Volume 8 – Arco 6
Capítulo 151: Teste as Sensações
Chloe e Julie tomaram o caminho da direita, sem problemas contra as adversidades naturais do cenário.
De braços abertos em uma completa envergadura, utilizavam as próprias oscilações da corrente causadas pelo vento a fim de tirarem vantagem e acelerar a travessia.
Era perfeitamente simétrico, pensava a púrpura. Uma postura da qual jamais poderia ser superada naquela situação.
“Questionamento: Você ficou contente, minha irmã?”, a voz da alva penetrou sua mente de súbito.
— Como assim?
Saltou ao exato meão do trajeto; um elo enorme, que parecia conectar as duas partes das seções.
“Explicação: Uma das veteranas lhe delegou a responsabilidade de tomar uma importante decisão.”
Assim que Julie também pulou para chegar àquele ponto, Chloe corou um pouco e, por meio de um sorriso desconcertado, levou as mãos a tatearem as bochechas.
— C-claro que não! Onde já se viu!?
A expressão dizia o completo oposto, além de que a telepata podia ouvir seus verdadeiros pensamentos.
“Aviso: Minha irmã...”, nem deu corda à tentativa da semelhante, de demonstrar pouca importância àquilo.
— Oh, perdoe-me. — Voltou prontamente a abrir os braços. — É desta maneira que enunciou, Julie. Uma responsabilidade fabulosa, eu diria...
“Entendo.”
Retomada a sobriedade, a garota de cabelo roxo continuou a avançar, logo acompanhada pela desbotada.
Em pouco tempo, as duas completaram a travessia da “segunda parte” da corrente, enfim permitidas a pisarem no pátio suspenso.
De energias poupadas até então, consideraram uma vitória importante a chegada àquele local.
Não demorou até espectros surgirem dos vórtices sombrios no chão.
Ambas já haviam antecipado aquilo, de acordo com o que sentiram e viram no caso dos Classe Herói.
Portanto, apanharam seus equipamentos especiais e começaram o combate.
Julie não foi conservadora como os demais; puxou duas flechas da aljava na perna e apoiou-as na corda da flecha, reunindo Energia Vital sobre elas.
Ainda assim, utilizou o mínimo possível para que apenas as pontas de seta fossem envolvidas em Autoridade Elementar da Luz.
As disparou no centro da posição onde as criaturas de escuridão tinham nascido.
Uma pequena explosão luminosa os engoliu, sem os dar alguma chance de resistência.
Isso não evitou, contudo, que outros brotassem em seguida.
Trabalho esse para Chloe, que conectou os cabos da lança, a tornando na famigerada arma de lâmina dupla.
A simetria completa, sua perfeição, enfim consertada.
Poderia ter um orgasmo só de executar aquela junção, mas restringiu-se a se deleitar mentalmente, pois o resto do foco retumbou sobre a investida contra os restantes.
Abriu caminho para que as duas avançassem aos poucos, ao que Julie continuava a atirar, vez ou outra com setas puras.
À medida que seguia, apanhava-as de volta e as reutilizava.
Os tiros precisos somados aos rastros dos cortes das lâminas da lanceira bailavam em perfeita harmonia, digna das mais requintadas sinfonias.
Sem lucidez, as criaturas seguiam adiante rumo à morte.
Só podiam tentar fazer o possível, guiados pela respectiva insanidade mortífera.
— Julie. — Entre algumas pequenas pausas, Chloe indagou: — Consegue conceber a situação dos demais?
Ainda na mira dos constantes inimigos, a desbotada respondeu após alguns segundos de silêncio:
“Relatório: A despeito da proximidade, não está fácil de detectar suas presenças. Todavia, o usual é que estejam enfrentando obstáculos equivalentes ao nosso, minha irmã.”
Entre os cortes de um ou outro espectro, a purpúrea ponderou em silêncio.
“Até onde estas escolhas são nossas?”, semicerrou as vistas ao decepar a cabeça de dois monstros ao mesmo tempo.
Nada saía deles.
Apenas eram desintegrados em fuligem de forma gradativa.
Tendo parte do local livre da aglomeração, as irmãs trocaram olhares e assentiram uma para outra.
Sem perder a sincronia absoluta, retomaram o avanço, um passo de cada vez.
“Moiras... Até onde elas logram de autoridade acerca de nossas decisões?”, ainda pensante sobre o que havia em busca, a lanceira respirou fundo.
Precisava sustentar o gasto desprezível de energia.
Os verdadeiros problemas ainda viriam, era inevitável.
Em contrapartida, a fadiga desnecessária poderia ser rejeitada com a devida concentração.
Fazer o mínimo contra criaturas irracionais seria um fator primordial na complexa jornada.
Embora soubesse que as donas do Destino pudessem manipulá-lo a bel-prazer, pensar em tudo aquilo a deixou confortada.
Afinal, conseguia se desprender do lúdico e afirmar com total certeza de que, sim; todo o conceito trabalhado até então tinha sido algo vindo de si mesma.
A nova onda de confiança facilitou o prosseguimento contra aqueles que ainda queriam se debater.
— Julie.
“Resposta: Como quiser, minha irmã.”
Por um mero entreolhar, as irmãs se entenderam.
No meio do trajeto, avistaram uma passagem alheia e a tomaram desprovidas de dúvidas.
Pegaram a escadaria escondida entre algumas ruínas na ala direita da passagem retilínea, então desceram alguns metros até se depararem com outro corredor.
— Como previsto... — Estreitou as sobrancelhas ao encontrar uma plataforma vazia.
À frente dela, existia uma passagem retangular. Aquele pátio, assim como os demais, possuía uma área interna.
O portão de bloqueio era semelhante a um rastrilho de metais brancos e dourados.
A grade, no entanto, elevou-se assim que as duas se aproximaram. Como se fosse um convite para a exploração de seu interior.
E, claro..., elas aceitaram.
No pátio da outra extremidade, os espectros também faziam seus ataques contra os desafiantes do Berço da Terra.
E, a exemplo das demais construções suspensas, não encontravam qualquer oportunidade de vitória.
Gael era o que abria o caminho com os punhos rígidos, sem utilizar energia alguma. Somente socos puros e potentes contra diversos dos seres de trevas.
Dúzias deles eram lançados para fora do âmbito, só com as ondas de impacto, e caíam no abismo até desaparecerem antes de sequer chegarem aos rochedos espinhosos.
Ele se divertia com aquilo.
Principalmente com a chegada do amanhecer, estabelecedor de um degradê azul-alaranjado no céu.
A luta de dia e noite pela soberania celestial.
— Essa força nos punhos é especial. Mas não é apenas isso. — Hélios, na companhia, oferecia esmero à observação do jovem aliado. — Ele direciona o impacto do ar a seu favor de acordo com os socos para impelir os inimigos sem utilizar energia.
“Então esse é o filho de Thalia...”, Selene, por outro lado, era mais introspectiva em sua análise.
Mesmo consciente de que ele tinha passado pelas árduas sessões de treinamento com as Musas há dias, ainda achava que iria mais atrapalhar do que ajudar.
Não relutou em assumir o erro de tal pré-conceito, entretanto.
Conforme também poupava suas flechas apanhadas da aljava amarrada à lateral da cintura, esboçava um tênue sorriso em vista à onda de ataques do rapaz eufórico.
O flamejante adorou toda a entrega do filho de Apolo, então se antecipou o mais rápido que pôde para, como sua lâmina, juntar-se a ele na linha de frente.
Ao encarar a chegada do Diurno, Gael lhe delegou um rápido e satisfatório sorriso de pura determinação.
Animado, Hélios elevou a curvatura dos lábios e passou a se deleitar com a pequena luta.
Lado a lado, passaram a esmagar e levantar a poeira escura deixada pelos espectros.
Cobertos pelos tiros pontuais e precisos da Notívaga, criaram o caminho até a reta decisiva do átrio sem dificuldades.
Por isso, ao eliminarem uma grande quantia de criaturas através de menos investidas, o grupo foi o que mais rápido chegou na segunda camada daquele desafio.
O rugido da dupla de ciclopes ecoou por toda a região e a estremeceu tanto quanto as correntes contra o vento.
— Uau!! — Gael juntou os dentes num sorriso forte.
— Ciclopes?...
— Não creio que sejam ciclopes de fato. — Selene se antecipou pela primeira vez à dupla, suas passadas requintadas, como em um desfile de deslumbre. — É possível que carreguem a natureza destes espectros e dos mortos-vivos que enfrentamos mais cedo. Não passam de marionetes daquelas Moiras.
Como se em uma resposta direta às palavras da apóstola, os monstrengos de um olho só na testa rugiram ainda mais alto e balançaram as enormes clavas.
Sem se importar com os espectros nos arredores, as levantaram e desceram com toda força contra o solo, no intuito de esmagar os inimigos.
Os três, apesar da poderosa onda de choque que poderia expulsar qualquer ser daquele pátio, se desvencilharam.
Selene parou com um salto simples para trás. O longo cabelo roxo-escuro foi levantado como se fosse uma cortina.
Como ela tinha concebido, aqueles seres eram nada além de “cascas” que só se moviam para matar quem fosse.
Assim seria mais fácil, completou consigo.
Gael e Hélios, que tinham esquivado para os flancos, sequer pensaram a fim de combaterem as ameaças.
O primeiro correu para o ciclope da esquerda e lhe atingiu com um soco potente na perna, o fazendo perder o equilíbrio.
O segundo fez quase o mesmo, só que rasgou o tendão destro do outro monstro com sua lâmina.
Em proveito a isso, seguiram à retaguarda dos monstrengos para os atingir nas costas com suas respectivas finalidades.
O novo lanho criado pelo Diurno ardeu como se fosse uma queimadura profunda, mesmo sem qualquer camada de energia depositada ali.
O soco desferido pelo jovem solar terminou o trabalho de derrubar seu inimigo.
Todos os pátios nos arredores puderam escutar os impactos causados pela dupla.
Os ciclopes ainda buscaram se debater com os porretes, entretanto os apóstolos evitaram o acerto e seguiram para a sequência definitiva.
— Toma, grandalhão!!
O filho de Apolo acertou outros socos até voltar a ficar de frente para o gigante ajoelhado.
Com o braço destro enganchado, mirou o globo ocular dele com as pupilas afiadas.
Sem pudor, executou o soco contra o órgão exposto, que estourou em sangue puro por todos os lados. O crânio foi amassado naquela região.
O urro vomitado pela boca do monstro ecoou por todas as partes. Chegou a estremecer até mesmo os pátios paralelos.
Nem um pouco comovido com a brutalidade pronunciada por si mesmo, o prodígio finalizou ao socá-lo na maçã esquerda do rosto, o lançando ao chão a alguns metros.
Mesmo um corpo daquele porte, podia ser jogado ao vento pelos punhos do rapaz.
Selene observou a sequência sem esboçar qualquer reação impressionada.
Por fim, Hélios finalizou seu inimigo de forma mais silenciosa, com cortes certeiros contra as conexões dos membros que o permitiam se movimentar, além dos pontos vitais.
Não chegou a ser tão visceral quanto o aliado, mas exalou frieza ao lacerá-lo na garganta depois de subir o corpo inteiro com lanhos profundos.
Aos poucos, o peso foi puxado pela gravidade e levou a criatura até a terra.
O Diurno sacudiu a arma afiada, livrando-se dos resquícios do fluido viscoso arrancado do abate.
— Tem quanto tempo que não me divirto assim?... — Respirou fundo, mas mantendo uma seriedade no olhar. — Não podemos perder muito mais tempo aqui.
A irmã assentiu em concordância, agora livre para finalizar a passagem pelo pátio.
Mas o outro ciclope ainda estava ativo, apesar dos danos sofridos.
Gael encarou-o um tanto espantado, porém nem teve tempo de agir.
A flecha zuniu no espaço e afundou na cabeça do monstro, que também mal pôde se reerguer.
O jovem fitou por cima do ombro a postura de atiradora de elite da Notívaga.
Era bela em sua essência.
— Nunca deixe de executar seu alvo. — Voltou a caminhar em frente. — Quando enfiar a faca em seu inimigo, gire-a e termine o trabalho. Senão, ele se reerguerá e irá virar o jogo contra você.
— Sim!!
Ele aceitou de bom grado a dica da veterana, que logo relaxou o arco de tons noturnos.
Sem trocar mais olhares com o respectivo, ela terminou de limpar a passagem a seguir.
Nenhum outro espectro voltou a se erguer da morte para os desafiar.
Gael acompanhou os irmãos, sedento pelo próximo desafio.
Àquela altura, a manhã já derrotava a noite na disputa pelo domínio do topo celestial.
Com sua espada longa, Damon livrava o trajeto abarrotado das criaturas de escuridão.
Helena o seguia, mas o rapaz não permitia que alguma ameaça chegasse até ela, sempre atento aos pontos possíveis do campo de batalha.
Era rápido, ágil e certeiro em todos os movimentos. Mesmo sozinho, não sofria de problema algum em lidar com a situação.
Ainda assim, a jovem mulher portava uma arma. Era longa e fina, também uma espada, mas da espécie de rapieira.
Tinha leveza o suficiente para que pudesse se mexer em boa velocidade sem precisar de muito esforço.
Vez ou outra ela até conseguia derrotar sobras de inimigos pelo trajeto.
Ao realizarem uma pequena pausa após alguns metros percorridos, o filho de Zeus mirou a meia-irmã com sobrancelhas levemente erguidas.
— Não sabia que tinha treinado combate.
— Eu quis guardar para surpreender um pouquinho! — Ela riu, um tanto desconcertada. — Mas sempre treinei combate, desde quando me tornei uma Apóstola, para falar a verdade!
— ‘Tendi.
— Eu não queria ser mais um peso. Por isso resolvi intensificar esses treinamentos — disse ao girar e perfurar outro monstro que pulou contra os dois. — Sinto que posso, no mínimo, não atrapalhar quem estiver comigo.
Damon não a respondeu. Somente observou-a finalizar o espectro com primor, retirando o releixo finíssimo da área empalada.
Esteve tão absorto durante a viagem que nem percebera a arma carregada por ela, na cintura.
Apenas aceitou aquele fato novo e voltou a fungar com força pelas narinas.
O aroma deles continuava bem pronunciado, agora cada vez mais próximo.
Ainda faltava bastante a se percorrer, no entanto.
— Quando usou sua Bênção, o que mais viu? — Voltou a encará-la, de perfil.
Helena levou um breve período para formular uma réplica concreta, de acordo com as lembranças ainda mornas da Oração da Verdade.
— Eles não estavam avançando. Parece que guardam posição por escolha. Além disso... — Abaixou o olhar. — Nesse ritmo, é possível que não estejam mais aqui quando chegarmos.
— Quanto tempo?
Outros espectros surgiram, em resposta à interrupção dos movimentos da dupla.
Enquanto esperava pelas informações mais detalhadas da parceira, o cacheado retaliava o que vinha pela frente.
— Eu diria que... em torno de meia-hora.
— Meia-hora, hein...?
Semicerrou os olhos escuros.
Livrou-se de outros dois monstros esqueléticos, finalizando um deles com um empalamento na área que deveria ser da garganta.
Sem perder tempo, corrupiou-se até se aproximar da meia-irmã.
Ela, toda desentendida, piscou duas vezes com extrema dubiedade até ser apanhada pela cintura.
Como na vez da travessia pelas correntes, ele a segurou debaixo do braço desprovido de empenho algum.
— Desde já... Foi mal por isso.
Viu-a corar enquanto sob sua pegada, de novo com as pernas erguidas e o corpo esbelto voltado para o chão.
— Damon, o que vo...?
Antes de conseguir completar, experimentou a Energia Vital do semelhante ser reunida em contato consigo.
Pela primeira vez pôde sentir a calidez elétrica que trazia. E era surpreendente, ainda mais para uma primeira vez.
Outros espectros tentaram investir em conjunto contra a dupla paralisada. No entanto, jamais poderiam os tocar a partir de então.
Raios cerúleos surgiram ao redor de ambos, despertos especificamente do corpo de Damon.
Mirou o trajeto adiante em desprezo a qualquer possível obstáculo. Nenhum deveria ser capaz de o parar.
“Velocidade Deus...”, a Bênção surgiu ao que cada íris azul emitiu um brilho forte.
A manifestação natural trouxe como resultado a quebra de barreiras que causou um agressivo impacto no ar.
A onda de choque lançou os monstros nas cercanias para longe, conforme o filho de Zeus correu em frente.
Impossibilitada de manter as vistas abertas, Helena apenas sentiu o teor do vento colidir contra si, ainda que protegida por parte do corpo do garoto.
Um literal rastro celeste cortou mais de metade do pátio em meros segundos.
Saltou pelas regiões embarreiradas, subiu e desceu escadas e pegou plataformas que o permitiam cortar caminho.
A explosão energética pôde ser identificada por alguns dos apóstolos localizados nas outras estruturas suspensas.
Assim como os homens de manto negro, a caminharem com tranquilidade para a reta final do grande jardim.
— Mas o que é...?
Um deles tentou se virar, assustado perante a repentina proliferação.
E antecipando a concepção de qualquer possibilidade, a eletrizada corrente de ar os envolveu, fazendo as capas levitarem com ímpeto.
Num pouso do salto de um pequeno campanário, os perseguidores envoltos pela aura relampejante chegaram.
Assim que o sino da minitorre tocou, como se para anunciar a arremetida triunfal dos apóstolos... os olhares se cruzaram.
Damon ergueu o rosto, ainda com os olhos cintilantes.
Helena enfim pôde abrir os seus, também levando-os aos incrédulos adiante.
Para surpresa absoluta, as badaladas seguiram, a ecoarem por toda a extensão dos jardins.
— Que merda ‘tá acontecendo aqui? — A voz encorpada e gutural grunhiu para os jovens.
— Vieram atrás de nós. — O outro ao lado, mais franzino e de timbre suave, mantinha certa soturnidade. — Mesmo tendo nos ditos que deus algum sabia desse plano...
Enquanto murmuravam, o olimpiano permitiu que a irmã ficasse de pé outra vez.
Atônita, ela apertou os lábios um contra o outro. Nem precisava ver a face deles, parcialmente coberta pelo capuz.
Da mesma forma, ele apertou o punho livre com vigor.
“Como poderia me esquecer?”, aproximou ainda mais os cílios, a testa enrugada.
— Então alguém de dentro vazou informação! — O robusto, de sorriso semelhante ao porte físico, estalou os dedos das mãos só de torcê-los contra a palma. — Mas, mais importante. Olha só quem ‘tá aqui!!
Quando o vento ainda em ação fez sua capa subir, o cabelo branco-azulado foi revelado junto à feição completa.
Só de vê-lo, uma pontada se apossou do ombro esquerdo de Damon. A ferida que tinha sofrido daquele homem, naquela noite...
— A gente não se vê desde Delos, né!? — Abriu os braços musculosos, revelando-os por debaixo da cobertura.
Ao seu lado, o magro e baixo de cabelo vermelho-escuro não se desprendia da contemplação silenciosa.
— Castor... Pollux...
Com a voz dolorida, Helena chamou o nome de seus irmãos.
— Se aliaram mesmo a esses Imperadores — resmungou o prodígio, já com a espada preparada.
— E vocês, hã!? Por acaso vieram nos impedir!!? — Debochado, descansou um dos punhos na cintura.
Um átimo de silêncio se criou, assim como nas badaladas do campanário atrás deles.
— Por quê? — A indagação seca de Helena o fez torcer uma sobrancelha. — Por que vocês desejaram isso? Por que estão aliados a esse grupo?
Genuinamente confuso com a pergunta, o ruivo soltou em um lamento pesado:
— Você mesma disse que já sabe, não...?
— Quero ouvir!! — O interrompeu. Os músculos abaixo dos olhos marejados enrijeceram. — Quero ouvir... da boca de vocês!
O esbravejo cheio de tensão fez Castor assobiar. Depois, riu com escárnio, levando a palma destra até cobrir as vistas.
— Parece que mudaram um pouco... — Pollux inclinou a cabeça. — O que faremos, irmão? Não podemos ficar para trás.
O maior encarou o principal oponente daquela noite em Delos.
Podia ver as palavras exprimidas pelo irmão no olhar convicto do rapaz, sua postura e aura.
Tudo que ele não tinha no respectivo encontro...
— Tem razão. — Puxou, moroso, a lâmina avermelhada da cintura. — Dessa vez não haverá perdão. Iremos matá-los por aqui e nos juntar àqueles outros pirralhos!!
— Se afasta um pouco...
Damon quase sussurrou ao pé do ouvido de Helena, para na sequência avançar passos curtos e ficar diante dela.
Ainda atônita com a reunião, a Classe Iniciante rememorou inúmeras situações.
— E-eu...!
— Vamos dançar!!
Carente de precaução, ele condensou a energia sobre o releixo e o brandiu de cima para baixo, na velocidade de um piscar.
A espessa camada de Autoridade Elementar do Fogo tomou conta da chapa metálica, ao que a ponta atingiu o plano.
Não durou dois segundos até que a explosão engolisse parte do pátio, cuja superfície colapsou...
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