Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 5 – Arco 4

Capítulo 83: Os Desígnios de Cada Um

Sem outras opções, as irmãs do submundo seguiram o convite feito pela Deusa da Sabedoria.

Bem recebidas pelo crepúsculo que recaía até o horizonte distante, chegaram ao último andar.

— Como eu odeio essa pompa toda — grunhiu Melinoe, verificando os detalhes dos entornos do saguão.

— Faz um bom tempo que não sobe aqui, certo? — Atena sorriu na resposta interrogativa.

— Se pudesse eu não subiria nunca mais. Não aqui. — Mirou a passagem do corredor adiante.

A deusa seguiu naquela vertente, ao que a apóstola, de braços cruzados sob os seios, a acompanhou.

Lilith continuava quieta, mas muito inquieta.

Quando se deparou com símbolo do alfa e do ômega cinzelado nas portas alabastrinas, flashes de memórias atravessaram sua cabeça.

Não passaram disso, pois a sábia deidade as abriu de prontidão, deliberando um rangido estridente para o exterior e o interior do salão conseguinte.

Como — quase — sempre, o Rei dos Deuses repousava no trono mais alto de todos. Tinha a face relaxada num punho cerrado.

Além, a Deusa do Casamento comparecia habitualmente ao seu lado. O braço que atravessava o torso tinha a palma virada, segurando o cotovelo do outro membro, esticado à direção do rosto.

E, depois dos dois, a Deusa do Amor encontrava-se em pé, à frente do respectivo assento.

— Perdoem-me pelo atraso — reverenciou a recém-chegada.

Só que nem isso foi suficiente para evitar o choque de olhares entre a filha mais velha de Hades e a Rainha dos Deuses.

— E o que essas degeneradinhas fazem aqui? — Hera despontou o sorriso irônico que gostava em prol de provocar.

Melinoe enrustiu as sobrancelhas, pronta para devolver na mesma moeda.

Mas...

— Ocorreu de eu me deparar com ambas em meu trajeto. E, portanto, optei por trazê-las no intuito de delegá-las informações pertinentes acerca do cenário atual. — Deu dois passos adiante e fitou o Rei. — Por mais que meu tio certamente tenha alguma concepção inicial acerca das ocorrências, gostaria de deixá-lo detalhadamente a par de tudo. Concorda com isto, meu pai?...

O deus supremo entrefechou as vistas e não disse uma palavra.

Foi o bastante para que a deusa compreendesse aquele sinal como sendo uma permissão.

Assim, acenou de forma positiva e tornou o foco à venustidade ao lado.

— Podemos começar, mas... — Afrodite, com o sorriso irreverente e sensual, acenou às ctónicas. — Não há problema em mediarmos sobre isso com essas jovens aqui?

— Façam.

A voz de Zeus reverberou por todo o recinto, trazendo um arrepio ímpar à Lilith.

A loira suspirou e abriu os braços de leve, ao que Atena pigarreou e determinou a sequência:

— Sendo direta ao que se refere: o conhecimento transmitido pelo falecido Classe Herói aparenta se provar verdadeiro.

“Falecido Classe Herói?”, Melinoe torceu uma das sobrancelhas, curiosa.

— As Górgonas decerto estão envolvidas.

O complemento da mulher, que moveu os olhos esmeraldas em questão de segundos, trouxe a primeira grande repercussão ao local.

A atração pelo caso da também Classe Herói se elevou. Naquele momento, as desavenças para com tudo ao seu redor foi deixada de lado.

Em contrapartida, Lilith segurou a aflição que tamanho encontro atiçava seu peito.

— Oh! Essas não são suas sacerdotisas queridas, filha de Métis? — A Deusa do Casamento riu. — Ou melhor... Eram, né?

Atena deu de ombros, lidando com aquilo como se não fosse nada.

— Sim, senhora Hera. — A finta emotiva fez o riso da Rainha retroceder. — De acordo com as palavras de Teseu e a descoberta antecipada de lady Afrodite, as possibilidades indicam o cerne de sua presença na Floresta Negra.

— Isto é bem próximo — resmungou a retrucada, agora em um tom mais ponderado.

— E, de tal modo, podemos interligar a respectiva presença com os últimos casos de clamores olimpianos por proteção a “ameaças durante acampamento e caça” na dita região.

— Devemos explorar essa possibilidade — completou Afrodite, encarando os altivos de soslaio.

— Exato. Eles seguem um ou dois passos à nossa frente. — Atena ergueu a mão aberta, como se oferecesse de coração seus ideais aos superiores. — Necessitamos da busca pela igualdade. Assim, conquistaremos a aptidão em prol de combater este mal.

— O maior problema é a combinação entre local e adversárias. — Jogou algumas das sedosas mechas rebeldes para atrás do ombro. — Mesmo estando próxima aos “pés” do Olimpo, a Floresta Negra ainda é um local de difícil acesso e discernimento. Uma área de pouco domínio nosso, embora tão adjacente...

Hera bufou no primeiro protesto da reunião:

— Só que, no fim das contas, essa não passa de uma suposição criada por uma informação inacabada de um traidor. — Ergueu o queixo e a imponência, ao mesmo tempo.

— Novamente está correta, senhora Hera. Todavia, presto minha confiança para com a leitura de lady Afrodite. — Acenou à venustidade, que devolveu da mesma forma, em agradecimento. — De todo modo, devemos ser cuidadosos. Selecionarei opções disponíveis momentaneamente para...

— Ei, ei. — Melinoe interrompeu o raciocínio, chamando os olhares das divindades para si. — Isso tudo ‘tá bem interessante e tudo mais, mas não podem terminar logo?

O silêncio tomou conta do recinto.

— Hmpf. Que petulância — rezingou a Rainha, torcendo os lábios.

Zeus não fez nada a respeito.

— Perdoem-me por isto. — Atena tentou apaziguar. — Lhes darei as informações que desejo que ofereçam a meu tio.

— Agradeço.

Perante o sarcasmo irritadiço da Classe Herói, a sábia pediu licença aos demais ouvintes e tratou de resolver o outro caso o mais rápido possível.

Conforme comentava, vez ou outra fitava a jovem de caudas gêmeas. Sem dizer um pio desde a ascensão, ela se resguardava nas próprias dúvidas.

E, com aquele simples foco, a Deusa da Sabedoria vislumbrou uma perspectiva, no mínimo, interessante.

— Entendo. — Ao ouvir tudo que ela tinha a dizer, Melinoe deu a volta. — Vou passar tudo a meu pai, claro. Se é só isso, até.

— Agradeço por vossa paciência, Melinoe.

— É, claro. Vambora, Li. — Abriu a porta, mas não recebeu nenhuma resposta. — Ei, o que você...?

Antes que pudesse completar, viu a garota corrupiar-se em alta velocidade e a ultrapassar, ainda calada.

Incapaz de compreender aquela linha de ação duvidosa, deu de ombros com um resmungo entre os dentes e deixou o recinto suntuoso.

Por aquele período, onde as grandes estruturas verticais se fechavam, Atena manteve o olhar fixo nas costas da Classe Prodígio.

Quando a reunião no topo da montanha foi finalizada, Atena e Afrodite seguiram juntas ao lado de fora.

A primeira exalou um suspiro de cansaço, pois ainda precisaria lidar com uma quantidade exorbitante de tarefas acerca dos casos que rondavam o panteão.

Contrária a ela, a venusta divindade mostrava-se atenta às minúcias apresentadas pelo clima estival.

Depois de descerem alguns saguões pelas escadarias prateadas, ela comentou:

— Parece que alguém esteve à sua espera, pequena Atena.

O murmúrio trouxe o foco da companhia à figura destacada nas penumbras do átrio semiaberto, cercado pela noite e iluminado pelas tochas brancas.

Solitária, Lilith estava postada com o rosto levemente abaixado, mas os globos rubis — que brilhavam como luzes distintas — direcionados às mulheres.

Já esperando por aquele desenvolvimento, Atena arriou os supercílios.

O ar soturno que envolvia a garota estava bem maior, corroborado pelo próprio cenário.

— O que faz aqui a esta hora? — indagou, como se estivesse surpresa de algum modo.

— Vim fazer um pedido...

— Seu pai sabe que está aqui?

— Ele não se importa, de qualquer forma. — Desviou o foco por um átimo, buscando as palavras corretas. — Mais cedo, eu tomei uma decisão. Por isso, pensei que precisava me certificar sobre o caminho que eu preciso seguir, com tudo que eu tenho. E eu sei que você escutou.

O rosto da apóstola se ergueu, trazendo mais clareza à faceta recheada de dúvida e, ao mesmo tempo, determinação.

Como ouvinte das palavras citadas durante o primeiro encontro, Atena viu naquela atitude uma brecha instigante.

Segurou as respectivas emoções, embora não foi apta a evitar a delineação de um fraco sorriso de canto.

Tais pretensões acabaram confirmadas pela manutenção do respectivo silêncio, que foi cortado pelas próximas palavras da ctónica:

— Quero que me envie para a nova tarefa na floresta.

Ainda assim, foi surpreendente ouvir um pedido com tamanha convicção.

— Sozinha?

— Eu não me importo.

Com aquela resolução, a sábia encontrou-se num impasse imprevisto.

O relatório recebido por suas filhas, quanto a tarefa no Deserto da Perdição, era um ponto de dubiedade em meio àquelas circunstâncias.

Sem contar que envolvê-la em uma condição importante como aquela sem sua dupla, indisponível por questões específicas, tornava tudo muito complicado.

Ia além do desejo pessoal dela, de empurrar a garota rumo ao que mais queria.

— Este é um pedido complexo. — Afrodite foi quem comunicou, a antecipando. — Ir sozinha a um caso deste não é a melhor das medidas a serem tomadas, jovenzinha. Mas o fato de estar engajada em ajudar é louvável. Portanto, seria bom caso aguardasse mais um pouco. Certo?

— De fato... Compactuo com a opinião de lady Afrodite — mussitou a sábia, um pouco deslocada diante da atitude da venusta.

Defronte o sorriso gentil expressado pela Deusa do Amor, a filha de Hades assentiu lentamente, procurando esconder os olhos cabisbaixos que se tornaram.

Mesmo ela sabia que não estava totalmente recuperada das passagens em Delos e no deserto. Depois, a recepção de seu pai, a conversa com sua mãe e o contato mais recente com a irmã...

Embora comprometida a inteirar-se àquele novo rumo, algo que enfim poderia resgatá-la da clausura a qual era imposta desde cedo, entendeu as preocupações que tal decisão criava.

Talvez ainda não fosse o momento. Talvez ainda não estivesse pronta para criar e sofrer com uma reviravolta daquele porte.

Portanto, esboçou um sorriso forçado para as anfitriãs.

Não disse nada. Apenas caminhou às escadarias prateadas e deixou o local, com o intuito de retornar à própria morada.

Passado um tempo daquela descida, Afrodite indagou:

— Me parece que guarda uma expectativa singular sobre a jovenzinha, pequena Atena. — Encarou o céu noturno, desprovido de nuvens.

Atena fechou os olhos e balançou a cabeça num gesto ascendente.

— Esta pode ser uma aposta interessante. — Suas palavras trouxeram o olhar escarlate da loira a si, outra vez. — Preciso que me faça um favor, lady Afrodite. Poderia me auxiliar com esta oportunidade?

Vendo através do ensejo da sábia deidade, a amorosa exalou um fraco lamento.

— Como quiser, pequena Atena...

Passada a conversação, as deusas terminaram de descer as escadarias.

Atena levou todo o tempo de travessia do cume ao solo de Olímpia absorta em pequenos devaneios.

Perceptiva a isso, a Deusa do Amor resolveu apreciar o declínio da paisagem, ao passo que se aproximava ao sopé montanhoso.

Dentro de algumas horas chegaria o novo amanhecer sobre Hélade.

E com ele, pendências muito importantes haviam de ser resolvidas.

— Por ora, contatarei Chloe e Julie. De todos os disponíveis atualmente, elas são as mais aptas a serem enviadas a esta tarefa. Gostaria de enviar aqueles dois, contudo...

— Já tínhamos combinado sobre o novo desígnio deles antes destas intervenções. — A amorosa exalou um lamento. — Apesar de ter sido um pequeno desvio, ainda assim acredito que será importante.

— Sim, de fato. Lhe agradeço imensamente por este auxílio primordial, lady Afrodite. Pudemos salvar a vida daqueles garotos e garotas graças a ti...

— Não há de quê.

Com a resposta favorável, a sábia entrefechou as vistas.

— Embora as possibilidades sejam exíguas, mais vale a tentativa em comparação à comodidade.

— Perfeitamente. — Deu a volta e mirou o caminho adiante, com mãos à frente do tronco. — Contudo, não há com o que se preocupar. Não importa o que ocorra, aqueles dois jamais se deixarão vencer.

De testa franzida, a purpúrea também delegou o foco adiante. A brisa da noite, próxima à madrugada, fez seus fios rebeldes levitarem com leveza.

Ela estava ciente do potencial da respectiva dupla, já que os acompanhara bem de perto há pouco tempo.

Isso incluía, com todos os grandes méritos, os ocorridos dos dias mais recentes.

— Deste modo, cumprirei com o auxílio determinado. — A Deusa do Amor contornou o trajeto à esquerda. — Deixo os demais pormenores a seu encargo.

Sem trocar novas palavras, as duas perderam a vista uma da outra dentro de breves segundos.

O sentido de urgência regressou ao peito da Deusa da Sabedoria, que engoliu em seco e permitiu às emoções resguardadas se ressaltarem de leve ao rosto enrugado.

O desconforto se sustentou, mas a aposta prevaleceria.

Enquanto carecessem de opções mais concretas — e continuariam a carecer, ao menos por ora —, a pressão não permitiria o alçar de voos maiores.

Pela primeira vez em décadas, pensava, os pilares olímpicos sofriam uma grande ameaça.

Fosse aos poucos ou em um baque súbito...

— Devemos fazer o que for preciso — mussitou consigo, na calada cortada pelo tênue uivo.

Lilith passou o restante da noite em seu quarto. Tentou dormir, mas sem sucesso.

Então, em dado momento, levantou-se e começou a mirar o próprio reflexo na trincada superfície de vidro.

Retirou o curativo improvisado sobre a mão destra, constatando o ferimento marcado na palma.

Já não incomodava mais como no entardecer.

Por um átimo, imaginou-se como aquele corte; estava presente no local, porém poderia ser ignorado com facilidade.

A frustração seguia acesa dentro de si, mesmo com todos os pensamentos cultivados nos últimos dias.

Sabia mais do que qualquer um; precisava se livrar daquilo para, enfim, livrar-se das amarras sombrias aprisionadas na alma.

Não suportava mais aquela realidade. Estava na hora de ser a responsável por guiar sua própria vida.

E foi esse devaneio que determinou sua escolha mais crucial e inconsequente de todas.

Sem trocar a vestimenta, apanhou o punhal fincado na mesinha do cômodo e abriu a porta com cuidado.

Chamando o mínimo de atenção possível, chegou até o portal de energia que a levaria até a superfície.

Antes de concluir o passo decisivo, virou o rosto a observar toda aquela área de entrada do Submundo.

Ninguém iria segui-la, para a impedir.

Ninguém, tampouco, viria se despedir...

Em suma, nada disso mudaria a busca pela verdade em seu coração.

Por isso, varrendo qualquer arrependimento, findou a passada de maior peso que se lembrava desde certo dia.

Deixou o reino inferior, acessando o túnel espectral que a levou até o sopé do Monte Olimpo.

Encarou as estrelas, pulsantes na abóbada escurecida. Respirou a lufada fresca por um tempo, subindo e descendo os ombros.

Não havia mais motivos para voltar.

— Então você realmente seguirá com isto?

A voz madura e um tanto atrativa assustou a garota, que se virou à esquerda até encontrar Afrodite, também observando o pulsar dos astros no topo inalcançável.

Diante daquela presença ilustre, Lilith sentiu todo o arrojo reunido se desfazer aos poucos.

De alguma forma, pensou que aquele deveria ser o destino determinado a si.

Por mais que se empenhasse em mudar, algo além do alcance a impediria.

— Com você no caminho, acho difícil... — Forçou um sorriso ao responder, abaixando a cabeça.

— Não exatamente. Afinal, só estou observando este bonito céu. — A retruca da loira a fez recobrar parte do interesse. — Você recebeu nosso aval para participar da missão. Ainda assim, eu recomendaria que esperasse até o amanhecer, mas vejo que não está determinada a regredir.

Concordante aos dizeres da deidade, Lilith engoliu em seco e aproveitou a oportunidade que já considerava como perdida.

Caminhou na direção dela, ainda um pouco aflita. Porém, a respeito do que foi dito, pôde a ultrapassar sem ser barrada.

Ficando de costas para com a superior, levantou o rosto e cravou o olhar no desígnio determinante para o que seria de si mesma a partir daquele ponto.

— Apenas deixe-me lhe entregar dois conselhos. — Afrodite a fez parar por um instante. — Caso encontre suas inimigas, evite o combate direto e espere os reforços que virão. Era isso que eu gostaria de dizer, mas sei que não o fará. Então, não olhe diretamente nos olhos delas.

Sem nem se virar, a filha de Hades cerrou os punhos, sentindo a tensão transmitida pela primeira dica da deusa.

Desvencilhou-se disso rapidamente, tamanho o foco na sequência que teria.

— E a outra?

Ao escutar a fraca pergunta da jovem, Afrodite fechou as esferas oculares e entregou:

A dor provoca o crescimento. — As simples palavras causaram um arrepio indescritível à espinha da garota. — Lembre-se bem disto. Caso compreenda, tornar-se-á muito mais preparada em prol de alcançar o que almeja.

Com o conselho derradeiro entregue, Lilith fez um gesto de cabeça para baixo e retomou a caminhada.

Em menos de dois minutos, a ruiva desapareceu, indo rumo à Floresta Negra.

Afrodite enfim dirigiu o olhar àquela vertente, encontrando nada além de pequenos templos e arvoredos distantes.

 “Isto é uma aposta. Uma que pode ser benéfica para nós... e que pode trazer uma grande mudança a ela”, acresceu o sorriso deleitoso.

— Você é deveras perspicaz. — Moveu o olhar, encontrando a figura da lua minguante no topo. — Chega a ser assustador... pequena Atena.

Agradecimentos:

Gostaria de agradecer imensamente ao jovem Mortal:

Taldo Excamosh

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