Volume 9 – Arco 6
Capítulo 166: QUARTO ATO DO LIMIAR - Primeira Revanche
Damon não pensou duas vezes em apanhar a espada de novo. Logo de cara, fez sua influência crescer em oposição à do antigo algoz.
Keith soltou uma risada entredentes, parando de andar em respeito à nova “aura” do rapaz que tinha destroçado há quase uma estação.
Dessa vez o cenário era diferente.
Recuperado na mente e no corpo, o descendente mais novo do Rei dos Deuses estava pronto para a revanche.
Sabia que o inimigo à frente sequer tinha mostrado as verdadeiras capacidades na ocasião do Deserto da Perdição.
Mas isso também valia para si...
Acuada diante do ambiente pesadíssimo criado por ambos, Helena deu dois passos para trás de forma inconsciente.
Uma risada ecoou do esverdeado, a assustando.
— Isso é perfeito! Vejo que tem plenas condições dessa vez, seu merda!! — Torceu uma das sobrancelhas, extremamente agressivo.
— Helena... — A voz murmurada de Damon soou tão pesada quanto o clima no pátio natural. — Fica pra trás.
Sem nem tirar os olhos sisudos do risonho, o olimpiano fez crescer a força sobre a empunhadura da espada longa, que já começava a brilhar em azul.
A jovem deusa pensou em dizer algo, porém podia sentir o foco extremo na postura do irmão.
Além, claro, de toda a tensão que carregava sobre as costas e a ira a aflorar de dentro, direcionada ao novo oponente.
Naturalmente executou o pedido dele e terminou de se afastar, ainda que de forma vagarosa.
“Isso é ótimo”, pensou o filho de Zeus, concentrado. “Era ele que eu queria...”
Avançou dois passos. Levantou a espada e a posicionou diante da vanguarda, apontada ao alto na direção do algoz.
Não queria seguir aquele rumo, mas, de forma inconsciente, o desejo de se vingar falou mais alto.
“Vou vencer”, determinou com veemência.
O som das correntes voltou a ecoar, assim que o sorriso de Keith cresceu mais do que parecia ser possível.
Trouxe consigo a esfera metálica recheada de espinhos, que tombou ao lado dos pés.
De repente, um tremor intenso abalou as estruturas do pátio. Helena cambaleou, quase caiu antes de encontrar um equilíbrio.
No entanto, a oscilação repentina não mudou a postura dos jovens que se preparavam para atacar um ao outro.
Eles apenas viraram o rosto, ambos à mesma direção, onde puderam ver uma marca circular cravada no solo de pedra.
A representação do rosto de uma daquelas que controlava o Destino dos seres vivos.
Nenhum dos dois ponderou sobre sequer terem percebido de antemão, afinal, um gigantesco vórtice negro surgiu no plano.
As primeiras criaturas subiram, sendo três ciclopes com as clavas de praxe e alguns soldados mortos-vivos, devidamente armados e protegidos por armaduras.
Pela primeira vez, os rivais concordaram em algo: estalaram a língua, juntos, irritadiços por conta da tensa absorção quebrada.
Keith não perdeu tempo. Moveu de maneira brusca as correntes que puxaram a estrela da manhã, as lançando contra os dois primeiros ciclopes um após o outro.
Helena arregalou os olhos ao contemplar o ataque veloz do garoto, que mal pôde acompanhar na íntegra até os órgãos únicos dos monstros serem esmagados.
Damon girou na velocidade do pensamento e avançou, deixando rastros de relâmpagos no caminho, para derrubar o outro ciclope e as demais criaturas.
Todos morreram em menos de dez segundos após surgirem no âmbito.
Depois de limpar a área, devolveu o olhar noturno ao inimigo mortal, que nem pestanejou em recuperar e disparar de novo a esfera de espinhos, agora em sua direção.
Desviou à esquerda com um salto rápido, depois correu em frente para evitar da sequência de elos metálicos, usando a espada com cortes rápidos em prol de as afastar.
“Não dá pra tirar a atenção dele”, pensou enquanto o encarava de perfil, tentando contorná-lo.
Respirou fundo, a ponto de soltar uma camada de vapor eletrizado da boca.
Dois confrontos em duas vertentes não seria nada mal, pensou consigo. Estava na hora de fazer valer os dois meses e meio de treinamentos com as Musas.
Esboçou um tênue sorriso sem nem perceber.
No ganho da inédita dose de ânimo, reforçou a pegada no punho da espada e realizou uma investida velocíssima contra o adversário.
Keith subiu o braço destro, onde as correntes se envolviam, as puxando até trazer a esfera de volta ao seu domínio.
O olimpiano foi rápido o suficiente para desferir o primeiro golpe frontal, mas o imperador pôde se defender ao posicionar o mangual à frente do peito.
A explosão de choque foi intensa, se alastrou por toda a extensão do átrio. Muitos dos soldados foram levados pelo vento.
Helena segurou-se em uma das árvores próximas, além de levar o braço esquerdo à frente do rosto, protegendo os olhos da forte corrente.
“Incrível”, observadora do duelo que tinha se iniciado, contraiu as sobrancelhas em pura aflição.
Mesmo assim, juntou os lábios e encontrou coragem no objetivo de parar de recuar.
Deu dois passos adiante, até encontrar a segurança necessária a fim de seguir na direção do campo de batalha.
Diferente do que o semelhante havia pedido, ela não queria apenas esperar por algo bom ou ruim.
Sabia que só atrapalharia caso tentasse enfrentar o agressor ao seu lado. Portanto, escolheu ajudar com o que estava ao seu alcance.
Puxou a rapieira da bainha e mirou nos soldados mortos-vivos, que se reuniam sempre do enorme vórtice negro.
“Pode deixar, irmãozinho!”, voltou a enxergar, plena.
Cravou os alvos que sequer tinham a notado ali, até que reuniu a energia luminosa na ponta da lâmina fina, os pegando de surpresa.
Atacou de forma certeira num golpe de empalamento, atravessando a cabeça de três pútridos ao mesmo tempo.
Antes de finalizar, forçou sua energia a ponto de soltar raios levemente amarelados, explodindo os crânios dos legeonnarios.
— Oh! — Keith sorriu, deleitoso, ao encontrar a reação da mulher.
Damon também verificou a atitude dela, que virou o rosto em sua vertente e assentiu com firmeza.
Era o recado necessário para que o espadachim oferecesse foco absoluto no que precisava fazer.
Agradeceu silencioso ao dar a volta, de forma a depositar o dobro de ímpeto na disputa entre a espada e a esfera de espinhos.
Experimentando a força opositora, o imperador mostrou os dentes afiados.
Executou outro deslocamento rompante com o braço, o que criou um redemoinho de correntes ao redor da dupla.
A estrela da manhã se moveu, tirando o equilíbrio mantido pelo olimpiano. Assim, ambos sofreram o baque dos contragolpes e precisaram se afastar.
O clima se intensificava, agora tendo as atenções totalmente mantidas entre os dois.
Damon e Keith reuniram as respectivas energias, já durante o ato de frearem o impulso de serem impelidos.
O átrio voltou a tremer. Mas, dessa vez, os culpados eram os próprios combatentes.
A sensação sufocante alcançou Helena, que hesitou por um momento, porém foi rápida em se desvencilhar do baque enquanto lidava com os irracionais.
Ainda assim, não pôde evitar de virar o rosto por meros segundos, capaz de enxergar a aura intensa que os rodeava.
Cinco ciclopes atravessaram as muralhas como se tivessem sido lançados do céu.
Helena boquiabriu, perplexa, ao acompanhar a chegada dos monstros que não saíram do vórtice de trevas.
— ‘Tão atrapalhando — grunhiu, maléfico, o esverdeado. — Guia da Destruição!
Com um deleite assombroso na voz, ele continuou a depositar sua violenta energia no ponto físico.
Uma camada iluminada surgiu do pomo e se espalhou aos elos metálicos, até envolver toda a esfera de espinhos.
Carregando uma tonalidade ligeiramente avermelhada, foi lançada contra os inimigos e os varreu daquele lugar em menos de um piscar.
Impressionado, Damon mal teve tempo de caçar alguns dos monstros irritantes.
Apenas viu as regiões superiores de seus corpos serem pulverizadas após serem atingidos pela esfera de espinhos dominada por luz.
A sequência catastrófica se seguiu quando a estrela da manhã viajou em direção ao apóstolo, que pensou em se defender com a espada, mas mudou de ideia no último instante.
Ele recuou por meio de alguns saltos rápidos, abrindo o máximo de distância possível daquela arma.
“Luz não faz esse estrago todo”, pensou na hora, conforme o restante do corpo dos ciclopes desaparecia ao se tornar pó.
Voltou a se aproximar da meia-irmã, que terminara de derrotar os mortos-vivos. Aos poucos, a fenda escura no chão diminuía.
— A Luz é uma Autoridade revigorante e benévola, que não causa esse tipo de efeito destrutivo — disse, como se pudesse ler a mente dele. — A forma que ele usa é... arrepiante.
Ele nada disse a respeito, apenas confirmou o que ponderava. Continuou a observar como pôde aquela paisagem.
Além da destruição, filamentos acinzentados pareciam escapar do invólucro de luz.
“Fumaça?”, franziu mais o cenho.
Só de imaginar o que aquilo poderia fazer ao mínimo contato com seu corpo, o filho de Zeus rangeu os dentes.
Precisava elevar a cautela nas ações seguintes.
Enquanto o arauto das trevas continuasse a agir de forma animalesca, ao menos conseguia vislumbrar uma boa oportunidade de pegá-lo desprevenido.
Tudo dependeria do próximo ataque. Se preparou ao postar a espada à frente do tronco.
E ele não demorou a vir.
Keith lançou, impetuoso, a esfera espinhosa contra outros dois ciclopes remanescentes. Ela foi e voltou até atingir espectros que tinham surgido no meio da comoção.
“Aqui”, os olhos de Damon arregalaram ao enxergarem a ínfima brecha.
As pernas flexionaram e pegaram um impulso acelerado, rodeado de relâmpagos celestes.
O esverdeado percebeu a chegada súbita do filho de Zeus. A lâmina cercada de raios já era apontada na direção de seu peito.
“Te peguei!”, era o ataque derradeiro, não tinha erro.
Risonho, descontrolado, o líder das trevas deixou-se ser puxado pela força da estrela da manhã ainda em curso pelo espaço.
A investida do olimpiano seria letal, mas apenas arrancou a borda inferior do manto negro, assim como um rasgo na altura da costela do moreno.
“Merda!!”, Damon quase mordeu o beiço, percebendo com algum atraso que ele tinha se esquivado.
Observou, ao tentar dar a volta para se recuperar, sangue com Ícor espirrar no ar.
— Sangue por sangue!! — Keith rugiu em puro êxtase, ao se reequilibrar após a jogada inesperada.
Surpreendendo a surpresa do descendente olímpico, ele arrastou as longas correntes de modo a trazer a esfera de espinhos de volta, a lançando num contra-ataque.
Ela, contudo, não seguiu o trajeto esperado.
Ao perceber isso de imediato, o apóstolo congelou.
Tudo ocorreu muito rápido.
Um trovão ressoou pelo átrio e, de repente, Keith contemplou a silhueta de Damon desaparecer de sua frente.
Por causa da guarda aberta ao executar a esquiva e o ataque de devolução, poderia sofrer um golpe derradeiro sem problemas, tamanha a vulnerabilidade de sua posição ainda no ar.
Mas ele sabia muito bem como as coisas funcionavam para aqueles jovens. As relações sempre falariam mais alto em uma situação como aquela.
Foi o que ocorreu, portanto, naquele mísero período de milissegundos.
Utilizando a Velocidade Deus, o rastro dos olhos cintilantes pintando o ar, o filho de Zeus disparou de um ponto a outro em um suspiro.
Helena, distraída, só sentiu as explosões vitais seguidas de um empurrão pelas costas, a fazendo cair a alguns metros de onde lutava.
Quando o corpo se contornou na queda, levou os olhos até a nova paisagem formada pela luz quente.
No ponto onde estava de pé há meros dois segundos, encontrou Damon. Ele que tinha a empurrado após atravessar a distância num rompante.
O problema? Ele teve que fazer aquilo sem estar totalmente focado à esfera pesadíssima que viajava para sua direção.
Sem tempo de reagir, conforme a íris dos olhos azuis ainda brilhava na direção da irmã — um forte alívio gravado em cada um — foi atingido em cheio no braço dominante.
O impacto assustador ressoou até seus ouvidos de maneira grotesca, para em seguida o jovem ser jogado até uma das árvores nos arredores.
Foi o mesmo momento que Keith cambaleou ao arrastar as sandálias encardidas na terra, sustentando-se de pé outra vez.
A esfera perdeu a camada tórrida e brilhante ao cair no solo, sendo novamente arrastada pelo braço dolorido dele, que esbravejou:
— Que tal esse gostinho, hein!?
Helena, desesperada, tentou se corrupiar ainda derrubada no intuito de encontrar o irmão caído aonde fosse.
A árvore, destruída com a colisão, veio ao chão logo em seguida, levantando poeira que se uniu à fumaça aglomerada da série de estampidos.
O olimpiano seguia consciente, mas se remoía ao sentir toda a dor lancinante pelo membro atingido e a região da costela, também afetada pelo impacto.
Caído bem ao lado do tronco derrubado, ele manteve a mão em volta da empunhadura da espada com dificuldades.
Dos pés à cabeça, estremeceu.
“Ele reduziu o poder do ataque! Esse desgraçado...!”, apesar de satisfeito com o resultado, Keith também sentia o incômodo do corte na costela.
Nem se equiparava ao que tinha causado ao inimigo, porém.
Vendo-o naquele estado, sorriu para a vantagem que se escancarava ao alcance das mãos.
— Merda... — “Que dor”, completou em pensamento.
A manga da roupa tinha rasgado, mas isso era o de menos.
Na altura do bíceps, bem entre a divisória do cotovelo e o início do ombro; o filho de Zeus conferiu a grave queimadura, quase a deixar a carne viva totalmente exposta.
Sem contar o braço lesionado, pôde sentir os ossos fraturados.
Aquilo por si não o impediria de continuar na batalha. Mas seria um desafio ainda pior, que o trazia de volta ao cenário do Deserto da Perdição.
Atordoada ao ver o estrago causado pelo ato do irmão de se sacrificar para a salvar, Helena moveu os lábios trêmulos.
— D-Damon...
— Eu ‘tô bem — ele grunhiu, conforme se reerguia da terra.
“Não ‘tá nada bem!”, corrigiu-se mentalmente.
Precisava responder à altura, pois sabia que a meia-irmã se sentiria culpada por ele ter sido ferido daquela maneira.
A influência carregada de Keith voltou a retumbar sobre a região.
O alerta disparou para os dois descendentes olímpicos, que precisavam responder rapidamente nas severas condições atuais.
Mas, diferente do esperado, o garoto trajado no manto negro demonstrou outra postura.
Da boca, murmúrios indecifráveis escaparam, conforme levou a mão esquerda a esmagar a própria face, com os dedos apertando a têmpora e a bochecha.
A camada luminosa da estrela da manhã desapareceu após isso. O que se seguiu foi ainda mais estranho...
— Droga... Pare com isso... desgraça!!!
Nem Damon ou Helena entenderam a abrupta mudança no estado emocional do imperador.
E só parecia piorar...
— Não, não, não... Não venha!!! — Seus gritos ficaram cada vez mais ferozes. — Isso mesmo, mamãe... Mamãe, você é a culpada por tudo isso!! Fique aí onde você merece, seu merda!!
Com as vistas arregaladas ao limite, abaixou a mão estremecida.
Balançou a cabeça para os lados de forma efusiva, no que a camada de energia luminosa evaporou das correntes e da esfera.
Aquele podia ser um momento precioso para o apóstolo realizar um novo e decisivo ataque.
Mas só de cogitar isso, a dor do braço lesionado se agravou.
Enraivecido, pensou na possibilidade de fazê-lo ao empunhar a espada na mão canhota.
— Por que todos vocês... têm que me atrapalhar!?
Num sorriso distorcido, Keith reergueu o rosto, de maneira a trocar olhares com o adversário mortal.
Vendo o olhar pesado do filho de Zeus, ele respirou fundo e puxou de volta a estrela da manhã, para perto de si.
Ainda sentindo um rebuliço mental, além da dor do corte na costela, amarrou o restante das correntes na cintura e as escondeu sob o manto negro.
Levantou o queixo, como se para mascarar o repentino descontrole. Queria matar aquele deus prodígio o quanto antes.
No entanto, reconhecia a própria incapacidade diante dos desdobramentos.
Paciente quanto àquele desejo, deu a volta e saltou para o aglomerado de árvores, desaparecendo em questão de segundos na saída do átrio isolado.
Graças ao baque, nenhum dos dois descendentes olímpicos foi capaz de se mover para sequer ir atrás do garoto.
“Que merda foi...?”, Damon até tentou concentrar energia a fim de segui-lo na velocidade, mas foi impedido pela agonia do machucado.
Irritadiço, destilou um olhar odioso à queimadura no bíceps afundado. Um hematoma grotesco já tinha ganhado forma ao redor da lesão.
Daquele jeito, seria inevitável a fuga do inimigo.
— Damon!
Helena livrou-se do estado de choque e se reergueu, indo na direção do irmão.
Sem mais monstros para dar conta no local, pôde se aproximar livremente.
Preocupada, conferiu as lesões no membro dominante do rapaz. Parecia ser mais grave do que a análise inicial, quando ainda estava dominada pelo temor.
— M-me desculpa!... — Com a voz cabisbaixa, ela apertou as mãos contra as pernas. — Eu te atrapalhei de novo...
“Se eu tivesse ficado onde estava, como ele falou, talvez...”, a definição de ter ido à batalha a fazia se remoer.
Contudo...
— Se você não pegasse pra ir derrubar os monstros, eu nem teria chance contra aquele cara. — Empenhou-se a seguir em frente nem que fosse se arrastando. — Isso não é nada. Temos que seguir aquele desgraçado...
— Espera, Damon. — Entrou na frente dele. — Sei que precisamos vencê-lo, mas eu, sinceramente, não sou párea para ele. E você, nesse estado, também não.
Ao ouvir as palavras sisudas da mulher, o cacheado freou o ímpeto que só lhe causava mais dor.
Abaixou a cabeça e desistiu de forçar um avanço, mas se recusou a sucumbir àquele problema.
Pegou a espada com a outra mão e a guardou na bainha depois de algumas tentativas malsucedidas, só então dando atenção especial à lesão profunda.
Tentava mover os dedos e mal conseguia. Daquele jeito, era fato o que a Classe Iniciante tinha dito.
— Por favor, fique calmo. Temos que cuidar desse machucado, antes de qualquer coisa...
“Mas eu não faço ideia de como fazer isso”, ela encarou a rapieira. “Se eu usar minha Autoridade da Luz, eu poderia...?”
— A gente não tem tempo pra isso. — Interrompeu os devaneios dela, virando o rosto à vertente dos arvoredos. — Só vamo’ continuar. Se a gente não continuar, eu vou acabar perdendo energia...
Para Helena, parar ali e descansar continuava sendo a melhor opção. Apesar disso, entendia a posição do semelhante.
Portanto, ao assentir com a cabeça, ela guardou a lâmina fina e bateu as mãos nas bochechas de novo.
Assustado com a ação da jovem, Damon ergueu as sobrancelhas ao fitá-la de canto.
Com os lados da face avermelhados, a deusa retirou a presilha de borboleta da lateral do cabelo e o amarrou em um rabo de cavalo longo, o prendendo com ela.
Se aproximou um pouco mais e o abraçou pela cintura. Depois, pegou seu braço esquerdo e o passou por trás da nuca.
Cada vez mais confiante, ela sustentou o peso do corpo dele e o amparou sobre a terra.
— Vamos juntos.
Sem deixar de olhar adiante, a apóstola surpreendeu o irmão mais uma vez.
A exemplo do ocorrido nos Jardins Suspensos, quando confrontaram os Dióscuros... ela se tornou mais e mais segura, na iminência de trazer um conforto singular a seu emocional.
Confiando nela, deixou-a seguir daquela maneira.
Pelo menos até o próximo encontro com Keith, seria ótimo que ela tomasse as rédeas.
“Eu não vou mais ser um estorvo!”, Helena, com a testa enrugada, começou a andar, trazendo o parceiro debilitado consigo.
Assim, os dois saíram do pátio isolado, sem ideia alguma sobre o que viria pela frente.
Mas decididos de que, de qualquer forma, chegariam até o fim daquela árdua jornada.
Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de Epopeia do Fim, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história!
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