Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Arco 2

Capítulo 26: Templo de Asteria 3 [cruzando a FRONTEIRA]

Após perder a paciência, o filho de Zeus estalou a língua. O corredor a seguir, ao invés de ser a resolução do problema, era apenas mais um.

Não havia chão, somente plataformas rochosas, porções encíclicas estendidas de um abismo recheado de espinhos afiados.

E não bastasse isso, alguns buracos se mostravam na superfície de cada piso, de onde estacas afiada surgiam em intervalos aleatórios.

Literalmente um jogo de sorte para aqueles que se atravessem a avançar por ali.

— Muito atrativo. Por que fariam algo assim? — Lilith resmungou, de braços cruzados.

— Será que escondem algo de extremo valor por aqui!!? — Gael levantou o punho, eufórico só de pensar na possibilidade.

Ninguém respondeu depois disso.

Pelo contrário, Damon não se acuou com o cenário desafiador e partiu em disparada com saltos velozes.

Antecipando as armadilhas terrestres com maestria, alcançou o outro lado num curtíssimo espaço de tempo.

Todos ficaram impressionados, mas foi Elaine que representou isso com sua boca aberta. Era um nível de velocidade superior ao que ele tinha demonstrado no primeiro salão.

Seu rompante, por sinal, deixara fagulhas cerúleos estalantes pelo caminho atravessado. Um rastro carregado de energia elétrica, proveniente de sua energia.

A filha de Hades torceu uma das sobrancelhas, ciente de que seria incapaz de repetir o feito. Ainda assim, já tinha compreendido parte do mecanismo, então resolveu avançar em seguida.

Com boa agilidade, cobriu todos os saltos antes que as estacas sequer pudessem surgir. Na ponta das sandálias escuras, fez a travessia dominada por certa tranquilidade.

Em vista disso, relaxou todo o corpo no meio do caminho. O susto veio quando uma das superfícies adiante subiu o ferrão, a assustando.

Isso a obrigou a mudar de itinerário, sendo pega de súbito por outro espeto. Puxou rapidamente o punhal e apertou o botão.

O mecanismo transformou a arma na grande foice, a permitindo fincar a lâmina curvilínea na parede mais próxima com toda força.

Pendurada pelo cabo do equipamento rubro-negro, tratou de retomar o fôlego perdido durante aquele breve intervalo de tensão.

— Quase, hein? — cutucou Damon.

— Gh...! Cala a boca!

Irritadiça, a ruiva rangeu os dentes e tentou se balançar na foice, assim que a estaca recuou.

Impulsionou-se à frente, ao mesmo tempo que trazia na força do braço o restante da arma. Depois de aterrissar, tratou de sair logo dali.

Mais cautelosa, completou o trajeto e se juntou ao companheiro no final do “corredor”.

— ‘Cê ‘tá bem?

Embora o novo questionamento carregasse genuína preocupação, o rapaz apenas recebeu uma desviada de olhar da jovem emburrada.

Era o bastante para um “sim”, ele pensou.

No princípio da passagem, a filha de Ártemis respirou aliviada com a reviravolta bem-sucedida da aliada.

“Ela reagiu em questão de segundos e se livrou de um problemão!! Eles são muito bons!!”, Gael abriu um sorriso afiado.

A inédita dose de ânimo causada pela outra dupla instigou o filho de Apolo a ser o próximo.

Tal como o primeiro, disparou a toda velocidade, saltando a esmo pelas plataformas.

Sem medo algum, percorreu as porções rochosas e, às vezes, usava as paredes para mudar suas trajetórias e pegar novos impulsos.

Seu modo enlouquecido tirou o ar restante da ctónica, que fechava a foice de volta ao punhal.

Por fim, ele deu um pulo tão estridente que chegou a rachar o solo onde pisava. E isso o permitiu passar por cima de vários dos definitivos, chegando com ímpeto ao destino.

Os cachos bagunçados e os tufos gêmeos oscilaram só com a corrente de ar trazida pelo último movimento do dourado.

— Avanço concluído com esplendor!!!

Ele se levantou e trouxe os punhos consigo, numa comemoração vibrante.

Nem o olimpiano nem a ctónica se atreveram a dizer algo. Só trocaram olhares rápidos.

— Vamos, Elaine!!! — gritou ao se virar à última integrante que restava.

Sentindo a voz estridente do rapaz invadi-la por inteiro, direcionou o olhar cabisbaixo às passagens. Era a primeira vez que as atentava por completo, já que tinha perdido todo o foco nos parceiros ao terem avançado.

Não conseguia parar de pensar no quanto eles eram incríveis por tomarem todas as iniciativas, desde a chegada em Delos.

Diferente dela, uma mera observadora que, até então, mal tinha ajudado em algo de grande relevância.

E independentemente dos ocorridos, eles sempre a chamavam para continuar.

Ponderar sobre a respectiva impotência lhe trouxe um turbilhão apreensivo. Apertou as mãos contra o peito, na tentativa de se auto impulsionar.

O semblante amedrontado mirou o abismo, cheio de estacas prontas para perfurar quem caísse.

Depois, voltou às porções terrestres, de onda vez ou outra ferrões ainda mais grossos despontavam.

Para piorar tudo, a falta de padrão da armadilha fazia a indecisão crescer dentro de si. Nem mesmo visualizar o próprio avanço criava algum conforto, alguma confiança.

Isso a fez fechar os olhos, com força. Querer se livrar de todos os pensamentos negativos só piorava sua situação.

— Você podia ter a trazido junto — indagou Lilith, sem descravar o foco da amedrontada.

— Eu nem cogitei essa hipótese!! — Gael apoiou os punhos fechados na cintura.

Depois de pensar um pouco mais, a ruiva prosseguiu:

— Sabe, a gente se entendeu depois do que aconteceu no navio, mas ver ela assim ainda me deixa um pouco curiosa. — Fez uma rápida pausa, medindo muito bem o tom de voz soturno. — Por que ela veio nessa missão? Confesso que me pergunto isso algumas vezes.

Damon permaneceu em silêncio, encarando a companheira de soslaio.

— Por que essa pergunta!!? — O solar bateu pernas à frente da garota. — Elaine é muito forte!! Ela é capaz de nos ajudar e passar por esse desafio bobo!!

À resposta dele, claramente num timbre desafiador, a filha do Submundo franziu o cenho.

Ainda tinha suas dúvidas sobre o quanto aquilo era um método de ele a proteger.

— Elaine!!! — Voltou a bradar a ela, que reabriu as vistas. — Acredite em si mesma!!

Determinante nas palavras, outra vez alcançou o âmago da jovem lunar.

“Até onde isso vai mudar algo?”, Lilith balançou a cabeça em negação.

O filho de Zeus a observou por um tempo. Daquela maneira, as circunstâncias só tendiam a regressar ao clima da viagem pela noite passada.

Ele próprio, ciente de algumas razões para que a amiga perdesse o equilíbrio ante a filha da Deusa da Lua, estava duvidoso nas capacidades dela.

Um estado de impotência gritante, capaz de remover toda a força para movimentar um músculo do corpo.

Pensar nisso... ou melhor, ver isso em prática fazia a descendente do Mundo dos Mortos cerrar os punhos com vigor.

No entanto, a surpresa chegou através do som de passos firmes a metros de distância. Todos ergueram a cabeça, ao que o sorriso do filho de Apolo se solidificou.

Elaine encontrara a determinação em prol de pular à plataforma mais próxima. Antes isto fosse o fator mais surpreendente de todo o momento.

“Ela está...!?”, de volta à realidade, a ruiva ergueu as sobrancelhas e separou os lábios.

A filha de Ártemis estava de olhos fechados.

E mesmo assim, se equilibrou com perfeição no piso do qual as sandálias tocaram em sequência.

Poucos segundos se passaram, até que saltou à próxima. E à próxima. E depois a mais outra.

Através de deslocamentos delicados, num ritmo compassado, ela completou a travessia da primeira metade da extensão no capricho.

Partindo da segunda metade, ganhou velocidade nos saltos, a ponto de evitar todas as estacas a surgirem pelos buracos terrenos.

No fim, foi bem-sucedida em passar até o piso final, no lado oposto do corredor. Juntou-se aos companheiros ao pousar com segurança à frente deles.

Tomou fôlego por um breve átimo e, concluindo a impressionante travessia, abriu os olhos estremecidos.

O receio voltou num turbilhão. Se deparar com os olhares dos demais a fez engolir em seco, incapaz de encontrar um outro ponto para “se esconder”.

— Isso foi esplêndido!! — Gael bateu palmas. — Eu falei que ia conseguir!!

— Foi bom mesmo — disse Damon, um pouco impactado.

Do lado dele, Lilith assentiu com a cabeça e desenhou um fraco sorriso para a jovem lunar.

Elaine ergueu um pouco das vistas marrons, feliz por receber o sinal positivo da colega. Devolveu da mesma maneira, embora bem mais travada do que a respectiva.

Sem prestar alguma congratulação direta, Damon girou sobre os tornozelos. Visando a próxima entrada, empurrou-a com a palma canhota.

Ela, contudo, não se moveu.

Seus olhos foram direcionados à pequena maçaneta, unida à estrutura metálica. O pior pressentimento correu por sua cabeça, entretanto ele seguiu em frente e a puxou.

Com todo cuidado, criou uma brecha rasa.

Na execução do deslocamento contra o torso, que veio com um fraco rangido, experimentou uma corrente de ar ultrapassar a fresta.

Elevou-se a desconfiança. Portanto, interrompeu a ação antes de abri-la por completo.

— Tenham cuidado — murmurou sem nem fitar os demais.

O fraco fluxo alcançou-os logo sem seguida.

Cientes do provável perigo na sala a seguir, tornaram-se alertas pela retaguarda do líder.

Lilith levou a mão ao punhal, prestes a puxá-lo e já com o polegar posicionado acima do botão.

Gael fechou os palmos vestidos pelas luvas brancas, aprontado para qualquer desafio.

Elaine somente assentiu e inclinou ligeiramente a cabeça.

Damon prestou um novo aceno. Trocou a mão dominante da maçaneta ao punho da espada nas costas, levando a esquerda a completar o trabalho.

Ele terminou de abrir a porta. E nada aconteceu.

Tal ocorrência fez os acompanhantes se sentirem ludibriados. Essa sensação não durou nem cinco segundos.

De súbita, uma onda de vento poderosa disparou da câmara e colidiu contra seus corpos. O repentino impacto os jogou para trás com violência.

A porta segura pelo filho de Zeus só não fora arrancada pois era dobradiça até o fim, se chocando com a parede ao lado.

Já os apóstolos não saborearam a mesma sorte e foram, sem resposta alguma, enviados aos poucos de volta para cair no abismo.

“Mas que merda!?”, pensando com segundos de atraso, Damon puxou a espada e a enterrou com força no solo.

Segurar em sua empunhadura foi a única saída em prol de não ser arrastado.

Incapaz de manter os olhos abertos contra a ventania, virou o rosto na direção dos outros.

Lilith tinha conseguido transformar o punhal na foice, a fincando na parede ao lado em prol de se agarrar com a palma destra. A canhota tinha a mão de Elaine segura, não a permitindo seguir o destino cruel.

Por outro lado, Gael, destituído de equipamentos semelhantes, forçou ao máximo as pernas no chão e inclinou o tronco, juntando-as às mãos.

Isso de longe seria suficiente; sem algum suporte, via os membros serem arrastados de maneira gradativa.

Na visão do caso urgente do companheiro, a filha de Ártemis se esforçou em prol de apanhá-lo com o palmo livre.

No entanto o eufórico dourado depositou todas as energias na realização da única ideia que passou por sua cabeça.

E gritou, do fundo da alma:

— NÃO VOU PERDEEER!!

Socou o chão com o punho destro.

Afundou-o no bloco de pedras ao abrir um buraco considerável no respectivo. Assim, encontrou seu modo de permanecer preso ao plano.

Só que ele foi além.

Depositou toda a força no braço esticado e empurrou o próprio corpo no sentido contrário da ventania. Então, fechou o punho canhoto, repetindo o processo anterior.

Ao segurar-se com o novo ponto de suporte, tentou levantar o rosto. Os olhos não aguentavam tamanha rajada, por isso não teve escolha senão a manter abaixada.

Tal imbróglio impedia qualquer um de encontrar a causa da proliferação agressiva.

O olimpiano, mais próxima da passagem, pensou em arriscar um combate direto com sua espada. Certamente seria levado no instante que a retirasse do solo, mas não enxergava outro caminho possível.

Só que o inesperado ocorreu.

A força do vento começou a diminuir e diminuir. Até que se extinguiu da região.

Sem mais serem impelidos pela corrente avassaladora, todos se postaram de novo.

E o filho de Zeus não pensou duas vezes em correr para dentro do salão encíclico. Nele, uma estela encontrava-se no exato meio do recinto.

Em sua superfície, três desenhos circulares com tipografias estranhas chamavam a atenção. De coloração bege, aos poucos passaram a retomar um brilho.

“Deve ser isso”, pensou ao saltar na direção da pedra, antes que a ventania fosse reiniciada.

Antes que a rajada nascesse de novo, desceu um ataque certeiro com a espada, atingindo a estrutura retangular.

Rangeu os dentes ao empenhar-se no intuito de cortá-la ao meio. Criou as primeiras rachaduras na região atingida, mas tinha dificuldades para ir além daquilo.

“É resistente demais!”, franziu o cenho, pois seria acertado em cheio pela corrente de ar e não teria forma alguma de impedir ser lançado de volta.

— AGORA!!!

O brado de Gael ecoou por todo o local.

Ao encarar por cima do ombro, o olimpiano viu que ele estava acompanhado da filha de Hades; ambos preparados para atingirem a estrutura com suas armas.

O soco dele foi direto, no meio da estela.

A foice da ruiva veio na direção contrária ao golpe do cacheado, numa horizontal ascendente.

Num último esforço, ele depositou um pouco de energia na lâmina, a exemplo dos outros dois.

Quando os primeiros fluxos leves de ar surgiram dos círculos, as rachaduras se intensificaram. E os três, no ápice da tragédia, conseguiram desmontar a região superior do retângulo resistente.

Ao perder contato com a elevação, Damon caiu de costas no solo. Gael foi à frente, por cima dos escombros que estremeceram o ambiente. Lilith foi a única a permanecer de pé, com Elaine vindo logo atrás.

Ofegantes, observaram o brilho dos círculos partidos cessar de vez.

— Conseguimos!! — O dourado se levantou dos destroços, num tom triunfante.

— O que foi isso?... — Ao recuar a foice ao punhal, a ctónica estendeu a mão para o parceiro.

Ele aceitou a ajuda. Quando se postou de novo, guardou a espada na bainha.

— É uma Autoridade Elementar... — Levou os dedos a deslizarem sobre a camada lisa. — Nunca vi nada parecido.

— Sério, por que construiriam essas coisas nesse templo!?

Quando o furor da adrenalina possuiu Lilith a indagar com afinco, Elaine balançou a cabeça em negativa.

Como ninguém poderia chegar a uma resposta, pelo quanto mais perdessem tempo pensando, o filho de Zeus seguiu em frente.

Seus passos chamaram a atenção do restante do grupo, que não tinham outra opção senão segui-lo.

A descendente do Submundo prestou uma última olhadela à estela partida. Através de um resmungo, deu a volta e acompanhou os outros.

Sendo Damon o primeiro a ultrapassar a nova passagem, se deparou com mais uma escadaria. Essa levava mais abaixo do que já se encontravam.

Então, suas narinas reagiram.

A fragrância familiar, doce como um perfume, tornou-se tão intensa quanto em qualquer parte do templo desbravado.

— É aqui — cravou no puro instinto.

Sem pestanejar, saltou pelos degraus, cheio de pressa. Não se importou em deixar o trio para trás, nem quando a filha de Hades gritou por seu nome.

Sumiu da vista deles ao adentrar a parcela de escuridão.

Àquela altura, Gael já tinha voltado a tremer. De todo modo, quando viu a ctónica avançar em seguida, tomou coragem para ir à descida junto com Elaine.

Damon experimentou um zunido irritante se alastrar pelos ouvidos. Isso não o impediu de, após alguns segundos, chegar à entrada do próximo âmbito.

Nem pensou duas vezes ao chutá-la no centro da estrutura, a derrubando.

Quando o clarão escapou para além do interior, Lilith não precisou mais da visão noturna em prol de se guiar. E os efeitos da nictofobia sumiram aos poucos de Gael.

Sendo a primeira a chegar após o rapaz, esgueirou-se até o flanco direito dele.

— Por que você sempre sai me deixando pra trás assim!?

O sermão da ruiva foi ignorado pelo rapaz, que só tinha foco no que estava adiante. E nesse sentido, avançou pelo interior do ambiente onde o aroma especial dominava.

Ela pensou em reclamar, porém preferiu entrar.

As tochas brancas se espalhavam pelos arredores do espaço diminuto, em comparação aos demais atravessados até então.

Logo de cara, se depararam com o símbolo de uma árvore no topo de outra porta. E antes dela, no centro da sala, o objetivo.

O longo e brilhante cabelo ruivo-alaranjado foi reconhecido pelo olimpiano de prontidão. Estavam detrás de uma jaula branca, que conseguia destacar ainda mais aquele aspecto da mulher ajoelhada.

Toda a tensão esvaneceu por meio de um lamento pesado.

E embora tivesse sido bem chamativo com o chute na porta, a respectiva manteve-se virada, atenta à escultura peculiar na superfície à frente.

Decidido a finalizar aquela busca de vez, Damon chamou em um sussurro:

— Você é a Helena?...

Lilith estreitou as vistas. No mesmo átimo, Gael e Elaine terminaram a descida, caminhando com serenidade até se juntarem a eles.

— Sim — mussitou em resposta.

Só então virou o rosto, agraciado por um benévolo sorriso.

Os olhos esverdeados pareciam emitir um brilho efêmero, responsável por tirar o fôlego de todos os apóstolos presentes.

Com uma presilha de borboleta multicolorida presa à lateral do cabelo ondulado, transmitiu a eles uma influência absolutamente revigorante.

— Estive esperando ansiosamente por vocês.

Ao delegar a resposta que misturava felicidade e alívio, o quarteto enviado pelo Olimpo pôde celebrar em silêncio.

A primeira parte da missão havia sido concluída.

Agradecimentos:

Gostaria de agradecer imensamente aos apoiadores.

Primeiramente, os jovens Mortais:

Taldo Excamosh

Eduzim

E também aos grandíssimos Depuradores:

Alonso Allen

Cavalier

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