Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Arco 2

Capítulo 27: Templo de Astéria 4 [O Resgate e Depois]

Na superfície, o pôr do sol pintava o céu num mosaico azul-alaranjado. Foi nesse exato momento que o cansativo percurso dos Classe Prodígio se completou, dentro do Templo de Astéria.

A câmara mais importante da construção oculta enfim fora alcançada. O local onde a jovem desaparecida da Classe Iniciante se encontrava.

Com as mãos repousadas sobre as pernas dobradas, os dedos entrelaçados, sorria conforme encarava a dupla de garotos e garotas que tinham acabado de entrar.

Os olhos, brilhando em regozijo, passearam por cada um. O foco, no fim, voltou-se a um específico:

— Você é Damon, certo? Meu irmão paterno mais novo.

Ao receber a pergunta da aprisionada, o olimpiano levantou as sobrancelhas.

Os três ao redor também dirigiram a atenção a ele, como se induzidos pelo gesto encantador da mulher.

Um tom extra de alívio o preencheu. Era, de fato, a concretização do sucesso por toda a busca que durava desde a noite anterior.

— Sim. Faz um tempo — respondeu, relaxado.

— Bastante tempo. Você era desse tamanho aqui, na última vez que o vi. — Posicionou a mão aberta na altura da testa. Então, soltou uma risadinha. — Do tamanho que estou ajoelhada aqui...

— Ah, verdade...

Desperto do estado de transe causado pelo relaxamento, ele puxou a espada da bainha e a balançou para baixo.

Acompanhado pelos companheiros silentes, aproximou-se da jaula.

Notou uma fina camada de vapor gelado escapar das hastes brancas, logo percebendo que a respectiva era constituída por gelo.

“Igual aquele bloqueio”, lembrou-se do caso do labirinto, na segunda passagem do templo.

Sem pensar muito naquilo, teve cuidado em prol de cortar as estruturas através de dois ataques velozes; um no topo e outro na base.

Assim, a fronte do cubo estreito foi aberta,

Damon estendeu a mão livre até a meia-irmã, que agradeceu num aceno positivo e apanhou-a com sua palma delicada.

A puxou com certa facilidade, a fazendo ficar novamente de pé. Sua altura real era um pouco superior à do rapaz e das meninas ali, perdendo apenas para o filho de Apolo.

— Muito obrigada! — Eufórica com a liberdade, ela esticou o corpo inteiro. — Nossa, eu já estava morrendo de dores!

Nada obstante à aparência, Helena começava a demonstrar alguns trejeitos de descontração.

O baque inicial transmitido de sua presença divina foi diminuindo no ritmo das juntas se estalando por todo o corpo.

Finalizou o ato com um suspiro delongado, aliviando a tensão dos ombros.

— Então, ele eu conheço. Mas e quanto a vocês? — Delegou a atenção aos outros descendentes.

Depois de guardar a arma na bainha de couro, o cacheado voltou o rosto aos aliados.

Eles entoaram de prontidão:

— Lilith. Filha de Hades. — Colocou um punho na cintura.

— Elaine... filha de Ártemis — mussitou, incapaz de mirar a faceta “brilhante” da resgatada.

— E eu sou Gael!! Filho do esplêndido Deus do Sol, Apolo!! Muito prazer, senhorita!!

Como sempre, o animado descendente solar erguia o queixo ao entoar em voz alta, também cruzando os braços.

Perante a diversidade das apresentações, um sorriso despontou no rosto da caucasiana.

— Ah, eu não estava enganada! Já ouvi bastante sobre vocês — exclamou ao se aproximar deles.

— É mesmo? — Lilith inclinou a cabeça.

— Como não poderia? Vocês são alguns dos maiores prodígios desta geração! — Abriu os braços, quase os abraçando. — Mas vocês duas são lindas! E seu nome é bem parecido com o meu.

Deixando ambas as jovens coradas, cravou o rosto da azulada, que buscou fugir ainda mais daqueles olhos esmeraldas.

— M-minha mãe disse que... o escolheu por sua causa...

— Oh, sério? Não sabia disso! Fico lisonjeada.

“Ela é mais jogada do que eu pensava”, a ctónica contorceu os cílios, um tanto desconfortável com sua abordagem.

— De qualquer maneira, é um prazer conhecê-los pessoalmente. — Afastou-se um pouco, ao perceber o acuo delas. E fez uma rápida mesura de corpo. — Agradeço por ter vindo a meu resgate. Acredito que nem tinha certeza de que eu estava aqui e mesmo assim não desistiram.

Para confundir ainda mais a filha de Hades, a nova dose de acalento vinda dos gestos e das palavras da deusa a arrepiou.

— Você disse que ‘tava esperando a gente. — Damon voltou a comentar, a encarando de soslaio. — Como sabia que viríamos?

Helena demorou um pouco a responder. Nesse meio tempo, repousou o indicador no lábio inferior.

Deu meia-volta, no intuito de fitar a jaula de gelo.

— Foi com minha Bênção. — E depois, virou-se a eles outra vez. — Minha sensibilidade é bem aguçada, então senti alguém entrar no templo. Foi por isto.

Bênção... — A ruiva soltou um lamento que só o parceiro de longa data pôde captar.

Na inocência, a resgatada juntou as mãos no gesto característico e explicou.

— Com minha Oração da Verdade, posso descobrir tudo que esteja ao alcance. Então, acabei reconhecendo que não eram meus irmãos retornando. Por isso pude ficar aliviada.

— ‘Pera. Irmãos?

A reação prontificada de Damon ao termo frisado pela apóstola pegou os outros desprevenidos.

Os olhos azulados dele se estreitaram contra ela, que entendeu muito bem o significado daquilo.

Ela mesma não desejava guardar segredos, já que cedo ou tarde tudo seria desvendado.

— Se me permitirem, posso explicar enquanto retornamos para a cidade. Precisamos nos apressar.

Desfez, pela primeira vez, o sorriso benévolo da face.

Esse simples sinal trouxe uma onda de preocupação aos jovens da Classe Prodígio.

Agora acompanhados por Helena, os apóstolos passaram a tomar o caminho inverso do templo.

Depois de subirem a obscura escadaria, se depararam com o salão da armadilha derradeira: a, agora destruída, estela com os círculos que invocavam rajadas de Autoridade Elementar do Ar.

O empecilho estava derrubado, portanto ultrapassaram o local com pressa. Então, veio o corredor antecessor, das plataformas para o abismo de espinhos.

No entanto, essas não mais jogavam outras estacas de suas aberturas sobre o chão. E isso permitiu aos jovens retornarem com saltos tranquilos por todas elas.

Embora não usufruísse de uma aparência tão atlética, Helena conseguia os seguir sem problemas — ainda que os estivesse induzindo a correrem num ritmo mais específico.

Parte disso vinha do desconforto sobre as pernas, despertos pelo período no qual ficara na posição incômoda envolta da estreita jaula.

Ainda assim, aguentava as pequenas pontadas de agonia, à medida que avançava no percalço dos prodígios.

— Então a irmã Ártemis foi quem identificou meu paradeiro e os enviou até aqui — comentou sem parar a corrida.

— Também falamos com as meninas que você ‘tava auxiliando. Então, chegamos aqui e demos sorte de ser o lugar certo. — Damon fitava por cima do ombro enquanto respondia. — Foi esse seu perfume que me deu uma garantia.

— Você sentiu que era aqui pelo cheiro do perfume dela!!? — Gael arregalou os olhos castanhos ao encarar o companheiro.

— Damon possui um olfato bastante aguçado, afinal. — Helena ergueu o indicador. — Quando ele era criança, sabia o que eu utilizava para fazer só de sentir o cheiro.

“E eu odeio esse cheiro”, guardou a reclamação na própria mente, com as sobrancelhas pesadas.

— Esplêndido!! — O dourado levantou os punhos cerrados. — Então você pode descobrir onde qualquer pessoa está só de sentir os cheiros dela!!?

Genuinamente impressionado, ele se aproximou com brilho na íris.

— É, por aí... — O cacheado tentou desviar daquela fuzilada de euforia.

— Isso é mais do que esplêndido!! Estou ainda mais impressionado contigo, filho de Zeus!!

Ser confrontado daquela forma, por mais que fosse por um bom motivo, fez o olimpiano ter paz consigo mesmo.

Caso tivesse contado a descoberta ainda durante o período da busca, de certo perderia o controle da situação.

Dito isso, decidiu que nunca, em hipótese alguma, contaria qualquer coisa relacionada perto dele. Ficar em silêncio foi a única maneira de deixar as coisas esfriarem.

Por outro lado, Helena prendia algumas risadas com a mão à frente da boca.

A reação divertida dela fez o rapaz pigarrear, a fim de voltar à primeira linha de diálogo:

— As crianças mortais foram de grande ajuda — comentou numa maneira de bloquear a curiosidade do dourado.

— Isabelle e Mabelle têm quase a idade de vocês.

Após a correção feita por ela, o rapaz voltou a encarar o trajeto adiante.

— Elas disseram que você tinha saído de repente, dizendo que ia resolver “coisas importantes”. Isso teria a ver com os irmãos que falou mais cedo?

Pela indagação movida por seu irmão, Helena não escondeu o semblante melancólico.

O sorriso se foi mais uma vez, dando lugar a uma tremulação carregada sobre os lábios unidos.

Naquele momento, o quinteto passava pelo salão onde o gigante continuava desmaiado.

Um estalo diferenciado pegou o filho de Zeus, assimilando as feridas sangrentas que tinha encontrado no monstro.

Isso foi respondido logo na sequência pela própria resgatada:

— Creio que você não se lembre muito bem de Pollux e Castor.

 A colocação puxou seu olhar de volta a ela.

— Só de ouvir os nomes, acho que eu nem fui muito com a cara deles — retrucou, remetendo vagamente ao tal encontro. — Não lembro de muita coisa de antes dos meus nove anos...

Todos prestaram ouvidos àquela sentença final, mas pensaram naquilo como sendo algo natural.

A maioria deles não lograva de lembranças tão vívidas de seus tempos mais infantes.

Compreensiva a isso, Helena atentou-se à uma expressão de maior incômodo demonstrada pelo semelhante ao dizer aquilo.

Até alcançarem o próximo corredor obscuro, manteve-se fixada naquele olhar carregado.

Lilith tomou a dianteira, ciente de onde tinham chegado.

Ativou a visão noturna de imediato, esperando para guiar a todos contra as armadilhas de fogo outra vez.

O brilho surgido daqueles globos rubis encantou a Apóstola de Classe Iniciante, que tampouco se atentou à súbita mudança de comportamento do filho de Apolo, ao lado.

— Foram desativadas — mussitou a ruiva.

Ainda manteve o alerta, em prol de evitar quaisquer surpresas. Contudo, o quinteto passou pela região sem nenhum problema aparente.

A saída estava cada vez mais próxima. O tempo tomado durante a travessia de ida enfim estava sendo compensado, visto que retornavam no triplo de velocidade.

Tudo enfim parecia estar pendendo a favor deles.

No salão de acesso ao labirinto, o grupo freou um pouco da constante corrida para recuperar o vigor.

— Quando eu estava lecionando as duas, acabei vendo Castor e Pollux avançarem para a trilha florestal ao lado da vila. — Helena retomou o conto do caso. — Eles não pareciam ter me visto. E me perguntar sobre o que faziam aqui me fez decidir segui-los.

Conforme passavam pelo conjunto de percursos intricados andando, fitavam o rosto enternecido da jovem deusa.

Realizou um suspiro no decorrer de uma breve pausa, tentando tomar coragem para continuar.

Afinal, estava ciente de para onde seus relatos iriam direcionar aquela ocasião.

— Eu queria saber o que eles faziam aqui. Pelo que eu estive ciente, eles deveriam estar em uma missão de reconhecimento pelas Montanhas da Aroania. E ainda mais indo para uma região onde não existia nada além de construções antigas aos pedaços.

Abraçou-se, de modo a apertar os próprios braços.

Depois daquele novo intervalo silente, declarou:

— Foi então que eu vi os dois... juntos com uma figura coberta por um manto negro.

Lilith e Elaine trocaram olhares dúbios.

— Manto negro?... — Damon abaixou o tom, pensativo.

— Mas conseguiu ver quem era? — A filha de Hades interrogou.

A Classe Iniciante, a princípio, balançou a cabeça em negação. Então, prosseguiu:

— O capuz cobria sua face inteira. A única coisa que posso afirmar sobre essa pessoa, é que sua influência era diferenciada. — Engoliu em seco ao remeter à sensação de dar arrepios. — Nunca na vida experimentei algo tão... obscuro.

Damon divagou com base no detalhamento fornecido pela meia-irmã. No entanto, nada semelhante vinha à sua cabeça.

Tirando o evento na Ilha Methana, mal tinha explorado as regiões helênicas como agora. E, ainda assim, Delos era menor do que o primeiro desafio, vivenciado há dois meses.

Detalhes como aquele, cabalístico a ponto de trazer um fremido à jovem deusa, não deveriam passar despercebidos no respectivo ambiente.

— Aquilo me deixou assustada, então me escondi para ouvir a conversa que estavam tendo. Mas fui descoberta e tentei fazer algo. Castor disse para eu não me meter... e me golpeou na nuca.

Pelos Deuses... — Elaine tinha as mãos defronte os lábios, de maneira a abafar seu murmúrio.

— Eu desmaiei. E só recobrei a consciência já aprisionada, na jaula de gelo que Pollux fez.

Saíram do labirinto extenso, enfim a um corredor de deixarem o Templo de Astéria e retornarem à superfície da Ilha de Delos.

A exemplo dos locais anteriores, a última passagem tinha as armadilhas desativadas.

Sem a presença das lâminas giratórias ou dos soldados putrefatos, atravessaram a extensão tranquilamente.

— Não ‘tô entendendo muita coisa, mas... — Lilith interveio — agora, pensando um pouco, será que isso tudo está ligado ao ataque de ontem à noite?

A pergunta da ctónica veio como uma luz na cabeça de todos os apóstolos. Um rumo até parte da resolução parecia estar surgindo.

E nada além de apreensão retumbou sobre cada presente.

Diferente deles, Helena franziu o cenho, como se uma interrogação estivesse desenhada em seu rosto.

Os olhos estremecidos foram até a responsável por fazer o comentário, em prol de questionar:

— Que ataque... ocorreu ontem à noite?

Ao notar as vistas esgazeadas da mulher, a filha de Hades sentiu um frio escalar sua espinha.

— É verdade!! — Gael antepôs-se a ela. — Quando chegamos na vila, havia soldados esqueléticos chamadas de skeletós atacando os mortais!! Nós acabamos ajudando no caminho e destruímos os inimigos!!

— Mas ainda assim... alguns morreram... — Elaine completou, do seu jeito acanhado.

A Classe Iniciante, de início, tornou-se boquiaberta. Depois, o semblante chocado dirigiu-se ao solo, a ponto de enxergar os próprios pés que tinham, de repente, cessado o andar.

Já próximos da porta de saída do templo, todos pararam de caminhar ao perceberem que a resgatada tinha paralisado.

Reunindo a sequência completa de acontecimentos e somando-as aos relatos da ruiva-alaranjada, tudo levava a crer que os próprios irmãos tinham sido os mandantes do ataque à vila.

Ao menos, era nisso que todos ali pensavam, com destaque para Damon, de punhos fechados. Ainda precisava compreender as motivações desconhecidas, caso tivesse sido a dupla, mas...

— Devemos ir... depressa!!

Uma angústia rompante subiu o peito da mulher, que interrompeu as divagações com sua voz embargada.

Pego de sobressalto pelo quase grito da irmã, o olimpiano respondeu:

— Você tinha dito pra gente se apressar. Achei que sabia do ataque.

— Eu pretendia retornar para relatar tudo isso a nossos irmãos! Mas agora a situação mudou! — Ao rebater, ela cerrou os punhos. — Precisamos parar quem está fazendo isso! Ele deve estar com meus irmãos... eu sei que estão na ilha ainda!...

Na mudança de comportamento abrupta, Helena ultrapassou a todos com passos pesados, até que começou a correr na direção da saída.

Envoltos pelo desconforto daquela ação, nenhum dos quatro teve a capacidade de reagir no exato instante. O senso de urgência voltava a tomar forma,

Para a resgatada, um peso indescritível esmagava seu peito. Imaginar a possibilidade de aqueles dois, sangue de seu sangue, terem feito algo contra a integridade da importante vila divina.

Ou pior, de estarem planejando algo ainda maior...

“Por que eles fariam isso? O que está acontecendo?”, rangeu os dentes com força, tentando criar narrativas em sua cabeça que os livrasse das incriminações.

Ainda eram muito infundadas, de qualquer forma.

— Ei, ei!! — Gael voltou a chamar. — Será que esses dois e o cara do manto negro são fortes!!?

A euforia demonstrada pelo descendente solar, embora totalmente fora de hora, pôde desprender o filho de Zeus de seu estado inerte.

Ele correu para a reta final do corredor, sendo acompanhado segundos depois pelos aliados.

E no intuito de não ser perturbado pelo restante da ocorrência, o jovem cacheado tratou de dar alguma resposta ao dourado:

— Eles devem ser da Classe Superior.

Recebendo aquela simples frase, o filho de Apolo mostrou os dentes num riso afiado.

— Isso já é esplêndido!!

Àquela altura, Helena já tinha acessado as escadarias sombrias, rumo à superfície.

Damon percebeu que deixá-la subir sozinha poderia ser perigoso, então tratou de acelerar as passadas, mesmo que isso viesse a deixar os demais para trás.

Chegando na porta, foi incapaz de enxergá-la nos degraus a seguir.

— Helena!? — chamou por ela, chegando a criar ecos pelas paredes.

Nenhuma resposta veio.

Ele estalou a língua ao levar em conta a preocupação exacerbada da meia-irmã. Deveria ter sido mais atento em prol de poder evitar aquele desencontro.

Quando estava prestes a tomar o primeiro degrau, uma sensação gélida surgiu do alto. Graças a um zunido estranho, o garoto girou e gritou:

— Cuidado!!

Os três na retaguarda escutaram, porém demoraram a perceber. Foi Lilith que arregalou os olhos habituados à escuridão, segundos antes de uma gigantesca estaca de gelo voar na direção dos quatro.

Damon tinha saltado para a esquerda, conseguindo evitar a crosta afiada que explodiu ao colidir com o solo na entrada do santuário.

Toda a terra subterrânea tremeu. O estampido dominou os tímpanos do olimpiano, que sentiu na pele a influência congelante se repetir.

“Que merda foi essa!?”, com um dos olhos fechados, levantou-se com alguns arranhões pelas pernas e braços.

— Pessoal!?

Buscou alguma resposta dos parceiros. Nenhuma voz o replicou a princípio, o que por si já o deixou atônito.

— Damon!? — Com alguma tosse, Lilith se pronunciou.

O alento foi instantâneo.

— Lilith!? ‘Cê ‘tá bem!?

— Sim!... De alguma forma... — Só podia ouvir alguns ecos da voz atordoada dela. — Os outros dois também!...

O filho de Zeus respirou fundo ao saber que ninguém tinha sido comprometido — principalmente sua amiga.

Dito isso, não pestanejou em tomar a próxima decisão:

— Eu vou na frente!!

Sem esperar qualquer resposta, disparou pelo restante das escadarias, inquieto quanto a situação de sua meia-irmã.

“Se alguém disparou essa merda, então...!”, já pensava no pior, obtendo consciência da própria falha em proteger aquela que lutou para recuperar.

Num rápido período, percorreu a ascensão e saltou os últimos pontos de apoio. Chegando à abertura do pedestal defronte as duas estátuas, varreu o ambiente escurecido pela gradativa chegada da noite.

O nariz, no entanto, não falhou.

Ao experimentar um aroma extravagante, fez seu corpo girar no próprio eixo mais rápido que o pensamento.

— Olha só. Me achou — murmurou uma voz masculina delicada.

Ao ver somente Helena, o rapaz pensou em apanhar a espada na bainha. Porém, acabou por frear a investida ao percebê-la arfante e trêmula dos pés à cabeça.

Isso pois era retida por um braço fino, pertencente à figura que tinha entoado as palavras desprovidas de emoções.

Ele, todo franzino, usava o manto negro que a respectiva tinha informado durante o retorno.

Enquanto enlaçava o pescoço da ruiva com o membro superior, seus olhos verdes subiram contra a penumbra criada pela toca.

A brisa bateu contra seus corpos, estabelecendo o primeiro e absoluto clima de tensão no lugar onde os Deuses do Sol e da Lua vieram à vida.

Agradecimentos:

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Taldo Excamosh

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