Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 6 – Arco 5

Capítulo 115: Voo do Tempo

Sentada sobre um dos pequenos degraus na entrada do templo em Atenas, Daisy contemplava os cintilantes pontos pela abóbada escurecida.

Estava acompanhada da Mensageira dos Deuses, Íris, essa de pé ao lado da porta fechada.

Na calada da madrugada, a menina abriu um sorriso eufórico ao fitar a brilhante faixa difusa que rasgava toda a esfera celeste.

Tratava-se de um cenário que só poderia ser visto em sonhos; sentia-se abraçada pelo próprio universo.

Caso pudesse, ficaria ali para sempre, sem tirar os olhos cerúleos da paisagem inalcançável.

Embora envolvida pelo silêncio absoluto, visto o fluxo escasso de mortais na cidade sob a acrópole, a criança pôde sentir uma nova presença surgir no local.

— Então, vocês estavam aqui.

A famigerada voz da Deusa da Sabedoria chamou a atenção das duas, antes de se unir a elas na observação celeste.

Após uma rápida mesura, a mensageira ajeitou a postura. Agora, passava a fitar a potestade, em um momento particular de adoração.

Ilustra admiradora dos belos cenários que aquele mundo a oferecia em momentos oportunos, Atena reconhecia diversos dos asterismos responsáveis por darem “vida” ao céu noturno.

Tudo contava uma história, sem exceções. Essa era a forma de pensar dela.

Em busca de controlar a vontade de permanecer ali até o amanhecer, exalou um fraco lamento.

Virou o rosto na direção da irmãzinha, que estava de olhos fechados, diferente de segundos atrás.

Impressionada com a rápida mudança de estado dela, não deixou de projetar um leve sorriso.

Aproximou-se e a apanhou nos braços, disposta a levá-la de volta ao santuário para que pudesse descansar da maneira devida.

— Ela dorme bem rápido mesmo — disse Íris, um tanto espantada.

— É a forma que vosso corpo age em prol de repor as energias fatigadas. Confesso que demorei um período considerável para descobrir esta situação.

Atena ajeitou as mechas cacheadas que caíam sobre o rosto plácido da menina.

As acariciava com cuidado em prol de não a incomodar em seu sono repentino.

Curiosa defronte a reação natural explicada pela deidade, a acompanhante inclinou a cabeça no intuito de também observá-la.

Não resistiu a fazer o único comentário que residia na ponta da língua:

— Que peculiar...

— É factual que, desde o início de vossos treinamentos, jamais enfrentara sessões tão árduas no que tangem à época atual. — Voltou a fitar o céu. — Finalmente o sonho alimentado por ela, o de se tornar uma apóstola, está próximo de ser concretizado...

Ainda que adormecida, Daisy levantou um pouco dos lábios, como se pudesse escutar a declaração da superior.

Mais uma vez, a deusa constatava o quão singular aquela criança era.

Tão perplexa quanto, Íris pigarreou e executou um salto ligeiro para o lado, abrindo a passagem dos degraus a favor da superior.

— Quantos aninhos ela tem, mesmo!?

— Treze.

Perante a resposta rápida da sábia, levou a mão esquerda sob o queixo, cada vez mais introspectiva sobre a feição pacífica da filha do Rei dos Deuses.

— Seria a mais nova integrante da corporação em toda a história, certo? E ela já tem alguma Arte dominada?

— Ainda está neste processo. Como ela não deve ser apta a dominar a Arte de nosso pai, que escolheu nunca a ensinar a qualquer outro, necessita de empenho e paciência no objetivo de desenvolver uma Arte própria. Ao menos eu pude ensiná-la algumas vertentes da Arte da Sabedoria. Será esta sua pedra fundamental.

— É bem difícil mesmo — resmungou, expressando um sorriso contorcido.

— Eventualmente ela encontrará os caminhos. Então, há de habituar-se a um estilo pessoal e característico, podendo o aperfeiçoar a partir daí. — Entrou no santuário, sendo acompanhado pela mensageira. — Contudo o que me chamou bastante atenção foi o fato de que ela demonstrou ser apta a dominar dois atributos elementares distintos...

— Mas, senhorita Atena, suas filhas também dominam várias autoridades, assim como a senhorita, não é?

— Nosso caso é um pouco diferente. Por lograrmos de uma grandíssima fonte de conhecimento, podemos, sim, usufruir de diversas autoridades. É pautado nisto que criei a Arte da Sabedoria e as ensinei. Entretanto, tal leque de possibilidades nos obriga a pagar um determinado preço.

— Um preço...?

— Por domarmos diversas autoridades em determinada escala, não podemos tornar nenhuma delas em uma Autoridade Cardeal. — Chegou ao salão de estar e parou entre os sofás bem arrumados. — Nossas energias já se habituaram a lidar com essências diversificadas, já que isto é fundamental para que estas sejam moldadas.

— Desculpa, senhorita Atena. Eu não consigo mais acompanhar...

— Imagine um cubículo como sendo nossa fonte primordial de energia. Uma autoridade seria, por exemplo, um móvel disposto neste local.

— Hm... — Íris, atenta ao extremo, tentava conceber as imagens em sua cabeça.

— Quanto mais móveis você trouxer para este local, menor se torna o espaço livre dentro dele.

— Acho que conseguir entender agora. — Com os olhos erguidos, usando toda a capacidade lógica dentro de si, ela indagou: — Então, isso quer dizer que...

— A cada autoridade na qual induzimos nossa Energia Vital a gravar para que possamos manifestá-las, menor se torna a dimensão delas. Portanto, fica cada vez mais difícil se ter uma Autoridade Cardeal. Todas acabam se tornando Ordinais. — Encarou, de novo, o rosto plácido da pequena olimpiana. — Ter mais de uma Autoridade Cardeal, pelo contrário, é algo difícil de se encontrar, mesmo nos tempos atuais. Quando digo sobre Daisy dominar duas, é isto que quero dizer.

Cada vez mais dúbia e, ao mesmo tempo, instigada, Íris se aproximou da menina.

— Então... a primeira autoridade é a do relâmpago, certo? E a segunda?...

As vistas azuis encararam Atena, que sustentou o silêncio durante alguns segundos.

Sem tirar o foco da dorminhoca, contraiu o semblante em circunspecção, envolvida por um singelo desconforto interior.

A tensão deliberada entre ambas fez a Deusa do Arco-íris cogitar uma resposta não muito agradável na percepção da superior.

No entanto...

— Luz.

A voz soturna da Deusa da Sabedoria a pegou desprevenida, trazendo uma célere reviravolta em todas as divagações momentâneas.

De acordo com essa informação, uma certa dose de alívio dominou o peito da mensageira.

Por ter imaginado elementos tão problemáticos quanto durante alguns segundos, soltou uma risada abafada em prol de retomar o clima leve de outrora:

— Então essa garotinha é bem sortuda mesmo! Quem diria, conseguir dominar duas autoridades tão complexas. Não que eu esteja me gabando por dominar a autoridade da luz.

Ela desviou o rosto, encabulada.

Atena deixou uma risada quase escapar entre os lábios, trazendo uma inédita leveza ao ambiente.

— Lembre-se, Íris. Cada indivíduo logra de um domínio singular. — Voltou a caminhar, agora em direção ao corredor principal.

A Mensageira dos Deuses assentiu, um pouco triste por ter considerado aquilo como um aviso velado.

Seu domínio da luz poderia não ser perfeito.

— Mas a senhorita disse que ainda há pessoas com mais de uma Autoridade Cardeal.

— Sim. Algumas divindades podem nascer com duas, o que já é considerado como uma condição rara. E é possível que tornar uma segunda autoridade naturalmente ordinal para cardeal ocorre em situações muito específicas.

— É bem complicado, de verdade... Minha mãe e minhas tias que descobriram isso tudo, não é?

— Exato. Elas são especialistas quando se trata de conhecimento e domínio sobre a Energia Vital, afinal.

— Que legal... — Abriu um sorriso radiante. — Obrigada por ter me ensinado isso tudo, senhorita Atena!

— Não há de quê.

Atena abriu a porta do quarto onde deixava a menina descansar.

Deitou-a na cama e a cobriu com um fino lençol.

“Todavia...”, deu meia-volta e uma última olhada por cima do ombro... “Ainda há uma terceira, adormecida. Tenho certeza...”

Então, saiu e deixou a porta entreaberta, para que o cômodo não fosse dominado por uma escuridão absoluta.

Retornou à sala de estar, recheada de exemplares arrumados em perfeita simetria com as estantes de madeira.

O cenário exalava a mania obsessiva das gêmeas em manter todos os detalhes bem-proporcionados. Mas a deusa não desgostava daquilo, pelo contrário.

Batia até certa nostalgia, visto que não ter a presença delas trazia mais silêncio ao lugar.

Sua companhia desde a partida do grupo selecionado à Rodes era de Íris, de Daisy...

E de mais uma figura.

Essa poderia ser considerada como uma hóspede ingrata, ao menos na concepção da mensageira.

De todo modo, a representante de um dos Doze Tronos levava aquilo como um exercício espiritual.

Somente seu julgamento deveria importar na morada pessoal; e ele indicava que a estadia daquela mulher era necessária.

Assim que encerrou os afazeres secundários, atravessou o caminho do corredor, responsável por conectar o salão com os demais aposentos.

Um desses tratava-se do pequeno pátio, envolvido por um solo relvado e plantas diferenciadas, semelhante a um jardim.

— Ah! Bem-vinda de volta, lady Atena!

Sentada num assento de mármore, Stheno identificou a chegada da potestade.

Desde que fora levada sob custódia após ser derrotada pelas filhas da sabedoria na Floresta Negra, descansava naquele âmbito silencioso, incapaz de fugir caso desejasse.

Isso pois acabou convencida a contribuir com sua antiga senhoria na corrida contra o novo grupo das trevas, responsável por ameaçar as estruturas olímpicas.

As serpentes, como de praxe, sustentavam a mansidão e pouco apresentavam alguma ameaça.

Livre das algemas nos pulsos, somente era envolvida por uma fixa no tornozelo esquerdo, conectada à mesma barra metálica do pilar em sua retaguarda.

A corrente maior a permitia exercitar o corpo por todo o local, quando assim desejasse. Seu limite a impedia de atravessar as portas.

Uma prisão bem confortável, assim colocava na cabeça.

Os olhos petrificantes continuavam vendados sob uma faixa de linho escuro.

Mas, ainda assim, ela não aparentava ser incomodada ao ter tantas precauções em sua volta.

A face plácida projetava um tênue sorriso, contentada pela chegada da divindade.

— Como está se sentindo? Se quiser, posso buscar algo para comer. — A deusa buscou ser cordial. — Você aprecia maçãs, não é verdade? Dispomos de bastantes frutas aqui.

— Não, minha lady! Sua confiança é mais do que suficiente!

— Embora vendada e ainda presa pela perna... — Aproximou-se da mulher-serpente a passos curtos. — Revele-me. Por que carrega tanta certeza de que deposito minhas crenças em ti?

Stheno resguardou-se em silêncio ante o questionamento um tanto severo da sábia.

Embora a influência imponente lhe induzisse a constantes arrepios por todo o corpo, não desfez a feição agraciada nem por um instante.

Diante do proveito recebido pela criatura silenciosa, a deidade se dispôs a sanar outras dúvidas.

Portanto, prosseguiu:

— Por que desejou tanto vir até mim?

A amaldiçoada levantou os lábios no intuito de responder, repetir tudo que já tinha dito.

Mas antes que qualquer sílaba escapasse, os retraiu a fim de pensar um pouco mais.

Após breves segundos com a cabeça baixa em divagação, escolheu a abordagem correta para murmurar:

— Nem tudo que fazemos é correto. Mesmo que demore muito tempo para entendermos isso. — Levantou a cabeça, como se pudesse encarar o fundo dos olhos da deusa. — É por isso que tanto busquei a redenção. Diferente de minhas irmãs, que ainda acham que não fizeram nada de errado e optam por seguir um caminho onde ninguém mais além delas está certo. Eu só queria procurar uma aproximação diferente... Buscar o entendimento pacífico...

Com uma pergunta, Atena ganhou duas respostas como se matasse dois coelhos numa única cajadada.

Após as palavras inesperadas adentrarem seus tímpanos, ela desviou o olhar de maneira temerosa.

Pensativa durante um curto período, tornou a dar as costas à convidada. As mãos cerradas eram escondidas pelo cinto de armadura cor de bronze.

— Não podemos mudar o que já foi feito — mussitou, a exemplo de um pensamento dito em voz alta.

— Mas podemos lidar com as consequências e melhorar no processo. Não acha, lady Atena?

A deidade aprofundou-se calada, incapaz de desgrudar a atenção dos pés inertes sobre o solo gramado.

As pálpebras aguentavam um peso surreal, desejavam se fechar na escuridão por bastante tempo.

Já a górgona sustentava a feição positiva, transmitindo toda a credibilidade desejada por meio do diálogo momentâneo.

A junção dessas posturas fez a deusa pensar se poderia acreditar nela.

Não captou traços de dissimulação ou insegurança em suas expressões minimalistas.

Em respeito à forma de pensar da mulher, resolveu oferecer uma nova chance.

Por consideração a um raciocínio bastante louvável, vindo de quem foi amaldiçoada pela eternidade, voltou a erguer a cabeça com alguma convicção.

Não era momento de se desfazer das crenças pessoais.

A despeito disso, permitiu-se a ser conduzida por tudo que aquela figura inesperada tinha a oferecer.

Adiantou alguns passos curtos, retornando à passagem de saída ao corredor.

Antes de deixar o recinto, dirigiu palavras que, em definitivo, encerraram o posto assunto:

— Trarei algumas maçãs para você.

Stheno aceitou a cortesia, alimentando a feição aprazível.

— Agradeço por isso, lady Atena.

No início da manhã seguinte, Atena regressou, solitária, ao Monte Olimpo.

As Cárites já pronunciavam as melodias do amanhecer, que prevaleceriam por toda a montanha do nascer ao poente solar.

Subiu as escadarias até alcançar o primeiro saguão celeste, onde a Deusa das Flores cuidava de sua filha, ainda em estado de sono profundo.

Dirigiu-se à entrada dos aposentos. Pensou que a irmã deveria estar descansando, portanto, resolveu não a incomodar ao bater.

Quando deu meia-volta em prol de retomar o trajeto rumo ao salão final no cume, o rangido da estrutura metálica se abrindo trouxe sua atenção de volta à passagem.

Perséfone, portadora de um fraco sorriso no rosto cansado, se revelou à deidade.

— É um prazer revê-la, minha irmã Atena.

À recepção calorosa da ruiva, a Deusa da Sabedoria regressou ao ponto de encontro.

— Aproveitei para passar aqui antes de subir ao salão de nosso pai. — Fez uma rápida pausa ao encarar o interior da câmara. — Como ela está, Perséfone?

— Ainda dormindo. Como uma pedra.

O recíproco sentimento de inquietação soava da voz afônica de Perséfone.

Mesmo pela escuridão que dominava a sala, era possível enxergar a figura da garota, deitada sobre a cama de madeira.

A sábia esboçou um riso aliviado ao verificar a boa saúde da jovem apóstola, sensação corroborada pela vivência tão próxima com os riscos corridos por ela, depois de resgatada por Damon. 

Embora apreensiva com relação ao momento no qual despertaria, além de quais seriam as possíveis sequelas adquiridas pelos leves resquícios do envenenamento, preferia se apegar à positividade.

— E sobre sua visita? Aconteceu algo de importante?

Com a retomada do assunto abordado em primeira instância, Atena voltou a lhe atender.

Balançou a cabeça para os lados e procurou pela melhor maneira de elucidar:

— Por enquanto, nada demais. Porém já se passaram quase dois meses desde que o último conflito ocorreu. — Voltou a observar a filha de Perséfone no cômodo. — Creio que o treinamento dos jovens enviados à Rodes esteja próximo de alcançar seu ápice. Portanto, pensei em começar os preparativos para o que está por vir.

— Compreendo perfeitamente. Posso ajudar, caso deseje...

— Por ora está tudo bem, mas agradeço vossa oferta. — Abriu uma das mãos. — Tu já estás cuidando de tua filha. Peço que prossiga com este monitoramento. De igual modo que não sabemos quando ela irá despertar, também carecemos de informações sobre o próximo movimento deles.

— Realmente. É estranho não terem feito nada por todo esse tempo...

— Necessito de um momento a fim de pensar melhor e conectar situações que busquei antecipar nas últimas semanas.

— Lhe desejo sorte, em nome de todos nós. Se mudar de ideia, saiba que sempre estarei aqui. — Ajeitou as mechas ruivas com o dorso da mão.

— Sei que estará.

Ao se despedir numa breve mesura, a Deusa da Sabedoria enfim teve passe livre em prol de subir o restante da zona celestial.

Observou Perséfone pela última vez, entrando no cômodo isolado. Então acessou os degraus prateados.

Resolveu pôr em prática tudo que havia declamado. A sequência de fatores foi, aos poucos, revivida em sua cabeça.

O início em Delos, no envolvimento de Castor e Pollux, desaparecidos desde então.

A fuga de Prometheus em conluio com o próprio Herói Traidor, seguido dos primeiros ataques declarados no Deserto da Perdição e em Argos.

Mais recentemente, a batalha na Floresta Negra, responsável por trazer o maior prejuízo até o momento.

Os deuses continuavam a carecer de informações cruciais que pudessem guiá-los a estratagemas mais pertinentes.

Essa limitação permanecia sendo a pior fonte de todos os dilemas.

Cada vez mais sentiam-se de mãos atadas. A espera de uma ocorrência a esmo para que pudessem se encontrar e, por fim, combater aquele mal.

No entanto, a Deusa da Sabedoria já tinha previsto um cenário específico, diante daquela lacuna de novas ocorrências importantes.

Quando subiu ao último andar da montanha, interrompeu a caminhada para fitar o horizonte.

— O próximo incidente, definitivamente, se provará crucial para o desenvolvimento desta história — mussitou, aproximando os cílios pesados. — E, de acordo com as conjunturas atuais... o alvo escolhido provavelmente será...

As palavras finais desapareceram em meio ao uivo da lufada, a percorrer por toda a extensão majestosa do Monte Olimpo.

Nada além do próprio céu pôde escutá-las...

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