Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 3 – Arco 3

Capítulo 42: Vento Ligeiro no Deserto

Não demorou muito para as irmãs atravessarem ao lado oposto das ruínas.

Tendo derrotado o ciclope solitário, averiguaram os destroços da área onde o combate ocorreu e não encontraram nada demais.

Nesse intermédio, se depararam com uma passagem rara, ainda de pé. A região era coberta, sustentada por algumas colunas rachadas. Não era tão extenso.

Tinha o tamanho de um pequeno quarto, ambas pensaram.

Julie interrompeu a caminhada e ofereceu foco absoluto a um ponto daquele local, enquanto Chloe varria o perímetro com olhos bem atentos.

Fez toda a ronda nos sustentáculos amarelados e aproveitou para verificar as passagens que as levariam de volta ao domínio de areia.

Só então percebeu a posição da gêmea, que tinha suas vistas entrefechadas.

— Julie?

A indagação não recebeu respostas, então aproximou-se da parceira e resolveu se atentar à mesma vertente.

Foi quando percebeu uma influência fraca se esconder ali.

— O qu...?

Tendo o questionamento arrancado da boca, sentiu-se ser empurrada sobre o peito, conduzida pelo corpo da insensitiva até que caíssem ao chão.

Sem pensar muito, corou por conta da sensação inesperada e, de súbito, experimentou uma poderosa rajada de vento cruzar rente ao rosto.

O efeito mudou o comportamento de ambas, que evitaram a queda completa ao utilizarem mãos e pernas, entrelaçadas uma na outra.

Depois de se ajeitarem rapidamente, executaram saltos rápidos e retomaram a postura.

Chloe balançou a cabeça em prol de se livrar do acanho por ter seus seios tocados daquela maneira.

Identificou a ameaça vindo por trás, então sacou as lanças e girou na velocidade do pensamento. Buscou o ataque mais rápido, sem nem conectar as armas; só o fez com a direita, e funcionou.

Ao escutar um “estalo”, a apóstola saltou para trás à medida que a aliada tornava o bastão da cintura no arco cerúleo.

Os dorsos das duas se encostaram.

De costas uma para a outra, protegiam as respectivas retaguardas enquanto céleres rajadas disparavam ao alcance dos olhos.

— Julie! Em uma próxima ocasião, avalie melhor sobre onde irá me tocar! — esbravejou a lanceira, com certo nervosismo no tom.

“Retruca: Eu te salvei. Deveria ser mais grata”, desinteressada, a arqueira movia os globos esverdeados incessantemente aos cruzamentos velozes do alvo.

Podendo sentir a audácia da irmã sempre apática, elevou o tom da reclamação enquanto enrubescia mais:

— Tudo bem!! Já compreendi! Só reclamo para que tome mais prudência!!

Ela fazia o mesmo, ainda que incapaz de identificar a “sombra” que cortava no ar em diversas vertentes.

“Retruca: Você só está assim porque gosta.”

— Julie!!

A provocativa poderia ter esboçado um sorriso naquele instante. Mas os lábios rosados permaneceram inertes.

Incapaz de vencer a respectiva no argumento, a injuriada se perdeu por um átimo e cedeu espaço a favor do inimigo, que investiu através de sua guarda baixa.

Prestes a ser atingida, condenou a si mesma pela distração num período de tamanha importância. Tudo isso em milésimos, a velocidade que funcionava seus pensamentos.

Contudo, Julie ajeitou a postura por meio de um passo ainda mais rápido à esquerda e mirou com a flecha já pronta para disparo.

Tal ação espantou o ser misterioso, que buscou interromper o ataque bruscamente. Na celeridade que se encontrava, porém, não o fez.

E pior; mal pôde evitar o tiro preciso da jovem, atingindo a asa de pássaro que enfim tomou forma visível.

As sobrancelhas da alva ergueram por ínfimos centímetros. Contemplou o oponente ter sucesso em evitar o pior ao mudar a direção do voo na hora h.

Nada obstante a isso, a seta apenas atingiu de raspão, arrancando algumas penas escuras.

Depois de se livrar, a fisionomia feminina da criatura tomou foco. Pousou acima de uma das estruturas condenadas.

Sentia a região machucada e soltava resmungos fracos pela própria ingenuidade — ou, talvez, pela confiança exacerbada.

— Ora, ora...

Já controlada, Chloe virou o rosto e mirou a figura metade mulher metade pássaro.

Parecia uma ave de rapina; suas asas escuras combinavam com o cabelo ondulado, a cair sobre os ombros raquíticos.

“Hipótese: Creio que seja uma inimiga”, na tentativa de desconversar com qualquer coisa, a desbotada acabou sendo fuzilada pelos olhos afiados da irmã.

— Só para constar, eu não esquecerei disso.

“Replica: Você sempre diz isso.”

A telepata não desprendeu a atenção da mulher-ave em lamentação.

Toda a frigidez em suas atitudes arrancou uma pequena lasca de sanidade da lanceira. Mas ela resolveu deixar aquilo de lado e voltou ao que interessava.

Repondo o semblante circunspecto, indagou:

— Enfim. Quem seria essa? — O timbre vocal tornou-se profundo. — Assemelha-se copiosamente àquelas Sirenas, porém estas já foram derrotadas por Classes Prodígios há dois meses.

“Palpite: Pode ser...”

— Hã? Sirenas!? — interrompeu a pensativa, rangendo os dentes. — Não me compare a uma daquelas renegadas insólitas, pirralhas!

A criatura parecia cuspir veneno durante a retruca.

— Ora, ora. Não é uma delas, então? — Os olhos violetas se estreitaram. No entanto, a luz surgiu num rompante. — Ah, sim. Já vi tudo. Havia também uma outra raça de mulheres-pássaro.

“Certificação: Harpias.”

A confirmação da gêmea a fez assentiu em silêncio, contente por ter matada a dúvida tão rápido quanto o surgimento dela.

Semelhantes às monstruosidades citadas, eram menores e mais ágeis. Uma raça tão inóspita quanto as de “versão estendida”, ponderavam as atenienses.

— Diferente daquelas idiotas, não fomos desonrados pelos mesquinhos lá de cima. — A harpia se enfurecia ainda mais. — Apenas fazemos o que queremos. Sem desculpas.

Mas um sorriso de escárnio despontou de sua face.

Recuperada do baque sofrido há pouco, a ave abriu os braços e, por consequência, as asas escuras.

Uma ínfima corrente de ar se alastrou em sua cercania, ao passo que a energia voltava a ser reunida.

Os olhos sombrios, arregalados, uniam-se ao semblante de caninos afiados em desafio às apóstolas.

Perante a ameaça peculiar, a filha de Atena questionou:

— E quais circunstâncias fariam uma harpia ser encontrada no grandioso Deserto da Perdição?

A harpia refugou no sorriso, mas entrou na conversa:

— Simples questão de sobrevivência, talvez? Ou então, apenas nos unimos aos que nos deram oportunidades mais chamativas, que tal?

“Como de praxe, elas estão ligadas a eles”, a jovem lanceira franziu a testa, semicerrando os olhos carregados. “Quiçá até os servindo...”

Identificando a aura sanguinária que a adversária exalava, as gêmeas se prepararam para o recomeço do confronto.

Chloe já tinha conectado os cabos da lança, criando a dupla-lâmina que lhe era característica.

Aquilo chamou atenção da mulher, que provocou:

— Arma bonita! Até se encaixa, parece um brinquedinho...

Achou que tinha ido bem, levando uma das mãos afiadas sobre o riso convencido.

Por outro lado, a púrpura não demonstrou afeto algum. Um semblante dominador surgiu em sua faceta.

— Ah, certamente. É de meu arquétipo predileto. Ambas as vertentes possuem um metro de comprimento e justapõem-se sublimemente em uma superficialidade parelha.

“O que ela ‘tá falando, do nada?”, a ave arregalou as vistas ao experimentar uma nova influência ser lançada no espaço.

Foi a primeira vez que decidiu tomar cuidado. Mesmo que a portadora da lança só tivesse olhos para a própria arma.

Um afeto perigoso, do qual ela jamais imaginara

— A proporção das lâminas é precisamente circunscrita e transporta perfeita similitude. Oh, e não devo esquecer de mencionar as alas propositalmente inversas, com o objetivo de realçar a beleza de ambas as faces concomitantemente.

A mulher começou a perder a paciência. Tentava se segurar diante das palavras complicadas proferidas pela garota, a ponto de cerrar os punhos e perfurar as palmas com suas garras.

Entretanto, ela sabia que não se passava apenas pelo fato de a jovem entoar tudo em um tom meloso.

Estava arrepiada das patas às asas. Era como se aquela aura tivesse se tornado uma navalha contra sua presença.

“Minha irmã”, Julie chamou, sem alardes.

Tal gesto despertou Chloe do mundo paralelo no qual havia adentrado.

— Ah, veras. Perdoe-me, Julie. — Encarou-a através de um sorriso desconsertado.

“Que bizarrice é essa?”, a harpia nem percebeu estar boquiaberta após sentir toda a energia perigosa esvanecer no breve átimo.

Quando os globos violáceos retornaram à sua direção, soluçou de inquietação.

— Compreende um fato? — A lanceira, ainda assim, soava solenemente ameaçadora. — Minha pessoa preza por tudo aquilo que é concebido em perfeita harmonia. Logo, antipatizo com qualquer forma que seja exprimida fora de tais padrões.

Moveu o braço dominante, que trouxe a lança esguia consigo.

Uma das lâminas apontou à mulher-ave.

— Vossas asas, por exemplo. Esta laceração me ferve os nervos, honestamente. — Fez a mulher encarar o próprio ferimento. — Ademais... vossa presença em si.

— Como é?...

A ave tornou o rosto à garota, tremendo de raiva.

Essa ergueu o queixo ao pressentir o toque certeiro na ferida dela. Portanto, criou uma sinuosidade sorridente com os lábios, quase imperceptível.

— É supérflua a favor do cenário. Por isto, realize um obséquio em prol de todos nós e desapareça.

Uma veia saltou na testa da criatura, à mostra diante da provocação rebatida pela ateniense.

Em resposta, preparou os apêndices plumosos para voltar às investidas; os punhos fechados pareciam ferver ao reunirem Energia Vital.

Dessa vez, Chloe deixou bem visível o sorriso. Tinha vencido a inimiga na mesma moeda.

— Você é quem vai desaparecer, desgraçada!! — resmungou entre os dentes rangidos. — Eu sou a mais veloz entre minhas irmãs: Ocípete, a Vento Ligeiro!

— Ninguém questionou vosso nome ou epiteto.

Embora mais uma vez retrucada, Ocípete mostrou os dentes amarelos e quase fechou a vista esquerda.

— Não seja por isso. Afinal será o nome daquela que vai enviar vocês duas para a morte!!!

A autoproclamada Vento Ligeiro desapareceu da linha de visão das irmãs num impulso frenético, empurrando as asas contra o espaço.

Cada uma reagiu à própria forma, ainda que compenetradas no mesmo nível.

A brisa cortante obrigou-as a recuar e simultâneo.

Chloe acompanhou o alerta instintivo quanto a energia da harpia, então pôde defender o primeiro ataque com o cabo da lança.

O impacto a arrastou para trás por alguns metros, levantando um rastro de poeira até as sandálias frearem o deslocamento.

Julie procurou mirar pelo arco, mas a criatura prosseguiu com as investidas velozes de um lado a outro.

Incapazes de acompanhar as distrações, as duas optaram por rastreá-la a partir da energia natural irradiada de si.

A velocidade era tamanha que ainda as impedia de traçar a definição mais precisa. Não haveria forma alguma de contra-atacar assim.

“Isto se apresentou um tanto inconveniente”, a purpúrea se afundou em divagações acerca de possíveis estratégias.

Numa rapidez tão grotesca quanto a da voadora, imergiu no mundo das probabilidades e cálculos até encontrar um ponto interessante.

Menos de cinco segundos foram suficientes em prol disso.

Ocípete não podia perceber isso, então continuava a realizar os deslocamentos em intervalos diminutos.

Passado o instante de piscar, encarou a inanimada, que devolveu com um aceno fraco.

A comunicação restrita ao mero olhar as permitiu desviar da próxima incisão acometida pela ave, que passou no meio de suas posições.

Habituadas aos poucos às tentativas da criatura, tomavam cuidado com uma gradual elevação de sua celeridade.

Se readequar, contudo, não tirava energia delas. A cautela permanecia governante em suas reações.

Não muito tempo se passou até que Chloe resolvesse romper a barreira.

Notou que a ave de rapina construía circuitos específicos na delonga dos impulsos, querendo arrancar a atenção duplicada das adversárias sem revelar a posição.

Um procedimento eficaz, compreendia.

Só que isso pouco importava.

Tanto ela quanto a semelhante gozavam de tamanha experiência e sapiência quanto a harpia poderia esperar.

Fato esse comprovado na dificuldade que a respectiva tinha em prol de criar uma brecha certeira e atingi-las.

“Essas malditas são chatas!”, amaldiçoava à medida que não conseguia acertar um só golpe nelas.

Só ficava ciscando nos arredores e errava tudo que tentava.

Estava de cara que, de alguma maneira, precisaria ultrapassar seus limites.

As gêmeas continuavam serenas. Sabiam que a chance derradeira viria a surgir a qualquer momento.

Antecipada a tal chegada, a lanceira organizava os pensamentos de forma a definir uma precisão afunilada contra a celeridade da voadora.

Já a arqueira analisava o cenário, as partes afetadas direta ou indiretamente pelos voos ligeiros.

Pensavam separadas, mas todo detalhe captado por cada uma criava um quebra-cabeça a ser montado em perfeita harmonia.

No limite do encaixe das peças, a conclusão definitiva viria a ser concebida. Todas as respostas e caminhos perfeitos se mostravam às vistas sapientes.

O plano foi traçado. Juntas, executariam e venceriam.

O pior tipo de adversário para alguém como Ocípete, confiante nas respectivas habilidades.

“Desgraçadas! Vou acabar com vocês agora!”, acresceu as giratórias, porém as jovens não reagiram.

Chloe remexeu os globos oculares ao encarar o solo.

 — Julie — sussurrou.

“Resposta: Como quiser, minha irmã.”

Julie puxou uma flecha.

No instante que a harpia arqueou outra tentativa de ataque, a dupla desviou para lados opostos.

A rajada de vento cortou o âmbito, criando ligeiros rasgos na manta de cada apóstola, sobre os braços dominantes.

“É agora!!”, Ocípete estalou a língua, verificando a liberdade dada por elas pela retaguarda. “Dessa vez foi cortar suas cabeças!!”

Corrupiou-se e bateu as asas com força, jogando-se na direção de suas costas abertas.

“Um... Dois... Três... Quatro...”, Chloe contou com tranquilidade, alheia ao frenesi provocado pela repetitiva. “Retrocedendo...”

Sem tirar os olhos do chão de pedra, não resistiu em liberar um fraco sorriso.

— Sessenta graus à direita!

A mulher-ave piscou, perto do golpe derradeiro.

Então, foi pega de surpresa quando a desbotada girou pela metade e posicionou o arco atrás do torso, disparando numa postura contorcionista.

A flecha voou bem mais abaixo do que a criatura se encontrava.

Um claro erro, a princípio.

Mas esse era o maior problema.

O tempo pareceu desacelerar para si, que mergulhava numa diagonal baixa.

O presságio capaz de fazê-la compreender, tardiamente, o motivo daquele “erro”.

“Desgraça...!!!”

Mal pôde completar, pois foi atingida em cheio pela seta de lança afiada, na altura do bíceps canhoto.

A aceleração impactante não pôde ser interrompida e, somada ao encontro com o tiro de velocidade inversa, causou um profundo estrago na região atingida.

No fim, ainda recebeu um solavanco que a fez ser lançada com violência para baixo.

Capotou no ar, bateu no solo e foi jogada a um pilar ainda de pé no ponto mais próximo das ruínas. Logo essa estrutura veio abaixo.

De cócoras, Chloe comemorou a previsão perfeita por meio de um sinal positivo com a cabeça. O padrão de ziguezagues foi desvendado.

E derrotado.

Tudo correu na exata linha de pensamento traçada por sua mente vertiginosa e compartilhada com a pragmática companheira.

— Como projetei — murmurou ao se reerguer. — O manuseio de tal artimanha, apropriada para atacar vossas presas, apresenta-se tão enraizada em teu cerne a ponto de fazê-la refém de um padrão funcional.

“Essa piranha... como ela...!?”, Ocípete estremecia as vistas, mirando o céu de nuvens e estrelas intercaladas.

Continuava derrubada no solo. Sentia a flecha atravessada no braço, além da metade. Pouco sangue escorria pela extensão do membro dolorido.

Brigou para vencer a agonia que a impedia de sequer mover as asas.

Passado o baque inicial, levantou-se dos escombros abaixo.

— O cômico é aparentar nem ter percebido por si própria. Não foi nada tão árduo de se desvendar, sabe? — Jogou as mechas do cabelo para trás com o dorso da mão. — Pelo contrário, foi tão simples quanto o prognóstico inicial. Embora tenha custado certo período.

“Análise: Você está habituada a utilizar de sua habilidade para criar aberturas e confundir o adversário que, naturalmente, não poderia acompanhar tamanha velocidade. Nem minha irmã conseguiria”, a explicação da arqueira adentrou a cabeça da mulher em recuperação.

Ela ficou bem assustada ao escutar aquela voz desprovida de emoções invadi-la, como se fosse seus próprias devaneios...

— Isto posto, percebi em um estalo. A chave situava-se no solo. — Apontou abaixo com o indicador. — Algo que não pode ser tocado. Algo que lhe seguirá pela eternidade, desde que haja algum foco fulguroso. A projeção que nos ofereceu a melhor oportunidade foi desprezada por ti.

Ocípete, incrédula, encarou a vertente indicada pela apóstola. Ao conferir o que ela tentava dizer, rangeu os dentes afiados.

— Minha... sombra?...

Segurando o braço arrebentado pela flecha letal, levantou as sobrancelhas ao limite da testa.

— A despeito de vossa celeridade, iminente a confundir os olhos, vossa sombra carrega formidável potencial como procedência de estudos.

Então, levou o mesmo dedo a ser erguido, apontando para o alto.

A harpia acompanhou aquele movimento vagarosa, direcionando a atenção ao céu outra vez.

“Complemento: Estamos em uma área aberta. A luz não possui tanta potência. Porém...”

— Neste local... Neste instante... — A Lua ganhou vida para a ave. — A iluminação torna-se tão intensa quanto o natural.

Ela sequer piscava.

Via-se incapaz de compreender a sequência assustadora de deduções das adversárias.

“Como diabos ela...!?”, nem mesmo acompanhar a própria mente ela conseguia.

O domínio do campo de batalha nunca esteve em suas mãos.

Tal era a prova que recebia, da pior maneira possível, sobre a capacidade das fraternas.

— Sim, sim. Acerca de vossa postura. — A voz da púrpura a puxou de volta ao desespero. — Esta estabelece um padrão, onde a sombra venha a situar-se sensivelmente por dois segundos adiante ao corpo. Mediante tal embasamento, tornou-se viável antecipar o ponto subsequente por onde transitaria.

Toda a confiança da criatura caiu por terra.

Por meio de algo tão banal, experimentou-se estremecer da cabeça às patas por meio de potentes calafrios.

— Pois bem... Já comentamos demais acerca disto — mussitou a lanceira, destilando o olhar severo à oponente. — Terminemos com os afazeres. Nossa agenda está cheia.

Em ignorância ao ferimento no braço, Ocípete diminuiu as expectativas de vitória.

A luz em seus olhos, entretanto, não apagaram com aquele banho de água fria criado pelas irmãs.

Ainda tinha a morte delas como objetivo de vida.

Não se permitiria sucumbir sem que as fizesse engolir toda a soberba enraizada em suas atitudes.

Agradecimentos:

Gostaria de agradecer imensamente ao jovem Mortal:

Taldo Excamosh

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