Fios do Destino Brasileira

Autor(a): PMB


Volume 2

Capítulo 35: Desafio lançado

12 de Fevereiro de 4818 - Continente de Origoras, Cidade-Estado de Palas, Setor Sul da Academia de Palas

 

— Uma sala com cinquenta pessoas é ainda uma coisa que não parece real. 

— Você se acostuma, Tatsu. A Academia de Dracone tinha salas com 70 a 80 alunos…

— E como faz pra controlar essa quantidade toda de gente? O máximo que eu vi eram trinta!

— Bem… é. Espero que o Togami tenha segurado lugar para nós, mas do jeito que é esquecido…

Apesar da preocupação com tomarem assentos estratégicos para acompanharem a última aula da tarde, Shuyu e Tatsuyu não tinham qualquer pressa em seu caminhar. Não poderiam mesmo se quisessem, diante dos milhares de estudantes e Guardiões caminhando de um lado a outro do campus. Ruas, gramados e prédios estavam todos lotados: o príncipe especulava ser pelo fim do recesso de fim de ano, trazendo toda aquela multidão de volta.

O foco principal do herdeiro, contudo, era a face… curiosa, por assim dizer, do colega de olhos rubi. Sua habitual palidez estava um pouco menos mórbida; suas olheiras, menores; a melancolia fora substituída por genuína empolgação, pura e intocada. Céus, ele parecia uma pessoa totalmente diferente do Tatsuyu baixo-astral com o qual interagiu pelos últimos três meses, e nem a pesada carga horária da Longinus foi suficiente para afetá-lo.

As causas poderiam ser inúmeras. Um bom humor passageiro, uma boa noite de sono, um progresso mágico que não fez questão de contar a qualquer um dos colegas de quarto… Quanto mais Mizuchiko buscava, mais confuso se tornava. A única pista até então foi o início desta euforia, no domingo anterior — desde a volta das compras, o Guardião de Hefesto não perdera o sorriso do rosto. “Seria algo romântico? Mas aí não combinaria com a Hanako, ela não é disso”, pensou, duvidoso.

— Até aí, não combina nem com você nem com Amaterasu — debochou a voz grossa de Nidhogg. — E o bobão aí está pelo menos dez vezes mais bobo depois de falar com a Titania.

— Nunca entendi o motivo de você só chamar eu e meu pai pelo nome.

— A primeira coisa que sinto em alguém é a aura, não sua aparência. A maior parte das deidades assim lida uns com os outros. 

— Certo… enfim, espero que comece a tratar a Yoko com mais respeito daqui pra frente! — repreendeu o garoto. 

Pela risada irônica, o Dragão da Árvore dos Mundos não poderia ter sido mais claro sobre sua resposta. A conexão mental se desfez, e Shuyu pôde voltar ao que estava fazendo. Sem muitas opções, decidiu pela diplomacia, alimentado pela curiosidade mortal acerca de seu colega.

— Tatsu… cê anda bem felizinho nos últimos dias. — Tinha a plena atenção do moreno, que reduziu o passo. — Rolou alguma coisa que não quis contar pra gente?

— Hm? Não rolou nada demais, Shu — afirmou. — Minha cara tá estranha?

— Não, você só… tá meio abobado.

— Não acho! Se for, só estou feliz de ter feito amizade com a Hanako!

“Na mosca”, deleitou-se o príncipe com sua dedução aguçada. As sofridas aulas de discurso e oratória com o mestre Youzaki, naquele instante, valeram cada lágrima tortuosa que nelas derramou. Não pararia por ali, precisava de mais fofocas para falar com Reiko e Ayame depois, talvez no almoço do dia seguinte.

— Pera, já tão chamando um ao outro pelo nome? — Só depois de deglutir a informação que o garoto teve o choque de realidade. — Rápido assim?

— Não era pra ser assim?

— Vindo dela, nem um pouco normal! A Rei…

— Deixarei esta passar pois eu também estou atrasada, meninos… mas eu aconselho apertarem um pouco seu ritmo se não quiserem uma advertência na segunda semana de aula.

A surpresa no rosto de ambos, plebeu e nobre, foi impagável aos olhos rosa-carmim da mulher parada atrás deles, paralisados pelo contraste entre a voz gentil e a aura repressiva da pequena professora. Mesmo a diferença considerável de porte físico não era suficiente para compensar a pura presença da mana rosada dela, imbuída nos movimentos suaves do cabelo dourado preso em um coque e dos largos brincos de argola de prata.

— S-Sim, senhora, professora Youju! — concordaram em uníssono.

Senhorita Youju. — A correção não pôde ser ouvida, uma vez que eles enfim se movimentavam a toda velocidade. — Francamente, esses meninos…

 

 

Uma hora havia se passado desde o momento que Ruri iniciou sua segunda aula de História Política e Legislação e Heishi estava tão, mas tão entediado que poderia apagar ali mesmo sem um único arrependimento. 

Nunca fora alguém, de fato, estudioso — acostumou-se a aprender com Haruhi e tinha inteligência o suficiente para captar assuntos mais complexos ou chatos, diferente de Tatsuyu. De humanidades a exatas, tudo que precisava fazer era ler um pouco e estava ótimo. Porém, naquele momento, o conhecimento adquirido em todos aqueles anos era insuficiente, e sua amiga e professora particular demonstrava imensa dificuldade para acompanhar o raciocínio rápido da Guardiã sobre o palanque.

“Quando foi que ela fez aquele desenho na lousa?”, pensou, ignorando o mar de sons de papel sendo riscado e suspiros cansados. A ilustração era uma espécie de organograma, dividido entre um círculo incolor e outros cinco coloridos ao redor dele, conectados por setas; cada um tinha uma cor própria, associadas a algo que Heishi vagamente se lembrava de ter visto no fundamental.

— Muito bem, e alguém sabe me dizer o que seria isso? — A mão de Reiko voou aos céus. — Chiwa?

— A Longinus e seus cinco esquadrões.

— Correto, vejo que a reputação de sua família permanece intocada — elogiou a loira, se aproximando de seu desenho. — Como Sua Alteza bem disse, esta é uma esquematização da divisão militar da Longinus.

“Esquadrão das Montanhas, Brigada das Chamas, Sentinelas das Ondas, Vanguarda do Céu e Vigias da Sabedoria. Cada esquadrão possui sua própria hierarquia, divisões e orçamento, sendo decidido pelo sucesso de seus membros e pela área sob sua proteção. Quem não está na Academia de Palas não pode ser parte dos esquadrões, a menos que pleiteie uma vaga e seja aprovado no exame de admissão extraordinário. Atesto, claro, que é um caso excepcional, como de Sua Majestade Ryoujin.

“Independente de patente, do soldado ao General, todos respondem à Líder Suprema e, se necessário, são julgados pelo Conselho de Palas. Ele quem também emite as recompensas pela captura de desertores ou vilões.”

— Professora, nós já somos considerados soldados? — interrompeu alguma das muitas cabeças ali presentes.

— Apesar de receberem como tais, não. Vocês ainda são meros estudantes. — Confusão tomou o ar, e Ruri sentiu-a com facilidade.

“Só serão promovidos a soldados e recrutados para um esquadrão a partir do segundo ano. Para as turmas sem deidades, isso se atrasou nos últimos tempos para o terceiro ano por conta do aumento de casos trágicos entre recrutas. Até lá, não serão sequer cogitados para missões.”

Heishi pouco refletiu sobre o que foi dito pela Guardiã. Nada daquilo realmente importava para ele, cuja mente só conseguiu formular uma única pergunta a ele pertinente. Com mínima educação, levantou-se de seu assento, atraindo os olhares de todos naquele auditório para si. Alguns de seus amigos reviraram os olhos, cientes da intenção do Guardião de Búri.

— E como chegamos à patente de Líder Suprema?

Silêncio tomou conta do ambiente — até os lápis e canetas se calaram por completo, como se prendessem o ar junto de seus usuários. Se parecia uma piada de mau gosto aos olhos dos nobres presentes, poderia piorar e muito, como o restante do quinteto de Yggdrasil bem sabia. “Ele vai dobrar a aposta, não vai?”, deduziu Haruhi, as serpentes em seu cabelo expressando sua vergonha pelo amigo de infância. “Vou fingir que não conheço esse aí.”

Ruri aguardava seu aluno prosseguir, entre a descrença e a admiração pela ousadia repentina de um novato. Novato este que, em um gesto de confiança, arrumou a franja antes de voltar a falar.

— Começar do zero não tem problema nenhum. Deve ter um jeito de ser soldado logo no primeiro ano também, não?

— Qual o seu nome, rapaz? 

— Heishi Reiketsu, professora Youju — respondeu, sucinto. — Sob tutela de Sua Majestade Mizuchiko.

— Oh, um draconiano como eu?

A face de Heishi se amargou por um instante quase imperceptível. Não houve brecha para ele clarificar aquela não-verdade, pois a professora não parou sequer para pegar ar.

— Bem que me foi dito sobre a classe 1-1 ser sempre onde são alocados os talentos… — A divagação foi mais para si mesma do que para os alunos. — O senhor, Reiketsu, sabe quais as condições para o cargo de Líder Suprema?

— Não, senhora.

Senhorita. E pois bem, permita-me lhe mostrar. Fique parado.

O moreno ficou confuso, mas aguardou em seu lugar pelo próximo movimento. A professora fechou os olhos e, de seu corpo, uma explosão de mana inundou o ambiente com tamanha pressão que mesmo os membros da nobreza ficaram surpresos. Sufocante e, ao mesmo tempo, gentil; Heishi não sabia se estava paralisado pelo medo ou pelo encanto criado pelos fios loiros.

O sorriso de orelha a orelha de Ruri lhe causava calafrios.

— Isso representa cerca de 60 a 70% da minha mana — explicou, ainda sorridente. — Não sou a professora Jougai para falar de magia, mas teria noção de como funcionam os níveis de mana, senhor Reiketsu?

— Sei… — murmurou o garoto, acuado. — O primeiro nível representa o dobro do mínimo de mana vital de um humano comum. A cada nível, o valor é dobrado.

— Meu nível de mana como Major do Esquadrão das Montanhas é apenas 7. O General Houseki, comandante do meu esquadrão, está no nível 10. Já para a mestra Haruki, a 211° Líder Suprema…

Sem oscilar sua aura uma vez sequer, Youju voltou-se ao quadro preto com o giz em mãos. O controle fenomenal de mana não era mera exibição — era uma provocação, um desafio ao ego de Heishi e sua confiança em atingir aquele patamar um dia. Compreendia sua posição inferior frente à Guardiã, embora não imaginasse ser um abismo tão impressionante quanto ela o fez perceber.

Os arabescos na lousa tomaram forma legível aos poucos, sua autora deliciando-se com a mudez do aluno. O prego final foi o leve sublinhar que fez sob o número ali desenhado.

13. Treze.

— Este… é o nível de mana da mestra Haruki. — Expressões de pavor preencheram os rostos antes hipnotizados. — Ela é a segunda Guardiã de Neith em mais de um milênio a cruzar a este patamar.

“E isto, claro, não é tudo para ser digno de fazer reis se curvarem aos seus pés. Se deseja competir, nem que seja comigo ou os demais Majores, você precisa ser capaz de manter sua mana em constante estado de fluxo, mesmo enquanto luta ou dorme. A mestre Haruki tem um controle tão fino que nem mesmo somos capazes de perceber a oscilação de sua mana até ela estar a centímetros de mim. Diga-me então, Reiketsu…

“Você tem coragem de atravessar o inferno para alcançar o paraíso?”

Assim como a mana, os cabelos dela voltaram para o lugar tão rápido quanto saíram. Ruri sentia-se orgulhosa de seu trabalho educacional, confiante de que teria colocado aquele estudante metido em seu devido lugar. Com certeza contaria o caso para os demais professores na sala da equipe docente durante o chá da tarde, e repetiria quando alguns outros voltassem de missão — com detalhes exagerados, se assim fosse possível.

O que não esperava era ver o ambiente ser coberto de energia azulada, fria e densa, cujo epicentro da liberação era o próprio Heishi. Era a vez dele carregar um sorriso egocêntrico e nariz empinado frente à afronta de sua professora. “Hora de causar uma impressão foda”, pensou, erguendo uma palma para cima.

Liberar.

Acompanhando o fluxo de mana vazando da silhueta de Heishi, chão e paredes congelaram, ao passo que a temperatura diminuía bruscamente. Togami, até então um mero espectador, surpreendeu-se com o comando por ele efetuado — entonação, gesto, efeito… tudo era demasiado similar ao ensinado por Metatron como uma “carta de impacto” em caso urgente. E, assim como ele, a carga de magia era absurda. 

Os olhos azuis de Heishi transmitiam sua personalidade com assustadora vivacidade. Ver todos ali surpresos com sua capacidade era um delicioso alimento para o ego enorme, que não gostava de ser desafiado nem por um oponente de classe muito superior à dele. Aquela resposta foi uma mensagem clara de que não se curvaria às palavras inflexíveis das regras; um sinal de insubordinação pelo qual deveria ser punido por Youju.

— Eu deveria lhe dar uma advertência por este seu comportamento, Reiketsu, mas lhe darei uma dica — pronunciou, curiosa, a professora. — Nos próximos três meses, treine para que não se mostre errado no exame anual de recrutamento. E também mantenha suas notas altas para que não seja barrado logo na entrada. Isto é tudo, estão dispensados.

O atordoamento por toda a situação ocorrida demorou alguns segundos para se passar, dado que Ruri deixou a sala à deriva dos pensamentos. Alguns mais rápidos que outros, os colegas de Heishi juntaram-se ao seu redor, admirados ou agitados de terem alguém como ele em sua sala. Ainda que fossem majoritariamente nobres, nenhum deles tinha a mínima vergonha de paparicar um plebeu e recheá-lo de elogios.

— Senhor Reiketsu, que demonstração fenomenal!

— A professora Youju nem sabia como se expressar! Você a deixou sem palavras!

— Magnificente, senhor Reiketsu! Poderíamos conversar um pouco mais tarde?

— Você é um completo otário, cabeça de gelo.

Ser recepcionado com uma ofensa pura e direta entre as dezenas de comentários positivos o deixou confuso sobre quem teria essa audácia. O olhar zangado dele buscou, em meio às vozes, a autora de voz conhecida — apenas para cruzar com as íris âmbar de Ayame a encará-lo com reprovação explícita.

— Que foi, cabeça de vento? Com inveja do meu estoque de mana? — provocou, irônico.

— Por que eu teria inveja de algo que você nem sabe usar, exatamente? — A resposta saiu de bate pronto. — Só estou lamentando que você se sinta na necessidade de se expor. Poder não é sobre mostrar, mas sim sobre fazer.

— Fala muito pra quem foi apagada sem nem perceber no exame prático. 

— Eu pelo menos fui pega de surpresa. A Haru — citou, apontando para a amiga de cabelos loiros — te apagou com um soco só. Alguém como você, que só pensa em linha reta, não chegaria nem aos pés do Kei.

— Permita-me bajular um pouco este nobre senhor, senhorita.

Desconhecida a ambos, Ayame e Heishi desfizeram o contato visual agressivo para saberem quem era o sujeito alto de cabelos negros que ousava se intrometer naquela rivalidade. Cinza-grafite preenchia as íris dele, bem como um brilho malicioso, e seu caminhar elegante indicava pertencer à alta nobreza. Sua elegância esnobe era símbolo de uma posição político-econômica muito mais privilegiada que qualquer outro ali, com exceção dos herdeiros do trono.

O garoto colocou-se ao lado do Guardião de Búri, simpaticamente sorrindo para ele com aqueles dentes branquíssimos. “Esse cara é meio perturbador…”, refletiu Shuyu, no aguardo do desenrolar daquela curiosa interação — mesmo Heishi achou a presença dele desconfortável.

— Reiketsu, correto? Sou Kai Tamaki, herdeiro da casa Tamaki de conselheiros de Sophis, é um prazer — apresentou-se, objetivo. — Estou admirado com seu incrível talento. Presumo ser um grande guerreiro.

— Veio puxar o saco de mais gente, Tamaki? — Togami de prontidão revirou os olhos, aparecendo atrás dele junto de Reiko. — E logo de um cara que você nunca falou na vida?

— Togami!

— Que foi, Rei? Só tô falando a verdade.

— Ah, então você conhece esse… problemático? — Kai ignorou o comentário de seu rival. — Uma pena ter de conviver com pessoas tão mal-educadas, senhor Reiketsu!

— Mal-educada é tua vó, engomadinho de merda.

— Não ouse falar da minha família, nanico.

Era perceptível a intenção de Kai em desferir um golpe em Togami, sendo inevitável a briga entre eles. Preocupada, Reiko deu um passo à frente para interrompê-los, mas alguém esbarrou nela e segurou o pulso de seu amigo de infância, assustando-o. A face irritada do nobre ateniense se mortificou quando percebeu quem era a figura mais baixa que si.

— A-Alteza Ryoujin! — saudou com a voz trêmula. — P-Poderia soltar meu pulso? Está um pouco forte demais…

— Um guerreiro de verdade não ataca por impulso, muito menos menospreza um adversário que lhe enfrenta de cabeça erguida. — Intimidador era eufemismo para descrever os olhos azul-céu de Zuko, encarando-o de baixo. — Tenho assuntos para tratar com ele. Não me atrapalhe.

A raiva de Kai foi obrigada a ser engarrafada e engolida diante da presença imponente do herdeiro de Bellato, acompanhado por Akashi e Keiko logo atrás de si. Seu foco não mais estava no nobre ou em Heishi, eles pouco importavam; Togami e seus curiosíssimos olhos heterocromáticos eram muito mais interessantes, então dele que se aproximou a passos firmes.

Do ainda mais baixo ponto de vista de Togami, o principal detalhe do príncipe era a gritante cicatriz na base do pescoço, cobrindo-o de ponta a ponta. Algo na diferença de tonalidade entre a marca e a pele alva do Guardião de Diarmid causava um forte desarranjo no estômago de Shinwa, que ponderava sobre qual seria o motivo da súbita aproximação de um nobre estrangeiro. Suor frio escorria pela sua espinha pela mera possibilidade de ter sua identidade revelada.

“Se nem a Rei sabe… como ele saberia? Se acalma, Togami”, afirmou, recompondo-se enfim.

— Você é o plebeu que interrompeu o torneio real ano passado, certo? — continuou o príncipe.

— Sim. Mas meu nome é Togami. Já nos falamos antes! Ou, pelo menos, nos vimos na saída do final de semana.

— Claro. Senhor Togami, meu pedido é bem simples.

Com Nóralltach em mãos, Zuko apontou a ponta afiada contra o menino.

— Lute comigo.

 

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