Volume 3 – Arco 3
Capítulo 46: Partida Imediata - "volte atrás no tempo"
Depois que Chloe e Julie partiram e o encontro com Afrodite ocorreu, Atena e Daisy chegaram à cidade de Olímpia.
A menina continuava em frente, mesmo tendo os olhos fechados. Cada passo fazia seus cachos bagunçados e pontas sinuosas saltitarem no ar.
Sem tropeçar ou largar a mão da Deusa da Sabedoria, sorridente enquanto a conduzia, mantinha o ritmo desprovida de embaraços.
— Mas que criança singular...
Diante da estranha habilidade que talvez nem o próprio Rei dos Deuses conseguiria dominar, estreitou as vistas em deleite absoluto.
Mesmo que na realidade aquilo sequer fizesse sentido, a sábia divindade preferia deixar as discussões lógicas de lado a fim de contemplá-la.
De alguma maneira, seus sentidos continuavam ativos. Apesar de o cansaço lhe vencer gradativamente.
Sem muita demora, a dupla terminou de atravessar a passagem secreta.
O caminho paralelo, construído pelos espectros luminosos, levou-as até a passagem envolta de pequenos templos para o sopé da montanha alada.
Atrás delas havia a entrada para a cidade, anunciada por um portal encíclico ornamentado em prata e ouro.
Passados os metros que ligavam a pequena região alada à “parte dos mortais”, Atena pegou a irmãzinha pelos braços.
Ajeitou uma mecha rebelde que percorria seu rosto e respirou fundo para acessar a escadaria.
Sempre no gracioso ritmo da melodia entoada pelas Cárites, prestes a cessar durante o pôr do sol, subiu.
Quando atingiu o primeiro salão celestial, logo após o aglomerado de nuvens, encontrou uma ilustre presença adjacente à balaustrada de gesso.
— Vejo que está recuperando uma parcela de sua pontualidade, querida irmã.
Admiradora do entardecer, Ártemis apresentou seu semblante plácido e foi recebida por um sorriso franco da recém-chegada.
O foco, na sequência, dirigiu-se à pequena adormecida em seus braços.
Com os lábios separados, a boca formava um singelo arco por onde soltava a respiração com fraqueza.
— Nem parece uma deusa dormindo dessa forma. — Esboçou um novo sorriso ao contemplar a expressão da dorminhoca.
A Deusa da Sabedoria fez o mesmo. Encarou o rosto da garotinha por um momento e questionou na sequência:
— Onde está Apolo?
— A caminho. — A deusa lunar voltou a contemplar a queda do sol. — Mas agora entendo como você se sente ao observar essa paisagem...
Atena aproximou-se ao flanco da noturna. Os olhos esmeraldinos passaram a ganhar destaque, assim que se deparou com o cenário aprazível.
Daquela altura ainda era possível observar um pedaço do astro luminoso que se esgueirava no horizonte. O destaque das estrelas mais distantes sob o escurecer começava a pontilhar o céu.
Ambas abraçaram o silêncio, à medida que a claridade esvanecia detrás dos corcéis dourados.
Toda a harmonia da paisagem extravagante durou até Ártemis fechar os olhos e proferir um mussito:
— Atena, sobre nossa conversa...
Ela mesma não completou, mas foi o suficiente para que a purpúrea oferecesse uma resposta imediata:
— Não se preocupe com isto. Já enviei minhas filhas até o local que me indicou. — Fez uma breve pausa, chamando o olhar da noturna. — E foi como imaginamos: ele também foi enviado...
Mediante a confirmação, a Deusa da Lua franziu as sobrancelhas num aspecto de incerteza.
— Fala do filho mais novo de Ares? — O silêncio falou mais do que mil palavras ali. — Ele te odeia tanto a ponto de bisbilhotar seus assuntos? Não achei que estaríamos sendo observadas no momento da conversa...
— Ares pode não dar aparências, mas é mais meticuloso do que imagina, minha irmã. — Entrefechou as vistas com inquietação. — Tenho certeza de que notou.
A própria indagada lembrou-se do momento.
Não desejava admitir, contudo, certamente tinha percebido uma influência “exótica” enquanto descia os degraus do Olimpo no dia anterior.
Depois de tratar do importante assunto com sua irmã, optou por não atender à peculiaridade.
Sensações características a exemplo daquela eram corriqueiras naquele local, afinal.
— Por que ele iria tão longe assim?... — Cruzou os braços ao concluir as divagações por meio do questionamento.
A sábia projetou um falso sorriso e se distanciou com Daisy.
— Você mesma já respondeu esta questão. Ele fará de tudo para mostrar a nosso pai que é, de alguma maneira, superior a mim. — Encarou por cima do ombro. — Caso não possa me derrubar no combate direto por conta do Decreto dos Céus, então fará uso de outros caminhos.
Através de uma expressão dúbia, Ártemis evocou o significado do termo proferido pela deusa.
— Ainda assim, não acho que ele teria capacidade para lhe derrotar. — Ártemis se volteou, acompanhando a deixa da púrpura. — Dentre tantas designações, você também é conhecida como uma Deusa da Guerra, não é?
— Não muito conhecida dessa forma.
Balançou a cabeça para os lados, ligeiramente acanhada.
— Mas, pensando por esse lado, talvez ele não queira só que o filho dele ganhe de suas garotas — prosseguiu com o cenho franzido. — Talvez ele pretenda, acima de tudo, ter algo que você também deseja...
— Como esperado, irmã. Você é tão sagaz quanto eu.
— Quanta modéstia... — Desviou o olhar, também pega pelo sentimento retraído.
— Ares é bastante ardiloso quando realmente se esforça. Se enxerga a oportunidade para me superar em duas frentes de uma vez, não vai poupar gastos a fim de alcançar isso.
— Talvez devesse se preocupar um pouco mais. Esqueça a missão por um momento. São suas filhas. — Fitou-a de soslaio.
— Isto não será necessário. Embora eu reconheça sua capacidade e descendência, Chloe e Julie não seriam facilmente derrotadas pelo caçula de nosso irmão. — Após fechar os olhos, antecipou-se na direção da porta principal do salão. — Todavia, pretendo adicionar mais alguns pormenores neste cenário.
Através do sussurro tentador, abriu a passagem do cômodo antes que a companhia pudesse lhe interpelar.
Ciente de que não arrancaria informações reveladoras dela, a divindade lunar resolveu acompanhá-la até o recinto a seguir.
Contemplou a irmã repousar Daisy sobre uma cama, a cobrindo com um lençol em seguida.
Por conhecer o desejo da semelhante sobre o entendimento daquelas últimas palavras, volteou-se esbanjando um riso e olhar confiantes.
— A favor disto, necessitarei de vosso auxílio.
— Muito bem. Prestem atenção, garotos e garotas. Como solicitado por minha irmã, irei comunicá-los sobre sua nova missão. — Ártemis proclamou em bom tom.
Diante do quarteto de prodígios da Corporação dos Deuses, recém-retornados da tarefa na Ilha de Delos, projetou um sorriso cativante no intuito de prender a atenção de cada um.
O assunto inacabado com a própria Atena viria à tona pela mediação da Deusa da Lua.
Um ao lado do outro, os apóstolos deixaram as dúvidas iniciais de lado. Tomaram um só foco na divindade que exalava sua influência suntuosa por todo o recinto.
Ausentes do Deus do Sol, que debandara minutos antes, não tinham mais qualquer fonte chamativo naquele lugar.
Dentro da única câmara do saguão semiaberto, a Deusa da Sabedoria conversava com Helena.
Carregando a responsabilidade de mediar a nova tarefa, Ártemis exalou um profundo suspiro antes de dar início:
— Primeiramente, vocês serão enviados para duas missões distintas. Elaine e Gael deverão retornar para Éfeso e me aguardar no templo. Quando chegar, passarei as informações precisas.
Os primeiros a serem citados trocaram olhares e assentiram com a cabeça para a mulher.
— Esplêndido!! Parece que nos despedimos aqui, por ora!! — O rapaz ergueu o braço, mostrando o muque.
— É mesmo. Boa sorte na missão de vocês.
O filho de Zeus estendeu o punho direito ao companheiro que, através do riso eufórico, repetiu o gesto até que os tocassem.
— Até a próxima.
A filha de Hades acenou com a mão para a jovem insegura, que olhou para os lados até tomar coragem e responder:
— Igualmente... Lilith!...
Pega de surpresa ao ter sido chamada pelo nome, Lilith também encarou um lado oposto do átrio, escondendo o semblante enrubescido.
Dessa forma, os filhos de Apolo e Ártemis se despediram da divindade mediadora e partiram da montanha.
Tomaram as escadarias até sumirem da vista dos remanescentes, que de imediato tiveram a concentração retomada pela noturna.
Dessa forma, a dupla enunciada se despediu da divindade mediadora e foram os primeiros a partirem da montanha – pós-Apolo. Tomaram as escadarias principais até sumirem da vista dos remanescentes que logo retomaram a concentração entre si.
— Por fim, Damon e Lilith. — Estreitou as vistas escuras. — Vocês devem partir para o Deserto da Perdição.
“Deserto da Perdição?”, a apóstola não conseguiu assimilar o sentido de serem enviados a um local tão remoto, de repente. “Pelo menos não é outra ilha...”
Enquanto comemorava um fator distante, Damon procurou ver por outra perspectiva:
— Algum monstro pra matar?
Ártemis desfez o sorriso.
— Acredito que vocês já devam ter escutado sobre Prometeu.
De súbito, a dupla recebeu a liberação de um gatilho capaz de lhes preocupar o bastante.
Coube ao cacheado confirmar as palavras proferidas pela divindade, semicerrando as vistas azuladas.
— Já ouvi falar. Ele é um Titã que foi condenado a um crime contra os deuses. Foi o que a Atena me disse...
— Ele se livrou de sua prisão. — A continuação dela fez os dois esgazearem as sobrancelhas. — Descobrimos que se dirigiu ao Deserto da Perdição junto com algum indivíduo. Acreditamos que ele tenha sido o responsável por libertá-lo.
O baque se completou sobre os prodígios, ao que o olimpiano evocou o recente conflito vivenciado no dia anterior.
— Será que...? — A voz saiu abafada pela palma acima da boca.
— Parece que não preciso dar voltas com a explicação. É o motivo de Atena não deixar você escutar o que sua irmã Helena tinha para falar. — A deusa recebeu um olhar severo do garoto, porém nada se intimidou. — Minha irmã enviou suas filhas, Chloe e Julie, na frente. As duas provavelmente já iniciaram sua busca por Prometeu no local designado.
— Oh, as gêmeas — mussitou ele, descendo a mão até seu queixo. — Faz tempo que não vejo elas.
Tal comentário arrancou uma olhadela de soslaio dos olhos rubis ao lado, o que acabou chamando a atenção dele.
Antes de ter oportunidade de questionar, a companheira devolveu o olhar à Deusa da Lua, que proferiu em seguida:
— Portanto, vocês se juntarão às duas e seguirão em busca de dois objetivos. O primeiro é o de impedir que Prometeu continue liberto, mesmo que seja necessário que o derrotem. Atena acredita que vocês quatro podem ser capazes de fazer isto, já que o titã ficou por muito tempo aprisionado.
— E o segundo? — Ele indagou.
— O segundo objetivo é o de retomar o amuleto que está em sua posse e trazê-lo de volta sob nossa custódia.
— O que é esse amuleto? — Lilith levantou a mão.
— A punição de Prometeu foi ser levado ao Monte Cáucaso por ter roubado o Fogo dos Deuses. Lá, ele foi condenado a estar aprisionado pela eternidade.
O espadachim depositou peso nos cílios, ao que a divindade percebeu sua ausência de convicção em aceitar a explicação incompleta.
Pensou em agregar um pouco mais à história verdadeira, porém desistiu do caminho para que os enviasse focados no cerne da tarefa em si.
“Mesmo eu não poderia concordar com isso”, findou a dúvida na própria cabeça.
A mão pálida moveu-se diante da boca para que não enunciasse em voz alta.
Esse gesto corroborou com a desconfiança do jovem e o induziu a perguntar mais sobre o motivo, mas o próprio sabia que ela não faria por “falta de tempo”.
Antecipando sua provável reação, a deusa estendeu a palma aberta na direção de ambos e completou:
— Este amuleto possui propriedades que nem mesmo nós, deuses, podemos entender. Ele carrega a capacidade de reconstituir uma fração de algo que “já ocorreu” de uma determinada forma.
“E por que ele teria um negócio desse?”, o apóstolo guardou a dúvida no pleno silêncio.
As suspeitas acerca das informações passadas pela mediadora não paravam de crescer.
“Obrigada pela dor de cabeça, irmã”, Ártemis amaldiçoou a decisão de Atena em lançá-la àquela responsabilidade desconfortável.
Ela não era tão boa em lábia quanto a Deusa da Sabedoria. E isso a fazia acreditar que, talvez, não tivesse feito uma explicação tão convincente.
Só levantava mais dúvidas no jovem que buscava se aprofundar com afinco naquele contexto.
Algo que ela mal poderia cogitar de antemão.
Dito isso, focou em encerrar de vez a discussão, mas...
— Temos que matar ele?
A voz pesada que saiu da boca do rapaz, com a cabeça baixa de modo a criar uma franja que cobria as vistas, interrompeu qualquer pretensão da deidade.
Não apenas ela, mas a ctónica também o fitou, inquieta.
Sabia que tudo aquilo era a soma dos acontecimentos vivenciados nas tarefas anteriores.
E compartilhava da maioria dos pensamentos carregados por elas, num amontoado incumbido de lhes derrubar a um sentimento pesado.
Da parte dele, questionava a si mesmo se precisaria voltar a tirar a vida de outrem que dizia ter “sofrido” por ordens do próprio Rei dos Deuses, seu pai.
As memórias não o permitiam evitar que as palavras proferidas por Pisinoe e Castor regressassem a seu âmago.
O caminho levava a um cenário repetido.
“Eu subestimei o que Atena tinha me antecipado”, Ártemis levou um tempo para responder. “Não há como esconder tudo deles, sei que não é simples. Mas, no fim, precisam saber como lidar com isso.”
Enfim definiu como deveria prosseguir:
— Apesar de tudo, ele é um Titã. Atena me pediu para ser a mais realista possível, então os ofereci o possível panorama que pode os levar ao sucesso. Porém, fiquem cientes sobre isso. — Fez uma pausa junto a um suspiro intenso. — Ele é mais forte do que Castor e Pollux. Em suas condições habituais, pode até mesmo rivalizar com um de nós.
O olhar do apóstolo tornou-se ainda mais afiado.
Diferente do que esperava com aquele anúncio, sentiu uma influência determinada acender como brasa no centro dos globos cerúleos.
Por outro lado, as condições apresentadas por Lilith a cada revelação mostrava-se dissemelhante.
A descendente do Deus do Submundo demonstrava sinais de insegurança. O olhar mirou o chão, remetendo à falha mais recente no conflito de Delos...
— ‘Tá bom. — Damon deu uma tapinha nas costas da aliada. — Te encontro lá embaixo, Lilith. Vou dar um pulo no meu quarto.
— Damon... — Com uma das mãos apertada ao peito, elao questionou, inquieta: — Você realmente está bem com isso?
— É uma missão. Só temos que cumpri-la, certo? — A encarou com uma expressão leve. — Vamos logo nos preparar.
Com a hesitação para responder a repentina mudança emocional do amigo, ela só pôde murmurar uma simples palavra:
— ‘Tá...
“Damon, você...”, nem a própria divagação conseguiu concluir. Cerrou os punhos ao remeter à promessa feita consigo mesmo há dois meses: “Eu também vou dar meu melhor!”
Retomada a coragem, despediu-se da Deusa da Lua ao fazer uma rápida mesura e correu às escadas.
— Essas crianças...
Ártemis mirou o horizonte após a partida dos jovens. Tinha certo pesar no olhar sombreado; a escuridão da noite já dominava quase toda a extensão superior.
Só o tempo diria como aqueles jovens lidariam com as complicadas situações que envolviam sua linhagem divina.
Damon não demorou a chegar no cômodo pessoal.
Fechou a porta de aço. Encarou os próprios pés durante uns segundos. Era o melhor momento desde dias no qual podia pensar um pouco por conta.
Exalou um carregado lamento, a fim de remover a tensão que lhe corroía por dentro.
“Tenho que focar, mas...”, levantou o rosto. O teto da sala de estar foi avistado. “Não sabia que seria tanta coisa pra pensar.”
Removeu o resto da manta azul e a jogou no sofá. Num baú mediano do quarto, ao lado da cama, pegou uma idêntica à anterior, de tom avermelhado.
Também pegou uma camisa com mangas curtas, que iam até metade dos braços. Trocou-se na velocidade do pensamento e voltou a amarrar tudo no cinto.
Permaneceu naquele cômodo por mais tempo que pretendia, no entanto.
Antes de tomar a decisão de regressar, encarou a bainha de couro da espada. Remeteu a fragmentos específicos das batalhas travadas contra a sirena e o apóstolo traidor.
Fechou os olhos com leveza.
Rememorou, por último, as palavras ditas pela deusa lunar há pouco.
— Deuses...
O suspiro cabisbaixo dirigiu-se à noite que cobria o lado de fora, visto pela janela aberta.
Começava a compreender que não sabia quase nada sobre os tais seres. Nem mesmo sobre seu pai.
Nem mesmo sobre si mesmo...
Por ora, deveria aguentar aquele turbilhão que o envolvia vez ou outra.
Passou a alça do estojo no tronco e caminhou para o lado de fora do quarto.
No átrio exterior, ofereceu uma olhadela para a subida que levaria aos últimos dois andares. O final, onde se encontrava seu progenitor no Salão dos Doze Tronos.
A cada nova tarefa, as dificuldades pareciam crescer. E, na mesma toada, novos pensamentos sobre aquele homem surgiam.
A confusão lhe governava, no fim de tudo. Ainda era incapaz de estabelecer o que seria certo ou errado acerca das próprias determinações.
Respirou fundo e fez o contorno. Conversas inacabadas deveriam ser deixadas para outra hora.
De volta ao saguão onde a Deusa da Lua estava, decidiu seguir as regras pela primeira vez e desceu pelas escadarias.
Os dois trocaram olhares uma última vez.
Foi o bastante para que a mulher constatasse o foco do jovem durante a partida.
Nesse átimo, ela se lembrou de algo importante:
— Damon, uma última coisa. — A voz da deusa interrompeu o caminhar dele. — Recomendo tomar cuidado com o filho mais novo do Deus da Guerra, Ares. Ele provavelmente está indo atrás das filhas de Atena para levar o amuleto primeiro.
O jovem deus ficou quieto num primeiro momento.
Não fazia ideia de quem era o filho mais novo do Deus da Guerra, mas o fato de ele ser introduzido na questão daquela maneira já era o bastante.
— Diz pra Atena que vou vencer... e vou trazer de volta esse amuleto. — Virou o rosto por cima do ombro ao afirmar com convicção.
A aura irradiada dos olhos entrefechados fez a deusa sentir algo semelhante ao Deus do Céu, encarnado naquela essência.
Do mesmo jeito, foi atingida por um desconforto que jamais seria capaz de compreender.
O olimpiano retomou o rumo exordial, deixando a noturna solitária no saguão.
Ela, pensativa sobre a influência que nunca tinha sentido ao receber aquelas palavras, também respirou fundo.
Segundos depois, o som da porta da câmara se abriu, a levando a encarar a saída de Helena.
A Deusa da Sabedoria ainda permaneceu no interior por um pouco mais. Daisy dormia na cama ao lado.
Tendo escutado as palavras do irmão mais novo ao encerrar os assuntos pautados com a Classe Iniciante, não pôde deixar de ponderar: “Não imaginava que ela começaria a carregar o fardo de nosso pai tão cedo...”
E mesmo assim, por alguma razão, um leve sorriso sombreado surgiu em sua face.
Agradecimentos:
Gostaria de agradecer imensamente ao jovem Mortal:
Taldo Excamosh
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