Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 4 – Arco 4

Capítulo 76: Interrogatório

No Monte Olimpo, as divindades acompanharam o desenrolar das batalhas até suas conclusões.

As chegadas de Meade e Arthur, enviados pela Deusa do Amor, provaram-se um fator chave na mudança do curso dos eventos.

Quando os adversários foram “espantados”, Ártemis foi a primeira a respirar com alívio.

Sua filha estava salva e, junta dos companheiros, poderia retornar da cidade de Argos.

Daisy teve a mesma sensação segundos depois, instante em que o jovem das cicatrizes foi levado pelo misterioso encapuzado.

Seu irmão tinha sobrevivido, junto com suas amigas.

Contudo, Atena ainda se mostrava inquieta perante a linha de ocorrências demonstrada pela Piscina da Vidência.

Estava ciente sobre a ligação verossímil entre os casos de Delos e os observados há pouco.

Apesar das demais dúvidas acerca desses, podia visualizar uma outra peça do gigantesco quebra-cabeça que precisava começar a armar.

Uma peça que poderia ser de grandíssima valia.

Pensando nisso, a sábia levou os olhos esmeraldinos à direção de Teseu.

O homem lutava contra a perda de consciência. Tinha medo de adormecer e ser incapaz de despertar novamente.

Mesmo a par do provável destino, recusava-se a deixar que a chama da vida se apagasse.

Vendo isso em seu rosto sangrento, a deusa definiu algumas prioridades antes de seguir em frente com o caso:

— Ártemis. — Se virou para a citada. — Poderia convocar nosso irmão Apolo? Devemos prestar os cuidados necessários para com os jovens.

Como se despertasse de um longo estado de letargia, a lunar se levantou do trono pessoal.

— Sim. Eu já estava pensando nisso. — Curvou-se perante as divindades no piso superior. — Peço a licença de todos.

Ambos Rei e Rainha dos Deuses concederem ao pedido da soturna sem dizer uma palavra.

Ártemis assentiu para as irmãs ao lado e se despediu também da Deusa do Amor, que devolveu um sorriso afável.

Sem delongas, deixou o Salão dos Doze Tronos.

Atena encarou seu pai por cima do ombro. Incapaz de decifrar quais emoções o dominavam no momento, lavou os percalços mentais e voltou a focar no que importava.

— Meu pai e senhor. Concedes sua permissão e tratei eu mesma de cuidar deste Apóstolo da Classe Herói — declamou em voz alta, com todo cuidado e ímpeto remediado.

— Vá em frente.

Diante do murmúrio interesseiro do progenitor, a mulher agradeceu a permissão através de uma rápida vênia.

Voltou-se ao mortal debilitado e, ao indicar por um aceno de cabeça positivo, requisitou a ajuda de Afrodite.

Essa aceitou o pedido, aproximando-se do alvo.

O cutucou com a unha do indicador na altura do pescoço, o assustando para que fosse desperto do quase sono.

Depois de recobrar a parte da consciência, tentou se debater no solo. O medo cresceu; seu raciocínio já estava longe de funcionar com clareza.

Queria correr a todo custo, mas as dores dos ferimentos lhe impediam.

A dor fantasma do braço cortado era excruciante.

— É melhor ficar parado, caso não queira morrer — mussitou a loira, ao pé de seu ouvido.

A expressão sedutora em seu rosto não condizia nem um pouco com o tom de voz que congelou o traidor.

— Serei breve convosco, Teseu. — Atena ficou à frente de Daisy, sentada em seu trono. — Lhe conduzirei a três questionamentos. E exijo que me responda cada um, com exímia sinceridade.

Às exigências profundas da Deusa da Sabedoria, o mortal foi complementado por um arrepio indescritível sobre a espinha.

Aquele olhar de esmeralda carregava um peso avassalador, do qual jamais tinha visto.

Ela ergueu os dedos indicador, médio e anelar da mão dominante.

Como requisitado, Afrodite ajeitou a postura do Classe Herói, o pondo sentado no chão.

— Primeiro questionamento: sobre você ter libertado Prometheus; como e por que fez isto? — Abaixou o anelar. — Segundo questionamento: quais circunstâncias o levaram a trair o Panteão Olímpico?

Abaixou o dedo médio.

— Terceiro questionamento...

— Foi por causa deles. — A voz embargada de Teseu antecipou o questionamento final da deusa, pegando todos de surpresa. — Para tudo que... me perguntar... o motivo será... eles...

O interesse geral se elevou com as palavras repentinas do ferido.

Atena abaixou o último dedo, tomando um tempo a fim de analisar o significado daquilo.

— Sobre “eles”, a quem diz... Estaria se referindo àqueles jovens que acabamos de presenciar em Argos e no Deserto da Perdição?

Teseu assentiu com lentidão.

As vistas direcionadas ao solo se juntaram a um sorriso de escárnio que escancarava sua vergonha em afirmar aquilo.

As sobrancelhas da sábia se contorceram.

Entretanto, antes que pudesse dizer algo a mais, a face acabada do mortal se ergueu.

— São aqueles que irão destruir esta Era... Eles são... os Imperadores das Trevas...!

Com a assídua declaração, o silêncio imperou por um átimo delongado no recinto.

— Que nome brega. — Hera foi a responsável por o quebrar.

Daisy reagiu boquiaberta depois disso. Afrodite riu com diversão, embora tenha prendido entre os lábios.

Atena remeteu ao “grupo misterioso” desvendado pela Oração da Verdade de Helena, enquanto sob cativeiro em Delos.

Segundo a própria, se tratava de um fator direto no envolvimento de Castor e Pollux, outros membros da corporação a traírem o panteão.

As peças do quebra-cabeça começavam a se encaixar na cabeça da sábia.

Tudo ficava mais preocupante a cada nova descoberta...

— Por quais circunstâncias você, um Classe Herói, trairia os deuses com o intuito de unir-se aos tais Imperadores das Trevas? — O homem ficou quieto num primeiro momento. — Quais são os líderes deste grupo?

— Não sei...

O olhar dele se tornava enfraquecido a cada interrogação.

— De acordo com vossas palavras, presumo que este tenha sido o grupo mandatório do resgate de Prometheus.

— Sim, foram eles...  — A voz também se esvaía a cada resposta. — Eles queriam a força do titã... para que executassem seus objetivos. Disseram que eu seria recompensado...

— E os objetivos seriam “destruir esta Era”, como afirmou...

— É exatamente o que significa... Sendo um mortal, eu sei muito bem... — O corpo dele começou a tremer. Mas o olhar voltou a se afiar. — Eu sempre detestei a superioridade de vocês... Eu jurei que provaria que... mesmo aqueles que vivem sob suas sombras... seriam capazes de sobrepor a supremacia... Eu me aliei a eles... porque eles pensam igual...!

As lamentações sorridentes do debilitado alcançaram cada divindade, que responderam com a taciturnidade.

Daisy não ficava de fora.

Só que, a despeito deles, podia identificar um sofrimento intrínseco irradiar daquele tom de voz.

Superando a rouquidão, as dores e o pouco equilíbrio pela estatura deplorável, voltou a elevar o timbre na sequência:

— Um dia isso iria acontecer! Cedo ou tarde... chegaria o momento em que alguém iria se rebelar!! — Desesperado, mirava cada individualidade no local. — Castor e Pollux não estão errados! Eles seguiram o caminho que acharam mais favorável! O caminho que vocês jamais seriam capazes de fazer virar realidade!

— Então é isto que pensa? — A purpúrea exalou um suspiro. — Se engana ao proferir tal oratória, Teseu.

Com a resposta controlada da deusa...

Teseu riu.

— Eu acho o contrário, Deusa da Sabedoria. — O ódio na voz do mortal a atingiu sem precedentes. — Isso só comprova o quão ridículos vocês são! Uns fracos e medrosos, que se acham os maiorais e governam por...!

— Calado!!

O rugido imponente de Zeus se fez reverberar por todo o Olimpo, como um trovão ensurdecedor.

O mortal injuriado, que recuperava a petulância aos poucos, deixou tudo ser soprado pela força daquela ordem.

A sensação de terror absoluto o venceu e, outra vez, derrubou-o no chão.

“Agora que estava ficando bom”, Afrodite mirou o Rei dos Deuses enfurecido de soslaio.

Nesse compasso, viu que Hera permanecia inerte ao seu lado. Ela sorria, sempre se deleitando diante daqueles acontecimentos.

A única afetada tinha sido a garotinha abaixo, com as mãos sobre cada ouvido. Ela estava arrepiada dos pés à cabeça. Mesmo os olhos celestes tinham se fechado com força.

— Exijo que responda, sem rodeios — ele proferiu, com um teor ainda mais retumbante. — Quem é o líder deste grupo?

Sentindo que tinha perdido o controle da mediação, a sábia divindade resolveu não intervir.

Ele tinha alterado o clima inteiro do salão meramente com o pronunciamento ameaçador.

Aqueles que não estavam preparados para recebê-lo certamente entrariam em desordem psicológica.

Como um bebê indefeso, Teseu balbuciou, gaguejou e não encontrou novas maneiras de se expressar.

Fuzilado pelas pupilas furiosas do deus dos deuses, prestes a matá-lo de onde estava, empurrou soluços da garganta entalada:

— N-não... s-s-sei...

“Isto não ajuda”, Atena amaldiçoou consigo, enquanto identificava a ausência de dissimulação no retorno titubeante do homem.

Se continuassem naquele rumo, não conseguiriam extrair nada de positivo do interrogatório.

Dito isso, a deusa contornou a respectiva decisão e resolveu voltar à liderança da mediação.

— Diga-me, com calma. — Tentou transmitir tranquilidade através das palavras. — Quais são os próximos passos deste grupo? Onde eles residem?

Aquilo, embora trouxesse uma nova iluminação ao raciocínio deturpado do apóstolo...

— N-não sei... e-eu... eu juro... — Ele já tinha perdido quase toda a coragem. Agora, parecia implorar por clemência. — E-eles nunca... n-nunca me disseram n-nada...! Eu só... s-s-só c-cumprir e-essa única... ordem...

Seu corpo tremulava de maneira frenética. As feridas voltavam a sangrar.

— Eu encontrei aqueles dois jovens na Floresta Negra. Por isto pude antecipar suas ações. — Afrodite tomou a palavra. — Eles pareciam estar falando com alguém.

— A-ah! É v-verdade! — Esgazeou as vistas, tentando lembrar. — E-eles iam... r-recrutrar mais gente...!

Surpresa, porém, comedida, Atena aproveitou a insinuação criada pela Deusa do Amor.

— Quem?

Ele abriu a boca...

— Gó... rgo...

O sofrível sequer tinha capacidade de completar a resposta.

Todavia, as sílabas que pareciam desconexas despertaram um interesse latente na Deusa da Sabedoria, que levantou os supercílios no processo.

Até Afrodite, do outro lado a piscina, compreendeu a provável nomenclatura.

Rapidamente mirou a sábia, que tentou recuperar a faceta soturna ao relaxar as rugas na testa.

“Isso está ficando interessante”, a Rainha ponderou, à medida que o sorriso em seus lábios se alargava.

— É t-tudo... q-que... eu... sei...

Atena voltou a conservar a feição desejada, esforçando-se para enterrar as emoções animosas.

De certo modo, estava aliviada.

“Há tempos eu me perguntava sobre seus paradeiros”, divagou enquanto tomava um pouco de ar, tendo sucesso em relaxar a tensão facial.

O contexto atípico mostrou que medidas mais drásticas seriam necessárias.

Sabia que seu pai não ficaria de mãos abanando. Afinal, se o mortal dizia a verdade, a extensão das ameaças ainda mal podia ser calculada.

— Acredito que isto seja tudo — comentou a loira, como se para trazer a sábia de volta ao prumo.

E isso funcionou, visto que ela deu a volta — já livre do baque repentino — e mirou o progenitor.

— Como devemos proceder, meu pai? — Mirou os olhos do alvo, cravados no ferido. — Ele está bastante ferido, porém deve sobreviver com os cuidados devidos. Com isto, podemos levá-lo sob custódia à Prisão do Olim...

— Não. — Ele a interrompeu, sem pudor algum. — Não será necessário. Este mortal... não possui mais valor.

A resposta grosseira do Rei dos Deuses veio como uma apunhalada no peito do Herói Traidor.

Sentou-se no assento de direito e levantou a mão canhota, gesto que levantou suspeitas em todas as deusas presentes.

Nada obstante a isso, deu início à reunião de Energia Vital sobre a própria palma.

Todos paralisaram naquele instante inicial.

Daisy, repousada na cadeira de sua meia-irmã mais velha, foi dominada por um calafrio pavoroso, a ponto de lhe trazer uma insólita dor ao peito.

— Ele vai mesmo agir assim? — Afrodite semicerrou as vistas escarlates, embora sem desfazer o riso plácido.

A atmosfera local ganhou um peso descomunal, capaz de fazer todos irem ao solo a qualquer momento.

Experientes como eram, as deusas resistiam. Só que a menina foi incapaz de suportar e tombou com o corpo para o lado, segurando-se em um dos braços de apoio da cadeira.

Percebendo a intenção do Rei, Atena corrupiou-se na velocidade do pensamento e abraçou a caçula.

A Deusa do Amor buscou preservar a integridade ao se afastar, segundos antes do nascimento de um brilho dourado acima da palma do deus.

O salão estremecido se iluminou por todas as partes. Os estalos impiedosos entregaram a natureza da Autoridade Elementar do Relâmpago.

— Morra.

Sem hesitar, lançou a fagulha contra o mortal inerte.

Teseu teve a sensação de ver a vida inteira passar à frente dos olhos por milissegundos.

Foi atingido pelo raio dourado, que não só abalou todas as estruturas da montanha, como causou uma detonação violenta no meio do recinto.

Hera sustentou a postura, paralela ao marido.

Afrodite levou um dos braços á frente do rosto; seus fios sedosos dançavam com frenesi no espaço.

Atena protegeu como pôde sua irmã.

“Não posso deixá-la...!”, tentou, além disso, preservar o possível da integridade psicológica dela, não a deixando ver o ocorrido.

Independente disso, a pequena ainda assim foi afetada pelo ataque do próprio pai.

A eletrização criada pela energia do deus a alcançou, tamanha sua sensibilidade.

Sua cabeça começou a doer muito. Zumbidos perturbadores se alastraram pelos ouvidos.

Quando o grande impacto cessou, fazendo com que nada além de fumaça elétrica restasse pela região, a Deusa da Sabedoria conferiu o estado da criança.

“Ela parece estar bem”, determinou, embora seu sofrimento fosse visível.

Encarou de novo o ponto onde o raio tinha atingido. Com o solo destruído e paredes rachadas, constatou que o Rei dos Deuses tinha comedido o suficiente de sua força.

Contudo, a presença de Teseu tinha desaparecido por completo.

“Tenho que tirá-la daqui”, terminou de envolvê-la nos braços e, segurando o rosto dela contra seu peito, usou de todo o esforço em prol de levantá-la no colo.

Aproveitou a porta aberta e, sem nem pedir licença, passou por ela com a menina.

— Lady Afrodite...

— Está bem. — A Deusa do Amor a acompanhou.

Em tempo recorde cruzou o corredor até o saguão externo.

Lá ainda estava afetado pela energia do genitor, então tomou a decisão de descer dois andares.

Só então a menina trêmula pôde respirar fundo, se recompondo gradativamente dos efeitos sofridos no salão dos Doze Tronos.

— Poderia ficar com Daisy por um tempinho? — Desceu-a no chão e mirou a loira.

— Sem problemas. — Se achegou da menina, que piscava com lentidão. — Cuidarei dela enquanto termina de resolver os assuntos com pequeno Zeus.

— Agradeço. Daisy, você está bem? — Encarou os olhos assustados da criança, que assentiu com a cabeça. — Fique aqui com a lady Afrodite, certo? Em breve, retornarei.

Ao receber a recomendação da irmãzona, Daisy moveu a cabeça mais uma vez e a deixou baixa.

Quando ela fechou os olhos marejados, voltou a agradecer a deixa de Afrodite, que ficaria sob seus cuidados provisórios.

Enfim deu a volta e retornou às escadarias.

A venustidade acompanhou seu retorno, para em seguida encarar a menina amedrontada.

Como se visse algo a mais nela além do choque recebido por aquela atitude do Deus do Céu, franziu parte do cenho.

“Isto foi perigoso”, pensava Atena, enquanto subia os pisos superiores. “Um mero gatilho pode vir a ser conturbador, meu pai”, quase estalou a língua, exalando inquietação.

De qualquer maneira, usou a subida dos dois andares maiores para recompor a postura sisuda.

Quando retornou ao saguão afetado, a fumaça já tinha dissipado quase toda.

O ataque único de Zeus — e nem tinha sido o mais poderoso — matara Teseu.

— Desculpe-me pela ausência, meu pai. — Tentou se retratar. — Precisei levar Daisy...

— Tanto faz. — A interrompeu no ato. — Minha criança. Agora que não pode esconder nada mais de mim, creio que devemos resolver essa atribulação incômoda.

Recebida a advertência do deus, que agora soava um pouco apressado, a sábia assentiu em positivo.

— Mas primeiro devemos dar um trato nesse salão, não concorda? — Apesar do tom de sarcasmo, a Deusa do Casamento falava sério.

A despeito disso, o deus dos deuses aguardou a resposta da única deidade que lhe interessava no momento.

Com a aura furiosa dele voltada somente a si, ela suportou a desaprovação que seus punhos quase irradiavam ao serem cerrados e relaxou o corpo.

“Foi por pouco, porém...”, divagou, à medida que se aliava à imponência do grande deus e curvava-se a tocar um dos joelhos no solo. “Ainda tenho controle total da situação.”

Na busca de condicionar a ocorrência aquém das linhas de pensamento, focou na respectiva funcionalidade como a “mente pensante” do panteão.

E retrucou:

— Sim, meu pai e senhor. — Abriu bem os olhos verdes. — De acordo com as informações adquiridas, podemos determinar a possibilidade de que existam outros traidores entre os apóstolos. Ou, até mesmo, entre os próprios deuses.

Nenhum dos superiores realizou qualquer queixa, embora já soubessem da clara dor de cabeça que aquele cenário originaria.

— Neste caso, é de suma importância que deixemos todos os integrantes da Corporação dos Deuses, assim como o restante do panteão, em alerta.

— Então...

— Sim. — Ela o anteviu, erguendo o rosto junto a um olhar firme. — Está na hora de convocarmos uma reunião com todos os Doze Tronos.

Sua voz, por aquele pedaço de tempo, foi capaz de ser tão influente quanto a do próprio Pai dos Céus.

Agradecimentos:

Gostaria de agradecer imensamente ao jovem Mortal:

Taldo Excamosh

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