritação e exasperação. Embora ele tivesse criado aquela situação, sorria com os olhos, fingindo inocência.
Seu desgraçado… fez isso de propósito?
Esse era o tipo de pessoa que o Mayuseong sempre foi.
Kyle devia estar irritado, e Mayuseong, sabendo disso, provocou a situação intencionalmente.
— A minha explicação está errada então? Baek Yu-Seol, por que você não explica você mesmo?
— Ehhh…
Eu sabia que ia acontecer isso. Olhei para Mayuseong com olhos cheios de ressentimento e coloquei o Sentient Spec.
As três questões do diabo.
O nome parecia assustador, mas, na verdade, eram quase perguntas sem sentido.
Para explicar de forma branda: “O mago disse: ‘Grande Terra, atenda ao meu chamado! Quando recitei esse feitiço, a massa da terra dobrou. Qual é o motivo?’”
A resposta era simples:
Os elementos de terra se agruparam, então a massa da terra dobrou.
… Soa absurdo. Mas era literalmente isso.
Entretanto, Kyle analisou a questão de forma matemática:
Quando o feitiço é ativado, os elementos se unem rapidamente sob o catalisador, que é o mana, e blá-blá-blá… como resultado, a terra aumenta sua massa…
Essa era a conclusão dele.
Bom, no fim das contas, não importava a justificativa desde que a resposta estivesse certa.
Seria uma explicação útil para acertar aquele único problema. Porém, o problema é que, se surgisse outra “questão factual” parecida, todas aquelas fórmulas seriam inúteis novamente.
— Eu não posso mostrar como resolver. Só posso apontar os erros.
— … O quê?
Com ajuda do Sentient Spec, marquei as falhas na solução dele.
— O problema fala sobre terra, mas e se fosse água ou vento? Você acha que sua fórmula se aplicaria?
— Isso… quando for esse caso, dá pra usar outra fórmula.
— E esse é o problema. Por que temos que usar fórmulas diferentes para problemas da mesma natureza? O que precisa ser mudado é o método, não ficar tentando um milhão de fórmulas.
— Sua solução foi puro acaso. Para ser sincero, é uma interpretação que não combina em nada com a intenção do examinador. Não precisa de fórmulas nem runas para resolver isso. Mas você forçou seu conhecimento onde ele não precisava estar.
Eu não entendia quase nada sobre magia. Então apontei apenas o “núcleo” do erro mostrado no Sentient Spec.
— Se você alterar só essa parte aqui, sua solução vira um completo absurdo. Como você explica isso?
Naquele momento, talvez ele tivesse acertado aquele problema por sorte, mas com outra questão semelhante… ele não conseguiria resolver.
Não havia necessidade de explicações longas. Bastava provar que a solução dele era incorreta.
— Ah…!
— É verdade…
Os alunos mais inteligentes entenderam minhas palavras e começaram a anotar. Edna também ficou surpresa, mas se esforçou para manter a compostura. Em vez disso, ela olhou para Eisel e Hong Bi-Yeon.
… Não deveria ter uma discussão entre elas?
Originalmente, ali deveria ter acontecido um conflito feroz entre a protagonista e a vilã. Mas como nenhuma delas conseguiu resolver o ponto que eu destaquei, acabaram focadas demais na explicação.
Será que está tudo bem esse desenrolar onde a vilã e a protagonista não brigam?
… Tudo bem, vamos pensar pelo lado positivo.
Kyle ficou ali parado, boquiaberto.
Eu… errei?
Logo depois de perceber que sua explicação estava errada, ele abaixou a cabeça.
E admitiu, honestamente:
— Suas palavras… estão certas.
— É mesmo?
Mesmo com sua interpretação completamente desmontada, Kyle não demonstrou raiva. Em vez disso, parecia tomado por dúvida sobre si mesmo.
— Talvez eu tenha tido sorte de conseguir resolver aquele problema…
Pouco depois, a aula suplementar terminou, e eu saí da sala mais rápido do que qualquer um.
Além de não querer ficar naquele lugar abafado e úmido, estar perto de Mayuseong era cansativo demais.
— Te vejo amanhã!
Ignorando a despedida energética de Mayuseong, caminhei pelo corredor desgastado.
Se eu acabar me envolvendo com um cara desses por engano…
Nem sei como isso tudo começou apenas por receber o Argento.
À medida que o movimento diminuía e as pessoas sumiam, eu estava prestes a voltar para o dormitório, mas no canto do corredor que levava ao dormitório masculino, alguém estava parado, encostado na parede.
… Princesa Hong Bi-Yeon Adolevit.
O quê?
Tentei passar fingindo que não a vi, mas ela se colocou na minha frente.
— … O que foi?
— Antes, por que você não explicou a solução?
Não era que eu não quisesse… eu simplesmente não podia. Como explicar logicamente uma pergunta tão absurda? Na verdade, o “método de solução” que eu apresentei não se aplicava a outros problemas.
— Eu só… não tenho nada pra dizer.
— Entendo. Você não quis revelar sua solução na frente de todo mundo, certo?
Hã?
Não era isso. Mas Hong Bi-Yeon assentiu, claramente entendendo tudo errado.
— Certo. Você quer um preço, não é?
— O quê? Preço?
— Sim, um preço.
Ela disse isso e deu um leve toque na própria cabeça.
— Eu vou te pagar um preço justo, então me mostre o que você tem em mente.
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