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Capítulo 11: Um Fracasso na Turma S (4)

O sol se despediu à noite enquanto as rugas do crepúsculo caíam sobre o horizonte.
Hong Bi-Yeon e eu conseguimos uma sala SDL só para nós, sem ninguém para atrapalhar. No momento, estávamos sentados um de frente para o outro, com apenas uma mesa nos separando.

Os olhos semicerrados dela eram tão incômodos que eu sentia que ia morrer.

— …Não sei o que você espera alcançar aprendendo as três questões do teste de colocação, ainda por cima pagando caro por isso.
— Tudo tem um motivo; você só precisa me ensinar.

Eu meio que já previa que ela diria algo assim.

— Mas você só errou essas três perguntas. Tá vendo? Você é inteligente. Eu errei todas as outras questões. Não sente vergonha de aprender comigo?

Eu estava em 1.141º lugar no ranking da turma, e ela era uma super-elite que alcançou o 5º lugar.

— Não sinto vergonha. Na verdade, é ainda mais embaraçoso ter errado essas perguntas e ainda não ter encontrado a resposta. Contanto que eu consiga a resposta, posso perguntar a qualquer um.

— Oh… Resposta perfeita de aluna modelo.
— Mas, de alguma forma, soa como se você estivesse olhando pra mim de cima…

— Primeiro de tudo… vamos dar uma olhada.

Coloquei os Óculos Sentientes e analisei a questão novamente.

Eu não tinha percebido quando resolvi, mas olhando outra vez, era realmente um problema absurdo.

— Meu Deus. Eles montaram uma prova grandiosa de magia científica só pra enfiar uma questão sem sentido no meio.
— Certo, será que eu consigo explicar isso direito?

Fui tentado pela palavra “pagamento” e concordei sem pensar muito, mas eu realmente não sabia se daria certo.

Eu estava perdido. Era literalmente um teste improvisado de criatividade, então era muito difícil ensinar alguém a resolver aquilo.

— Como alguém ensina isso…?
— Contudo, como o palco já foi montado, se eu desistir agora, posso ser atormentado pela Hong Bi-Yeon até a formatura. Isso seria bem aterrorizante.

E mais…

— …Quero receber a modificação do Argento em troca, e seria um desperdício perder essa oportunidade.

Eu precisava pensar em alguma coisa. Relembrando todas as informações sobre a personagem Hong Bi-Yeon, fiz uma pergunta apenas para ganhar tempo.

— Antes de começar a explicação, me diz uma coisa. Por que você escolheu aprender comigo?

Não era como se ela não tivesse amigos, e considerando seu status de princesa, se ela perguntasse a qualquer pessoa, haveria muitos dispostos a responder, certo?

Ela brincou com uma mecha do seu cabelo flamejante por um instante, depois respondeu friamente, como se aquilo não tivesse importância alguma.

— Entre os 1.141 calouros, só existem três estudantes, incluindo você, que acertaram as três primeiras questões demoníacas.
— O quê…?

— Do que você está falando?

— Ouvi dizer que era uma “questão armadilha”, feita para não ser resolvida… mas Mayuseong, Edna e você resolveram. Por isso fiquei com um pouco de dor de cabeça.

— Não, pera. Isso era uma questão armadilha. Sério? Não era pra ser resolvida?

— Sim. Você não sabia?

— Isso é loucura…

Foi então que percebi por que entrei na Classe S e por que Edna estava tão na defensiva perto de mim.

Questão armadilha. Isso nunca existiu no jogo. Ou talvez eu não tenha lido.

— De alguma forma, quando eu expliquei as 3 questões, a reação dos alunos estava estranha…!

Eu não sabia os detalhes ou o desenvolvimento do enredo. Porque eu só jogava o jogo sem prestar atenção na história.

No entanto, o cenário da novel romântica que Edna leu era completamente diferente. Ela não conhecia a versão do jogo, mas entendia o enredo e a maior parte da configuração desse mundo com precisão.

Por exemplo, na cerimônia de abertura, ela já sabia que haveria três questões armadilha…

Edna resolveu as questões com facilidade usando o conhecimento da novel. Era uma conquista que apenas Mayuseong poderia ter, então talvez ela estivesse tentando enfatizar sua singularidade adicionando seu nome ao feito.

Uma garota que era um tipo diferente de gênio, comparada a Mayuseong!

Mas então, um extra que nem sequer existia na trama original apareceu e interferiu.

Isso significava que ela havia percebido a existência do personagem “Baek Yu-Seol”.

— Droga…

Um arrepio percorreu minha espinha ao imaginar os inúmeros tipos de conclusão que ela poderia ter tirado sobre mim.

— Droga, eu devia ter me segurado.

Soltei um suspiro interno, lutando para não deixá-lo escapar. Era uma tragédia que já havia acontecido.

— Você não parece bem.
— Não precisa se preocupar.

Hong Bi-Yeon franziu levemente a testa, descontente com meu tom, mas não insistiu — afinal, ela já lidava com um demônio em casa diariamente.

— Antes que eu te diga isso, você não esqueceu que me deve um favor, certo?
— É simples. Você conhece essa varinha?
— É a Argento.
— Peça ao ferreiro da sua família real para convertê-la em uma lança mágica… Não, em uma espada mágica.
— ???

No mesmo instante, a expressão de Hong Bi-Yeon mudou, como se tivesse ouvido errado.

— Você ouviu direito.
— …Armas brancas são usadas apenas por mercenários de baixo nível. Por que você, um mago, quer usar algo assim?
— Meu gosto.

Hong Bi-Yeon ficou em silêncio. Era um pouco desconfortável, mas eu não pretendia explicar tudo — nem o fato de eu ser um mago aleijado.

— Acho que isso é explicação suficiente. Preciso te contar tudo sobre mim? Vai transformar em espada mágica ou não?
— Ok, eu faço. Isso é simples.

A rede da Princesa era realmente a melhor.

— Então… vou te dar uma maneira simples de resolver esse problema.

Considerei as características de Hong Bi-Yeon.

A maga mais forte do mundo do fogo. Magos prodígios geralmente usavam dois ou até três atributos, mas Hong Bi-Yeon ascendeu ao topo usando apenas um: fogo.

Mas… ela sempre foi assim desde o começo?

Não.

No primeiro ano na academia, ela já era forte, mas suas limitações eram claras — e ela acabou perdendo para Edna.

Sua fraqueza era que seu uso de magia era excessivamente estereotipado.

Ela reagia às situações reais exatamente como nos livros, o que era estúpido e fatal.

Hong Bi-Yeon lutava sem seus próprios instintos, e Edna, que percebeu sua fraqueza, explorou a brecha e venceu.

Ao superar essa fraqueza, a Hong Bi-Yeon do segundo ano atingiu um nível totalmente diferente.

— Uma mudança de pensamento.

Hong Bi-Yeon sempre soube que lhe faltava criatividade; livros sobre isso estavam empilhados em seu dormitório.

Mas sua verdadeira compreensão veio tarde demais, apenas no segundo ano.

— Não posso te dar iluminação agora… mas posso te dar um conselho plausível.

Depois de virar a folha de prova na direção de Hong Bi-Yeon, perguntei com uma expressão séria:

— Antes de tudo, você sabe que isso é uma pergunta de nonsense?

— …Nonsense?

— Ué. Você não sabe?

— Já ouvi falar… mas não sei o que é.

“Não, você já tem essa idade e não sabe o que é uma pergunta nonsense? O que você anda fazendo no dia a dia?”

{TN: Também chamado de “Nonsense Quiz”. É famoso na Coreia. São charadas divertidas que normalmente não fazem sentido.}

Ao mesmo tempo, lembrei com quem eu estava lidando.

“Faz sentido.”

Crescendo naquele tipo de ambiente familiar, era totalmente compreensível.

Na verdade, ataquei Hong Bi-Yeon rapidamente porque achei que seria uma boa estratégia.

— Qual parte da galinha tem mais penas?

Uma pergunta aleatória. Mas, ao ouvir isso, a expressão de Hong Bi-Yeon endureceu enquanto ela começava a pensar seriamente, acreditando que eu nunca faria uma pergunta inútil.

Ela fechou os olhos, bateu os dedos no antebraço e, após um tempo pensando, respondeu:

— A cauda…?

— Errado.

— Então… as costas?

— Também não.

Ela me encarou como quem pergunta qual era a resposta, então respondi rapidamente:

— A parte de fora.

— …Por quê?

— Eu disse que era uma questão de criatividade.

Hong Bi-Yeon entreabriu os lábios e me encarou com uma expressão assustadora.

— Não… é assim que essa questão funciona? Você quer resolver isso mesmo?

— Sim.

— Olha bem para essa questão. Ela é cheia de fórmulas e truques que você não conhece. Você sabe disso, não sabe?

— Claro.

— Isso significa que você precisa resolvê-la só com criatividade. Mas dá pra memorizar criatividade como se fosse uma fórmula?

— …Não.

— Certo?

Não dei nem tempo para ela argumentar. Como uma metralhadora, eu só disparei o que precisava dizer.

— Sabe, os magos do passado desenvolveram sua magia devagar, pouco a pouco. Mas em cada desenvolvimento, por menor que fosse, sempre adicionavam uma gota de criatividade. E aí, em algum momento, surgiu a “Era Moderna”.

— Isso é… verdade.

Li isso numa história do tutorial, mas nunca imaginei que usaria dessa forma.

— Sabe por quê? É importante conhecer muitos feitiços e truques, mas o mais importante para um mago é pensar além.

— Pensar além?

— Isso mesmo!

Hong Bi-Yeon levantou as orelhas — quase literalmente — ao ouvir uma palavra familiar. Já imaginava. A maioria das palavras que eu soltava tinham relação com as missões dela.

Ou seja, suas maiores preocupações estavam saindo da minha boca.

— Veja o mundo fora dos limites do seu pensamento. A história prova que a magia pode crescer explosivamente até com mudanças pequenas. Mas por que seu pensamento está preso ao que você vê? Basta memorizar um feitiço e usar do jeito que está?

— Não… não basta.

Hong Bi-Yeon me ouvia, atônita.

— Você pode ser melhor do que eu em pensamento analítico, julgamento racional e memória sintética, mas falta a criatividade que é crucial para um mago.

Para ser honesto, aquilo era quase tudo besteira. Eu falava exatamente as palavras que Hong Bi-Yeon adorava ver nos quadrinhos porcarias que ela lia.

— Usei algumas palavras difíceis, mas você é esperta, então imagino que entendeu tudo, certo?

— Claro.

“Incrível. Nem eu entendi o que acabei de dizer.”

Mas, como se realmente tivesse compreendido algo, a expressão dela ficou ainda mais séria que antes. O que tinha de errado com essa menina? Eu estava começando a me sentir culpado por mentir.

— Que bom que você entendeu. Afinal, você é uma princesa, naturalmente inteligente. De agora em diante, vou te ensinar a pensar além. Eu posso te explicar como resolver essa questão, mas da próxima vez que surgir algo assim, você não vai conseguir resolver do mesmo jeito.

Hong Bi-Yeon assentiu imediatamente, mostrando que entendeu direitinho a última parte.

— Então, vamos começar agora. — Quando falei que finalmente começaria de verdade, Hong Bi-Yeon fixou o olhar nos meus lábios, cheia de expectativa. — O que acontece se um cavalo ficar bravo?

O rosto dela congelou.

Depois de toda aquela explicação longa, era outra pergunta nonsense. Hong Bi-Yeon fechou a boca, mas eu não parei e ataquei de novo.

— E aí? O que acontece se um cavalo ficar bravo?

— …Eu não sei.

— Você dá um alucinógeno pra ele.

Hong Bi-Yeon ficou visivelmente abalada, mas diferente de antes, não discutiu. Era um efeito maravilhoso.

Continuei atacando:

— O que acontece se eu empurrar a cama e virar ela?

— …Não sei.

— Temos uma quadra de badminton.

— E se alguém não quiser soltar?

— …Não sei.

— Me dá uma tesoura ou uma pedra.

O sistema operacional de Hong Bi-Yeon já estava dando pane com o meu bombardeio contínuo, e ela só ficava mais desesperada.

Era divertido. Realmente divertido. Eu estava gostando tanto que nem percebi que estava passando dos limites.

— O que acontece se a terra chorar? Fica terra molhada. Que planta te faz chorar quando você puxa? Bardana.

Eu estava empolgado. Era tão divertido que acabei indo longe demais.

— O que acontece se gaivotas voam sobre a baía…?

Quando falei isso, percebi que não era nem uma pergunta nonsense, mas uma piada de pai.

“Ah, não. Isso já é demais.”

Mesmo que eu desse a resposta certa, ela não acreditaria. E parecia que Hong Bi-Yeon havia percebido que eu estava falando bobagens. E agora?

Mas então…

— …Elas viram baigulls?

Hong Bi-Yeon acertou a resposta.

— Hã? Hã…? Você acertou.

Quando respondi atônito, um leve sorriso apareceu no rosto de Hong Bi-Yeon. Uau, era a primeira vez que eu via ela sorrir — tanto no jogo quanto na vida real.

— Oh, como esperado de uma princesa. Sua criatividade é extraordinária.

Hong Bi-Yeon tentou endurecer a expressão ao ouvir meu elogio, mas como o canto dos lábios dela ainda estava levemente erguido, parecia que ela estava de bom humor.

— Hmm. Me dê a próxima pergunta.

E assim, dei uma “palestra especial” para Hong Bi-Yeon até tarde da noite.

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