Volume 1
Capítulo XXI: Gabinete de Estado (Parte II)
Continuando…
Logo o imperador ordenou e o meio da grande mesa do gabinete que ao primeiro olhar pareceria ser de madeira escura piscou e acendeu com um tom claro de azul, era um novo tipo de monitor que quando desligado parecia não existir e da tela azul claro começou a aparecer em 3D o relevo do terreno onde estava sendo construído Forte São Jorge. E da imagem 3D brotou os hologramas que mostravam o que já havia sido construído com uma tonalidade e o que ainda seria construído com outras tonalidades
Discutiram várias propostas, muitas estavam já sendo implementadas, o que no primeiro momento diminuiria a dependência do portal, mas a cidade gradativamente crescia e o número de Brasileiros ansiosos para colonizar, também só cresciam... Geradores eólicos e solares, sim, tinham aos montes era a doutrina energética de pulverizar as fontes que era seguida e apoiada, mas não era ainda suficiente.
Havia uma ideia…
Há 500 kms a leste aventureiros Brasileiros relataram um planalto margeando colinas cobertas de neblinas cortadas por um rio que durante eras cavou a força seu caminho até a planície seguindo seu curso para os mares ao sul. A taxa de desnível daquele curso era perfeita e o vale íngreme escavado na rocha calcária pela água tornava o local perfeito para uma barragem e uma hidrelétrica capaz de sustentar quiçá uma população de 5 milhões de pessoas.
Se construída, esta represa seria tão ou até maior que a famosa Represa Hoover com capacidade de 10 Megawatts de energia e ficaria facilmente entre as 20 maiores usinas de eletricidade construídas pela humanidade.
Mas havia um problema, ficava a 500 km dentro de uma outra nação que apesar de estar sendo consumida pela guerra civil ainda era forte. Muitos diriam que a diferença absurda de tecnologia entre os Yamarianos faria de uma invasão Brasileira apenas uma atividade de treinamento.
Outro problema...mesmo que fosse espoliado este império que já estava consumido por dentro, mesmo que esta nação não sobrevivesse à nova era, haveria ainda outro problema...
Após o incidente em que uma embarcação brasileira trocou tiros com tanques japoneses, embaixadores brasileiros e japoneses delimitaram no mapa da Mesogeia suas zonas de influência cada zona no seu lado do portal das montanhas Aztlantartus (Alpes Brasileiros para os brasileiros e 令和 山脈 Reiwa Sanmyaku ou Montanhas do Imperador ou da era Reiwa) e o terreno adequado para construção da barragem se localizava dentro da zona de influência nipônica...
Eram muitas as coisas a serem medidas, a serem pesadas a serem decididas a questão energética ainda esperaria mais algum tempo até ter um plano definitivo, até lá optou-se pela construção de pequenas centrais elétricas que aproveitaram os córregos que desciam pelas montanhas e até o final do ano os imperadores japonês e brasileiro iriam se encontrar e era do desejo brasileiro que essa inesperada guerra fria entre as duas nações se encerrassem tão logo como iniciou.
Mas no fundo a maior preocupação dos presentes era as eleições repentinas que tiveram de ser convocadas e muitas das decisões dependiam da boa vontade do novo parlamento.
A reunião mudou o foco e para que o que já tivesse sido discutido e não se perdesse tudo era registrado e futuramente todos os cidadãos súditos do império teria acesso ao que foi debatido pelos seus representantes e o guardião dos valores eternos nacionais que era sua majestade o Imperador.
Era a vez do pessoal do Ministério de Ciências e Tecnologia falar (que por força da lei trabalhava em conjunto com o Ministério do Gabinete Imperial de Sua Majestade para a Educação, Esportes e Tecnologia. (Tendo inclusive de dividir o mesmo prédio na Esplanada dos Ministérios no Eixo Monumental, edifício alvo de freqüentes “visitas” do monarca só para saber se as coisas iam bem...)
Eles explicaram que toda a cordilheira de Aztlantartus (ou Alpes Paulistas/Brasileiros como é chamado pelos Brasileiros devido à dificuldade de se pronunciar o nome nativo) de fato tinha o potencial energético desejado só que para variar tinha um problema, o local inicialmente ocupado pelos Brasileiros era de fato uma terra de ninguém, porém as outras regiões onde havia locais mais apropriados para construção de barragens eram controladas por qualquer uma das facções da guerra em curso ou até mesmo caudilhos locais prontos para se venderem ao lado que puder pagar mais, ou mesmo nobres locais que só desejavam manter sua autonomia e vida em paz.
—Teremos que ir para guerra por energia elétrica e água potável.... Comentou o monarca num tom cansado e pessimista.
—Majestade, a guerra sempre é uma possibilidade. Respondeu o ministro da Defesa.
—É pelo nosso legado...Disse um dos jovens oficiais que auxiliavam na reunião.
—Independente do que seja, exijo de vocês que se crie outras possibilidades! Nós temos com que negociar, temos o que oferecer então este é o dever de vocês! Disse em tom mais enérgico o monarca.
Durante mais algumas horas os presentes discutiram vários assuntos como orçamento, incentivos para empresas irem para as colônias, até a intervenção militar que ocorria em um país vizinho foi posta em pauta e terminado de discutir o que tinha que discutir o imperador encerrou com a seguinte declaração:
—Meus caros, mais uma vez obrigado pelo seu esforço neste dia que nos foi longo quero primeiro reafirmar como previsto em lei que quando o chefe de governo solicita sua renúncia ele mantém seu cargo até as novas eleições e formação de um novo gabinete e por isso peço que todos continuem a desempenhar suas funções e a seguir os seus planos, aconselharei o novo gabinete a continuar o que está sendo feito.
Todos os presentes ouviram e foram se retirando, o Imperador se retirou por último quando estava fazendo seu caminho para casa um dos assistentes chamou no ouvido:
—Majestade, temos aqui presente alguém que declarou ser enviado pelos nativos do mesmo povo que aquelas jovens que foram violadas naquele incidente e está esperando na antessala.
—Muito bem anuncie que estou indo
Assim o monarca caminhou com elegância e porte não parecia, mas estava cansado e o dia ainda não havia terminado.
—É você?!!!
—Olá Rei, como tens passado nestes meses que sucederam, percebo um semblante estafado estais a dedicar demasiado ao labor de vosso ofício mui nobre mui elegante e de tamanha importância para esta república sob o qual reinas?
—Kuria! Tudo bem que a inteligência confirmou que você tem o dom sabe-se como aprender rápido as coisas, mas não acha que teu português está, um pouquinho, só um pouquinho formal demais?
—Meu dom facilita que eu aprenda, mas não impede que eu possa aprender ainda mais e nestes poucos meses tive a oportunidade de me fartar com a literatura na tua língua o que me fez ansiar pelo momento em usar tua língua de forma tão rebuscada. Fiquei decepcionada que aqui não tem como no novo mundo onde os impérios e reinos cultivam uma forma mais refinada de falar suas palavras na corte, uma forma que só quem tem a nobreza atestada ou mesmo ocupa um alto cargo por mérito reconhecido é permitido falar, escrever ou até mesmo ler, aaaah que coisa linda é a arte pura nas palavras....
—Bom, temos juristas que para mostrar o tão hipócritas e pretensiosamente superiores usam de termos complicados que nem eles em suas canalhices entendem de fato, apenas usam como adorno pueril, mas você veio até aqui para me contar uma história?
—Não, não... sabe indo direto ao ponto, podemos discutir formas mais interessantes de executar aqueles moleques...
—O crime deles foi bárbaro, uma vergonha para o exército imperial, mas eles serão punidos seguindo com todo rigor o que a lei determina, todos somos iguais inclusive na hora de receber a pena capital como é o caso! Eles serão fuzilados que é a forma correta do qual, todos temos ciência quando se comete este crime nós estamos aguardando apenas a conclusão de todo o processo legal o que significa um julgamento justo, se tua tarefa foi de servir de emissário daquela gente que foi ofendida diga na sua volta que eles podem e devem testemunhar todo o processo jurídico e já que é quase uma unanimidade, poderão assistir a execução.
—E permitir que as vítimas olhem no fundo dos olhos no momento final dos acusados...
—Querem que elas também façam o papel de carrasco?
—Algumas das sobreviventes desejam, tanto que estão aprendendo a disparar com várias armas de fogo, para quem nunca tinha visto ou sequer imaginado que existiriam armas do tipo, até que elas estão indo bem...
—Vai ser útil para autodefesa delas.... é longe o vilarejo?
—Não é não
—Desejo na hora oportuna fazer uma visita, prestar meu respeito às vítimas...
—Está convidado, a maioria dos nativos me cultuam, posso falar por eles e sobre o fato de as vítimas executarem a sentença?
—Não sou eu que decido isso, você já que é vista como uma representante dos nativos pode propor isso na tribuna do parlamento....falando nisso.....
—Te lembrei de algo?
—Sim tenho que fazer algo na câmara dos deputados
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