Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Arco 2

Capítulo 24: Templo de Asteria

No vislumbre dos arredores da trilha, o quarteto avançou a passos comedidos.

O aumento do número de árvores era gradativo e causava um afunilamento das passagens de terra disponíveis. Com as ruínas, o mesmo ocorria.

Contudo, apresentavam-se menos destruídas em comparação às vistas no início. Tomadas pela abundância da natureza, iam de colunas a edificações incompletas, consumidas pelo tempo.

O ambiente já tinha entrado na lista de costumes para Damon e Lilith, vide a missão anterior. A grande diferença concernia à presença de vida animal que ali habitava.

Longe da vila, eram cercados por alguns cervos que, vez ou outra, saltavam entre as passagens cerradas. O canto dos pássaros infestava a região.

Elaine era a única que se sentia confortável. Rodeada pela parcela selvagem que sua mãe, a Deusa da Lua, tinha domínio, nem tentava esconder o fraco sorriso que despontava na face pálida.

Só não esperava pelo que viria a seguir:

— Por acaso seus pais possuem algum templo pessoal nessa ilha? — Lilith encarou a dupla peculiar ao indagar.

Com a citação de Olaf acerca do tal “antigo templo”, passado em histórias pelas gerações dos delianos, talvez esse fosse o caso.

Lado a lado, os dois reagiram às próprias maneiras.

A menina adotou o silêncio, desviando o olhar; o rapaz, que tinha percebido o conforto da companheira naquele ambiente familiar, subiu o polegar.

E logo o virou para baixo, pegando a ruiva de surpresa.

— Não!! — Para só depois responder a plenos pulmões.

A garota se perguntou o motivo de tanto suspense durante a resposta, mas preferiu ficar quieta.

— É. Se tivesse algo assim aqui, acho que eles já teriam dito — comentou Damon.

— Não custava perguntar, né? — A parceira franziu o cenho. — Eles veneram tanto os dois que só passou pela cabeça. E por falar nisso, vocês nunca vieram aqui, antes?

— Visitamos umas duas vezes, com nossos pais!! — O dourado estendeu os dedos indicador e médio. — Mas eu e Elaine não passamos da vila!!

A noturna assentiu em confirmação às palavras do companheiro.

— Sei... Então foi o mesmo com vocês... — O cacheado mussitou, sem deixar de mirar o trajeto.

— Como assim “o mesmo”!!?

— Nem eu nem Lilith pudemos explorar outros lugares antes de entrarmos na corporação. — Levantou o rosto. Cada sequência tornava mais difícil de ver o céu. — Se não fosse com companhia de algum deus, claro.

Dessa vez, foi a de caudas gêmeas que assentiu no complemento do rapaz.

Naquele momento, a filha de Ártemis manteve o rosto fixo no alto, redobrando a atenção acima da dupla. Algo a mais clareou em sua mente, a deixando um pouco boquiaberta.

Gael notou o foco demasiado da jovem no ato. Os lábios se curvaram num riso de satisfação. Podia ver que, aos poucos, ela começava a entender mais sobre aquelas pessoas.

E o mesmo valia para si própria.

— ‘Tá. Mas vocês conseguem pensar em alguma coisa ligada a esse templo que aquele mortal falou? — O filho de Zeus os encarou por cima do ombro.

— Hm!! Pode ser alguma coisa ligada a nossos pais!! — Ergueu o indicador, movendo a cabeça num gesto positivo. — Só que meu pai nunca falou nada sobre isso comigo!!

— E você? Sabe sobre algo?

Quando os olhos azul-escuros cruzaram com os marrons da lunar, o esperado se cumpriu e ela fugiu deles a priori. O destino foi a íris castanha do parceiro.

Sem pestanejar, ele fez que sim com a cabeça para ela. A fim de agarrar a confiança transmitida pelo filho de Apolo, engoliu em seco e apertou os punhos.

Antes de ir ao ponto necessário, voltou-se à filha de Hades.

Sua face se voltou à direção do solo terroso. Por meio de um esforçado sussurro, soltou palavras presas ao peito:

— M-me desculpe... por ter falado daquele jeito!...

A ação da menina fez todos interromperem o avanço junto dela. As vistas da ctónica arregalaram, desprovida de palavras para retrucar ou externar qualquer outro tipo de reação.

Por outro lado, o olimpiano carregava um semblante dúbio. Só depois de alguns segundos, remeteu ao caso da noite anterior, na viagem de Delfos àquela ilha.

Toda a confusão causou um silêncio abissal no terreno, sobreposto pelo uivo da brisa. Sabiam que não era o momento para aquilo, mas deveria ser melhor permitir que se entendessem.

Só que a resposta a seguir foi ainda mais inesperada.

Quem riu foi a própria Lilith, fazendo as caudas balançarem à medida que os ombros subiam e desciam, efusivos. Levou segundos até que se controlasse, tirando uma lágrima do canto do olho.

— Nossa... Você é toda cautelosa mesmo. — Quando parou de arfar, seguiu com complacência: — Eu te julguei mal. Não precisava se desculpar. Aquilo foi só uma... distração!

— Dis... tração?...

— É, isso aí. Algo como uma brincadeira. Eu disse que queria fazer alguma afinidade com vocês.

Ergueu a mão num gesto de juramento.

O que mais era perceptível nas palavras ditas por ela era a insegurança que elas também traziam.

Em vista disso, Damon, compreensivo a toda a história, resolveu intervir:

— Pra uma “distração”, ‘cê foi bem agressiva naquela hora...

Lilith tentou virar um tapa na cabeça do garoto, porém ele desviou sem dificuldades. E voltou a caminhar, como se nada tivesse ocorrido.

O clima descontraído tirou novas risadas do filho de Apolo e deixou a de Ártemis ainda mais deslocada. Mas, no fim, ela tinha conseguido superar sua primeira barreira.

Continuou a observar os dois à frente, enquanto subiam um aclive levemente acentuado. Até que eles pararam se voltaram, pegos de súbito pelo que acabavam de contatar.

Dessa vez, seus lábios desenhavam um sorriso de felicidade genuína. Sem nenhum temor, ela mostrou o semblante aos novos aliados, que receberam um misto de encanto e perplexidade.

Pela primeira vez em sua jornada, Elaine sentia que era capaz de olhá-los nos olhos sem desconfiança. Embora alguns resquícios de timidez precisassem se acostumar naquele curto período, a obstrução interior tinha sido derrubada.

A partir dali, falaria de igual para igual com eles.

Por ironia, quem desviou o foco ali foi Lilith, acanhada perante tamanha graça. Em prol de não se deixar afetar, deu meia-volta e tornou-se a líder da caminhada, com passos apressados.

Damon a fitou, em silêncio. Sem ter muito a fazer diante da nova alteração emocional da ruiva, chamou os outros dois com a cabeça e a acompanhou.

Os quatro ascenderam a um novo pedaço da trilha, alcançando um campo aberto.

A colina em questão não possuía ruínas nos arredores. As árvores se aglomeravam e cercavam a região, indicando a exploração de rumos inéditos pelos quatro cantos da terra.

— Olhem só!!

Entretanto, aquele era o ponto derradeiro da busca dos descendentes divinos.

Antecipando a reação dos demais, Gael indicou as grandes estátuas localizadas no meão da superfície. Era o único ponto daquele lugar em que o solo era feito com pedras sobre o relvado.

Sem delongas, os Classe Prodígio reconheceram a quem as construções feitas à mão eram designadas.

— Apolo e Ártemis — mussitou o filho de Zeus. — Aliás, o que significa eles serem chamados de Febo e Diana?

Ao ser encarada diretamente pela pergunta, a jovem lunar comentou:

— Deuses são conhecidos por mais de um nome... em lugares diferentes, às vezes...

— Hm...

Tendo aquilo como o suficiente para saciar sua curiosidade, voltou a fitar o objetivo.

Feitas em mármore e ornamentadas com bronze, as figuras de tamanho real encontravam-se paralelas uma a outra.

E, como de praxe, não eram nem um pouco fiéis à aparência das divindades reais.

Damon foi o primeiro a se aproximar, conferindo a resistência das pilastras antigas. Estavam descascando em alguns pontos, porém ainda intactos.

Sendo quatro no total, uma em cada “ponta”, formavam uma adjacência quadrangular com as figuras em seu centro.

Adiante dessas, inclusive, um pedestal retangular se apresentava com uma mancha vermelho-escuro também no centro.

— Então. — O jovem voltou a olhar para os descendentes respectivos. — Sobre a pergunta que fiz antes...

Em instantes, a filha da Deusa da Lua assentiu.

Gael e Lilith averiguavam as estátuas, a procura de qualquer pista interessante.

Nesse intermeio, a jovem lunar respirou fundo, a fim de entoar:

— Foi aqui que minha mãe e o tio Apolo nasceram... — Passou os dedos sobre a coluna deitada. — Eu ainda era criança, então ela me contava... histórias de ninar. Lembro que ela dizia que... embaixo da terra onde vieram à luz... existia uma lembrança antiga, do passado...

Repousou a palma acima do local manchado, com leveza. Só não contava com o tremor consequente àquele ato, que a jogou para trás num sobressalto.

— Uah! — E foi a filha de Hades quem reclamou. — O que você fez!?

— Hahaha!! — Gael estava pendurado na estátua e saltou de volta ao plano. — Tinha visto que alguém tinha tocado naquilo, então resolvi testar!! E parece que foi esplêndido!!

Num sorriso triunfante, ele mostrou que tinha mexido na posição da flecha estendida sobre o arco do Deus do Sol. Antes estava apontada para cima e, agora, pendia na vertente do chão.

Com isso, a terra chacoalhou, fazendo a descendente lunar cair com o traseiro.  

O olimpiano recuou dois passos, na expectativa dos efeitos que o leve abalo traria. Todos estavam prontos para lutar.

Todavia, a solução foi bem simples. O pedestal cresceu das raízes no solo e, quando parou de subir, abriu uma passagem ao descer com a pedra da superfície.

A obscura escadaria direcionava ao subterrâneo.

O tremor cessou. E todos puderam relaxar.

— Então essa é a lembrança?

O cacheado fitou Elaine, que se levantava com ajuda do parceiro. Aflita pelo evento inesperado, ela não pôde responder muito bem.

Só que aquele parecia ser o melhor tiro para os Classe Prodígio.

O primeiro a avançar foi Damon. Pisou no primeiro degrau, de onde um ar gélido surgiu instantâneo. Sua espinha arrepiou na hora.

Sentia que era, de fato, aquele lugar.

— Vamos descer? — Boquiaberta, Lilith perguntou.

— Acho que a gente não tem escolha melhor. Ela deve estar aqui — Damon cerrou os punhos. Algo a mais irradiava da influência gelada, mas não era capaz de discernir. — Você vai na frente.

— Hã!? Por que eu!?

— É óbvio. Você tem a melhor visão no escuro. Vai ser mais fácil se nos guiar.

Sem respostas para a retruca bem pensada do parceiro, seguiu a indicação e tomou a dianteira. Os olhos rubis brilharam que nem faróis no meio do breu.

Impressionados com a capacidade da garota, Gael e Elaine desceram na sequência — o jovem já experimentando o temor causado pela fobia peculiar.

Damon os acompanharia por último. Porém, um aroma extravagante infestou seus narizes, o fazendo virar metade do corpo na velocidade do pensamento.

Uma forte corrente de ar fez o cabelo cor de vinho menear, no mesmo ritmo das folhas nas cercanias. A desconfiança cresceu, porém o odor desapareceu num piscar.

Diante de inúmeras possibilidades, incapaz de definir se tinha sido fruto de sua cabeça ou não, regressou ao trajeto para o subsolo.

As escadarias conduziram os apóstolos por alguns minutos até uma passagem estreita e retilínea. No fim dela, havia um grande espaço encíclico, semelhante a um salão olímpico.

Tochas azuladas iluminavam a região singular, onde o foco principal se delimitava à construção adiante. Os pilares redondos, cheios de adornos característicos, se alinhavam na entrada aberta.

As decorações do interior envolviam tipografias jamais vistas em qualquer parte de Hélade, além de gravuras rupestres inidentificáveis para os jovens.

No topo da face externa, um símbolo de três estrelas interligadas, sendo uma maior que a outra. E finas camadas de névoa em volta completavam a natureza do cenário.

— Realmente... tem um templo aqui — Lilith mussitou, pisando sobre pontos cheios de grama e entulhos.

O ar desafiador retumbava no recinto.

Era diferente de qualquer outra experiência já tida em vida, até mesmo para aqueles que confrontaram a sanguinolência da Ilha Methana.

Por um átimo, Damon considerou a possibilidade de existir algo a mais ali dentro. Algo tão importante a ponto de tamanha confidência quanto a localização...

— Uma vez minha mãe me contou sobre essa ilha...

Elaine voltou a declamar, ainda com a voz num tinido suave.

Todos prenderam a atenção na garota, que mirava o entalhe estrelado na face superior da entrada.

— Nem sempre essa ilha se chamou Delos... — Levou uma das mãos à altura do peito. — Nossa avó era conhecida como Deusa do Anoitecer... O nome dela era Leto... E para dar à luz a minha mãe e ao tio Apolo... ela procurava por um lugar escondido... pois queria fugir de alguém...

Quanto mais ela dialogava, mais o peso gigantesco era varrido do próprio corpo.

— Para isso, sua irmã mais velha fez um juramento... Ela se tornaria o esconderijo... e permitiria que sua irmã mais nova desse à luz... — Apontou na direção do símbolo. — A irmã mais velha usou todas as suas energias... para se tornar a própria luz que a protegeu... Assim, minha mãe e tio Apolo puderam nascer...

Sendo a primeira vez que escutavam algo semelhante, Lilith e Damon se mostravam impressionados.

A garota separava os lábios por poucos centímetros, ao que o rapaz levantava as sobrancelhas com vagueza.

— Dela, surgiu o primeiro nome da ilha... Asteria. Esse templo foi encontrado por nossa avó, algum tempo depois... e deu esse mesmo nome a ele...

— E aqui estamos — bufou o olimpiano, de olho na entrada.

A filha de Ártemis acenou em positivo.

— E por que ela se chama Delos, agora? — A ctónica repousou um dos punhos na cintura.

— Foi meu pai que a nomeou assim! Depois de nascer! — O amedrontado Gael tentou mascarar o temor, mas sua fala trêmula já entregava. — Antes de Delfos, ele queria tornar essa a sua terra sagrada!

— Tomada de posse, hein — cochichou o cacheado.

— E minha mãe o forçou a repartir o domínio... — Elaine soltou uma risadinha desconsertada.

— ‘Tá. Agora, por que esse templo fica debaixo da terra?

— Não sei... Pelo que entendi, ele já parecia existir... Minha mãe não contou nada sobre isso...

Damon deu duas batidas com os ossinhos do dorso da mão na porta. O som ecoante arrancado deixou o apóstolo intrigado.

“Alguém esteve aqui. Não faz tanto tempo”, resíduos da fragrância experimentada no início da escadaria residiam por ali.

Estreitou os olhos na expectativa de encontrar alguma atribulação na busca pelo objetivo.

— O que acha, Damon? — Lilith também observava as paredes pintadas.

A princípio, como em Methana, ele optou por guardar a informação captada pelo olfato em sigilo.

— Pode ser que Helena esteja aqui. — Fitou-os de lado. — Valeu pelas informações. Vamos continuar.

O veredito fez com que o trio em sua retaguarda voltasse a se unir.

Ao ver que todos estavam preparados, o filho de Zeus utilizou as duas mãos no intuito de empurrar a porta.

Um ar ainda mais frígido escapou, dando as boas-vindas aos Classe Prodígio para seu principal desafio naquela missão: o Templo de Asteria.

Assim que os apóstolos prosseguiram, um indivíduo escondido nos arvoredos soltou a respiração presa.

Suas vistas estavam paralisadas. Depois de ver que tinha sido percebido por um dos jovens, entendeu que aquilo não se tratava de nenhuma brincadeira.

Minutos após os quatro terem descido as escadarias, utilizou a oportunidade para girar sobre os tornozelos e desaparecer no aglomerado florestal.

Numa celeridade considerável, regressou à região onde boa parte das ruínas se amontoava. Porém, pegou um desvio da trilha original.

Indo mais a Leste do matagal cheio de construções acabadas, chegou a uma grande edificação que também se enquadrava no quesito.

Seu manto escuro dançou, assim que ultrapassou a entrada. Duas figuras trajadas no mesmo estilo se encontravam no interior, abraçados pela natureza.

— Descobriram a passagem — disse o franzino, assim que se junto aos dois.

Levou a mão ao capuz que escondia o cabelo ruivo e a desceu à altura das costas.

A pequena franja cobria parte dos olhos esverdeados. Logo a penteou para trás com as divisórias dos dedos, permitindo que a superfície tomasse um aspecto ligeiramente ondulado.

— Não se preocupe com isso — respondeu um dos homens inertes. — Aconteceria uma hora ou outra. Esses deuses são muito enxeridos.

Abriu os braços musculosos, enquanto oferecia um sorriso feroz, ainda sem mostrar os dentes.

O tom de pele mais escurecido combinava com os olhos castanhos, porém destoava dos fios branco-azulados que caíam ao redor do pescoço.

Castor e Pollux foram envoltos pela nova brisa que invadiu o antigo santuário. As plantas dançavam com vagarosidade, assim como as bordas de suas capas.

— O plano seguirá o mesmo — prosseguiu ao encarar a terceira figura.

Diferente dos irmãos, esse era inidentificável dos pés à cabeça, todo coberto pelo trajeto escuro.

A toca alongada resguardava boa parte do rosto, revelando nada mais que seu nariz apontado e a boca contraída.

— Até atravessarem aquela parte do templo, vão demorar para alcançar Helena. Temos todos os fatores surpresa e a vantagem ao nosso lado!

— Acho que precisamos manter uma cautela maior, meu irmão. — Pollux franziu o cenho. — Eu fui percebido por um deles, mesmo estando perfeitamente escondido. Mesmo sendo de classe inferior, esses garotos ainda são filhos de grandes deuses. Sem contar os skéletos que um deles destruiu com as mãos puras.

Skeletós são fracos por natureza. Apenas mortais incapazes sofrem contra esses monstros. Se fossem Legeonários seria pior para eles...

— Mas eles foram enviados muito rapidamente. — Se sentou sobre uma pilastra derrubada da escada desfeita. — Por pouco não tivemos nossa cronometragem...

— Aí mataríamos eles no ato!

Quando Castor apertou a mão em riste, seu irmão ficou em completo silêncio.

Foi a oportunidade para o terceiro indivíduo se pronunciar, através de um timbre sombrio:

— Ficarei no aguardo por novas informações. Antes de partir, perguntarei mais uma vez: vocês possuem total certeza de que darão conta?

O robusto assentiu com a cabeça e respondeu:

— Sim, sim, já dissemos. Estamos determinados quanto a isso.

— Nesse caso...

Sem completar, o acobertado caminhou até a saída do santuário. As plantas ao redor se afastarem na hora que seus pés pisaram no solo relvado.

Como o próprio vento, ele se foi.

Os dois irmãos sobraram nas ruínas, quietos até que tivessem certeza sobre a deixa do mediador.

Pollux exalou um forte lamento, quebrando a quietude do ambiente parcialmente iluminado pelo sol. Certa dose de conforto o envolveu após a despedida do misterioso.

— O que faremos agora? — perguntou com um murmúrio.

O branco-azulado abriu um sorriso vil no rosto. Os dentes amarelados surgiram, já entregando parte da resposta ao semelhante.

— Faremos nosso nome ecoar pelo vento...

Levou a palma até o rosto, enquanto mirava um símbolo na parede ao lado, que se sustentava entre os destroços.

A forma circular remetia à própria lua cheia.

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