Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 2 – Arco 2

Capítulo 18: Lados Distintos

Abaixo da terra, o lado oposto da montanha que marcava o reinado de Zeus exalava o ar frígido da morte por todos os cantos.

Ornamentado em sua maioria por tochas de fogo púrpuro, inúmeras estátuas de criaturas nada usuais e câmaras obscuras que criavam caminhos perigosos, o local não podia ser acessado por indivíduos quaisquer.

Numa dessas construções, de mesma estrutura que os elaborados templos da superfície, a garota de cabelo ruivo caminhava solitária até seus aposentos.

Quando entrou no quarto, a primeira ação foi encarar o próprio reflexo no espelho de uma penteadeira.

Envolta por lustres com chamas lilases, incumbidos de iluminar o recinto obscuro, semicerrou os olhos rubis.

Por fim, removeu os laços responsáveis por prender as características caudas gêmeas.

Livres das amarras laterais, os fios de natureza ondulada penderam por metade das costas. Algumas mechas separadas escorreram sobre os ombros tensionados.

Passou alguns segundos sem mover um músculo. Tomada pela morosidade, retirou a roupa úmida, proveniente da tarefa na Ilha Methana, e dirigiu-se até a prateleira de madeira onde guardava outras vestimentas.

Puxou um vestido vermelho-escuro, para em seguida ir até uma das portas da câmara espaçosa.

Com a banheira de esqueletos preparada, deitou o corpo cansado na água quente e exalou um suspiro de relaxamento. De olhos fechados, remeteu aos acontecimentos do dia anterior.

A batalha contra as Sirenas fora relativamente simples. Mas o resgate daquela menina ainda lhe atiçava com rápidos calafrios pela espinha.

“Eu preciso suprimir um pouco mais desse meu lado.”

Permaneceu por um bom tempo no banho do reconforto.

Quando sentiu que estava pronta, regressou ao quarto. Vestiu a roupa mais confortável, colocou de volta o cinto e a pulseira de caveiras e deixou o recinto.

Percorreu o corredor silencioso que ligava o caminho a uma sala encíclica. Os olhos rapidamente encontraram uma presença repousada num dos sofás escuros.

Estranhou a princípio, pois tinha acabado de passar por ali e não havia visto ninguém.

Contudo, logo reconheceu o longo cabelo encaracolado, de um potente vermelho-sangue, com um emaranhado acima do ombro canhoto.

Em contrapartida, a figura em questão virou o rosto, assim que a jovem interrompeu as passadas. As esferas na face, purpúreas na mesma intensidade das chamas espalhadas pelo Reino, lhe encararam.

— Então era você mesmo, minha querida. — Sua voz soou carinhosa ao formular.

— Ma... mãe? — Lilith ergueu as sobrancelhas, numa resposta espantada. — O que... o que faz aqui? Pensei que só voltaria no próximo inverno...

— Minha mãe acabou passando por aqui, então conversei com ela e pedi para ficar aqui por alguns dias. Ela ficou um pouco relutante, mas deu tudo certo — riu ao lembrar do pequeno esforço que precisou para a convencer.

— Sério!?

A apóstola abriu um sorriso tenro ao receber a notícia.

Retomada a aproximação, pôde observar com maiores detalhes o porte da genetriz. Ela trajava um vestido bordô com véu transparente na cobertura das alas do tronco.

Sem delongas, a deusa prosseguiu:

— Como sua irmã não está em casa faz uns dias, seu pai acabou precisando de minha ajuda para organizar o progresso das almas aos locais corretos. — O tom vocal soava com certo orgulho. — Aparentemente, um dos Juízes teve alguns problemas. Usei isto de desculpa para convencê-la, no fim das contas. E deu certo.

— Uau... — murmurou com certo embaraço — deve ter sido tedioso.

— Você estava indo até ele, certo?

Desconversando de repente, a mulher se levantou do sofá, demonstrando ser um pouco maior em comparação à filha.

Lilith apenas engoliu em seco perante o questionamento. Os olhos estreitaram junto às sobrancelhas, franzidas com a testa.

Sem proferir uma palavra, a garota acenou lentamente com a cabeça.

— Está preparada?

Mais uma vez, Lilith adotou a quietude.

Com a ausência de resposta verbal, a progenitora moveu a palma aberta ao lado, num convite para que a jovem conduzisse a caminhada até a grande porta.

Ela segurou a ascensão da ansiedade e, através de um olhar decidido, aceitou o apelo. Em frente, abriu as estruturas de adornos metálicos foscos e saiu da sala, na procedência do arcabouço exterior.

Como uma cidade abaixo da terra, a região possuía diversos caminhos e opções de exploração.

No lugar das casas, havia plataformas de alturas e larguras variadas, embora todas encíclicas. Se erguiam do solo morto, envoltas por um abismo que levava a algum lugar que nem a própria inquilina conseguia conceber.

Pelo menos, o destino das duas não as obrigava a percorrerem um trajeto tão longínquo. Foram poucos minutos até chegarem defronte a outra porta gigantesca; essa possuía o símbolo de uma caveira, cinzelado no topo.

Tomada pelo nervosismo, Lilith encarou sua mãe e recebeu um aceno positivo por parte dela. Isso a encorajou no ato derradeiro.

Levou a mão, vagarosa, ao metal frio. Empurrou a abertura que fez um forte rangido ecoar no interior.

Adentraram a vasta câmara, desprovida de enfeites em demasia. Era tudo muito rústico; as únicas tochas, presas às paredes orbiculares, iluminavam um trono solitário.

Um trono que sustentava uma vultuosa figura, de pleno destaque.

Habituada à escuridão, a ruiva enxergou o homem que tinha curto e espetado cabelo branco. A ansiedade voltou a crescer.

Buscou reunir coragem a fim de aproximar-se alguns passos a mais dele. Então, percebeu que o braço direito do respectivo estava flexionado, permitindo que o rosto álgido descansasse sobre o punho fechado.

Era a única parte do torso que se mostrava coberta por um ornamento metálico, unido a um véu escuro que cortava o peitoral.

Na sequência, os olhos escarlates se abriram. O gesto singelo irradiou uma pressão capaz de despertar arrepios por todo o corpo da apóstola.

Em consequência disso, suas passadas brecaram de vez.

Os joelhos tomaram o rumo do solo, perante a imponência. Ligeiramente trêmula, fez o possível para não causar qualquer distúrbio ao prestar o devido respeito. A cabeça arriou no fim.

Conforme ela era dominada pelo temor, o homem sustentava uma tranquilidade descomunal. Tanto que, ao vê-la naquele estado, pouco se importou em passear com a mão livre sobre uma tigela de frutas na mesinha lateral.

Sem pressa, saboreou algumas uvas. Depois, apanhou a taça negra que vinha com um líquido adocicado. Enquanto o ingeria, fazia questão de criar incômodo com o barulho de cada golada.

No profundo desalento de estar sendo, aparentemente, ignorada por completo, a garota abriu a boca...

— E-estou de volta... papai. — E quebrou o silêncio ao empurrar a saudação da garganta.

Diante do enfim pronunciamento da visitante, ele desceu a taça e a balançou com leveza. Dirigiu o olhar desinteressado a ela.

Nesse ínterim, a genetriz que lhe acompanhava já tinha se postado em paralelo ao assentado.

— Lilith... — A voz dele se pronunciou, tão frígida quanto indiferente. — Você foi a uma missão determinada por meu tolo irmão. E nada obstante, resolveu partir sem a busca por minha permissão.

— Sobre isso, há um pequeno equívoco, querido... — A mulher interferiu nas rédeas, por ela. — A tarefa, na verdade, foi uma incumbência de minha irmã, Atena.

— Perséfone — ele murmurou, com um gesto cansado. — Tais desculpas de nada converterão meu julgamento. Você só está aqui por um simples capricho, portanto, não pretendo considerar.

A Deusa das Flores apenas sorriu com a resposta enunciada pelo marido.

No mesmo instante, Lilith ergueu a cabeça. Não foi muito, mas o bastante a fim de observar a troca de olhares entre os progenitores.

A atitude de sua mãe foi bem-sucedida em trazer certa tranquilidade ao estado dela. Contudo, a feição obscura do pai continuava a estremecê-la.

— De todo modo, você já sabia, não é? Diferente de seu irmão, ainda possui relações respeitosas com ela. E isto, por si só, já lhe dá a permissão para o que envolva as mediações dela. Estou errada, Hades?

Mesmo o temido Deus do Submundo ficou sem palavras perante os argumentos sólidos da esposa.

O impasse permaneceu, até que os globos afiados do deus retornassem à posição da filha. O gestual comum foi o bastante em prol de fazê-la declinar o rosto outra vez.

Sem que ele percebesse, porém, a mulher moveu a cabeça em um sinal moroso.

Por meio de certa dubiedade entre seguir a recomendação de sua mãe ou sustentar a passividade, a garota voltou a empurrar as palavras:

— S-sim... Derrotamos as Sirenas, que se tornaram um problema de tempos atrás. Eu derrotei uma delas... graças aos ensinamentos que o senhor pôde me dar.

— Está vendo? — Perséfone voltou a cutucar.

Por sua vez, Hades resolveu ceder àquela situação. Através de um suspiro profundo, declamou:

— Que seja. — Passada uma breve pausa, retomou: — Creio que tenha, enfim, evitado envergonhar sua descendência nesta ocasião. Isto é tudo.

— Tem certeza de que é tudo?

A deusa encarou com o canto dos olhos. Sem ter mais nada a proferir sobre a missão da filha, ele simplesmente deu de ombros.

O pesado lamento que veio na sequência deixou o clima do salão ainda mais embargado.

— Eu já disse. Caso não fosse capaz de terminar uma missão tão simples, sequer seria digna de ser minha filha. Além do mais... ainda não é o bastante. — Lançou o olhar estreito à menina. — Portanto, reitero: isto é tudo.

Lilith tampouco encontrou forças para rebater.

Cabisbaixa, esforçou-se, no mínimo, para manter a compostura diante do duro tratamento.

— Sim... papai...

De timbre afônico, percebeu que não tinha mais o que fazer ali. Levantou-se do solo e caminhou a passos curtos, mirando a saída do salão.

Hades, silente, acompanhou a despedida arrastada.

— Não precisava ser tão frio. Essa foi sua primeira grande missão numa classe mais prestigiada. E ela se saiu bem. — Perséfone reforçou.

— Ela ainda não me inspira confiança. Diferente de Melinoe, Lilith ainda é um fracasso.

O obscuro pegou um cacho de uvas e, ao invés de ingeri-las, as encarou como se avistasse um inimigo.

— Só porque ela não atendeu suas expectativas, a considera um fracasso — mussitou, tentando controlar a indignação no tom. — Você ainda pensa assim por conta daquilo...

Aquilo, Perséfone, foi uma ocorrência que não se repetirá — Hades cortou a cônjuge, esmagando as uvas com vigor. — E, caso venha a ocorrer, você não se intrometerá novamente.

Perante as palavras firmes do Deus do Submundo, a Deusa das Flores franziu as sobrancelhas. O riso comedido se desfez da faceta.

Num nível de seriedade acima do normal, ela preferiu manter o silêncio. Aquele era um assunto que estava longe de ser resolvido, fosse pelo passado ou para o futuro.

Por sua vez, Lilith avançava solitária por todo o caminho de volta. Levando o dobro do tempo da ida, chegou ao cômodo próprio no templo principal e jogou-se na cama com os braços abertos.

Contemplou o teto escuro, na busca por evitar que memórias angustiantes corressem pela mente.

“Preciso melhorar... mais e mais...”, segurou as emoções que subiam o rosto, deixando-o quente.

Não podia fraquejar. Não podia permitir que as lágrimas se elevassem pelos olhos marejados.

“Até ele e minha irmã...”

A única saída encontrada foi conduzir os sentimentos doloridos à mão que pegou o punhal no lado do colchão.

Direcionou a lâmina afiada à própria garganta.

Então, suavemente, fechou os olhos.

O solo da vasta câmara apresentava-se bastante avariado. Entre as diversas rachaduras e pequenas crateras, Silver estava de joelhos, com a lâmina derrubada logo ao lado.

Arquejando com força, experimentava a gelidez da superfície de contato o escalar até o torso exposto.

Buscou sair da posição, porém não conseguiu se mover. Como se preso por pesadas correntes, que ainda lhe causavam dor por todos os membros fadigados, aceitou a derrota absoluta.

O olho direito recusava-se a abrir. A inspiração desesperada de ar frio fazia seus pulmões arderem.

Sendo inútil levantar-se dali, tratou de regular o fôlego em falta, conforme relaxava a estatura cheia de cicatrizes menores.

— Você ainda está longe de dominar.

A voz pesada, intercalada com a sequência de passos pesados, ecoou até seus ouvidos.

A atenção turva do jovem foi direcionada ao homem corpulento. O ondulado cabelo azul-escuro possuía duas grandes madeixas laterais, presas por anéis dourados no centro, que escorriam pelos ombros morenos.

Sua singular presença correspondia à mais de metade do denso clima, responsável por dominar todo o recinto. O próprio rapaz era atiçado com tamanha imponência.

O detalhe mais chamativo, no entanto, não podia ser outro que não o enorme tridente portado pelo punho dominante.

Os detalhes remetiam a ondas, a exemplo da lâmina derrubada frente aos olhos pesados do apóstolo.

Com cautela, aproximou-se dele e verificou sua situação de cima. Os globos olhos amarelos iluminavam a sombra que cobria o rosto cerrado.

— Desculpe... — murmurou numa bufada.

— Não peça desculpas. Apenas melhore — frisou sem compaixão. — Você precisa me superar, para obter o título de Deus dos Mares de forma que eu não precise me preocupar.

Deu meia-volta e caminhou em direção à saída.

Antes mesmo de alcançar a porta metálica com adornos dourados, essa foi aberta por outra pessoa que vinha de fora.

Uma mulher de cabelo prateado com reflexos luminosos semelhantes a ondas azuis, adentrou o recinto congelante. A priori, ele meramente a observou.

— Já terminaram? — Ela lançou sua pergunta por meio de uma voz cordial.

— Sim. Ele é todo seu agora. — Ele cruzou o flanco dela ao responder.

— E como ele foi hoje, senhor Poseidon?

O deus chamado de “senhor” parou de andar quando ela volteou os olhos azuis na direção dele.

Repetiu o gesto e encarou não só a bela mulher, trajada num vestido quase transparente, como também o jovem apóstolo, que superava o obstáculo da respiração e sentava-se no solo.

Ao conferir os pormenores daquela conclusão, a divindade retornou pelo caminho principal e ofereceu o veredito antes de desaparecer:

— Ele segue progredindo, mas falta bastante para alcançar o seu ápice. E já disse diversas vezes para não me chamar de senhor, Anfi.

— Perdão, é força do hábito — riu com leveza.

As palavras, contudo, mal alcançaram o homem, pois ele já tinha fechado a porta.

A esposa do Deus dos Mares, Anfitrite, ajeitou as mechas do cabelo, que escorriam acima dos ombros como cachoeiras.

Livre da pequena bronca destilada pelo companheiro, dirigiu-se até Silver.

Ele encarava as próprias mãos estremecidas, à medida que divagava sobre os detalhes da batalha travada contra o próprio pai.

Os ossos ainda reclamavam de dor, o impedindo de executar movimentos bruscos.

— Eu não consegui sustentar a Arte do Oceano por mais tempo do que já posso, de novo...

O argênteo murmurava consigo mesmo. De todas as consequências da nova derrota, não pretendia deixar aquela experiência ser em vão.

Porém, sua onda de pensamentos em voz alta foi interrompida quando sentiu uma leve manta lhe cobrir as costas desprotegidas.

O olhar subiu até a mulher, parada em sua retaguarda.

Com os detalhes indispensáveis de sua aparência exuberante, junto à pulseira celeste no pulso esquerdo, ele sentiu-se confortável perante a presença dela.

—  Mãe...

O semblante pacato cruzou-se com o brilho natural na expressão da Rainha dos Mares.

— Vamos nos levantar. — Ela estendeu a mão para o apóstolo, que aceitou a ajuda sem pestanejar. — Nossa, vocês pegaram pesado mesmo. Seu olho está roxo!

— Eu que pedi para ele lutar a sério...

Enquanto o machucado abaixava a cabeça, na tentativa de esconder o hematoma, Anfitrite encarou em silêncio com certa preocupação.

Ele apanhou a toalha sobre os ombros e secou o suor acumulado pelo torso. Sentia dor ao encostar nas marcas púrpuras que o recheava da cabeça aos pés, mesmo que com todo cuidado.

“Por mais que ela sempre tenha sido superprotetora desse jeito...”, olhou para o lado quando se deparou, mais uma vez, com a face inquieta dela.

Em seguida, dirigiu-se à lâmina largada no chão.

Lentamente tentou inclinar o corpo a fim de recuperá-la. A intensa fadiga sequer o permitia executar a simples tarefa. A agonia era tão latente quanto imaginava, a ponto de fazê-lo cair sentado de novo.

Incapaz de chegar até a empunhadura, estalou a língua irritado.

Coube à progenitora se antecipar em prol de resgatá-la, sem problemas. Contente por conseguir ajudá-lo de alguma forma, mostrou o cabo de couro amarronzado a ele.

— Você está bem? Parece abatido. — Flexionou as pernas para observá-lo de baixo, o pegando de surpresa. — Acabou de voltar de uma missão e já veio pedindo para treinar com seu pai. Aconteceu algo de errado lá?

Silver demorou um pouco para responder.

Afastou-se dois passos cambaleantes, a fim de deixar a mulher retomar a postura. Todavia, o deslocamento conturbado apenas piorou a aflição dela.

Quando voltou a encará-lo de frente, as alturas se equipararam. Superior por poucos centímetros, o jovem estreitou as sobrancelhas e desviou a atenção novamente.

— Não. Eu pedi para treinar por ter sido muito entediante.

Surpresa com a resposta, a oceânica contraiu os lábios num sorriso de relutância.

— E como foi com seus amigos? Fiquei sabendo que o filho mais novo e a filha mais nova dos irmãos de senhor... de Poseidon também foram. — Se corrigiu no ato.

— Eles não são meus amigos. Pelo contrário, são insuportáveis. — A retruca rápida tirou uma gargalhada da genetriz. — O que foi?

— Hahaha, não é nada. Mas não acho que esteja falando sério!

O rapaz não encontrou palavras para respondê-la, então resumiu-se a um semblante desconfiado.

— Acho que vocês vão se tornar grandes amigos, isso sim!

Quando a mulher complementou, ele remeteu aos momentos nada agradáveis durante a companhia daqueles dois adolescentes diferenciados.

“Espero que isso jamais aconteça”, concluiu consigo.

— Agora vem. Vamos cuidar desses seus machucados. Depois farei um jantar delicioso para você! — Ela puxou o braço de Silver que gemeu de dor e a fez parar na hora. — Oh... perdão.

Por conta do impasse causado pelo estado deplorável do garoto, os dois permanecerem inertes durante alguns segundos.

Isso durou até o próprio decidir caminhar por conta. Essa deixa trouxe a preocupada Rainha dos Mares a sua companhia.

Ambos deixaram a câmara de treinamento e avançaram pelos corredores do grandioso templo onde viviam.

Ao alcançarem um novo cômodo encíclico, puderam observar todo o contorno iluminado da cidade que envolvia a construção divina.

Sobre o próprio Mar Egeu, o reino do Deus dos Mares ofuscava a escuridão da noite.

Dali podia-se observar a pólis recheada de cinturões, semelhantes a anéis que ganhavam extensão até alcançarem o centro — o local onde morava.

Com a brisa fria em choque contra o corpo, as pontas bem definidas do cabelo prateado dançaram no ar, o obrigando a envolver-se na toalha para evitar os calafrios da debilidade.

“Grandes amigos...”

Respirou fundo e soltou ar condensado pela boca. Só desejava deixar de lado tudo o que vivenciou na tarefa da Ilha Methana.

Agradecimentos:

Gostaria de agradecer imensamente aos apoiadores.

Primeiramente, os jovens Mortais:

Taldo Excamosh

Eduzim

E também ao grandíssimo Depurador:

Alonso Allen

Caso tenha interesse em fazer parte dos apoiadores e, assim, receber suas regalias (ver detalhes inéditos dos projetos, entre outros), façam seu apoio por meio dos links abaixo e ajude-nos a alcançar ainda mais as estrelas!

PadrimApoia.seInstagramDiscord



Comentários