Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 6 – Arco 5

Capítulo 103: Nove Musas 2 [Tutoras e Aprendizes]

Quando deixaram a biblioteca especial, os integrantes da corporação divina aguardaram a Musa da Eloquência.

Ela demorou quase um minuto na contagem das gêmeas, incapazes de esquecer o deslumbro daquele lugar.

Ainda se recuperando do abalo, Damon levantou o olhar no instante que Calíope avançou pela porta.

— Perdoem-me pela demora — comentou com eles.

— Este recinto é fabuloso, caso me permita — disse Chloe, antes da porta se fechar com delicadeza.

A Eloquente expressou um riso afável antes de concordar:

— Clio certamente ficaria feliz em escutar isto. Ela só é superprotetora com as coisinhas dela. — Deu a volta e abriu o braço, indicando o restante do trajeto no corredor. — Agora, lhes conduzirei até as indicações feitas por ela.

— Aí sim!! — Gael foi o único a vibrar com o comentário.

A musa realizou um sinal positivo com a cabeça e voltou a andar pela passagem pouco iluminada.

Os apóstolos, como de praxe, a seguiram.

— Não precisam se acanhar, tampouco serem envoltos por ansiedade. Clio certamente já deve as ter comunicado. — Fitou-os sobre o ombro. — Inclusive, posso falar com ela com mais calma depois...

Com a mensagem ambígua da deusa, as filhas de Atena trocaram olhares em demasiada euforia.

Só elas tinham compreendido as entrelinhas vindas em tais palavras.

— Agradecemos imensamente pela consideração!

Até um pouco fora do tom comedido de costume, a purpúrea realizou outra mesura em conjunto com Julie.

Ninguém ao redor entendia muito bem o significado daquelas trocas finais de diálogo. Outros sequer se importavam, focados em distintos pensamentos enquanto seguiam na passagem.

Para Calíope, entretanto, foi o suficiente. Como uma rápida despedida, visto que o primeiro destino havia sido alcançado naquele entremeio.

A porta na qual a musa parou, acompanhada dos apóstolos, tinha o símbolo de uma flauta dourada, envolta por pequeninas notas musicais.

— Esta é a câmara de Euterpe! — Indicou a maçaneta com a palma. — A porta encontra-se aberta!

As gêmeas assentiram mutuamente.

Acompanharam o sentido traçado à estrutura prateada. Se despediram sem trocar uma palavra com os demais.

Então, Chloe fez as honras ao abrir a passagem às duas. Da mesma maneira, deram os primeiros passos para o interior da câmara e, em seguida, a porta se fechou.

Calíope ordenou que o grupo continuasse e, sem descanso, levou os outros prodígios a seus respectivos locais.

Primeiro chegaram à porta onde o símbolo de duas mãos se entrelaçavam, num gesto característico para Helena, que ficou boquiaberta só de olhar.

— Aqui é a câmara de Polímnia — avisou a Eloquente.

Com isso, tanto a jovem de Classe Iniciante quanto Silver se achegaram da entrada.

Antes de seguir, a jovem ruiva se virou para o meio-irmão disperso em pensamentos.

— Vai ficar tudo bem! — Acenou para o garoto.

Ele, pego de surpresa pela ação da irmã, retribuiu ao forçar um sorriso tênue pelo rosto.

Contente com aquele mínimo esforço, a filha de Zeus deu a volta e acompanhou o jovem atlanti até a alcova principal.

Depois que a porta se fechou, Calíope continuou pelo corredor. Agora, restava apenas três em sua companhia.

Em menos de um minuto, alcançaram outra porta importante. Havia o símbolo de uma máscara, de faceta risonha.

— E esta é a câmara de Thalia!

— Esplêndido!! — Gael assentiu e avançou sem delongas. — A gente se vê em breve, Damon!!

— É...

Ao receber a confirmação do filho de Zeus, o dourado mostrou os dentes num sorriso afiado e fez sua entrada acelerada para o recinto daquela que iria o receber.

Sem nem olhar para trás, deixou que a estrutura vertical se fechasse com demasiada potência.

Calíope não parava de sorrir, mas, daquela vez, um teor de contento pôde ser percebido até pela desinteressada Melinoe.

Diferente dos outros selecionados, aquele caso aparentava a deixar um pouco mais auspiciosa.

Só que, antes de deixar tal sentimento a dominar, entregou o foco equilibrado de volta ao que importava:

— Pois bem. Agora devemos resolver teu problema. — Perante a definição da Eloquente, o rapaz engoliu em seco. — E você, senhorita?

Mirou a filha do Deus do Submundo.

Ela resmungou e desviou o olhar ao responder:

— Tanto faz.

— Entendo. Venha conosco, portanto.

A convidou e retornou a andar sem esperar pela resposta.

Apesar de contrariada, Melinoe não tinha muito o que fazer naquele momento. Sem contar o fato de que poderia ser instigante ver o amigo de sua odiada irmã sofrer um pouco mais.

Decidiu continuar no encalço deles, em prol de ver até onde aquilo iria.

O trio atravessou a extensão final do corredor, passando as portas remanescentes.

Chegaram até uma das últimas, antes de outra abertura de saguão, indicando a proximidade com o final — enfim — do santuário.

Ali residia o símbolo de uma estrela de cinco pontas.

Sem pestanejar, a musa moveu a estrutura metálica. Um ar extremamente gélido escapou da menor fresta.

Intimidado pelo que vinha do ambiente interior, capaz de fazer seus cachos balançarem com leveza, o garoto tomou coragem em prol de acompanhar a guia.

Melinoe, logo atrás, não demonstrava qualquer reação, embora também estivesse impressionada.

Calíope fez um rápido gesto com a cabeça e entrou no salão.

O frio mostrava-se tão abundante que uma fina camada de vapor condensado se estabelecia na região. O clima pesado nem se comparava aos demais locais acessados pelo templo, até então.

Mesmo hesitante, Damon desbravou alguns detalhes borrados pela névoa, ao que a porta se fechou sozinha em sua retaguarda.

A Eloquente prosseguiu até a nova porta que levava a um segundo cômodo.

Quando chegaram nele, após ela, se depararam com diversos mapas espalhados por mesas bagunçadas, paredes e até mesmo presos ao teto.

Esse em específico revelava inúmeros desenhos interligados por pontos tracejados.

Também havia bastantes livros pelo local, fosse nas prateleiras ou jogados pelo caminho, abertos ou fechados.

Alguns se amontoavam, inclusive, em uma das mesas, onde residia também certa figura.

Repousada numa das três cadeiras distribuídas aleatoriamente pela grande câmara, a moça abraçava um globo terrestre sobre as pernas.

Os dedos da mão esquerda ainda sustentavam um grande compasso metálico.

E, por fim, o que mais lhes chamava a atenção: havia uma máscara sobre a face dela, apoiada no encosto do assento.

Damon e Melinoe não reagiram diante da cena, pois nenhum sinal de vida foi emitido da pessoa em si.

— Urânia? — chamou Calíope.

Chegou perto e verificou os detalhes da máscara. Os olhos e boca vertidos a um semblante entristecido quase lhe arrancaram a risada.

Levou a mão ao ombro da dorminhoca e a balançou com cuidado a fim de não derrubar os objetos em seu colo.

— Temos visita. Acorde.

Aos poucos, os murmúrios e gemidos da chamada Urânia se tornaram altivos para a dupla recuada.

Detrás das aberturas oculares, abriu as vistas com lentidão.

Demorou a reconhecer que tinha a face coberta por aquele objeto de gesso.

— Irmã... Calí...? — Bocejou e, toda morosa, passou a recobrar a consciência. — O que...?

Tocou, com os dedos da mão que segurava o compasso, a máscara.

— Provavelmente uma arte de Melpômene. — A Eloquente a ajudou a retirá-la do rosto. — Desculpe-me por interromper seu sono repentino. Creio que esteja cansada.

A mulher, de aparência bem mais imatura do que as musas conhecidas até agora, se ajeitou na cadeira.

— N-não... Imagina...

Sua voz soava tímida. Era inevitável para Damon remeter à certa pessoa, que não tinha ido para Rodes com o grupo.

E não parava por ali.

Quando ela se ergueu, pôde ver que seu cabelo azul-escuro era amarrado em um volumoso rabo de cavalo. Tinha também uma grande pedra no peito, um lápis lazúli.

Seus olhos eram azuis, bem clarinhos, combinados com seu tom de pele quase pálido.

Urânia levantou-se da cadeira. Não demorou a identificar a presença da dupla de apóstolos, então recuou no mesmo instante e puxou o braço de Calíope.

Escondeu-se atrás dela.

Perceberam que ela era bem menor do que a mais velha...

— Não fique preocupada. Eles são dois dos convidados enviados por Minerva. — Tratou de confortá-la ao fazer carinho em sua cabeça. — Fomos até Clio e, de acordo com sua análise, este jovem parece estar com problemas complexos. Então, ela afirmou a possibilidade de você poder lhe ajudar.

A amedrontada encarou o filho de Zeus, tão confuso quanto há poucos minutos, durante o encontro com a Musa Historiadora.

Na sequência, fitou a confidente irmã, que a devolveu com um aceno de cabeça positivo.

Exalou um profundo lamento e tratou de acalmar os nervos daquele encontro inesperado.

Lentamente deixou a retaguarda da Eloquente, e apertou as mãos no longo vestido escuro, na altura das pernas.

— M-me chamo Urânia... a Astrônoma. — Apresentou-se de rosto corado e olhar cabisbaixo. — Vamos para... outra sala...

Deu meia-volta na velocidade do pensamento.

As passagens da bruma gélida se abriam para ela, que avançou a passadas rápidas e chegou a uma terceira porta no cômodo.

Com a afirmativa silenciosa de Calíope, os dois resolveram ir até a nova passagem aberta pela anfitriã.

Andaram por um pequeno corredor até chegarem no novo compartimento do recinto.

Diferente dos dois primeiros, não continha o mesmo clima gélido e pesado. Em contrapartida, era ainda maior que esses.

Damon separou os lábios em pleno choque. Mesmo Melinoe não pôde conter-se dessa vez, erguendo as sobrancelhas.

Era como se o céu noturno estivesse ao alcance das mãos.

O espaço escuro, recheado de mapas luminosos, os rodeava dos pés à cabeça.

Parecia o do quarto anterior, no teto. Só que, ali, os mapas e qualquer pedaço de papel, grande, médio ou pequeno, concebiam os pontos dos desenhos traçados.

Outro ponto de destaque ia para o grandioso altar mais adiante, cercado por uma abertura que parecia uma tela espectral.

No sustentáculo do centro, era talhado o nome: “Sete-Estrelo”.

Antes que o filho de Zeus pudesse sequer pensar sobre o significado daquilo, a musa girou-se e ficou de frente para ele.

O olhar foi totalmente atraído para ela, cuja face e fisionomia podiam ser vistas em melhores detalhes.

Calíope se postou de lado, deixando-os focar um ao outro.

Após delegar uma nova confirmação com a cabeça, a Astrônoma franziu o cenho.

— Posso... te analisar?...

Damon não teve reação num primeiro momento.

Mas, defronte as circunstâncias, respirou fundo e permitiu à musa que o fizesse.

Ela engoliu em seco e, de forma deliberada, se aproximou.

Precisou erguer um pouco a ponta dos pés para tocá-lo com os três maiores dedos em sua testa, levantando a franja que a cobria.

O olimpiano experimentou um estranho calafrio surgir da região tateada.

Era como se o calor residente em seu corpo fosse, de forma gradativa, roubado pela ponta dos dedos da mulher.

Suas vistas escuras pareciam penetrar sua mente. Eram tão desconfortáveis quanto.

Em percepção a esse desconforto, ela murmurou:

— D-desculpe... Parece ser um distúrbio complicado...

— Tome cuidado, irmãzinha. — O anúncio de Calíope quase a fez recuar. — De toda forma, você pode ajudá-lo com o que seja?

Ao recuperar o equilíbrio, Urânia demorou poucos segundos para finalizar a “análise”.

Voltou com o braço e encarou os dedos que tocaram a testa do olimpiano.

— Só posso saber se... — E reergueu o olhar. — Ele se dispor a reunir sua Energia Vital.

O apóstolo esgazeou os olhos, pois remeteu imediatamente às últimas e desagradáveis experiências referentes ao requisito da Astrônoma.

Deu dois passos quase inconscientes para trás. Tal ação assustou a Musa da Astronomia, que achou ter feito algo muito ruim.

Diante do novo impasse originado entre os dois, Calíope optou por intervir:

— O que aconteceu, meu jovem?

Ao escutar o questionamento, ele balançou a cabeça em negativa.

Se empenhava no intuito de não perder o controle para a aflição quanto a respectiva energia.

Aquela parecia ser a única alternativa, mesmo sem garantias de sucesso.

Para almejar qualquer meio de se recuperar, devia confrontar os traumas interiores e...

“Seguir em frente!”

Determinado, regressou as passadas que tinha retornado.

Vendo que ele estava encorajado a fazer o que foi pedido, a musa juntou as mãos sobre o peito.

— N-não precisa ser muito... Dez segundos... são suficientes.

Damon assentiu. Era pouco tempo, mas tudo de ruim podia ocorrer mesmo nesse ínfimo espaço.

Apesar dos pesares, era o caminho que precisava seguir.

As mãos não pararam de tremer até fechar os olhos azuis.

Enfrentou a sensação dos choques elétricos, responsáveis por trucidar seu equilíbrio. Aos poucos, começou a romper as barreiras do temor e elevou a compenetração.

Urânia se reaproximou dele. Com bastante receio, todavia, apanhou sua mão direita.

O apóstolo voltou a separar os cílios e encontrou o fundo celeste daqueles olhos.

Só que, dessa vez, a tímida deidade também rompia suas barreiras interiores, em prol de transmiti-lo segurança.

E funcionou.

Mesmo Calíope respondeu fascinada perante a determinação da caçula, que jamais tinha agido assim por outrem.

O filho de Zeus aproveitou a pequena brecha de confiança e sucedeu a condensação da energia dentro dos canais vitais.

Percebendo que era o momento, a Astrônoma voltou a erguer os dedos dos pés para tocá-lo na testa.

O efeito contrário ocorreu: foi ela que experimentou o calor proveniente do corpo do rapaz.

Não demorou até que pudesse receber um fluxo de energia, a irradiar dele próprio.

À lateral do cômodo, a Musa da Eloquência percebeu certa nuance aflorar daquela primeira reunião.

O mesmo ocorreu à Urânia, que apertou as vistas fechadas em busca de manter-se concentrada.

Quando a condensação passou a chegar à níveis de manifestação, a musa recebeu um choque repentino.

Não foi doloroso. Então percebeu que ela tinha imaginado o choque.

— Pare!

De súbito, gritou a plenos pulmões. A corrente concentrada do prodígio foi quebrada e sua energia passou a regredir, antes de entrar em colapso.

Toda a ansiedade foi lançada para fora, por meio de arquejos pesados.

Ofegante, Urânia acuou-se de novo.

Levantou a mão usada para o tocar e notou o formigamento peculiar alastrar-se dos dedos à palma.

A curiosidade das espectadoras cresceu.

— As correntes dentro dele... — murmurou, alarmada. Antes que qualquer um pudesse perguntar, no entanto, disparou: — A energia dentro de dele está normal, mas... seus canais vitais estão danificados.

Damon nem percebeu como estava boquiaberto.

— Entendo... — Calíope voltou a se juntar à irmã. — Pelo prognóstico de Minerva, você excedeu os limites do corpo para manifestar sua energia. Este é o resultado dos efeitos colaterais, então?

— Para a autoridade do relâmpago... o efeito principal é o da... eletrocussão dos canais vitais...  — Fechou o palmo, ainda fremido. — Mas os canais vitais se mantêm intactos... e a energia pode ser reutilizada após um período de recuperação...

— Então...?

— O problema dele é mais grave... — Urânia relaxou os braços. — Mesmo o refluxo causado pela energia usada de maneira excessiva... não poderia ser recuperado...

Nesse instante, foi como se o mundo de Damon se rachasse ao meio.

Melinoe se divertia logo atrás, prendia bem o riso, porém.

“Para conseguir, além de exceder o limite do corpo, danificar os canais vitais... esse garoto deve carregar uma energia muito poderosa dentro de si”, ponderou Calíope.

Um sorriso tênue se formou no rosto dela.

— Então, Urânia. Pode resolver isto?

À indagação da Eloquente, a Astrônoma abaixou o rosto.

— Posso, mas... não sei se eu seria a melhor opção... — Apertou as mãos contra as pernas. — Talvez a senhorita Electra fosse a melhor...

— Não se preocupe. — Interrompeu-a no ato, a fazendo reerguer o olhar. — Ela lhe confiou essa habilidade, pois sabia do que era capaz. Então, confie nela, também!

Encorajada pelas palavras acalentadoras da irmã, Urânia se recompôs do medo causado pela autoproclamada inexperiência.

Depois, voltou a encarar o rosto baqueado do apóstolo.

— Com o método correto, é possível recuperar a integridade de seus canais vitais... — As sobrancelhas ganharam peso. — Ainda assim, é um procedimento extremamente arriscado... Na pior das hipóteses, seu corpo não resistiria...

— Então, podemos matar dois coelhos com uma só cajadada! — A esmeraldina bateu as palmas. — Mesmo se recuperar a integridade dos canais vitais, não poderia utilizar sua energia além do que é capaz sem sentir as consequências pelo corpo. Então...!

Urânia assentiu e completou:

— Precisa melhorar... suas condições físicas... — Enquanto a mais velha aplaudia, a Astrônoma manteve a seriedade empenhada. — Com um corpo preparado, poderá resistir ainda mais aos efeitos colaterais do uso excessivo de energia... além de evoluir seu domínio de autoridade...

Uma luz no fim do túnel começava a surgir para Damon.

O semblante desesperançoso passava a regressar a um estado de boa confiança.

— Mas isso... também leva tempo...

— Quanto? — Enfim ele se pronunciou, aflito.

— No mínimo... pelo que pude receber ao te analisar... — A pausa criou uma tensão pesada sobre o rapaz. Mas a resposta veio logo: — Três meses...

Ele abriu e fechou a boca, sem que nenhuma palavra escapasse a princípio.

Depois de pensar consigo, agora menos afligido pela própria mentalidade afetada por tantos reveses, ele comentou:

— É tempo demais...

— Então, vejo que já se decidiu entre as opções disponíveis. — Com braços abertos, Calíope se aproximou do convidado. — Afinal, trataremos de seu caso como algo especial. Além do programa de recuperação, você passará pelo mesmo programa dos seus companheiros: o de evolução! Portanto, seu trabalho será dobrado com relação aos deles!

O cacheado olhou para baixo, ainda ponderativo.

De fato, seu problema demandava um acréscimo de esforço. Mas isso não era de todo ruim, ele pensou.

— Além disso, a babá pode nos ajudar, também!

— Hein!? — Melinoe desfez o sorriso prazenteiro na hora.

— Não tem muito o que fazer aqui, correto? O que acha? Ao invés de ficar no completo marasmo, ao menos poderá se divertir um pouco.

Ela se aproximou do lado da ctónica, que, por mais incrível que pudesse ser, sentiu-se tentada a seguir aquela risca.

Encarou a feição concentrada do desafeto adiante e, graças a certas coisas que passaram pela cabeça, resmungou e voltou a sorrir.

— Bom! — A Eloquente, ao ver a mudança de ideia da Classe Herói, regressou ao olimpiano. — Alguma objeção a fazer, Urânia?

— Não... — Junto com a resposta miúda, a caçula balançou a cabeça para os lados.

— E quanto a você, meu jovem?

Ao estender a mão para o garoto, ele fechou os olhos.

Os rostos de Daisy e Lilith, as duas pessoas que mais lhe eram importantes, surgiram nas miríades de seus pensamentos.

Vinham delas o combustível necessário em prol de continuar o movendo adiante, sem desistir sob quaisquer hipóteses.

Ele tinha promessas para cumprir e um lugar para retornar. Tinha elas duas para retornar.

Portanto, subiu o olhar noturno com extrema convicção diante da Eloquente.

— Só uma. — E declarou: — O tempo que ‘cê estipulou... eu vou superar.

— É isso que eu queria ouvir!...

Animada com as fortes palavras do olimpiano, a deusa esmeraldina firmou o desafio imposto por ele mesmo.

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