Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 8 – Arco 6

Capítulo 150: Jardins Suspensos do Destino

Em meio aos milhares de fios, Láquesis flutuava com um sorriso no rosto.

Era como se orquestrasse uma melodia única ao fiar delicadamente cada fibra no caminho.

A dança solitária se estendeu até o topo do salão, quando se aproximou do aglomerado exclusivo que separara para si.

Uma ligeira observação sobre as tensões retumbadas em alguns deles e...

— Eles ‘tão vindo... ‘Tão vindo!

Mostrou os dentes em puro regozijo.

As mãos se reuniram acima dos tênues cordões de aspecto prateado, assim como alguns outros de teor um pouco mais escurecido.

Ainda era um mistério, mas não deixava de ser cativante àquela que determinava a Sorte dos seres vivos.

— Desde quando você fala de maneira tão coloquial?

Átropos cortava alguns fios que iam até sua área, dominada por escuridão.

E a provocação foi recebida pela ignorância da animada.

O silêncio permaneceu durante um considerável intervalo, onde só o ruído dos cortes da tesoura de sangue e o giro da Roda da Fortuna se pronunciaram.

Afinal, Cloto tecia cada novo fio em diferentes alturas e tamanhos com placidez o suficiente para causar ruído algum.

De todas as três, era a que menos tinha tempo a perder com tramoias, tentações ou inquietações vindas de qualquer um.

Ainda assim, observava de soslaio cada ação cometida pelas irmãs, levemente interessada no contexto que tinha seus desenrolares há algum tempo.

— Finalmente vou poder ter diversão! — Láquesis tamborilou os dedos sobre alguns fios. — Acho que já terminei por aqui, então pode deixar que irei dar conta dos novos fios depois, ‘tá bem irmã!?

— Está dizendo que irá interromper o trabalho para divertir-se com esses pirralhos, Láquesis?

Átropos ergueu o queixo, gesto suficiente para revelar um de seus olhos turquesa, tão afiado como as navalhas de sua tesoura.

— Ai, para de ser chata. Eu já disse que adiantei minhas partes e, além do mais? Fiar a Sorte desses “pirralhos” não deixa de ser parte do meu trabalho! Já você, querida irmã, por que está parando de cortar seus fios para vir me encher a paciência, hein?

— Quanto menos você trabalha, mais trabalho nós teremos, sua...!

A moira coberta pelo manto interrompeu-se ao experimentar um ar pesado vir de outro lugar.

Mesmo de costas, a Tecelã, no outro extremo do grandioso salão, podia as acometer daquela maneira.

Uma intensa e silenciosa influência, capaz de cessar as desavenças das irmãs que começava a prejudicar o equilíbrio local.

No mínimo funcionou com Átropos, que desistiu de bater boca com sua complicada semelhante e retomou a atenção ao rompimento dos fios.

“É fofo quando ela se irrita sem demonstrar!”, em contrapartida, Láquesis sentiu-se instigada ao corar de leve as bochechas.

Agora tinha liberdade para se aproximar dela sem precisar debater com a outra insuportável.

— Ei, ei, irmãzinha querida — disse ao esfregar as mãos. — Eu poderia...?

Após alguns segundos em silêncio, Cloto lhe respondeu:

— Faça o que quiser, Láquesis. Desde que cumpra com seu trabalho, sem desculpas.

A voz soava como o badalar de um sino.

Nada poderia ser mais gratificante para a Sorteadora.

— Como esperado de minha amada irmã! Com todo prazer!!

Mostrou a língua para Átropos, como uma criança debochada, e correu em direção às fibras elevadas para diversão própria.

Enfim podia voltar a brincar com os personagens envolvidos na mais nova trama da Era Prateada, recheada de drama e emoção.

— Cloto, com todo respeito — antecipou a encapuzada. — Ela está brincando com o Destino. Eles não são meros mortais. Permitir que eles se aproximem de nós...

ChatÁtropos... — Láquesis a interrompeu, num mussito.

— Como é...?

E a apelidada com jocosidade torceu uma das sobrancelhas — e o timbre da voz.

— Os dois lados foram precisos ao enviarem exatamente os pirralhos. Se viessem os mandachuvas, eu certamente iria impedir. — “Quem sabe, hehe”, guardou em pensamento. — Porém, eles não possuem chance alguma, sabe? Nem em um milhão de primaveras! Eu só quero ver até onde eles podem ir. O que podem alcançar na busca pelo impossível!

Átropos amaldiçoou em silêncio.

Mesmo com os olhos cobertos, podia transmitir seu ódio até a irmã arteira.

— Eu fio e determino a Sorte. Você sabe disso melhor do que ninguém. — Passou a unha afiada por outras fibras separadas, com delicadeza. — Essas meras oscilações que crio entre os fios podem mudar o Destino de alguém. Os caminhos de um ser! Então, ainda posso brincar um pouco com eles.

— Você perdeu completamente o juízo, Láquesis. — Balançou a cabeça em negação.

— Eu mantive meu juízo por muito tempo, irmã. Depois que mudamos os caminhos da Grande Guerra e permitimos que os deuses recebessem a Sorte para a vitória, tudo ficou muito... enfadonho.

— Tudo ficou muito mais fácil para nós — corrigiu.

— Isso é sua opinião. A minha é completamente diferente... — Voltou a fitar as fibras especiais no topo do salão. — Eu sinto que algo interessante pode nascer dessa repentina convergência. E eles não podem nos matar. Na realidade, esse tampouco é o objetivo primordial dos que vêm do Olimpo. Os próprios já aceitaram tal fato irreversível! O grupo das Erínias chega com outro propósito, mas não muda nenhuma linha já determinada por minha Autoridade.

— Você é convencida demais...

— Você concorda comigo, que eu sei, irmã. Como eu disse, o desejo nem é deles, mas daquele bobo do Zeus com aquela ordem maluca, haha! “Eliminem as Moiras, em nome do Olimpo!” — Imitou-o com sarcasmo e uma careta. — Ele ficou bem diferente depois que conseguiu dominar essa Era. O poder subiu à cabeça? Mas, enfim... Admito que temos uma parcela de culpa nisso.

Após o riso de escárnio, Láquesis juntou os dentes com malícia e completou, num murmúrio mais pessoal:

— Quero testar a Sorte desses meninos especiais. Ver se são capazes de conseguir uma audiência...

“E ver se a Sorte que imponho a vocês será novamente desafiada”, passeou com a língua sobre os beiços. “Me mostrem! Mostrem que aquilo não foi mera obra do acaso!”

A moira que rompia os fios da vida, sem mais contrapontos preparados, bufou e deixou como havia sido definido.

Ela tinha a tesoura cor-de-sangue em mãos e não hesitaria em interromper a diversão da Sorteadora a fim de eliminar quaisquer ameaças a qualquer momento.

Mesmo aparentando profundo desinteresse, Cloto não deixou de olhar às escondidas por cima do ombro, no aguardo para os primeiros movimentos que sua irmã faria.

Láquesis analisou friamente cada um dos fios, optando por fazer uma nova separação.

Puxou aqueles que estavam presentes no Berço da Terra, os que receberiam sua atenção especial por ora.

Conferindo a neutralidade entre as relações, a Tecelã voltou a focar no trabalho manual com os fios provindos da Roda da Fortuna.

Um tênue sorriso surgiu em sua face, longe do alcance das duas irmãs.

Láquesis esfregou as mãos...

— Oh, eles já estão aqui! — Encarou uma das fibras respectivas e, sem pudor, arrastou a unha sobre ela, causando uma grande oscilação. — Vamos ver como lidam com os Jardins Suspensos!...

Se fosse apenas a altitude, não haveria tanta dor de cabeça para se lidar, pensou Chloe em um instante de perplexidade.

Já tinha um esquema específico montado como um extenso quebra-cabeça para a travessia dos que eram os corcéis dourados.

Agora, era necessário recalcular a rota.

Só que Tríton se antecipou ao reagir imediatamente àquela mudança.

Sem temor, partiu pela corrente a balançar enlouquecida no ar e cruzou mais de metade do caminho em segundos.

Dependurada, Melinoe encarou a chegada do atlanti com irritação. Mas não havia muito o que ser feito àquela altura.

Apenas deixou ser apanhada na mão pelo aliado, que a conduziu até o resto da passagem sem fazer esforço algum.

— Seu desgraçado!!

— Vai me dever uma.

Ele encarou-a de esguelha, desprovido de qualquer tensão no semblante — o oposto completo dela.

Os dois seguiram pelo restante do trajeto e logo saltaram ao pátio, tão extenso quanto o de onde partiram.

E isso servia para os outros três em paralelo.

Notaram que esses, no entanto, estavam em pontos diferentes das travessias, os permitindo coexistirem na mesma área sem interferirem um ao outro.

O caminho da separação seria inevitável. Assim determinou Chloe, ao observar ainda com atenção os outros casos.

— Eles foram. — Selene semicerrou os olhos e fitou a purpúrea ao lado. — Filha de Atena. Você estava para nos indicar a uma direção.

Ao receber de vez a responsabilidade, a garota controlou os nervos que a confundiram e assentiu.

Percebendo que Damon já fungava forte pelos narizes, declarou:

— Sustentaremos uma fração do intuito exordial. — Subiu os dedos, exceto o polegar. — Os veteranos Melinoe e Tríton sucederam abruptamente. Minha disposição seria a de conduzir ambos a dois times distintos. Visto o caso respectivo, portanto...

— Vamo’ por aqui. — O filho de Zeus foi o próximo a se antecipar de repente.

Antes que qualquer um pudesse indagar, ele segurou a cintura de Helena e a levantou do chão.

— Uah! — Assustada com a repentina ação do garoto, ficou debaixo do braço dele.

Só então pôde se impressionar com sua força. Ele não parecia estar realizando esforço algum.

Sem pestanejar, pulou para uma das correntes que se separava, essa em direção a um dos dois átrios centrais — o da direita.

Começou a correr pelos elos oscilantes, não tendo medo algum da queda. Ao contrário da meia-irmã, que gelou a espinha só de sentir o balanço.

— Esse imprudente... — Chloe resmungou, porém não havia mais como o impedir. — Veteranos Selene e Hélios. Prossigam ambos ao segundo pátio central. O filho de lorde Apolo deve os acompanhar.

— Esplêndido!! — Bateu os punhos, eufórico.

— Filho de lorde Poseidon. Mantenha-se pela vertente atravessada pelos veteranos Melinoe e Tríton.

— Sim.

Desprovido de animação, o prateado mirou a passagem indicada.

— Eu e Julie dominaremos a que resta... — Apontou para o pátio da extrema direita.

— Que nos encontremos após a travessia. — A Notívaga subiu, seguida por seu irmão. Os demais fizeram o mesmo. — E, caso não nos encontremos...

— Sim. — Chloe ergueu o olhar, determinada. — Sigamos adiante, rumo ao destino.

Como se fosse fruto de treinamento, todos os restantes partiram ao mesmo tempo.

Só que não seria apenas aquele primeiro problema a ser enfrentado. A travessia arriscada sequer era o pior...

“Isto é...”, a lanceira logo percebeu, conforme seguia através de saltos sobre os elos metálicos, a comoção no primeiro átrio a ser tocado pelos apóstolos.

Três fendas escuras rasgaram a superfície plana.

Melinoe e Tríton delegaram o foco íntegro ao surgimento de criaturas sem olhos, com carne em decomposição e garras enormes no lugar dos braços.

Espectros, é?

— Seres abomináveis!!

A ctónica apanhou de novo o bastão escuro e o transformou na alabarda de duas lâminas.

Apesar da pressão exercida por tal deslocamento, nenhum dos monstros pareceu se intimidar.

— Irei aniquilá-los!

Num piscar, a filha de Hades deu início à sua dança mortal.

Quando a lâmina traseira veio, rasgou a cabeça do espectro à esquerda, não o permitindo sequer ameaçar algum desvio.

Os demais experimentaram o corte no ar junto do aliado, ao que uma onda de choque intensa criou pressão sobre seus corpos.

Seguido disso, a ruiva freou na retaguarda de ambos e ergueu o rosto sobre o ombro. O olhar afiado os encontrou.

Inanimadas, as criaturas sombrias giraram junto das enormes garras a toda velocidade. Uma espiral cortante se formou deles próprios.

Melinoe alargou o sorriso algoz e aceitou o desafio, posicionando a barra da alabarda no intuito de defender-se dos giros.

Manteve-se naquela posição por um breve átimo, em exímia demonstração de superioridade.

Então, ao pará-los por completo, depositou força extra nas pernas e executou um salto alto.

Finalizou em um mortal frontal e, ao cair de costas, rodopiou desferindo outro corte poderoso, a lacerar o esquelético na metade do tronco.

O que sobrou arqueou-se adiante, mas a mulher foi mais rápida ao aterrissar. De imediato, ainda que agachada, brandiu a lâmina frontal até atingir o monstro.

Rasgou-o na altura do pescoço, cuja cabeça esvoaçou pelo ar até tombar no plano e desaparecer em cinzas de trevas.

No entanto, outras fendas surgiram dessa fuligem, criando inúmeros espectros a reviverem dos mortos.

Sem tempo para descansar, ela afiou os instintos e seguiu adiante. Conforme mais corpos eram partidos e mais cabeças esvoaçavam, ela dobrava a intensidade.

Tudo isso desprovida do uso de energia.

Só que quanto mais eram derrotados na agitação, mais nasciam no caminho.

A “festa” se estendia a cada metragem percorrida, porém a barreira desagradável passava a ser armada.

“Deploráveis!!”, rugiu internamente, determinada a expurgar todo e qualquer traço daqueles seres alimentados pela Autoridade Elementar da Escuridão.

Pouco a pouco, começara a ceder à inconsciente concentração da energia dentro de si.

Mas quando ameaçava preencher as lâminas em camadas de fogo rubro, uma inédita influência entrou na brincadeira.

Melinoe parou na hora, voltando a si.

E os espectros foram cercados pelo fluxo remansado, totalmente oposto ao ímpeto descometido da ctónica.

Livre de quaisquer oscilações no deslocamento fluido e sereno, Tríton pulou por trás da aliada de corporação, já com o tridente prateado pronto.

O sorriso dela desapareceu no mesmo átimo que o filho do Deus dos Mares atingiu um dos espectros e, em proveito ao impacto, livrou-se de outros.

Como se fosse um corte — ou mais — que ninguém poderia enxergar.

Isso, claro, não eliminou a causa do problema. Mas o intuito de interromper a filha de Hades, ao menos, foi alcançado.

— Controle-se, cadelinha.

Continuou a abrir caminho, sem abdicar do avanço por conta própria.

Incapaz de reagir à altura naquele primeiro momento, a filha do Submundo rangeu os dentes e o acompanhou, conforme lidava com outros monstros sombrios nos arredores.

— Ninguém pediu sua ajuda, anfíbio maldito!

Dois espectros sobreviventes partiram para atacar a dupla de Classe Herói ao mesmo tempo.

Entretanto, a alabarda e o tridente os impediu e, também simultâneos, desferiram ataques letais que fizeram os inimigos desaparecerem em fuligem.

Mais atrás, alguns minutos atrasado, Silver terminou a travessia das correntes.

Com alguma tranquilidade, superou a oscilação intensa causada pelos fortes ventos.

Ao pisar em terra firme de novo, entretanto, experimentou certo alívio.

Não demonstrou isso, contudo, até porque mal teria tempo a favor de tal.

Logo que chegou, restos de espectros o atacaram.

Foi obrigado a apanhar a lâmina fria na cintura e decepar cada um, sempre com base em movimentações fluidas.

Perante a influência proliferada na retaguarda, Tríton se virou para fitar a chegada do irmão mais novo.

Encarou-o através de cenho franzido, os cílios prestes a se conectarem.

Silver não demorou a os alcançar pela distância percorrida no pátio suspenso.

— Então você veio — disparou num mussito ao Classe Prodígio, que ajeitou a postura da caminhada ao terminar o trabalho.

Como o tempo era precioso, ele não se importou muito em dividir espaço com o caçula.

Sem contar a presença de outras criaturas banhadas em trevas na prossecução daquele itinerário.

Melinoe estalou a língua ao também observar a chegada do outro “inútil” que iria apenas a atrapalhar. E ainda era da mesma prole que detestava — uma delas —: a dos mares.

De toda forma, embora descontentes e desinteressados em trabalharem juntos, a união problemática elevou a imposição sobre todo e qualquer inimigo que se opusesse.

Como os demais espectros a ainda se esgueirarem pelo local... e os ciclopes que despertavam mais adiante.

— D-Damon!! V-vamos...!! Nós v-vamos...!! — Helena não conseguia completar a frase, dominada pelo terror.

— Relaxa!

Com cuidado nenhum, Damon saltava pelos elos metálicos.

Tinha que parar algumas vezes a fim de focar-se no equilíbrio, pois a lufada ganhava agressividade e fazia tudo dançar no ar.

Aos poucos, a carregada — pobre coitada — Helena perdia a consciência. Em breve a escuridão, de certo, a abraçaria.

Não tinha outra escolha senão olhar para baixo, em direção ao vazio que os conduzia ao abismo de rochas afiadas envoltas pelo Jônico.

Queria vomitar. Queria não estar ali.

Depois de quase um minuto inteiro, quando a corrente parou de sacudir, o filho de Zeus voltou a correr e pular.

Tinha que ter cuidado, pois ainda carregava o peso extra da Classe Iniciante em um lado inteiro do próprio eixo.

Mesmo assim, tinha sucesso em evitar quaisquer imprevistos durante os momentos de tensão.

Ao que a jovem, de cabelo ruivo-alaranjado a esvoaçar por todos os lados, quase pendia para a síncope...

— Chegamo’.

A palavra coloquial do jovem a fez despertar quase que milagrosamente.

Embora ainda precisasse de tempo em prol de recuperar o fôlego perdido, assim como as estribeiras.

Damon a pôs no chão, onde pôde ficar de pé.

As pernas tremiam com rigor. Precisou se apoiar um pouco nos ombros dele a fim de não desmontar.

— Seu... imprudente!... — Quase deu entre os dentes, também trêmulos.

— Só queria vir rápido. — Deixou-se servir de apoio físico e emotivo à irmã por um tempo.

Ela conseguiu se recompor dentro de alguns segundos.

Quando a tremedeira diminuiu, tornou-se apta a equilibrar-se por conta própria.

Um último e pesado respiro profundo foi o bastante no intuito de devolver a lucidez que necessitava à mente.

— Por favor, não faça isso de novo. — Encarou-o, ainda um pouco irritada.

— ‘Tá... — E o jovem desviou o olhar.

Era a primeira vez, ao menos do que se lembrava, que a via daquele jeito.

Coçou a cabeça, os dedos a entrelaçarem nos cachos bagunçados, sem jeito algum de fitá-la.

Realmente tinha feito algo bastante irresponsável.

Por isso aceitou a pequena bronca.

Porém, havia mais em jogo naquela hora. Logo, a Classe Iniciante fechou as vistas e engoliu o que restava de estresse da adrenalina vivenciada.

— Então... Por que escolheu vir por aqui, só nós dois? — Caminhou alguns passos adiante.

Correu com o olhar por toda a extensão ao redor, na iminência de rodopiar sobre o respectivo eixo.

— Eu senti... cheiros familiares.

A explicação um tanto quanto hesitante a deixou dúbia.

Parou de analisar as imediações do pátio para o contemplar outra vez.

Agora, olhava para frente, as sobrancelhas contraídas e os olhos noturnos bastante pesados.

— Quero que confirme...

Diante da seriedade soturna do irmão, Helena fez que sim com a cabeça e reuniu rapidamente sua energia.

Entrelaçou os dedos das mãos e as levou à altura do peito...

Ó, deuses vetustos... respondam às minhas preces!

Quando os olhos esverdeados irradiaram o cintilar da Bênção, os fechou com delicadeza.

A Oração da Verdade passou a se alastrar pelos quatro cantos do pátio, à medida que as fendas negras surgiram pelo terreno.

Enquanto ainda esperava por algo, Damon antecipou a pegada na bainha das costas, puxando a espada para fora dela.

Assim que os primeiros espectros em seus arredores se levantaram do solo, a jovem mulher encontrou o que procurava.

Os lábios paralisaram, centímetros distantes um do outro.

Contudo, foi rápida ao vencer o repentino choque...

— São eles...

Passados os primeiros segundos de silêncio, o filho de Zeus brandiu a arma ao lado do corpo.

E as criaturas sombrias iniciaram a primeira tentativa de oposição...

— Beleza. — Só que, desprovido de temor, o rapaz cortou-as em um único balanço horizontal. — Fica atrás de mim.

Com uma das mãos apertada contra o peito, Helena assentiu quieta ao pedido do parceiro.

Enquanto o longo trajeto era embarreirado pelos monstros invocados da escuridão, figuras trajadas por um manto negro percebiam que não estavam mais a sós nos Jardins Suspensos do Destino.

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