Volume 4 – Arco 3
Capítulo 60: Via Láctea - Batalha Crítica no Deserto DESENLACE
“Vamos fazer aquilo.”
Quando o pedido de Julie ecoou em sua mente, Chloe manteve o silêncio durante alguns segundos.
O convite era óbvio para ela, portanto precisava determinar qual seria o melhor deslocamento para fechar o conflito.
Levando aquilo em consideração, é claro.
Tal instante de desfoco deu brechas para que Prometeu atingisse-as com um chute poderoso, que as lançou a metros de distância.
“Droga!”, resmungou Chloe, que tinha conseguido se proteger de danos piores com o atributo luminoso.
Tanto ela quanto a irmã foram derrubadas sobre uma montanha de areia.
Mesmo tendo se defendido, sentiram as dores provenientes do golpe direto e a consequente queda.
De todo modo, esforçaram-se em prol de regressarem o mais rápido possível à batalha.
No mesmo ínterim, notaram que o descendente do Deus da Guerra também desatolava o corpo ferido da massa de minerais.
Mesmo os cortes que ganhavam destaque sobre os braços e torso musculosos, não arrancava o sorriso vil do rosto.
E, no fim, a ateniense viu naquela reunião rara uma oportunidade de se arriscar:
— Um momento.
Tomou a iniciativa de segurá-lo pelo antebraço, o impedindo de saltar para o titã de novo.
Sofrer aquilo o fez olhar por cima do ombro. A encarada animalesca não assustou a purpúrea, contudo.
— Me largue seu inseto!! — Puxou o braço para se soltar.
— A motivação de ter comparecido a tal local... foi em prol de concluir a tarefa em nosso lugar, correto? — Não desistiu, agora o fazendo parar apenas com as palavras. — Portanto, lhe oferecemos todas as glórias do sucesso na incumbência. Isto conta com a posse do respectivo amuleto, caso nos auxilie.
Pela primeira vez, o espartano devolveu um olhar comedido às gêmeas, que se postaram lado a lado.
Desceu o olhar em seguida, constatando a presença do amuleto que tinha visto pela primeira vez; todo amarronzado no centro e com adornos dourados em sua capa protetora.
Sua atenção regressou ao busto da lanceira, quando ela ergueu o indicador entre ambos.
— Um ataque. Necessitamos de apenas um ataque. — Semicerrou as vistas violetas. — Reclamo novamente para que nossas desavenças e desejos pessoais sejam postergados, em prol de atingirmos o triunfo. Ofereço minha palavra a ti de que isto será benéfico para todos nós.
Brandt sustentou o silêncio. O sorriso de sempre desapareceu da faceta.
Analisou a íris inerte da rival, austera em direção à sua. Era tão obscura quanto a noite, mas, ao mesmo tempo, parecia irradiar um efêmero brilho.
Estalou a língua, desconfortável ao virar o rosto junto do corpo.
Sem oferecer respostas ao apelo da apóstola, saltou detrás da duna e voltou a se compenetrar ao inimigo.
“Minha irmã...”
— Está tudo nos conformes — antecipou o questionamento da jovem desbotada. — Ele irá cooperar. Agora é conosco.
“Resposta: Como quiser, minha irmã”, assentiu de volta.
Estava na hora de abrir o caminho para a vitória.
Por mais que se unir às filhas da Deusa da Sabedoria ferisse seu orgulho, seguiu em frente no objetivo de adquirir o tempo necessário à dupla.
A claridade começou a se sobressaltar perante a escuridão da noite. A estrela da vida vinha se esgueirando pelo horizonte.
Sem medo, Brandt preparou o machado de fogo e desafiou o Titã Condenado para mais uma rodada.
“Ele parece diferente”, ponderou o gigante, mas sem se importar com quaisquer outros detalhes.
De qualquer maneira, deveria subjugá-lo sem dó.
De novo, seus punhos de fogo entraram em colisão impetuosa com a lâmina cheia de dentes afiados do ruivo.
As ondas de choque tórridas continuavam a estremecer o deserto.
Distante do cerne do conflito, Damon já tinha se envolvido até demais com a adormecida Lilith.
Depois de sobreviverem a mais um maremoto de areia, o garoto voltou a contemplar a sequência de eventos flamejante.
Foi quando, de súbito, os cílios da garota com apenas uma cauda gêmea restante se moveram.
De forma vagarosa, levantou os globos rubis e reconheceu o rosto do parceiro que a envolvia nos braços.
Tão logo experimentou os batimentos cardíacos ganharem intensidade, a ponto de também quase corar nas bochechas.
— Damon...? — sussurrou com fraqueza.
Quando escutou sua voz, o cacheado devolveu o olhar a ela.
A confirmação de que tinha acordado lhe trouxe uma onda de alívio indescritível, o fazendo delinear um fraco sorriso de canto.
Ela, naquela posição confortável — porém incômoda —, fez força para se levantar. No entanto, as queimaduras ardentes ainda a dificultavam.
— Não se esforça muito. Você tá bem machucada...
Ela voltou a repousar em seu torso.
Depois fitou o céu. O brilho das poucas estrelas ia sendo tomado pelo fulgor do nascimento solar.
— Por que eu... não estou lutando?... — Sua enfraquecia pergunta fez o garoto levantar as sobrancelhas. — O que... aconteceu?...
Damon evocou os acontecimentos assustadores responsáveis por originar a situação atual.
Como se estivesse pasmo frente àquela dúvida, a respondeu por meio de outra indagação:
— ‘Cê não lembra?
E como se obtivesse a réplica temerosa, porém mais óbvia, ela se retraiu ainda mais em seus braços.
O filho de Zeus piscou algumas vezes, notando o baque que a apossava.
Entre esse dilema, perdeu alguns segundos até conseguir achar algo para dizer, mas...
— Então aquilo... aconteceu de novo. — Foi Lilith quem jogou as lamúrias para fora. — Eu fui... minha Maldição foi...
Assim que a viu levar as mãos estremecidas ao rosto, separou os lábios no intuito de responder. Mas não achou nenhuma coragem em prol de continuar.
“Então era disso que você tinha falado”, remeteu a outro momento, esse ainda mais antigo.
Muito do medo transparecido pela parceira ganhava sentido após a batalha do subsolo.
“Ele viu”, a ctónica se remoía. “Ele vai me odiar...!”
Embora quisesse se afastar, não conseguia abandonar a vontade do coração de continuar afagada em seu abraço.
Quando rangeu os dentes, na iminência de despejar lágrimas...
— Mas ‘cê quase ganhou. — A voz de Damon quebrou a torrente de martírio. — E me salvou também.
Ao levantar o rosto novamente, encontrou um sorriso caloroso ser direcionado a si.
Nem piscou por alguns segundos. Só o fez quando novas ondas de choque se proliferaram do confronto entre os vândalos.
Enquanto a devastação prosseguia com os encontros furiosos entre aqueles que pegavam fogo, as filhas de Atena continuavam escondidas na última duna.
Uma influência nasceu naquela área.
Lilith acompanhou a observação do olimpiano, também notando o surgimento do fluxo vital benévolo.
“Acho que me preocupei por nada”, quando ele compreendeu o contexto, mentalizou a própria quietude.
— Eu não vou te deixar. — Chamou o olhar surpreso da garota para si outra vez. — E acho que ‘cê deveria agradecer aquelas duas quando isso terminar. Igual eu fiz.
O calor dominava o peito da ruiva, a ponto de varrer todo e qualquer resquício de frio sombrio restante do âmago.
Ausente de muita força, assentiu com a cabeça. As vistas estremeceram, marejadas.
Além deles, o Titã Condenado também identificou a Energia Vital estranha. Só que se encontrava ocupado demais ao lidar com o filho de Ares.
Pressionado por ataques agressivos e cada vez mais difíceis de se defender, não pôde ver as irmãs saltarem a montanha para onde tinham sido lançadas.
A corrente de energia era irradiada pelas duas e passava, de forma gradativa, a preencher o campo aberto.
— Essas energias... — Preso pelos olhos esgazeados, Damon balbuciou.
— Que lindo... — Até Lilith não se absteve de comentar.
Ambos os fluxos se encontravam perfeitamente refinados e, aos poucos, iam se igualando.
Mesmo jovens não muito proficientes em sensitividade vital como eles podiam notar essas nuances.
Formavam-se auras arco-íris ao redor das duas.
Julie portava seu arco cerúleo. Chloe carregava apenas uma parte da lança partida; a outra estava guardada no suporte do cinto.
Se entreolharam e trocaram acenos positivos com a cabeça.
Fecharam as vistas em bela sincronia e, lado a lado, entrelaçaram as mãos dominantes.
Logo após enfim perceber a posição das duas, Prometeu se empenhou em interromper o que fosse que pretendiam.
Contudo, Brandt não deixava de surpreendê-lo com deslocamentos de difícil compreensão para um porte tão robusto — e machucado.
Tanto defensiva quanto ofensivamente, o apóstolo impedia as tentativas do titã de atacá-las.
De quebra, isso terminava de torrar sua paciência.
— Desgraçados...!!! — grunhiu entre os dentes.
Não percebia que já atacava por pura angústia, governado pela cólera incontrolável.
Focava em um objetivo, até então, inalcançável: subjugar o Rei dos Deuses com as próprias mãos.
Contemplar esse desejo se tornar utópico a cada segundo pela intervenção daqueles jovens era repugnante.
Tamanho desgosto, acumulado desde parte do confronto no templo subterrâneo, chegou ao limite ali...
— SAIAM DO MEU CAMINHO!!!!
Recebendo o grito à plenos pulmões, Brandt contorceu os lábios e aproveitou a abertura para lacerar o peitoral do titã.
O machado de fogo criou outro dano considerável sobre o homem, que recuou um passo involuntário graças ao baque.
Rebateu com um soco fulminante, mas o espartano antecipou o golpe e se livrou ao brandir a arma para o alto e empurrar o corpo de volta ao solo.
A explosão dupla no espaço liberou uma corrente abrasante que alcançou as gêmeas.
Elas não moveram um músculo, ainda que os lisos fios de cabelo dançassem junto à brisa indigesta.
A reunião perfeitamente equilibrada de energia prosseguiu.
O filho de Ares voltou à ação ao ultrapassar o jato de calor e saltou na busca de um novo ataque.
Ensandecido, Prometeu socava contra ele, sem se importar mais com a defensiva.
Isso permitia ao jovem deslizar pela terra, aproveitando a ausência de mobilidade do gigantesco corpo titânico para cortá-lo nas mais variadas regiões das pernas.
Ele mal podia perceber que usar aquela forma daquela maneira só resultaria na escavação do próprio calvário.
Isso ficou ainda mais claro quando Chloe e Julie alcançaram o apogeu da sincronização vital.
Nesse átimo, ainda com as mãos dominantes entrelaçadas, ergueram os braços exteriores até adiante à vanguarda.
Julie conduziu o arco a se posicionar na direção de onde os dois selvagens batalhavam; Chloe apanhou no suporte da arma, segurando junto dela.
Foi disposto em um alinhamento preciso com o ponto central que as separava por centímetros.
Os requisitos foram atendidos. Portanto, levaram o pedaço da lança, com os outros palmos, à corda de aço.
A composição de uma flecha gigante.
Aproveitaram a extremidade do cabo fraturado como o engaste e apoiaram a separação do equipamento vertical na vara de disparo.
Suas mãos entrecruzadas formaram uma concha, que levou os dedos a segurarem na amarra.
Com cuidado, retesaram-na contra os corpos virados pela metade, as deixando frente a frente com os rostos virados ao escopo.
Os movimentos calculados — além de graciosos — acompanhavam o baile originado pelas energias unificadas.
Uma coreografia de balanceamento impecável.
Damon e Lilith presenciavam tudo aquilo, inaptos a manterem os lábios cerrados.
Já Brandt percebeu a prontidão das gêmeas, resistindo às consecutivas investidas que o titã enlouquecido provocava.
Agora, precisava encontrar o espaço necessário que as permitisse atirar.
— AAAAAAAAAH!!
Prometeu soltou um rugido visceral.
Fora de controle quanto a respectiva energia, permitiu às chamas crescerem em nível exponencial, adquirindo uma tonalidade próxima à cor do sangue.
Eufórico ao ver as camadas de evolução do colérico adversário, o robusto disparou e cortou contra o ombro dele.
No entanto, a elevação de sua resistência corpórea evitou o surgimento da ferida e o deixou sem defesa.
Foi contra-atacado por um potente murro de direita, impelido até afundar no solo rochoso conforme resistia com o machado na defesa.
As rachaduras da superfície livre de areia se alastraram por uma grande extensão, alcançando até os pés das irmãs.
O braço de Prometeu continuou a arrastá-lo mais a fundo. A pressão da descida e as lesões adquiridas pelo espartano cresciam sem parar.
Ainda assim, o sorriso dele ganhou um novo tom.
Mesmo o pesado golpe do Titã Condenado não foi suficiente para devolvê-lo ao subsolo. E mesmo se fosse, seria incapaz de conclui-lo.
“Assim que eu gosto, inseto!!”, suportando as queimaduras sobre o tronco, Brandt forçou os braços musculosos a empurrá-lo no intuito de criar um vão.
Com o espaço mínimo, transmitiu energia ao releixo numa velocidade anormal.
— Arte da Guerra, Segunda Agressão!! — vociferou. — Espiral de Fogo!!!
O braço de Prometeu foi engolido pelas chamas no instante que o guerreiro escalou um ataque giratório pelo solo.
Labaredas escaparam, violentas, por todos os lados.
Explosões destrutivas fizeram o plano sob os pés do homem ser tomado pelo fogo, até que o apóstolo regressou à superfície.
Empurrado pelo impacto, o titã apenas foi capaz de enxergar a figura do espartano, envolto por rastros de lumes, ascender à frente do rosto.
O membro destroçado pelo ataque da Arte da Guerra se revelou em pedaços. Uma quantidade de sangue, carne e ossos carbonizados viajaram pelo espaço.
Dominado pela dor sinistra e prestes a ter os movimentos paralisados, sequer pôde acompanhar a incisão criada do umbigo ao queixo, finalizando intenso contra-ataque.
“Não vai acabar aqui!! Não posso morrer!!”, assolado pela sequência brutal, enxergou as chances de sucesso diminuírem.
A cada esforço da resistência opositora, que se recusava a desistir, a verdade que desejava renegar com todas as forças ganhava forma.
Tal cena grotesca trouxe um refluxo intenso ao cenário.
As irmãs, todavia, só conseguiam contemplar o caminho pavimentado para...
— FAÇAM AGORA, GÊMEAS!!
Todos foram contagiados pelo esbravejo de Brandt, ainda no ar.
Mesmo Damon e Lilith, nada além de espectadores desgastados, sentiram uma chama reacender dentro de si.
No instante que o guerreiro passou sobre a cabeça do titã em virtude do próprio ataque, contorcendo o torso a fim de enxergar o golpe derradeiro...
Chloe e Julie. As filhas gêmeas da Deusa da Sabedoria.
Juntas, como um só, deliberaram a energia reunida à lança utilizada como flecha.
Proferiram, em perfeito uníssono:
— Arte da Sabedoria — Junto de Chloe, Julie verbalizava: — Matriz Esotérica.
A pressão retumbou por todo o deserto.
A lança se transformou numa porção de luzes coloridos, em meio a um tom azul-escuro.
Uma beleza hermética, que se misturava ao cenário metade noite metade dia.
Esse era o fulgor da vida.
E, ao mesmo tempo, o da morte...
— Via Láctea.
Unidas, soltaram a corda, permitindo à lança zunir pela vastidão.
O rastro estrelado indicou a travessia quase invisível para todos os espectadores.
Prometeu era um deles; mal pôde enxergar, apenas experimentou o lindo tiro lhe atingir o peito.
Depois de alguns segundos, sem nem sentir dor, foi atravessado por inteiro.
Os órgãos internos foram completamente destruídos. Um buraco tomou conta daquela parte, mas nem tripas e nem sangue se soltaram dele.
A magia capaz de perfurar a couraça especial dos Titãs reluziu como a própria galáxia em um pequeno ponto da Terra.
A cauda luminosa permaneceu por algum tempo, se desfazendo aos poucos em esferas de fótons que desintegravam à medida que retornavam ao céu.
Nenhum som se proliferou.
Em meio ao mais puro silêncio, o corpo do Titã Condenado sucumbiu.
Ausente de forças, acompanhou o fim da própria vida sem poder fazer mais nada.
Enfim teve a dádiva de observar o crepúsculo da alvorada.
Irmão, me desculpe. Mas não podemos fazer isso.
A voz familiar ecoou em sua cabeça.
Você deseja tanto assim ensinar mais para esses mortais?
Jamais seria capaz de esquecer.
Sempre retornava, toda vez que a escuridão tomava conta das vistas.
Dessa vez, com elas ainda abertas, visualizou aquela cena novamente.
O rosto de seu irmão, Epimetheus.
Enquanto compartilhava sua promessa.
Vou torná-los iluminados novamente! Vou fazer com que superem a luz divina!
“No fim das contas, eu falhei”, tombou no solo.
A forma titânica já regredia a seu tamanho natural.
O rombo no peito estava vazio, mas, ainda assim, ele resistia por um tempo.
“Condenei meu próprio irmão à morte. Não fui capaz de fazer com que superassem os deuses. Mas...”
Concebeu em suas memórias finais um olhar recheado de malícia.
Olhos que não se importavam com ninguém além de si mesmo.
“Não posso perdoar...”, cerrou o punho remanescente com as forças que lhe restavam. “Os Deuses...!”
As apóstolas relaxaram os braços, acompanhando a derrota definitiva do alvo primordial.
Brandt se levantou do solo, encarando o abatido por meio de um semblante sisudo.
Damon também se ergueu do “esconderijo”, trazendo Lilith consigo. O braço dela envolvia seu pescoço e o dele a segurava pela cintura.
A passos curtos, uniram-se ao trio vencedor, envolta do titã.
Era a primeira vez que de fato se deparavam com um. Lutavam com um.
E derrotavam-no...
Da boca seca de Prometeu, na última gota de vida prestes a desaparecer, as últimas palavras foram declaradas:
— Um dia... vocês pagarão o preço...
O fulgor em cada íris abrasiva se apagou.
Um misto de alívio e inquietação, por aquela frase, se espalhou por cada um dos vitoriosos.
Enfim estava terminado.
O raiar do sol voltou a iluminar o deserto, banhando os responsáveis por darem um fim à rebelião do Titã Condenado.
Agradecimentos:
Gostaria de agradecer imensamente ao jovem Mortal:
Taldo Excamosh
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