Volume 7 – Arco 5
Capítulo 138: Jogo das SOMBRAS 2 - Escurecer
Silver rapidamente completou o trajeto ao Reino de Atlântida.
Elevado no centro da cidade tecnológica por uma estrutura rochosa, recheada de anéis decrescentes a partir da morada, o templo lhe recebeu com seu ar frígido de costume.
No entanto, logo após passar pela portaria e ser recebido pelo silêncio, identificou algo a mais fluir do interior do grande templo.
As sobrancelhas contraíram. Os olhos cor de mel correram pelo salão de estar em direção ao corredor isolado.
Sem expectativas tão agradáveis, decidiu atravessá-lo, onde o fim o oferecia a uma grande porta dourada com o símbolo de um tridente no topo.
Exalou um suspiro, responsável por deixar vapor condensado escapar. Então, empurrou-a.
Como esperado, os ausentes encontravam-se reunidos naquele recinto resfriado. As pontas do cabelo, erguidas graças à tiara azul, levitaram com a leve pressão da chegada.
Repousado no trono, o Rei dos Mares foi o primeiro a contemplar a figura do recém-chegado.
Em seguida, a mulher de longo cabelo, que caía como cachoeiras pelos ombros, girou sobre os tornozelos.
Na mesma primeira impressão, boquiabriu de espanto.
— Silverzinho!...
Silver encontrou as pedras de safira lapidadas nos olhos da mulher, que cintilaram de imediato ao alcançá-lo na entrada.
Embora na manutenção de um semblante circunspecto, o apóstolo sentiu alívio ao vê-la após tanto tempo.
— Estou de vol...
— SIlverzinho!!! — Ela o interrompeu, numa corrida até lhe abraçar com força. — Você voltou!! A mamãe se sentiu tão solitária sem meus bebês aqui!! Aaaah!! Como está se sentindo!!? Algum machucado!? Espera, você cresceu?...
Enquanto o analisava dos pés à cabeça, sem o permitir respirar direito, o garoto tentava a controlar com as mãos sobre seus ombros.
— Eu ‘tô bem...
E, assim como havia escutado ela dizer, ele não tinha sido o único a retornar para o lar.
Logo os globos frígidos se dirigiram à terceira e inédita presença no âmbito fechado.
O liso cabelo de tom azul-marinho parecia um pouco mais irregular que o da mãe, detalhe herdade de seu pai.
Também caía pelos ombros e tinha pontas achatadas, que por pouco não mudavam para uma tonalidade verde-água.
Era coberto da cintura às pernas por uma capa de crostas, semelhantes a conchas brilhantes.
Foi o último a se corrupiar. Os globos oculares, também cor de mel, eram um pouco mais escuros.
Entre o encontro dos olhares aguçados, a rainha desfez a faceta animada pelo retorno do caçula.
— Olá, irmãozinho. — Sua voz transmitia suavidade plena.
Não havia qualquer ruído adicional no timbre melódico.
— Bem-vindo de volta, irmão Tríton.
A retruca tão serena quanto do Classe Prodígio fez os cílios do mais velho estremecerem de leve.
Ninguém pôde perceber o súbito incômodo, mascarada por meio de um tênue lamento.
A postura altiva manteve-se, ao que se aproximou e estendeu a mão canhota. A palma aberta voltada ao alto.
— Sim. As últimas descobertas pelo oceano, durante minha jornada de reconhecimento, foram bem interessantes. Mas mais importante, irmãozinho... — Durante uma breve pausa, piscou com delonga as vistas. — Aceitaria uma batalha casual para comemorar nosso regresso? Faz tempo que não praticamos assim, não acha?
O prateado o encarou sem dizer nada a princípio.
De súbito, o ambiente que já não era dos mais calmos se tornava intenso, carregado.
Anfitrite olhou para os dois, preocupada.
Mas...
— Estou cansado demais pra isso. — Girou sem pestanejar, esboçando uma voz cansada. — Vou tomar um banho e dormir um pouco.
— Ah... — A matriarca despertou da tensão e o seguiu. — Irei preparar seu banho, Silverzinho! Com licença!
Executou uma mesura para o lorde sentado em seu trono e foi para o corredor logo após o rapaz.
Sem permissão para que insistisse, Tríton rangeu os dentes.
Podia esconder de Poseidon, mas não se enxergava apto a ignorar o alerta recebido por um arrepio estranho na espinha.
Tanto ele quanto o deus supremo puderam experimentar as diferenças que cercavam o mais novo descendente dos mares.
Fuzilado pelo olhar gélido em sua retaguarda, conteve o incômodo crescente e deixou passar.
Envolvidos pelo silêncio absoluto, acompanharam o ranger da estrutura metálica, até se fechar novamente.
Enquanto se banhava, Daphne encarava as marcas que mais pareciam manchas pelos braços e tronco.
Os olhos azulados se entrefechavam, pesados, à medida que pensava no significado delas.
Queimaduras antigas, das quais não fazia ideia de como ou porque ganhou. Para ela, sempre tinham sido marcas de nascença.
Mediante um lamento, ergueu-se da banheira grande, fazendo água escapar pelas laterais.
Caminhou até ficar frente a frente com um grande espelho.
Passou a palma delicada sobre a superfície refletora, limpando o embaçado criado pela quentura do local.
Via-se melhor do que nunca agora.
E mais do que anteriormente, com o sentido das marcas errôneo na cabeça, experimentava um sufoco lhe apertar o peito.
“Por que eu...?”, incapaz de aguentar a própria imagem, ela levou as mãos entre os seios...
— Estou de volta!!!
De súbito, escutou um brado eufórico ecoar abafado do lado de fora do banheiro.
Aquilo a desprendeu de seu foco num susto.
As vistas esgazeadas fitaram a porta, ao que se aproximou com cuidado e encostou a lateral da face na estrutura metálica...
— Ué, ninguém em casa!!?
Quando ouviu com mais atenção, identificou o dono da voz.
Então, o coração disparou a ponto de quase pular pela boca.
Na entrada do templo, iluminado por intensas chamas douradas, Gael fez sua entrada.
Avançou alguns passos e deixou a bolsa de linho sobre uma das poltronas.
Quando fechou as portas que traziam o vento frio para dentro, escutou passos apressados pelo corredor.
A figura enrolada em uma toalha surgiu da passagem, ofegante.
O rapaz, pego de surpreso, levou menos de cinco segundos até abrir os braços, contente em encontrar uma alma viva em meio a soturnidade.
— Daphne!! Quanto tempo!! — Mirou o rosto enrubescido da garota, que tinha saído às pressas do banho.
— Gael... — O mussito dela quase não pôde ser escutado.
Passados pouco mais de três meses, ela enfim podia vê-lo outra vez.
Nada de muito gritante tinha mudado em sua aparência, mas de cara pôde perceber a aura diferenciada que carregava consigo.
Não somente isso, como a postura e o olhar tinham mudado. Pareciam muito mais maduros em comparação ao dia da partida.
Queria correr e dar um abraço nele, mas então percebeu seu estado.
Encarou a si mesma de cima à baixo, até dar um salto à esquerda, para se esconder na divisória de saída do corredor.
Dali poderia falar com ele e enfrentar a própria timidez, nua por muito pouco devido à velocidade na qual tinha escapado do banheiro.
Queria dizer como sentira a falta dele, mas o momento não a permitiu mover os lábios que se apertavam com força.
Por outro lado, o dourado pouco se importou com a situação da garota e continuou a diminuir a distância entre ambos.
— Como você ‘tá!!? ‘Tava com saudades!! — Ele disse o que ela mais queria ter dito, e isso só serviu no intuito de fazê-la corar ainda mais. — O velho não ‘tá em casa!!?
Ao ter aquele assunto apanhado pelo jovem, Daphne logo se livrou da vergonha ocasionada pelas circunstâncias e ajeitou a postura.
A repentina mudança no semblante interrompeu as risadas divertidas do garoto, que inclinou levemente a cabeça à esquerda.
Ela própria demonstrava bastante inquietação.
— Senhor Apolo... foi até Éfeso, a cidade de senhorita Ártemis. — As palavras dela soavam afônicas, sem nem olhar nos olhos do garoto. — Parece ter acontecido uma batalha lá... envolvendo a filha dela.
— A Elaine lutou!!? — Tudo virou de ponta-cabeça; o sorriso eufórico dele se desfez na hora. — Contra quem!!? O que aconteceu!!?
Com o coração apertado, além de pressionada pela reação repentina do filho de Apolo, a jovem desbotada meramente balançou a cabeça para os lados.
No impulso, ele se corrupiou, decidido a ir até o local onde se chegaram às vias de fato.
— Espere!
Daphne, tão impulsiva quanto, deixou a toalha cair de seu corpo para o interromper com um abraço pelas costas.
Incapaz de se mover, Gael sentiu o calor corporal da garota que molhava suas costas.
— Senhorita Ártemis... me passou uma mensagem.
— Como!? — Ele cerrou os punhos.
Não faria força alguma para se arrancar do enlace dela.
— Veio por um de seus animais. Dizia para que, quando estivesse de volta, para aguardar alguns dias antes de ir até lá.
O filho de Apolo queria questionar, mas a jovem continuava a apertá-lo, como em uma súplica silenciosa.
Isso o fez reduzir o fulgor acumulado no coração, já ciente de que a parceira deveria estar bem.
— ‘Tá bom!... — Cedeu com certa facilidade, algo que também a surpreendeu. — Confio em você e na tia Ártemis!
Voltou a sorrir para ela, que sentiu certa tremulação na voz durante a afirmação.
Ela enfim o largou, pegando a toalha de volta do chão para, mais uma vez, se esconder com pressa.
— Então vamo’ tomar um banho!!
Mesmo encabulada, já não se importava mais tanto com tal desconforto.
Portanto, conforme o rapaz se aproximava do banheiro, ela engoliu em seco e decidiu fazer algo inusitado.
Rodou na velocidade do pensamento e, depois de uma rápida corrida, chegou até a entrada junto com ele.
— Se quiser...! — Engoliu as palavras a priori, mas conseguiu trazer a atenção dele. Só então completou: — Se quiser... posso lavar suas costas.
Depois de retirar sua roupa, o filho de Apolo assentiu com a cabeça e respondeu:
— Eu adoraria!!
Do Monte Olimpo, ainda era possível contemplar os resquícios da luz solar a esgueirarem-se pelo horizonte.
Detrás dos cavalos dourados, a uma vasta distância no horizonte, reluzia os contornos como uma verdadeira obra de arte.
Perséfone era a felizarda do momento por contemplar tamanha beleza.
Logo acima do acúmulo de nuvens, que dividia a zona celestial da montanha com a região avistada pelos mortais de Olímpia, projetava um tênue sorriso na face cabisbaixa.
Fechou os olhos com delicadeza, à medida que a lufada cresceu e fez seu cabelo ruivo-escuro dançar no ar...
— Bem-vinda de volta — murmurou.
Deixou que as palavras alcançassem outra ruiva, encostada na parede ao lado da entrada do cômodo do saguão.
De vistas entrefechadas, observava as costas da divindade superior sem descruzar os braços.
Ao receber a saudação gentil, ergueu o semblante circunspecto. Também apreciava o ínfimo cintilar alaranjado, abraçado de forma gradativa pela escuridão.
Sem respostas, embora sequer as aguardasse, a deidade lançou sua pergunta:
— Veio visitar sua irmã?
Melinoe piscou algumas vezes, antes de deixar as costas da parede e caminhar até a balaustrada.
— Eu não viria por um motivo idiota como esse. — Ao juntar-se em paralelo à mãe, lhe direcionou uma flor avermelhada. — Achei isso aqui na floresta próximo ao templo das musas. Apenas vim te entregar. O que acontece com a Li não é de meu interesse.
Quando a Deusa das Flores apanhou o caule da flor, de haste ereta formada com seis pétalas unidas no topo, a Classe Herói deu a volta e partiu rumo às escadarias prateadas.
A deusa aproximou a planta ao nariz, constatando a ausência de qualquer aroma.
Em ratificação à raridade do achado, esboçou um sorriso enquanto observava a filha desaparecer do local.
Pensou no quão boa ela era em enganar as próprias emoções. Uma desculpa tão boba para ver como sua irmãzinha estava, no fim das contas...
Perséfone retornou ao cômodo, onde Lilith permanecia em descanso.
— Sua irmã veio aqui... — Colocou, com cuidado, a flor num copo d’água. — Seu amigo também deve estar a caminho. Sei que ficará feliz em recebê-lo depois de tanto tempo.
Afinal, já fazia dois meses, completou na própria cabeça.
Repousou numa cadeira de mármore, bem ao lado da cama onde a garota dormia.
Por outro lado, Melinoe avançou nos degraus com passadas velozes.
Resmungava ao som do cântico leve das Cárites. Impaciente, divagava sobre o que estava fazendo ao agir daquela forma.
No caminho, encontrou ondulados fios alaranjados saltitantes junto aos ombros, pertencentes a uma figura conhecida que subia rumo aos andares superiores.
— Oh, boa noite, Melinoe...
O educado cumprimento de Helena foi ignorado pela filha do Deus do Submundo, que sequer a encarou nas vistas.
Só seguiu adiante, sem perder tempo desnecessário.
A Classe Iniciante decidiu relevar aquela atitude, na execução de um gesto respeitoso ao inclinar o torso à frente.
Assim que a irritadiça desapareceu no trajeto, tornou a subir os pisos.
Quando chegou no exato andar de onde a Classe Herói tinha acabado de sair, encarou a porta entreaberta.
Já podia experimentar duas presenças peculiares no local. E foi levada pela curiosidade dessa maneira.
Uniu as mãos no entrelaçar dos dedos.
Ativou sua Bênção em ínfima escala, o mais rápido possível.
No mesmo instante, pôde identificar uma fina influência recheada de sordidez que, em circunstâncias naturais, se esconderia até de uma divindade superior.
“O que é isso?”, permaneceu perplexa durante os segundos em que desfez a ativação da habilidade inata.
Lembrou-se das histórias breves contadas por seu irmão. Em destaque, os ocorridos no deserto e na Floresta Negra, pouco antes de sua partida a Rodes.
Para não ser vista por ninguém, Helena subiu os outros degraus, só parando no andar seguinte.
Depois de alguns arquejos, respirou fundo e retomou o controle emocional, responsável por fazê-la continuar.
Damon e Daisy eram acobertados pelas estrelas.
A faixa central de coloração branca cortava o céu, trazendo consigo brilhos pulsantes dos mais variados tamanhos e cores.
Em conluio à beleza natural, as Passagens Espectrais pareciam chegar ao ápice de seu fulgor.
— Incrível!! Foram tantas coisas!! — Quase saltitante, Daisy se deliciava com os contos do irmão.
— Foi só treinamento, como eu disse. ‘Cê também teve essas coisas com a Atena, né?
Damon continuava a conduzi-la na passagem, porém mais um pouco e ele acabaria se tornando o conduzido.
De todo modo, estava relaxado quanto a euforia da menina.
Teve bastante cuidado a fim de não abordar as partes mais pesadas das recentes experiências, afinal.
— Sim!! Eu consegui dominar a Autoridade do Relâmpago com a minha nova espada!! Você tem que ver, irmão!!
— Depois me mostra, então.
— Ah! Eu também tive ajuda da Elinha!!
— Elinha?... — Ergueu o olhar ao céu. Aos poucos, remeteu à identidade daquela que sofria dos apelidos carinhosas da menina. — Ah, a azulzinha.
Então, lembrou-se que ela não tinha ido até Rodes com eles.
— Ela é muito fofa!! E forte!! A dedicação dela em melhorar fez eu me dedicar muito também!! — Daisy fechou os punhos rente ao torso, feliz da vida. — Eu não entendo muito bem as outras coisinhas, mas a irmãzona deve te contar tudinho depois, hihi!!
— Imagino que sim. Vou esperar esse momento chegar.
“Ela ‘tá mais feliz que o normal, mesmo”, deixou a curiosidade tomar conta. “Quem sabe amanhã mesmo a Atena não venha.”
Sem contar o fato de que ainda tinham alguns assuntos pendentes sobre a última viagem.
Ele mesmo nem tinha detalhado os procedimentos de sua recuperação para a sábia. Estava certo de que ela buscaria saber.
A mente continuava cercada de devaneios, sobre diversas coisas em comum consigo ou com aqueles ao seu redor.
Porém, pouco a pouco, conforme a imagem da grande montanha se formava, a euforia de ambos foi diminuindo.
Desceram tranquilos a reta final e ultrapassaram o arco que dividia a entrada do Olimpo e a cidade de Olímpia.
— Será que eu subo hoje...? — Damon fitou a estrutura rochosa, indeciso se pulava mais rápido ou pegava as escadas. — Eu ‘tô morto, então...
Quando tinha tomado a decisão, encontrou o olhar perdido de Daisy, logo ao lado.
Nem teve tempo para perguntar qualquer coisa.
A íris azul repentinamente foi dominada pelo dourado. Um frio na espinha se apossou do rapaz, que perdeu contato com a mão dela.
Passados os primeiros segundos de baque, ele deu a volta e a viu correr em retorno ao portal.
— Ei!
Chamou em vão, portanto correu em seguida.
Incapaz de entender a atitude repentina, a alcançou tão rápido quanto a sucessão das atitudes da pequena.
Ela estava de pé, ofegante. O rosto virado para baixo.
Assim que se juntou a ela, pôde encontrar o motivo da ação; uma menina, derrubada de lado entre as passagens.
Com pele morena e cabelo encaracolado, de predominante coloração negra alternada a um tom de coral nas mechas, parecia estar adormecida.
Daisy se agachou. Mas, antes de poder tateá-la, Damon foi mais rápido e tomou a frente.
Conferiu a respiração da desconhecida. Normalizada. Virou o resto do corpo dela pelo ombro.
Uma laceração profunda cortava toda a testa, assim como a franja. Sangue escapava do machucado por diversas vertentes do rosto plácido.
Nenhum sinal de Ícor residia no líquido escuro.
— É uma mortal?
Um grunhido soou dos lábios roxos dela, trazendo o foco da dupla de volta.
A fitaram, enquanto ela remexia os músculos faciais e os olhos selados.
De súbito os abriu, alucinante, quase dando um susto nos irmãos.
O puro lilás que preenchia cada íris parecia dominado em desespero.
O corpo inteiro começou a tremer. Um estado de frenesi completo a apossou, fazendo as pupilas se contraírem de forma drástica.
— Não poss... — A voz rouca ecoou com formações desconexas. — So... são... são... Tenho... tenho que... tenho que!!...
O filho de Zeus empenhou-se em mantê-la quieta através da força das mãos.
Mas a reação assombrosa rapidamente cessou.
Toda a energia dela se foi. Voltou a ser acometida pela síncope e pendeu com o rosto para o lado, ao que os cílios se conectaram.
Damon e Daisy trocaram olhares, ambos atônitos.
— Irmão...? Vamos levar ela para casa? — Tomou a decisão mais benigna, mas logo recebeu um olhar de desaprovação. — Não quero deixar ela sozinha aqui!
Todos os contra-argumentos possíveis caíram por terra ao contemplar aquela bondade determinada.
Em vista disso, não encontrou alternativas.
Se ela fosse uma mortal, deveria ter pais ou familiares localizados na cidade.
Também poderia ser uma órfã...
As chances indeterminadas aumentavam o desgaste mental acumulado desde o retorno recente.
Todavia, uma grande dúvida se formava na cabeça do olimpiano
“Um mortal qualquer nunca ia conseguir isso”, fitou o local da divisória bem delimitada entre a área divina e a pólis mortal.
Aquela menina, de alguma forma, havia ultrapassado o limiar invisível imposto pelos deuses.
Pensou em ir em busca pela cidade, mas já estava tarde. Sem contar o fato do cansaço mental, que o fez seguir a única opção que lhe foi oferecida.
— Não tem o que fazer... — Pegou a no colo e se ergueu, a trazendo consigo. — Vamo’ lá.
Ao receber o chamado do rapaz, Daisy abriu um sorriso satisfeito.
— Sim! — E assentiu com a cabeça.
Seus olhos já tinham retomado a coloração original.
Mais outra pergunta que permearia o subconsciente do garoto até, no mínimo, a manhã seguinte.
Respirou fundo e girou sobre os tornozelos, acompanhado de perto pela irmãzinha, preocupada com o estado da desmaiada.
Sem dizerem mais nada, os descendentes celestiais subiram com a visitante enigmática às instalações do Monte Olimpo.
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