Fios do Destino Brasileira

Autor(a): PMB


Volume 1

Capítulo 31.1: Surpresas (des)agradáveis

— Tá legal, vamos testar essa belezinha aqui. 

À frente do trio, Reiko encaixou sua chave dourada na porta sob o olhar atento de suas colegas, mal conseguindo conter seu entusiasmo quando escutou o clique suave da trava. Sonhara com este dia por anos, desde o dia que sua mãe deu-lhe o privilégio de visitar um dos apartamentos — ter em mãos o passe para o seu próprio ainda era uma sensação de viver uma fantasia.

Todos os conjuntos possuíam a mesma mobília inicial, então não se importou de analisar os arredores e rumou direto à sala comunitária do imóvel. Sem expressar mais uma única palavra, jogou-se no amplo sofá e deixou o corpo relaxar de vez, apreciando a maciez reconfortante do estofado.

— Eu estou no dormitório. No dormitório. Da Longinus — enunciou a menina, como se o fizesse para confirmar que não estava delirando. — Cara, é o melhor dia da minha vida até agora.

— De fato, este apartamento é bem bonito… — Yoko alisou a mesa de centro de madeira. Deduziu ser madeira telurina. — Temos que escrever as cartas sobre o que gostaríamos de trazer de nossas residências. Deve demorar um mês para completarmos esta mudança, talvez mais para alguns alunos de mais longe como você, senhorita Chiwa.

— A gente pode ir comprar umas roupas novas no próximo fim de semana! — propôs Reiko, agora sentada. — Deram quatro uniformes pra cada, a intenção deve ser movimentar o comércio local com o dinheiro que deram pra gente. Ainda que eu gostaria de usar meu próprio dinheiro…

— Eu topo!

A solana se assustou com o grito e o gesto súbitos de Hanako. Não sabia nem que ela era capaz de subir o tom àquela intensidade, quanto mais demonstrar tanto interesse em algo. Sua impressão até então era de uma princesa calma e comportada como ela, mas aparentemente cometeu um grande engano. A faeri deve ter notado sua quebra de decoro, pois seu rosto ficou tão rubro quanto seus cabelos.

— D-D-Digo… e-eu estou de acordo.

— Gostei de ver, Hana! — provocou Reiko, sacana. — Tá querendo ficar bonita pro seu príncipe encantado, né? Fala a verdade pra sua cupido aqui!

— P-Para com isso, Rei! Eu já disse que o senhor T-Tatsuyu nada representa!

— Mas eu nem falei que era ele… — O cinismo da ateniense fez Hanako corar ainda mais.

— E-Eu… ah, que droga, Rei! Você fica com esses joguinhos toda vez!

A Guardiã de Atena começou a cutucar sua melhor amiga com fervor, buscando brechas para falar sobre o sentimento unilateral de Koufuku para com o plebeu draconiano. Observar as amigas de longa data conversarem com fervor trouxe um amargo gosto de solidão à boca de Yoko. Achava injusto — pertencia à mesma classe social, passou pelas mesmíssimas situações e acabaram de completar a mesma prova, por que ela não tinha alguém assim para si? 

Memórias passearam pelo espaço sombrio de sua mente. Embora não admitisse, tinha plena noção do porquê estava naquela situação, o que apenas alimentava o sentimento  de insatisfação. Sua expressão enrijecida entregou que havia algo errado, mas a dupla não teve tempo de questioná-la, pois um grito feminino estridente cortou o ar. Yoko virou a cabeça na direção da porta entreaberta atrás de si.

— Q-Q-Q-Quem é v-você? Eu tranquei a-a porta! — Pela pergunta, Hanako e Reiko não estavam no campo de visão dela. — Ou s-será que não? Ah, que merda!

— Aya! Quanto tempo!

— Rei?!

O cabelo azul-gelo molhado entregou a identidade da garota, escondida em um dos quartos e apenas de toalha. Vermelha dos pés à cabeça, Ayame Tengoku reconheceu suas duas “amigas” — se é que assim podiam ser chamadas, uma vez que não as via há três meses. Seu foco, todavia, passou para a terceira figura, esta desconhecida à primeira vista. 

Cabelos vermelho-alaranjados, olhos dourados, pele pálida, um pingente de girassol. “Não, eu sei quem ela é”, constatou em sua cabeça antes de sua aura e face assumirem uma expressão inconscientemente agressiva para a garota.

— Você… digo, Alteza Kan’uchi? — Perdida em suas próprias palavras, a fala da Guardiã de Eolo soou como mais como uma pergunta. 

— Ah… eu mesma? Se é que isto é uma pergunta — devolveu ela, retribuindo o olhar analítico sobre a figura de Ayame. — Este cabelo é familiar… Creio que na foto que ele me enviou havia uma garota parecida.

— O Shu te mandou uma foto nossa? 

— Da senhorita e dos demais pupilos de Sua Majestade Mizuchiko — corrigiu Yoko, mais uma vez atacando os sentimentos dela sem notar. — Se não estou enganada, és a melhor amiga do Shuyu, Ayame Tengoku, corrija-me se eu estiver enganada.

— Sim, está certa. Conheço ele melhor que muitos.

“Até mesmo que você”, acrescentou para si mesma enquanto sentia aquelas íris intensas prosseguirem com um julgamento silencioso quanto a relação dela com Shuyu. Ao mesmo tempo que estava feliz de ter sido citada pelo príncipe, o coração dela foi enforcado pela afirmação impiedosa de sua rival romântica. A realidade cuja existência ela tentou fugir a qualquer custo, mas não mais poderia diante da prova cabal de sua materialidade.

Melhor amiga. Este era o único título que poderia ter para Shuyu, sua paixão de tão longa data, enquanto Yoko Kan’uchi seguisse na vida dele. Conhecendo como conhecia o herdeiro de Yggdrasil, Ayame não tinha a menor dúvida de que ele seguiria perseguindo o eterno pôr-do-sol ao invés de admirar o céu limpo do meio-dia ao dispor dele todos os dias. Competir com o resplendor do astro-rei jamais seria uma possibilidade concreta.

A tensão palpável forçou Reiko a tomar uma posição antes da bomba explodir nas mãos dela e de Hanako.

— Pelo visto vocês duas já se conhecem! — Nenhuma das duas desviou o olhar. — Que dificuldade, cacete… Bem, que tal a gente dar uma olhadinha pelo ambiente? Esse apartamento é eno…

— Com sua licença, irei realizar minha oração, peço que não me atrapalhem pelo menos agora — anunciou Yoko, tirando um chiado de frustração de sua colega por tê-la interrompido. — Ficarei com o quarto da direita, visto que Tengoku escolheu o segundo da esquerda à direita. Deixo a critério das senhoritas decidirem sobre com qual dos restantes irão ficar.

Hanako estendeu a mão para impedir a princesa do sol de fugir daquela forma. Em vão, uma vez que ela se esquivou do gesto e, a passos velozes, sumiu dentro do novo quarto. Ayame percebeu também a situação vexaminosa que se encontrava e trancou-se para se vestir, abandonando as melhores amigas sob um ar de rivalidade desconfortável e pesado.

Reiko coçou a nuca, depressiva.

— É, Hana… Vão ser dez longos anos.

 

 

A ala norte era bem mais cheia do que as demais, para a repulsa do príncipe de Bellato. Apesar de vergonhoso, tinha de admitir sua inaptidão à interação social — quanto mais pessoas via nas proximidades, maior era sua perturbação interna. Akashi, que o acompanhava lado a lado em seu uniforme da Longinus com detalhes marrons, fez o favor de esquivá-los de contato até chegarem ao conjunto designado a eles.

Agora, estavam parados em frente à entrada, admirados pela grandiosidade do local. Quer dizer, Akashi quem tinha a expressão de encantamento genuíno, enquanto Zuko mantinha a compostura.

— Sua chave é obsidiana? — questionou o garoto de cabelos verdes quando o objeto surgiu nas mãos dele. — Fica bonita nessa cor.

— Isto faz alguma diferença?

— Bem, seu uniforme não ganhou cor nenhuma. Por isso achei curioso se aconteceria a mesma coisa com ela.

— Compreendo. — Kousho se surpreendeu com a placidez que foi respondido, atípica ao colega. — Achei ser um conhecimento comum, sempre vi soldados ao meu redor.

— Não acho que isso seja normal não, Zuko.

Comparado ao primeiro encontro deles, quatro dias atrás, o loiro tinha diminuído a hostilidade habitual dele na companhia de Akashi, em especial após a batalha vitoriosa contra Katsushi. Diarmid não quis alertar o fato ao príncipe, ciente da cólera que isto causaria nele, então desejou esperançosamente que o próprio receptáculo se desse conta disto. 

Pelo andar da carruagem, iria demorar para o bellano reconhecer o sentimento de amizade florescendo em seu coração. Zuko tirou as botas, já limpas pela estadia no hotel do dia anterior, e encaixou-as com grosseria na sapateira particular do conjunto.

— Que seja. Ao menos, não estamos no mesmo setor que aquela garota distraída.

— Eu gostaria de estar mais perto dela — admitiu Akashi, desviando o olhar.

— O prédio dela não fica longe, se quer tanto assim visitá-la.

— Não vai me dizer que está com ciúmes de eu preferir uma garota do que um homem!

A provocação tocou num ponto sensível de Zuko, cujos olhos safira perfuraram seu amigo como mil agulhas. O nobre pensou com cautela em sua próxima frase, pois, a depender da resposta, poderia soar muito indecente. Uma emoção desconhecida por ele fez suas sobrancelhas amarelas se juntarem em algo que se assemelhava a descontentamento quando ouviu Akashi expressar interesse em Keiko. Uma vaga memória de sua infância o preencheu.

Sentado no colo de sua mãe, observavam duas figuras masculinas duelarem na pequena arena particular do palácio de Warrea, capital de Bellato. A menor delas, um garoto de cabelos loiros como os de Zuko, brandia uma espada com dificuldade — seus braços finos não suportavam o peso do aço, mas ele de forma alguma deixava de tentar. Seu oponente riu depois de desviar de outro golpe trêmulo, em seguida desarmando o próprio filho.

— Bela tentativa, Yoru! — elogiou o homem, dando-lhe tapinhas no ombro. — Seus golpes ficaram mais rápidos.

— Pai… eu nem consegui… fazer o senhor… suar!

Arfadas longas interrompiam as palavras de Yoru Ryoujin, exausto e caído ao chão. Se comparado ao pai, o monarca de porte imenso diante dele, poucos diriam que era possível ter algum vínculo sanguíneo entre ambos. Nem o formato dos olhos do príncipe, vermelhos como sangue, assemelhavam-se aos das safiras do homem barbado.

O rei, porém, demonstrava grande euforia com algo que nenhum de seus três parentes sabia, refletida em seu rosto pelo sorriso largo e convidativo. Sua mão repleta de calos posicionou-se sobre o ombro do filho mais velho, insinuando-o para manterem contato visual naquele instante.

— Não importa, filho. Só não perca a determinação e tenho certeza que você vai me derrotar algum dia.

— Mas nunca mesmo, pai!

— Claro que vai! — Os cabelos negros, presos num rabo de cavalo curto, voaram contra o vento. — Ei, Amaka, não acha que o Yoru e o Zuko são incríveis para as idades deles?

A mulher pareceu sair de um transe, uma vez que sua única íris carmesim voltou-se do céu para ele. O olho esquerdo mantinha-se fechado, uma cicatriz tortuosa por cima dele como indicativo da condição visual da rainha de cabelos amarelos — ela esboçou o mais perto que conseguia de um vago sorriso com os lábios rosados antes de se pronunciar.

— Bem… — divagou enquanto afagava os cachos de seu caçula — para mim, eles parecem bem para duas crianças. Cobrar mais seria exagero.

— Estão vendo, meninos? Até a mãe concorda! — Zuko foi tirado dos braços da mãe num piscar de olhos pelo rei, que o ergueu aos céus. — Vocês são meu orgulho!

A pequena esfera de felicidade foi quebrada pela memória seguinte, cuja escuridão envolveu o calor e o apagou, deixando apenas o frio da apatia para castigá-lo. Os túmulos, com inscrições em dourado e uma espada fincada sobre cada uma de suas tumbas, eram molhados pela chuva intensa que caía sobre eles e Zuko. Aquele era o nono ano sem Yoru e o sétimo sem seu pai.

Por consequência, era também o sétimo sem sua mãe. 

Em que ponto as coisas ficaram assim? Quando Amaka Ryoujin, que o abandonou poucos metros antes da entrada do cemitério real, parou de abraçá-lo, de elogiar seu progresso, de perceber sua existência em meio à rotina diária deles? O menino loiro, no auge de seus 14 anos, não conseguiria compreender o luto de sua progenitora, nem mesmo fazia questão de tal — não conhecia o passado para colocar-se na posição dela, assim como não tinha maturidade para entender como aquilo afetou a pessoa que mais amava.

Derramaria seu sangue o quanto fosse preciso para, um dia, voltar a ser reconhecido por ela. Se seu irmão foi um tolo fraco, ele não seria. No dia que ganhou a longa cicatriz horizontal na base de seu pescoço, perdeu qualquer medo que poderia assolá-lo no futuro. Nada poderia impedir Zuko de realizar o seu anseio.

A cada luta, sua marca da morte formigava com mais fervor, mas ele nunca se sentiria satisfeito, pois algo fora roubado dele. Diarmid já havia dito que a ira por si só não deveria ser combustível, e ele estava certo. Para Zuko, ela era mais do que mera fonte de energia; era sua guia, a única emoção capaz de levá-lo ao seu limite.

Ele iria pagar.

— Para você não me responder, devo ter pegado num ponto sensível. — Akashi levantou as mãos em rendição. — Foi mal aí.

Ryoujin quis dizer que não. Que a culpa jamais poderia ser do único que seria capaz de chamar de amigo, que seu algoz era alguém com um nome que ele tinha até nojo de pronunciar. Porém, só pôde oferecer um aceno imperceptível de “não é nada” ao semblante magoado de Kousho.

Pouco importou aquele breve instante de incômodo — sem aviso prévio, uma aura maligna preencheu os sentidos atentos de ambos os garotos, ativando suas auras em uma defesa quase instintiva. Por pouco não sacaram suas armas para a figura parada na entrada do conjunto 903, envolta por um véu de malícia demasiado perceptível para ser confundido com outra coisa.

Antes que um combate explodisse ali mesmo, Akashi analisou o recém-chegado com sua técnica ocular. Embora a perversão exalada pela mana preta fosse incontestável, ela não parecia ser tão intensa quanto a de um verdadeiro Amaldiçoado descontrolado. Um pouco mais de cautela e só então percebeu o uniforme da Longinus e a chave de cor escura que o rapaz de cabelos vermelhos carregava em mãos.

— Espera, tu é outro morador daqui? — Surpreso, o Guardião de Miguel desfez sua guarda alta. — Não tenho dúvidas que você é um Amaldiçoado, mas não precisa dar esse susto na gente! Mais alguns segundos e o Zuko teria partido no teu pescoço!

— Peço desculpas pela minha indecência — respondeu o “intruso”. Sua aura desapareceu logo em seguida. — A Hidra dá um certo trabalho quando estou nervoso.

— O Amaldiçoado? — sussurrou o bellano, ouriçado. — Mostre-me seu…

— Símbolo do Pecado? Claro. 

“Sinto como se já tivesse feito isso…”, pensou Koyo Gintei, com a sua marca de tinta preta fosca exposta para eles. A ausência de qualquer fluorescência no retrato da serpente dando o bote era apenas suficiente para Zuko diminuir sua suspeita, mas sem desligar um centésimo de sua atenção.

— Parece limpo. Fui avisado de que teria alguém… assim aqui.

— Pelos dois círculos e a estrela adicional em suas costas, presumo que pertença a uma das casas reais. — Acostumado à hostilidade, fez questão de ignorar o insulto velado nas palavras de Ryoujin. — É um prazer conhecer Sua Alteza também. Sou Koyo Gintei.

— Zuko Ryoujin, de Bellato.

— Oh, o herdeiro da Rainha Maldita?

O questionamento inocente de Koyo fez o loiro apertar tanto os punhos que estes ficaram pálidos. Diferente de como fazia com a maior parte das pessoas, Zuko não foi capaz de empinar o nariz e franzir o cenho em desgosto — o rapaz à sua frente deveria ter quase quinze centímetros a mais que ele, então ele quem era intimidado pelas íris prateadas encarando-o de cima. 

Mais cedo, quando o príncipe pegou suas roupas, a carta contendo a chave e o indicativo do conjunto a ele designado era a única com algo fora da tipografia padrão das demais: inscrito no verso, a frase “Um Amaldiçoado estará contigo. Vigie-o e, se preciso, puna” não podia ser mais legível. Foram destinados a dividir o mesmo teto como forma de manter sob supervisão aquele garoto de pele escura e aura maligna. Se ele foi aprovado por alguém da elite da Longinus e ainda assim era temido daquela maneira, o quão forte seria?

— Espero que tenha ciên…

— Bom dia, novos e queridos colegas de quarto! 

Alguém com audácia o suficiente para interromper a fala de Zuko apareceu de joelhos no hall do apartamento, quebrando completamente o clima tenso antes estabelecido. Seu uniforme chamativo, com detalhes rosa-fúcsia bem vibrantes, e pose heroica fizeram o príncipe da guerra torcer o nariz em reprovação. 

A figura extravagante e recém-chegada não pareceu se importar nem um pouco com o olhar de reprovação do príncipe.

— Hm… Preciso treinar mais a minha entrada triunfal… — julgou a si mesmo, caderninho em mãos enquanto permanecia com um joelho ao solo. — Talvez adicionar um rodopio? Ou uma lufada de vento?

Se perdesse mais um segundo, Akashi tinha a certeza de que o novo invasor iria perder a cabeça — no sentido literal — pelas mãos de Zuko. Um movimento rápido permitiu Ichika sair do raio de ameaça do nobre, sendo levado ao outro canto do cômodo pelo colega de quarto preocupado.

— Cara, tu é maluco?

— Vejo que não tem cultura o suficiente para apreciar minha arte!

— É, não bate bem.

— Permita que eu me apresente aos senhores — prosseguiu o garoto. — Meu nome é Ichika Seiyama, solano apaixonado por teatro!

— Não precisa nem dizer isso pra eu perceber!

Assim como fizera com Koyo, o herdeiro de Bellato avaliou a nova companhia com frieza absoluta. Acostumado aos corpos de homens treinados para guerra, Zuko foi rápido em perceber que algo sobre Ichika não conversava bem com a situação — sua silhueta, mesmo para um garoto esguio, era muito mais delicada se comparada aos muitos corpos magros que viu ao longo da vida.

Carecia também de sensibilidade para abordar esse assunto, como Akashi percebeu quando ele concluiu sua análise prévia.

— Por que colocaram uma garota em nosso conjunto? — inquiriu sem rodeios, cerrando os olhos azuis na direção de Ichika.

— Bem, se a Longinus aqui me mandou, homem não sou.

— Sistemas cometem erros.

— O sistema de seleção do Conselho? Ainda mais com a senhorita Jougai no comando? — Veneno respingou nas palavras do garoto de cabelo salmão. — Com o perdão da palavra, acho que Sua Alteza quem está errada.

Zuko não se convenceu, como puderam assumir a partir da expressão impassível em seu rosto. A discussão, contudo, não seguiu, visto que ele partiu pela porta do hall sem proferir mais nenhuma palavra aos seus colegas de quarto. A mão de Akashi estendeu-se na direção dele, um tanto receoso sobre a péssima primeira impressão que ele deixou sobre os dois novos companheiros.

— Puta merda, Zuko, por que tu me larga nesse climão? — xingou baixinho, antes de recompor a postura simpática de sempre. — Bem, começamos com o pé esquerdo aqui. Peço desculpas pelo comportamento dele.

— Fique tranquilo, acho que somos mesmo excêntricos. — Koyo ofereceu um aperto de mão educado a ele. — Sou Koyo Gintei, de Harenaris. Será um imenso prazer tê-los como colegas de quarto pela próxima década, torço para desenvolvermos uma boa amizade.

— Adorei seu cabelo, senhor Gintei! — elogiou Ichika, observando-o de múltiplos ângulos. — Esta cor maravilhosa, esse corte tão natural… São tantas as qualidades!

— Agradeço o elogio, Seiyama. 

— Que tal a gente dar uma olhada nos quartos? A gente aproveita e decide também.

— Claro, Akashi! — Novamente, foi Ichika quem respondeu com empolgação. — Posso te chamar assim?

— Com certeza!

 

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