Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 6 – Arco 5

Capítulo 112: Asas Chamuscadas - volta a HARPIA

A dupla indiferença corroborou com a irritação por parte da mulher-ave, que rangeu os dentes.

Segurou os punhos unidos da jovem deusa com mais força, ameaçava lacerar sua garganta a qualquer momento.

As pontas das garras afiadas começavam a afundar em sua pele.

— Eu sinto... São divindades... — grunhiu, ofegante. — Onde estão...? Garoto de cabelo escuro...? Garota de cabelo vermelho...?

Brandt não entendia bulhufas diante das indagações murmuradas pela presença hostil.

Mesmo que o cenário de uma “negociação forçada” se desenhasse, era ineficaz em prol de arrancá-lo da posição convencida.

E, tampouco, a tranquilidade daquela que fazia de refém.

O raciocínio do espartano não era tão lendo a ponto de demorar a assimilar as circunstâncias a sua volta.

Afinal o rosto daqueles dois residiam frescos em sua memória, mesmo após semanas do encontro no Deserto da Perdição.

Isso fez o sorriso se alargar, revelando os caninos afiados.

— É, acho que conheço os merdinhas que ‘cê ‘tá falando! Quer saber onde estão!?

As vistas da harpia esgazearam perante a retruca, claramente provocativa.

Todavia sua sede de sangue provava-se tão elevada que as emoções descontroladas terminaram por explodir.

No instante do vacilo, quando relaxou o membro responsável por ameaçar a garganta da loira, sentiu ser empurrada pelas costas da própria.

Antes que pudesse tentar mantê-la sob sua captura, foi surpreendida pela força na qual os punhos cruzados dela se livraram de sua pegada.

Empenhou-se em permanecer erguida, com um último foco de tentativa em lacerá-la na garganta.

Contudo, a deusa impulsionou-se ao chutá-la rapidamente no abdômen, indo para frente e a jogando para trás.

Terminou o movimento a permitiu saltar livre e se afastar, de volta ao ponto da trilha onde o robusto estava.

“Merda!!”, amaldiçoou a harpia, incapaz de controlar a força que a puxou a alguns metros.

A fraca corrente de vento causada pela colisão ainda fez seu capuz subir, revelando a sua face.

— Oh!! — Brandt gostou do que viu.

Afinal, os rostos das duas pobres aves que matou também residiam frescos em suas memórias...

Após frear o recuo, arrastando as garras das patas na terra recheada de gramado, Aelo rugiu:

— Sua vadiazinha!!!

— Fico ressentida por me nomear com tamanho insulto. — A jovem deu a volta, fitando-a com o mesmo sorriso afável e tranquilo. — Minha mãe querida me nomeou com um belo nome. E ele é Harmonia.

Ao lado da que proclamava seu nome, Brandt puxou o machado do solo e disparou contra a criatura num rompante absurdo.

Ela, no mais puro instinto, cortou o ar com as garras da mão e criou um redemoinho de vento poderoso.

No entanto, isso não impediu o apóstolo de lacerá-lo em um só golpe, afastando ainda mais a harpia.

— Então ‘cê é uma das franguinhas!!

Ele enfim confirmou ao vê-la de corpo nu; o manto negro tinha esvoaçado com sua autoridade.

De metade do torso preenchido por cicatrizes de queimaduras ainda vivas, Aelo abriu a asa restante nas costas, soltando penas escuras pelo espaço.

— O quê...?

Levou meros segundos a fim de entender as palavras ferozes do ruivo.

O sorriso dele era grotesco.

Era maldade em estado puro...

— Quem fez isso com seu corpo foram aqueles merdinhas!? Entendo. Agora ‘cê quer se vingar por isso, né!?

Cortou pela segunda vez a manifestação da Borrasca, agora rompendo parcialmente as camadas da autoridade elementar do ar.

— Isso mesmo... Eles mataram minhas irmãs..., mas se descuidaram e me deixaram viva!! — Com extrema dor na voz, a harpia cuspiu como maldições: — Eu vou matar aqueles desgraçados!! Vou fazer com que provem o pior dos infernos!!

Harmonia estreitou as vistas carmesim enquanto acompanhava as declarações da inimiga.

Na sequência do desabafo embargado, restou somente os ruídos provenientes da gigantesca ventania.

A indefinição procedeu até uma risada abafada cortar o domínio natural, trazendo o olhar das duas ao epicentro do tornado.

Incapaz de se aguentar, a gargalhada atroz ressoou do filho de Ares, com os olhos fechados e a mão esquerda apoiada sobre o abdômen.

Sua irmã não captou o motivo da graça. Tampouco Aelo, que não fazia ideia sobre como responder àquilo.

Durou alguns segundos até o robusto retomar o controle da euforia, aos poucos deixando de lado a repentina crise.

O sorriso em sua face contorcida se alargou às orelhas, em coincidência a uma leve erguida do queixo achatado.

Como se encarasse a harpia com plena superioridade, voltou a balançar a lâmina do machado contra a parede de vento.

E declarou:

— Fui eu que matei aquelas franguinhas!!!

Assim como metade da potência energética esvaneceu graças ao novo corte da arma afiada, a escuridão tomou conta da visão da mulher-ave.

Suas mãos estremeceram e, logo na sequência, o corpo inteiro sofreu do mesmo sintoma.

O sangue passou a ferver.

O pouco controle emocional no qual ainda se agarrava, logo foi desfeito por um grito ressonante.

Foi tudo muito rápido; a perda de equilíbrio em tempo recorde da criatura causou uma perturbação sobre o próprio domínio vital.

O efeito culminou na ascensão descomedida do poder da Borrasca, que passou a ameaçar varrer boa parte da floresta.

Harmonia evitou movimentos impensados, até porque passou a experimentar um arrasto leve dos pés, como se pudesse ser sugada pela autoridade descontrolada a qualquer momento.

Caso desgrudasse um pé do solo, seria bem complicado evitar o pior.

Mesmo assim, Brandt, que voltava a ser envolto pelas novas camadas de gases cortantes, experimentou a euforia ser alimentada pela vontade de terminar o trabalho.

Sem hesitar, buscou um terceiro corte contra a parede de ventos. Dessa vez, a lâmina do machado foi repelida junta a seu braço.

Nem isso lhe frustrou.

Embora a porção lesionada do corpo da mulher gritasse em agonia, o desejo conduzido pelo puro ódio manteve-se na formação da autoridade devastadora.

A potência das correntes de ar já se encontrava próxima de arrancar árvores pelas raízes.

Alguns moradores da pólis espartana começavam a ficar inquietos sobre a anomalia na ascensão da acrópole, que podia ser vista de diversas partes.

O filho de Ares pouco se importava.

Caso a cidade fosse, porventura, destruída, nada mudaria.

Naquele instante, tudo se resumia à inimiga descontrolada a ínfimos metros de distância.

Enquanto não a abatesse, jamais estaria saciado.

Tal vontade se pronunciou de acordo com o despertar da energia dentro de si, a correr por todos os canais vitais até ser canalizada do palmo ao pomo do machado.

Tudo isso ocorrera em menos de cinco segundos, quando as chamas carmim surgiram sobre o releixo e ganharam fôlego extra ao serem “alimentadas” pelos ventos.

O espaço diminuto foi irrompido em um período desprezível, onde o quarto corte, recheado de autoridade elementar do fogo, entrou em contato com as correntes de gases.

A Borrasca se dissipou pela metade dessa vez, ao que o estampido da explosão chacoalhou o perímetro.

Aelo quase perdeu a capacidade de escutar durante aquele momento. Depois, só pôde se abismar ao ver o rosto animalesco do rapaz surgir detrás de aberturas em chamas.

Por um átimo, as chamas aderiram ao redemoinho.

Um cenário de espetáculo fez a espinha da harpia congelar.

Outro corte agressivo criou um mar de fogo avermelhado por todos os lados. Para ela, ainda havia possibilidade de escapar, visto que esperava o início de um incêndio pelas redondezas.

Mas...

— Morra!!!

Num controle inexplicável, ele deslocou o machado para sobre a cabeça e, depois, o desceu com todo ímpeto.

A corrente de vento misturada ao fogo infernal foi lançada contra a mulher-ave.

Incrédula perante a morte tórrida, ela bateu a asa remanescente e jogou-se à direita.

Seu pensamento se concretizou, em partes; o incêndio atingiu uma porção florestal, devastando metros de árvores atrás dela.

“Impossível.”

Era a única palavra a perpetuar em sua cabeça.

Calafrios terríveis cresceram em seu corpo. Reergueu-se na velocidade do pensamento, porém sentiu aperto na respiração.

Perdeu o emocional sem nem notar.

Brandt, numa sequência de risadas, enlouquecido, a fez ter saudades do confronto perdido contra os jovens no deserto.

Conforme caminhava a passos pausados na direção dela, reunia nova dose de energia para a arma especial.

A harpia quase mordeu a língua, tamanho o baque causado pela influência monstruosa do garoto.

Pensou em recobrar a Borrasca, mas foi pega de surpresa quando o espartano realizou outro corte descendente.

O lampejo de fogo derradeiro trouxe as vistas delas ao alto, para onde saltou com tudo que tinha.

A explosão engoliu a criatura e, de quebra, causou a devastação nos arredores que ela tanto expectava há pouco.

Harmonia protegeu os olhos ao levar um dos braços à frente deles, sem desviar a visão do coração do impacto.

Os sedosos fios do cabelo dançavam graças à onda de choque calorenta.

Não durou dez segundos até uma figura capotar no relvado queimado, irrompendo as camadas de fumaça criadas pelo fogo.

A harpia sofreu com novas lesões teciduais, onde a grande maioria atingiu a asa restante.

A queimação intensa arrancou dela um grunhido de dor detestável, sem ter o que fazer a fim de salvar o apêndice plumoso.

Incansável, o filho do Deus da Guerra atravessou a cortina de fumaça negra.

Aelo virou o corpo machucado de forma desesperada, apenas para observar a proximidade do fim.

Foi violentamente pisoteada na altura do tórax. Um esbravejo agonizante escapou ao espaço, conforme as solas de couro se arrastavam em sua pele queimada.

Lágrimas ameaçaram subir pela vista esquerda, mas não passaram do pequeno acúmulo sobre os cílios.

— E-eu... vou...!! — Usou as forças restantes no intuito de agarrar o tornozelo do homem. — Matar... matá-los... vocês...!!

Embora ciente de que não pudesse ser cumprido, entoou o juramento ao invés de escolher as súplicas pela própria vida.

Por um minuto, o semblante maléfico na face do moreno desapareceu.

— Foi mal — mussitou ao erguer o braço musculoso.

— Brandt.

Antes de poder desferir o golpe final, escutou o chamado de sua irmã, ilesa diante das ameaças.

A encarou de soslaio, atento à feição soturna que ela carregava.

Os globos carmesins pareciam queimar a escuridão de sua íris.

Palavras adicionais não foram necessárias. A troca de olhares entre ambos se provou ser o bastante para o entendimento mútuo.

Ainda assim, a mulher desejava que ele desistisse do caminho escolhido.

A encarada fuzilante do apóstolo desistiu de contatar o incômodo resplendor, tornando a mirar na harpia.

Em rejeição ao apelo silencioso da semelhante, repetiu a atitude sem abandonar o rosto circunspecto.

Harmonia não desejava acompanhar o golpe de misericórdia, sendo assim desviou a atenção à área devastada da floresta.

Os ouvidos receberam o som da decapitação veloz, lhe despertando arrepios indescritíveis por toda a espinha. O sangue pintou o gramado abaixo ao espirrar da área lacerada.

O corpo um pouco erguido da mulher desabou na terra, ao lado do membro retalhado. O fim do conflito fora anunciado; a última das três Harpias estava, definitivamente, morta.

Brandt contemplou a cabeça da mulher-ave durante alguns segundos.

Pensou na sorte que ela teve em ter sido deixada viva no deserto pelos outros apóstolos — caso optasse por viver, ao invés de buscar o ódio, seria tão agraciada quanto qualquer ser vivo.

Da mesma maneira, guardava repulsa sobre os “aliados de corporação” terem sido tão clementes ao ponto de arriscar seu retorno.

Por permitirem que a cadeia de consequências, responsável por gerar um abalo desnecessário no quintal do Deus da Guerra, se tornasse possível...

Agora, deveria pensar no problema a ser encarado após tal comoção. O foco correu ao grande templo da acrópole em Esparta, onde o específico problema o aguardava.

Estalou a língua ao perceber o desaparecimento do cervo, tudo por conta da colisão de autoridades daquela batalha improdutiva.

No mínimo deveria levar o novo prêmio; agachou-se e apanhou a cabeça da falecida pelos cachos desarrumados.

A irmã resguardou-se em taciturnidade, ao passo que acompanhava o avanço irritado do homem. Ele arrastava o machado com a mão canhota, criando um rastro fundo na trilha de terra.

Toda a repentina mudança no astral dele a fez ponderar por um tempo, durante uma última olhadela sobre o corpo da harpia.

Expressou o duradouro suspiro ao cerrar as vistas pesadas, em execução a uma rápida prece à mulher-ave.

Ainda repleta de pesar, tanto pelo desfecho da criatura quanto pela situação variada do irmão, voltou a acompanhá-lo rumo ao grande santuário.

Os dois não demoraram a alcançar o templo de Esparta.

De lá, avançaram diretamente ao grande salão encíclico, envolvido por castiçais escarlates em toda a extensão das paredes.

Portador de uma armadura negra com adornos dourados e um elmo que cobria a face inteira, um homem repousava no grande trono.

Dois rostos de leões, entalhados em prata e ouro, demarcavam as laterais do respaldo.

Os músculos bem torneados descansavam sobre os apoios do assento, só não tão chamativo quanto ele.

A influência arrepiante se estendia por todo o recinto, era exalada daquele indivíduo com extrema naturalidade.

Mesmo Harmonia sentia-se acuada ao adentrar a câmara de tom encarnado, obrigada a encarar o Deus da Guerra, Ares, em pessoa.

Ao se ajoelhar perante a divindade suprema, percebeu que o irmão em paralelo permaneceu erguido.

Em demonstração ao troféu da rápida batalha de mais cedo, levantou o membro portador do desgrenhado cabelo acinzentado.

— O que é isso? Foi a responsável por atrapalhar meu sono? — O deus não demonstrava interesse.

Sequer compaixão, no tom de sua voz.

— Dane-se seu sono. Eu a matei e só isso importa.

A retruca do apóstolo, embora num timbre menos avantajado em comparação ao habitual, gerou um incômodo capaz de superar o clima natural do ambiente.

A ajoelhada, sem demonstrar a latente preocupação através do semblante, alternou entre fitar seu irmão e seu pai.

Pôde identificar o olhar cortante por trás da abertura sombria no capacete do deus, o suficiente a fim de mantê-la tão encurvada quanto no princípio.

Pressionou o punho cerrado sobre o solo, inapta a subir o rosto de novo.

— Irei dormir agora. Estou cansado.

— Essa forma de agir, é para me imitar... — disse Ares, interrompendo sua caminhada —, ou então por ressentimento de ter sido enganado pelas filhas de minha irmã, de forma extremamente vexatória?

— Como é que...!?

Antecipada ao gesto enraivecido do robusto, a mulher tomou a dianteira num impulso veloz, tendo sucesso em contrariar a sensação de segundos atrás.

Com braços abertos, posicionou-se entre pai e filho, sem permitir que o atrito se agravasse.

Mesmo dominado pelas veias saltitantes na altura da testa, resmungou sobre a obstrução em seu caminho, a fim de delegar a agressiva contestação.

Até pensou em empurrá-la, mas defronte ao semblante austero, nada pôde fazer.

— Com sua licença, meu pai. — Virou-se ao deus. — Se não fosse por ele no momento que a inimiga atacou, eu poderia estar em apuros. E a cidade, inclusive...

Ao devolver o olhar de canto a favor do semelhante, que perdeu o ímpeto de meros segundos, teve passe livre para dominar as rédeas da discussão.

Teve sucesso imediato em acalmar os nervos de ambas as vertentes, finalizados pela lamentação expelida por Ares, que ignorou todo o resto.

O descendente estalou a língua, tornando a avançar até uma das saídas do âmbito.

Sem dizer uma palavra, quase arrebentou a porta de metal por meio de um empurrão violento.

Um ruído estridente ecoou por toda a parte, mas o superior sequer reagiu.

 Harmonia relaxou a postura.

Entristecida pela nova discussão, curvou-se num pedido de desculpas direcionado a seu pai, antes de se retirar do saguão pelo mesmo itinerário atravessado por Brandt.

A entrada se fechou.

Um som tão retumbante comparado ao instante de quando foi aberta à esmo pelo apóstolo se proliferou.

Indiferente acerca das reações da dupla, o Deus da Guerra voltou a ficar solitário no recinto.

Carregando um leve tremor nos ombros pesados, Harmonia prosseguiu através de passadas cuidadosas, até alcançar um átrio semiaberto na entrada do templo.

Envolvida por pilares pintados em vermelho e estátuas de armaduras em profusão, encontrou o cabelo ruivo-escuro menear diante da brisa estival.

Respirou fundo antes de realizar uma aproximação dele, a fim de consolá-lo pela desavença.

Contudo...

— Eu não pedi sua defesa, merda!

Sem sequer a fitar, o esbravejo dele ecoou pelo espaço, entrecortando o assobio do vento.

— Eu não poderia ficar parada diante daquilo.

Com a resposta dela, Brandt apertou os dentes e cerrou os punhos.

— Só... saiam do meu caminho... seus desgraçados.

Voltou a caminhar, novamente sem rumo, deixando a atenciosa irmã para trás.

Ela não se importava em ser tratada daquela forma, desde que pudesse protegê-lo.

— Nossa mãe pediu para lhe avisar! — gritou, sem ser atendida por ele. Ao menos, pôde o passar a informação: — Você receberá uma nova tarefa nos próximos dias!

Brandt, sem dizer uma palavra em resposta, continuou pelo caminho solitário, até desaparecer do pátio.

Harmonia exalou um lamento fraco, à medida que a lufada fresca fez seus sedosos fios loiros dançarem no espaço.

Iluminada pelos raios solares do entardecer, encarou o céu de poucas nuvens, que já era, aos poucos, preenchido pela silenciosa escuridão da noite.

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