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Capítulo 15: Treinamento na Dungeon (3)

No colégio de magia, o treinamento prático havia começado de verdade.
Havia muitos tipos de prática, mas, no fim das contas, o que os alunos mais esperavam eram os treinos reais.

Entre eles, a dungeon era um lugar dos sonhos para qualquer explorador — onde vários fenômenos ocorriam, demônios infestavam o território e tesouros e espíritos existiam em abundância.

Edna observou os alunos da Classe A e da Classe S reunidos no “Stella Dome”.

— Um total de 141 pessoas…

As turmas A-1 e A-2 tinham cinquenta alunos cada, e a Classe S tinha quarenta e um.

Porém, na história original, a Classe S deveria ter apenas 39 alunos. Edna esperava quarenta, contando consigo mesma, mas não imaginava que haveria mais um.

— De onde surgiu o Baek Yu-Seol?

O número total de estudantes do primeiro ano era 1.140 na versão original, mas tornou-se 1.141 com a adição de Edna.
Ou seja: Baek Yu-Seol existia na "novela original".

O problema era que Edna jamais tinha ouvido o nome dele.

— Preciso ir com calma. Só eu, neste mundo, conheço a história original. Aos poucos vou descobrir.

Edna parou de observar os alunos e olhou ao redor. Um espaço extremamente realista.

O campo de grama balançava com o vento. Ao longe, o prado se estendia até o horizonte, aliviando até o aperto em seu peito.

Mas aquele lugar — o Stella Dome — não era real.

Tratava-se de um espaço semelhante a uma subdimensão instalada nos terrenos da academia, onde era possível manipular o ambiente ao bel-prazer: expandir, encurtar, alterar a geografia.

Graças a isso, não apenas esportes e eventos eram realizados ali, como também treinos práticos simulados, incluindo dungeons.

Em outras palavras: quase tudo o que Edna via e sentia era falso.

— Mestre Jeremy, já concluiu a inscrição das disciplinas?

— Já, claro.

— Como você escolheu a matéria "Exploração da Fonte de Magia Suave", eu também escolhi.

— É mesmo? Vamos dar o nosso melhor juntos.

Edna virou-se ao ouvir a voz ao lado.

Era o príncipe herdeiro Jeremy.

Na história original, ele era obcecado pela Eisel, mas no fim era abandonado, sem nunca ser amado.

— …Ele é bonito.

Um homem numa forma quase ideal.
Alto, gentil, sempre sorridente.
Competente, educado, inocente, espirituoso, e seu talento não ficava atrás nem mesmo de Mayuseong.
Somando isso ao seu título de Príncipe do Império Skalben, ele era simplesmente perfeito.

Aquele olhar inocente despertava o instinto protetor em muitas mulheres, e sua leve desatenção ocasional era um charme adicional.

Mas tudo aquilo era minuciosamente calculado, parte de sua autoimagem.

— Não posso ser enganada por essa encenação.

Ainda assim, mesmo sabendo disso… até o coração de Edna balançava diante dele.
Mas ela jamais se aproximaria — não ela, que conhecia sua verdadeira natureza.

Enquanto o observava, Jeremy virou-se e cruzou os olhos com ela.

— Ah.

Com uma expressão levemente surpresa, ele acenou com um sorriso tão brilhante que parecia pintado à mão.

— Agh!

Ele era irritantemente bonito. Edna desviou o olhar na mesma hora, mas o impacto daquele breve contato visual permanecia martelando em sua mente.

— Se eu cair nisso, minha vida acaba. Nada de abalar minhas convicções.

Ela entendia bem os alunos que “abanavam o rabo” atrás dele…

O surpreendente é que a academia também tinha facções.

Mesmo que suas habilidades fossem parecidas, a posição que cada um ocuparia no futuro já estava praticamente definida.
Dentro da escola todos eram iguais — mas depois da formatura, a diferença de status se escancarava.

Os alunos já percebiam isso desde o primeiro ano e corriam para se encaixar nos grupos certos.

Entre todos, o mais chamativo era o grupo do Príncipe Jeremy.

Nobres influentes estavam lá, assim como prodígios de destaque.
Homens ou mulheres, Jeremy atraía todos como um ímã.

Edna, por outro lado, não participava de nenhuma facção, apenas tentava fazer conexões.

Afinal, agora que tinha renascido naquele mundo, viveria ali até morrer — precisava de uma rede para o futuro.

— Então, Baek Yu-Seol…

Edna olhou para ele.
Cabelos negros, olhos negros, pele clara e um rosto mais para “fofo” do que bonito.
Sorriso tranquilo demais para alguém tão jovem.

De uma perspectiva neutra, ele era simpático. Muitos até tentaram formar uma “facção do Baek Yu-Seol”, mas ele rejeitou todos.

Por isso, estava sempre sozinho.

— Por que você precisa ficar sozinho?

Enquanto Edna o observava, alguém se aproximou.

— Edna, vai querer fazer o treinamento com a gente?

Era Jecky. Ultimamente, convivendo entre comuns, elas acabavam se encontrando com frequência… mas Jecky ainda era alguém com quem Edna sentia uma pequena distância.

— Desculpa. Dessa vez vou sozinha.

— Ah, claro. Nesse treinamento a pontuação é dividida entre os membros do grupo, então não tem muito o que fazer, né?

— Eh…

Jecky só disse o óbvio, mas soou quase como: “Você não quer ir com a gente porque seríamos um peso, né?”

Achando que estava apenas viajando, Edna deu um tapinha de leve no ombro dela.

— Vamos juntas na próxima.

— Certo!

Jecky se afastou com seus amigos, e Edna a observou por um longo tempo.
Até o jeito de Jecky sorrir parecia imitá-la.
Era estranho.

— Heh. Adolescência… É a idade de querer copiar o ídolo.

Edna sacudiu a cabeça para espantar os pensamentos.

— Atenção.

Tchk!
De imediato, o barulho cessou.

Com apenas uma palavra, o instrutor da Classe S, Lee Hanwol, silenciou todo o salão.
Professores e assistentes das turmas A estavam ao lado, mas o que mais se destacava era a presença dele.

— Antes de começarmos, faremos um pequeno treinamento. Considerem um teste. Precisamos saber o quão baixo é o nível de vocês para poder ensinar adequadamente. Entendido?

— Entendido!

— Não gostei do tom. Dizem que temos promessas promissoras aqui, mas parece que foi só boato.

Alguns nobres morderam os lábios.
Apesar de sua reputação, Lee Hanwol ainda era um plebeu.
Mas ninguém ousou respondê-lo — os alunos da Classe S não pareceram ofendidos, então os demais ficaram quietos.

— O treinamento será conduzido conforme a vontade do instrutor. Caso algum de vocês não goste…

Ele percorreu o grupo com o olhar, sorrindo.

— …guardem para vocês. O instrutor não tem intenção alguma de ouvir reclamações.

Embora não fosse Lee Hanwol, não era fácil expressar insatisfação diretamente a um professor.
A cada semestre, cada aluno recebia um “resultado final”, pois os professores tinham autoridade para adicionar ou reduzir pontos à sua discrição. Um aluno era expulso caso perdesse mais do que uma certa quantidade de pontos. Quem fosse expulso de Stella teria de baixar a cabeça de vergonha; mesmo que fosse filho de uma família influente, reclamar seria inútil.

— Eisel usou esses pontos para empurrar Hong Bi-Yeon para o abismo...

Depois de observar rapidamente os alunos, Lee Hanwol abriu a boca.

— Então, agora vou dar uma breve explicação sobre o treinamento.

Na verdade, Edna já estava familiarizada com os detalhes do treinamento.

Várias anomalias, armadilhas e demônios presentes em dungeons reais eram materializados para desafiar os estudantes.

4 pontos por derrotar um demônio de nível 1.
8 pontos por derrotar um demônio de nível 2.
E, se alguém obtivesse um Bastão de Pontos, ganhava 20 pontos.

— Os alunos que ficarem do primeiro ao quinto lugar com o maior número de pontos receberão pequenas recompensas. Já aqueles que terminarem com zero pontos ou falharem terão pontos deduzidos.

Pequenas recompensas.

Os olhos dos estudantes brilharam. A academia Stella oferecia recompensas o tempo todo, e a maioria delas era de ótimos equipamentos mágicos.

— Se estiverem com medo de cair ou se não forem confiantes o bastante para agirem sozinhos, podem formar equipes. Mas estejam cientes de que os pontos serão divididos quando formarem um time.

Assim que ele terminou de falar, a imagem dos instrutores, incluindo a do próprio Lee Hanwol, tornou-se turva. E não foi só isso.

Grrr!

— Uh, hã?
— O quê? O que está acontecendo?

O chão começou a subir.

Edna entendeu imediatamente o fenômeno.

João e o Pé de Feijão.

A dungeon era semelhante a um pé de feijão gigante.

O solo subiu até alcançar as nuvens, assumindo a forma de um enorme caule, com galhos e folhas verdejantes espalhando-se por toda parte.

No entanto, pântanos, rios, rochas e terrenos variados permaneceram no cenário, fazendo tudo parecer uma terra comum à primeira vista.

A Beanstalk Field não era um terreno totalmente aberto, mas possuía áreas amplas tanto acima quanto abaixo, favorecendo um pouco mais estudantes especializados em Magia de Disparo de longo alcance, em comparação com aqueles com magia de amplo alcance.

Mas isso era irrelevante — nem sempre se podia ter um terreno favorável, e o aluno precisava superar a desvantagem por conta própria.

Quando o pé de feijão finalmente parou de crescer, a voz de Lee Hanwol ecoou no ar.

— Para sua informação, se derrotarem outro aluno, vocês recebem todos os pontos que ele possui. Agora, desejo boa sorte a todos.

Formar grupos era a melhor estratégia naquele treinamento. Encontrar equipes inimigas andando juntas enquanto você estivesse sozinho seria realmente azar.

Por isso, a maioria dos alunos se juntou aos mais próximos.

Edna era um tipo sacerdote, o que tornava difícil agir sozinha. Porém, como seus feitiços eram extremamente variados, aquele treinamento não representava um grande problema.

Ela não encontrou demônios no início do caminho.

Como os demônios eram originalmente ilusões mágicas, sua inteligência era muito inferior à real. Eles só conseguiam executar ações pré-determinadas.

Demônios voadores podiam ser derrubados com esferas de luz; demônios terrestres podiam ser derrotados facilmente com magia natural.

Edna era talentosa com armadilhas, destruição, defesa e cura — aquele treinamento não era difícil para ela.

Desde o ensino médio, ela já havia sido treinada em excursões práticas.

— Ufa, estou tão cansada...

Depois de cerca de uma hora, sua pontuação era de 18 pontos graças a ter derrotado diversos demônios pequenos e médios.

Mas esse tanto de pontos poderia ser obtido com apenas um Bastão de Pontos. Era perigoso procurá-lo ativamente, mas se o encontrasse por acaso, deveria pegar imediatamente.

— Aaaah! — um grito soou ao longe. Algo comum.

Mesmo sendo da elite da Classe A, lidar com armadilhas inesperadas em sua primeira batalha real ainda era complicado.

O solo podia desabar, cipós podiam chicotear, relâmpagos cair e flechas surgirem de todas as direções...

Armadilhas antigas e simples, projetadas exatamente para novatos.

A maioria delas representava pouco perigo para Edna. Com sua esperteza, bastava conjurar um véu de luz ocasionalmente.

Hmm?

Ela sentiu algo e caminhou lentamente naquela direção. No início, pensou ser um demônio — mas era uma pessoa.

— Um aluno está escondendo a presença nesse nível?

Isso era estranho, mas ela mesma também estava oculta. Graças ao traço amado pela natureza, [Filha da Natureza], seus movimentos na floresta eram leves e sua presença quase desaparecia.

Se o inimigo estivesse sozinho, seria fácil surpreendê-lo e roubar seus pontos.

Edna avançou silenciosamente entre os galhos.

E então viu a silhueta de alguém.

Um garoto de cabelos negros e olhos negros.

— ...Baek Yu-Seol? Por que ele está aqui?

Ele caminhava com uma mão no bolso e batucando no ombro com a outra. O bastão em sua mão era familiar.

Bastão de Pontos? Ele já conseguiu um?

O número “20” brilhava acima da cabeça dele — mais do que os 18 pontos que Edna levou uma hora para conquistar.

Ele caminhava despreocupado, como se procurasse algo, sem notar sua presença.

— Certo. Preciso testá-lo.

— O que ele é, afinal? Que tipo de magia ele usa? Se eu conseguir pelo menos uma pista...

— Além disso, se eu tomar aquele bastão dele, é lucro duplo.

— Ativar.

Um círculo mágico amarelo brilhou na ponta do cajado de Edna. Era uma magia de luz usada pelos anjos celestiais.

Ela atacou sem hesitar.

Projétil de Luz!

Um Projétil de Luz de Classe 2 foi disparado. A distância era de quinze metros — perto demais para que ele usasse alguma técnica defensiva. Ele deveria ser atingido diretamente e eliminado.

Enquanto isso...

— ...!

Baek Yu-Seol virou a cabeça na mesma hora, encontrando o olhar de Edna assim que o feitiço foi lançado.

— Hã? Hã...?

— Como...?

Antes que ela terminasse a frase, a figura dele desapareceu como uma miragem.

O Projétil de Luz explodiu contra uma árvore distante e sumiu.

Edna caiu de joelhos no chão, com o rosto pálido como o de um fantasma.

Nenhum vestígio de Baek Yu-Seol permaneceu.

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